49 A tarde no quarto
Ela escondeu o dinheiro, pensando em um plano para entregá-lo à família.

Quando o marido voltou do campo, ela o cercou enquanto ele lavava as mãos e, mais uma vez, insistiu:

“Raul, preciso visitar minha família.”

“Iremos em breve, tenha paciência. Ando muito ocupado, você sabe.”

Felícia deu um suspiro de preocupação, imaginando os perrengues que a sua família estava passando em consequência da seca.

Ela mexia sem ânimo no prato, sem apreciar o delicioso jantar. Observava a fartura exposta na mesa e ouvia a família do marido exibir histórias de vanglória e vaidade.

Antes mesmo de finalizar a refeição, ela saiu triste e desanimada. Estava vivendo razoavelmente bem enquanto a família vivia na miséria. Ela sempre teve uma vida boa na fazenda de seu pai e se perguntava como sua família caiu em uma decadência tão cruel.

À noite, Raul entrou no quarto e ela já estava deitada, mas não dormia. Seus cabelos castanhos, longos e sedosos se esparramavam pela cama.

Ele a obse
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