YaidesEstamos perto do Dia dos Namorados e eu amo essa data! É a data que a livraria rende mais e que me mantém ocupada por um bom tempo. Nesse horário a Maya está no colégio e quando ela sair de lá, já tem um compromisso com as novas tias e isso quer dizer que eu terei o meu dia livre para trabalhar com atenção redobrada. Satisfeita, vou até a porta, viro a placa com o nome fechado para aberto e giro a chave na fechadura para iniciar o meu dia. Enquanto a clientela não chega decido ir arrumar o novo estoque de livros nas prateleiras.Abrir uma livraria não foi exatamente uma ideia minha. Isso aqui era o sonho da minha mãe. Sorrio ao me lembrar disso.Quando tínhamos uma vida financeira instável, ela tinha uma livraria em um dos bairros mais nobres do Rio, mas tivemos que vende-la para adquirir dinheiro para uma nova moradia, ou ficaríamos na rua. Com a venda de outros imóveis pudemos investir nesse lugar, que antes era apenas uma farmácia e tivemos que fazer uma pequena reforma tamb
YaidesJá é final de tarde quando decido fechar a loja e fazer o balanço do dia, enquanto aguardo a Maya voltar para casa, para ouvir as suas histórias animadas sobre o seu dia divertido. A porta se abre tocando o sininho, chamando a minha atenção para um David vestido de maneira informal e o seu porte elegante e imponente me faz suspirar baixinho. Rapidamente tento olhar atrás dele, para encontrar a Maya, mas acho que ele veio sozinho. Ele ergue um buquê de rosas que estava escondido atrás do seu corpo, me fazendo suspirar baixinho.— Onde está a minha filha? — perguntei fingindo ignorar toda aquela bela visão, que inspirava uma noite de romance e ele deu de ombro.— Então, sobre a "nossa filha", eu pensei que ela poderia passar essa noite com os seus avós, enquanto eu passaria essa noite tentando recuperar o tempo perdido. Espero que não se importe. — Ele alcançou-me enquanto falava e antes que eu conseguisse pegar o buquê, ele o afastou de mim e me roubou um beijo e depois outro, e
Yaides— Enfim chegamos! — David disse quando paramos em frente a porta da minha casa. Parecíamos dois adolescentes nervosos e olhando um para o outro, esperando que um dos dois tomasse uma iniciativa. Respirei fundo e tomei coragem.— Quer beber alguma coisa? — Ele sorriu. Eu adorava ver esse sorriso e pensei por muitas e muitas vezes que não o veria mais, mas aqui está ele.— Eu adoraria!Ansiosa, eu abri a minha bolsa e pesquei a chave lá dentro, a levando a fechadura em seguida. A girei e a porta se abriu. Passei pela porta e o sininho balançou fazendo o seu reconhecido som, acendi as luzes e me virei para olhá-lo sentindo o meu coração saltar enlouquecido dentro do meu peito. David fechou a porta atrás de si e me tomou em seus braços imediatamente, me beijando ardentemente, e na ânsia desse gesto, deixei a minha bolsa cair no chão. Minhas mãos ávidas enlaçaram o seu pescoço e ele me apertou em seu abraço, colando os nossos corpos e andou comigo assim grudada a ele. Subimos as esc
Yaides— Ainda não acredito que você conseguiu fazer isso. — Maya falou do banco de trás do carro. — Sabe quantas vezes eu e o tio Júlio tentamos tirá-la daquela loja? — A menina indagou com diversão. Júlio, ela fala muito nele e eu sei que é algo bem natural, a final ele sempre esteve em nossas vidas. Mas eu sei que de alguma forma isso o incomoda. Pensei olhando pela janela do carro. — Para onde vamos? — Minha filha perguntou com curiosidade.— Ah! É verdade, nós temos um itinerário. — David puxou um papel de dentro do bolso da camisa e o entregou. A menina parecia afobada. Ela abriu o papel dobrado e se pôs a ler.— Piquenique no parque, visita ao centro histórico, ao zoológico, ao museu, e a casa do papai. — Olhei para o David, concentrado na direção do carro, nervosa com essa última parte. Eu não estava preparada ainda para visitar a sua família. — Não é muita coisa ao mesmo tempo não? — Maya questionou e ele deu de ombros de um jeito descontraído.— Talvez, mas eu quero fazer tu
David— Estou muito feliz que você consertou as coisas com Yaidis, e que surpresa, hein? — Ela sorriu.Uma coisa sobre essa linda mulher. Lilian sempre torce pelos seus filhos, embora ela nunca se meta em nossas vidas. Ela nos permite escolher os nossos próprios caminhos, mas sempre procura nos guiar para não errarmos. É claro que isso depende mais de nós do que dela e no final, ela sempre vibra conosco. — Eu não fazia ideia de que era ela, e olha que eu sou sua cliente já faz alguns meses.— É, acho que o fato de ser sua cliente, foi o que me levou onde estou agora. Se não fosse por você, eu jamais a teria procurado.— Bobagem, quando o destino quer unir duas pessoas que se amam, ele sempre dá o seu jeito.— Está bem! — falei abrindo um sorriso feliz e a beijei no rosto. — Pode pôr a Maya na cama para mim? Eu vou ver como ela está— Claro. Tenha uma ótima noite, filho!— Obrigado, mãe! Tenho certeza de que terei uma noite maravilhosa. — falei baixinho e com um tom de brincadeira e
David— Eu estava pensando — falei depois de um longo tempo em silêncio.— No que?— Amanhã é o dia do baile e seria bom se ficasse por aqui.— David, eu não posso! — Ela me interrompeu. — A loja ficou fechada hoje o dia todo e...— Eu pago o seu dia — repeti e ela riu de uma maneira descontraída, me fazendo rir também. Me virei de lado e ela fez o mesmo.— Você já fez isso hoje — rebateu baixinho e beijou rapidamente a ponta do meu nariz.— Você vai precisar ir a um cabeleireiro e comprar um vestido para ir essa festa.— Eu tenho vestidos na minha casa — retrucou tentando sair da cama, mas eu a impedi com o meu corpo. Levei a minha boca ao seu seio e o puxei com os meus lábios, a fazendo arfar baixinho.— Eu sei que você tem, mas pode me deixar mimá-la um pouquinho, não pode? — Suguei o seu seio e ela respirou fundo, gemendo baixinho em seguida. Ergui a minha cabeça e a olhei. — Por favor! — insisti carinhosamente e ela me deu um meio sorriso.— Tudo bem, mas isso vai custar caro pr
DavidParecia que havia voltado no tempo e que mais uma vez eu era aquele jovem ansioso e nervoso para levá-la ao baile da escola. Minha mãe ria de mim, pois eu não conseguia ficar parado e a cada segundo soltava o ar pela boca. Por que ela não desce logo essa escadaria? Que demora é essa? Maya surgiu no topo da escada com um sorriso grande de menina feliz e não posso negar que olhei rapidamente para lá, esperando que fosse Yaides.— Atenção todos vocês, que a princesa Yaides está vindo aí! — A menina anunciou com uma empolgação incrível.Meu coração quase saiu pela boca e meus olhos ansiavam por finalmente vê-la. Minha filha desceu as escadas e correu para os meus braços, e eu a segurei em meu colo e logo as minhas irmãs também descerá. Então ela veio, me deixando completamente sem palavras e sem ação também. O belo vestido azul turquesa, colava ao seu corpo com delicadeza e suavidade, desenhado com detalhes cada curva do seu corpo esguio, uma calça como a de uma sereia se arrastava
David— Lembra desse dia? — sussurrei em seu ouvido e ela olhou de lado, para encontrar os meus olhos. Ela fez sim para mim.— Foi a partir desse dia que não a tirei mais da minha cabeça. — Sorri.Eu não sabia disso, mas estou muito feliz de saber.— Quer beber algo?— Um Gin, por favor! — pediu, beijando-me rapidamente. Deixei três beijos em sua boca, antes de me afastar e fui para o bar improvisado, que estava lotado e bufei por ter que aguardar em uma fila. Olhei para trás e a encontrei conversando animada com uma garota.— Não sei de quem foi a ideia, mas cara, isso aqui está muito bom! — Um homem comentou e eu me forcei a desviar os meus olhos da minha namorada, para olhá-lo.— Pois é! — falei em concordância.— Talvez você não lembre de mim, eu sou o Hélio. — Ele me estendeu uma mão. — Eu era a mascote do time de futebol.— Ah claro, Hélio Maldonado, me lembro sim! — Apertei a sua mão e quando abriu a boca para falar alguma coisa, o barman o chamou.— Sua vez, cara!— Foi um pra