“Catarina, por favor não faça isso.” Catarina reagiu, ignorando-a: “Não se meta, Bibiana, fica quieta. Se você não vai participar, então fecha a boca, os olhos e os ouvidos. Você não está sabendo de nada disso, ok?!" As duas assinaram o cheque e entregaram ao médico. De imediato, ele elaborou o documento e o entregou para elas. “Agora, ouça. Preciso voltar à fazenda e colocar veneno no copo de suco para que nosso plano seja perfeito caso levem o restante do material para análise pericial. Onde encontro veneno para ratos?”, perguntou Yelena. “No celeiro tem um armário. Lá tem remédios para os bichos e também tem veneno de rato”, orientou Catarina. Yelena chamou Nero que estava lá fora e pediu que ele a levasse até a fazenda. Ao chegar, ela se dirigiu sorrateiramente até o armário do celeiro que a amiga havia informado. Encontrou o veneno, saiu rapidamente e adentrou a casa grande. Com as luzes apagadas, discretamente ela colocou bastante pó no copo de suco, que contin
Chegou na fazenda, estacionou a sua caminhonete e entrou na casa grande como um furacão. Gritou pela empregada:“Iolanda, por favor, chame minha mãe aqui e todos os empregados.”“Ela já está dormindo, patrão, mas vou acordá-la.”Yelena, que também estava dormindo em outro quarto, levantou-se ao ouvir o rebuliço na casa grande. Todos estavam reunidos no escritório em clima de suspense e tensão. Os empregados, Dona Quitéria, as filhas que tinham acabado de chegar com Vicente, e Yelena. Sentado atrás de sua mesa, Raul se posicionou de forma frenética e implacável.“Quero que me contem o que aconteceu, o que vocês viram antes de Ludmila passar mal. Me contem a história com detalhes.”Dona Quitéria começou a narrar o início da história: “Estávamos sentados na mesa fazendo companhia para Ludmila, com medo dela procurar Felícia e revelar a gravidez. Felícia passou por nós distraída e Ludmila a abordou. Ela chamou Felícia e se apresentou, dizendo ser minha sobrinha. Depois, pediu p
Ele deixou o quarto apressado, pegou sua caminhonete e retornou à cidade para providenciar o velório do filho. Nesse meio tempo, a casa já estava movimentada. Todos assistiram Raul partir abismados e curiosos: os empregados, Dona Quitéria, Yelena, Bibiana e Catarina. Dona Quitéria presenciou o filho partir, parada na frente de casa e sem saber o que realmente tinha acontecido entre ele e a mulher. Ela subiu para ver a nora junto da filha Bibiana. Deparou-se com Felícia consumida por um choro sofrido deitada no chão. Ao presenciar o tormento da cunhada, Bibiana sentiu piedade. Seu coração estava consumido por uma imensa culpa e remorso. Ela chegou perto e ajudou Felícia a se levantar. Sensibilizada com a agonia da nora e na tentativa de amenizar a situação, Dona Quitéria aconselhou: “Felícia, minha filha, sugiro que você vá passar uns dias na casa de sua família até essa infelicidade passar.” Felícia percebeu que aquele conselho seria a oportunidade dela se livrar daqu
“Dona Salete, Sr. Molina, sinto muito em dizer que Felícia passou mal e resolvemos trazê-la aqui no hospital.” “Não foi isso que soubemos, engenheiro. A notícia é que minha filha foi envenenada.”“Sim, foi isso. Eu só não queria assustar vocês, mas Felícia tomou um suco envenenado por engano.” Dona Salete se manifestou atordoada:“Minha nossa senhora, como isso aconteceu? Como está minha filha?”“Ela está sob cuidados médicos. Eu também estou esperando notícias, logo, logo o médico nos trará.”O Sr. Molina caminhava de um lado para o outro, inquieto e inconformado com a hospitalização da filha.“Mas como ela bebeu esse veneno? Quem foi o doido que botou veneno nesse suco?”“Sr. Molina, vamos nos acalmar e esperar, tudo será esclarecido.”“Eu só espero que isso não seja maldade de ninguém, porque você prometeu cuidar da minha filha, engenheiro, lembra?”“Lembro sim. Sinto muito pelo que aconteceu, Sr. Molina, mas não vamos tirar conclusões precipitadas.”Raul estava ansios
Na fazenda, Raul acordou tarde. Rolou um pouco na cama e foi tomar um banho.Desceu e tomou o café da manhã acompanhado de sua mãe, já que as irmãs tinham saído cedo.“Preciso voltar ao hospital para saber notícias de Ludmila e Felícia”, disse ele.“Esqueça essa Ludmila, ela não é nada sua.” “Preciso oferecer suporte financeiro para ela se recuperar e enterrar meu filho.”“Tudo bem, mas sua atenção precisa estar na sua esposa até tudo isso ser esclarecido. Ontem você foi precipitado, foi muito cruel com Felícia. Deveria ter sido mais cauteloso, fiquei com pena dela.”“Eu sei, mãe, estava de cabeça quente. Você está vendo, todas as evidências apontam para ela. Eu fui infeliz, avaliando a situação agora com calma. Se eu tivesse conversado com ela com calma em outro dia, ela não teria ingerido aquele maldito suco.”“Mas já passou, não fique se corroendo pelo passado. Tente consertar isso se entendendo com sua mulher.”“Mãe, tenho quase certeza que ela é inocente.”“Também acho. Ontem eu
De imediato ele foi cortado pelo sogro. “Primeiro, eu falo. Não me interrompa”, Sr. Molina ordenou com firmeza, deixando o genro aborrecido. “O fato de o senhor trair minha filha, fazer outro filho fora do casamento, é compreensível. Falo como homem, isso não era motivo para Felícia fugir de casa. Mas acusá-la de envenenar alguém ao ponto de ela tentar se matar para provar o contrário... Isso é inaceitável! Você precisa ter mais responsabilidade com seu casamento. Se acontecesse algo pior com a minha filha, jamais lhe perdoaria. E agora? E se ela não quiser voltar e sumir no mundo de verdade?”“Jamais permitirei que isso aconteça, Sr. Molina.” “Então se esforce para encontrá-la sã e salva e a convença a voltar, porque, sinceramente, eu não vou me envolver nessa história, pois já estou empilhado de problemas.”“Hoje mesmo irei à capital na casa de sua cunhada e só voltarei com minha mulher.” “Me mande notícias. Caso a encontre, Deus queira que ela esteja por lá.” O engenhei
“Raul, meu filho, venha almoçar conosco”, convidou Dona Quitéria. “Não tenho fome, mãe.” “Até quando você vai permanecer trancado nesse escritório, meu filho?” “Até ela voltar.” “Você está ficando magro e vai atrofiar trancado aí. O detetive não deu notícias?” “Ainda não! Parece que ela evaporou no mundo. Estou preocupado, não sei como ela está sobrevivendo na capital sem dinheiro.” “E se ela não estiver na capital? E se estiver na fazenda da família escondida?” Ele pensou, deitado no sofá do escritório. “Impossível, o pai dela sempre deixou claro que não aceitaria a filha separada em casa. Mas vou retornar à fazenda Bela Vista de novo e pressionar a família, tenho certeza que eles sabem o paradeiro da filha.” Ele levantou aflito e seguiu para a fazenda da família da esposa. No caminho, refletia: “O que eu fiz, meu Deus? E se ela não voltar? E se ela estiver em apuros?” [...] Ao chegar na fazenda dos sogros, novamente Raul foi recebido pelo Sr. Molina. O velho cumprime
“Papai, você quer que eu volte depois da traição? Ele engravidou outra mulher e eu não vou perdoá-lo.”“Felícia, só foi a fraqueza de um macho. E, além disso, você não deu nenhum filho para ele e ele se viu no direito de procurar outra mulher.”“Que desculpa esfarrapada, não aceitarei essa humilhação. Papai, me perdoe, mas isso é demais para mim.” “Felícia, por favor, pense na nossa dívida.”“Papai, eu deixei um pouco dinheiro com a minha mãe. Também tenho dinheiro que peguei de Raul escondido. Tentei procurar seu contrato, mas não achei.”“E agora, o que faremos?”, perguntou o fazendeiro apreensivo.“Papai, esqueça essa dívida, não vamos pagar. Raul só está usando a dívida para eu continuar casada, vou enviar dinheiro para vocês até a chuva chegar.”“Minha filha, não posso fazer isso! Sou um homem de princípios, tenho um nome a honrar.”“Tudo bem, papai, futuramente a gente paga. Agora estamos sem condições. Por favor, esqueça essa dívida nesse momento, eu lhe garanto que Ra