67 A promessa

“Fui um estúpido, eu sinto muito.”

Em um clima tenso de revelações e ressentimentos, ela deitou na cama e não quis falar mais nada.

Ele insistia, na tentativa de convencê-la:

“Lembra quando eu prometi comprar uma casa para vivermos juntos na capital? É o que eu quero fazer agora. Vamos embora para a capital viver só nos dois, sem ninguém para tirar nossa paz.”

“Eu perdi minha dignidade com esse casamento, sendo uma mulher submissa, oprimida e sofrendo humilhações. Acabou, Raul, meu pai pagou com a própria vida a dívida dele. Não existe mais nada que nos prenda.”

Ele chegou perto dela e disse com serenidade:

“Tem sim, esse filho que está no seu ventre. Ele será nosso porto seguro.”

Felícia sentiu arrepios. Como ele descobriu seu segredo? Ela levantou rapidamente e disse alterada:

“Eu não estou grávida, você está equivocado.”

“Olha o tamanho dessa barriga, eu conheço o seu corpo. Aí tem um filho meu.”

Ela colocou as mãos na cabeça com um semblante de desilusão e os olhos
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