Deirdre jurou que toda força havia acabado de deixar seu corpo inteiro. Mas sentiu algo tocar em seus lábios. Então abriu a boca e percebeu que era um pedaço de doce.Engel ficou surpresa.― Que ideia mais brilhante, senhor Brighthall! Esqueci-me de preparar alguns doces! ―Deirdre também ficou bastante surpresa. Era uma das poucas ocasiões que notava como Brendan podia ser perspicaz e atento.― Obrigada. ―O doce era bastante açucarado e à medida que derretia e se espalhava pela boca, o amargor do jiló começava a diminuir. Logo, tudo o que sentiu foi doçura.― Se você gostou, eu posso comprar mais e deixar na cozinha. Assim, você pode comer um sempre que terminar de comer jiló, ou outra coisa amarga que Engel preparar para você. ―‘Espera! Eu só posso comer o doce depois de provar o amargo!?’ A expressão de Deirdre congelou.― Espera aí, por quanto tempo vocês vão me encher de coisa amarga? ―Engel sorriu.― Só uma semana! Vai acabar como uma brisa! ―-A sentença de Charl
Mesmo que as duas mulheres que compartilhavam cela com Charlene fossem submissas, não eram estúpidas. Por isso, uma delas sorriu e rebateu:― Noiva de Brendan Brighthall? O figurão? E eu sou a rainha da Irlanda. Como alguém como ele poderia ter a ver com uma piranha burra, louca, aleijada e presidiária? Se você fosse a noiva dele, estaria fazendo compras em Paris, e não cumprindo pena. ―Charlene ficou furiosa e jogou o travesseiro no rosto da mulher, enquanto vociferava:― Sua filha da puta! Com um QI tão baixo, não é de admirar que vocês duas estejam apodrecendo na prisão! ―A mulher deu um salto para trás, desviando do objeto e, assustada, se espremeu na ponta da cama, afastando-se o máximo que pôde do travesseiro. Charlene, porém, interpretou a atitude como se a detenta estivesse apavorada com ela e sorriu.― Ah, você está com medo? Então traga sua bunda para cá e massageie meus ombros! Acho que é hora de mudar a dinâmica de energia nesta cela. A partir de agora, uma nova rain
― Venham aqui, vocês duas! Abaixem as calças dela, Vamos resolver esse inconveniente! ― Yael ordenou.As duas mulheres derrubaram Charlene no chão e arrancaram a parte de baixo de suas roupas. Enquanto Yael esticava o arame do cabide, para realizar o aborto improvisado, disse:― Você já fez um monte de plástica, né? Seu rosto ficou uma merda, querida. Depois de resolver aqui em baixo, vou resolver aí em cima também. Vou te deixar com uma aparência mais interessante... ―-Quando a ligação de Sam chegou, Brendan trabalhava no laptop, no sofá da sala. Ele viu quem era e ignorou.Deirdre, que passava pela sala, viu a forma como o magnata trabalhava e ficou perplexa. ‘Por que ele está se espremendo no sofá quando seu escritório está a cinco passos daqui?’Sam insistiu na chamada e, só então, Brendan colocou no viva-voz e atendeu:― O que foi, Sam? ―Houve um momento de hesitação, antes de Sam responder:― Charlene sofreu um aborto. ―Deirdre se sentou ereta. ‘Ela perdeu a criança
O sentimento no peito de Deirdre era quase como se... Ela não sabia definir, mas era perturbador.Quanto mais pensava sobre como Brendan se sentia em relação à Charlene, não sabia o que concluir, afinal, o magnata sempre tratou Charlene bem e se a cobra não tivesse decepcionado Brendan, tentando criar um milhão de esquemas maldosos, teria se tornado a senhora Brighthall, sem dúvida.― Está tudo bem, Dee? Você está com frio? ― Brendan parou o carro ao lado dela e abriu a porta. Deirdre entrou emburrada e encostou a cabeça no assento.― Se eu disser que estou cansada, posso ficar em casa? ―Brendan ficou pensando, por alguns segundos, mas, sem responder nada, ligou o motor. Só quando cruzavam o portão da propriedade, respondeu:― Desculpa. Mas, por favor, seja um pouco paciente. Vou dirigir o mais rápido que puder. ―O magnata ligou o aquecedor, mas a temperatura aconchegante não dissipou a mordaz irritação da jovem. Afinal, quando foi ela a prisioneira vítima de um ataque brutal,
O sorriso de Madame Brighthall floresceu em seus lábios e parecia que a primavera havia amanhecido em um rosto cansado. O alívio foi tão grande que o peso no peito diminuiu e a matriarca começou a respirar melhor.― Brenda? Peça a Lúcia que prepare a mesa, a polenta já deve estar fervendo, assim, quando entrarem, vão ter uma refeição quente para esquentar o corpo. ―A criada captou a alegria contagiante da patroa.― Perfeito, senhora. Mas, por favor, fique aqui e não saia para se divertir, está bem? Está muito frio lá fora e sua saúde anda muito frágil ― lembrou Brenda. ― A menos que, bem... peça a Charles para que os vá chamar se demorarem muito para entrar. ―― Eu sei, querida. ― A matriarca passou o dedo pelo coque e lançou um olhar irritado para a criada, como se estivesse um pouco descontente. ― O que você está insinuando? Eu não sou uma criança, você sabe. Há muito tempo que não tenho disposição para fazer coisas como brincar na neve. Por que eu iria querer sair e participar
― Oh, Deus! Você está certo! ― Madame Brighthall assentiu em compreensão. ― Essa medicação toda que eu tomo transformou meu cérebro em mingau! Bren está em um momento crítico e tudo o que faz e diz é julgado pela opinião pública. Se vocês se casassem agora, Dee também seria arrastada para a tempestade! ―A matriarca olhou para o casal e sorriu.― O que essas duas estão fazendo que ainda não serviram a polenta? ―Brendan esperou até que sua mãe saísse antes de declarar hesitantemente:― Dee, sobre o que há entre nós... você pode, por favor, esconder a verdade dela? A saúde dela é tão frágil, mas a felicidade que ela sente por imaginar que estamos juntos a faz ficar melhor. Se você disser a ela que vai embora depois que nosso filho nascer, isso vai destruir o coração dela. ―Deirdre entendeu por que Brendan a interrompeu. Ele estava preocupado que ela pudesse colocar todas as cartas sobre a mesa e destruir as esperanças de Madame Brighthall.― Não se preocupe com isso. Ela é mais d
― Quanto cuidado e atenção. Eu nem posso acreditar! ― Mesmo depois que Lúcia segurou Madame Brighthall pela mão e a levou embora, Deirdre permaneceu na porta do quarto da criança e continuou a olhar para dentro, independentemente de apenas distinguir borrões e contornos.Brendan entrou no cômodo e ficou ao lado da jovem. Era um quarto pequeno, mas tinha brinquedos de todas as formas e tamanhos e um berço ornado por um móbile com elementos celestiais. O cuidado de Madame Brighthall era evidente. Ela estava preocupada que a neta pudesse não gostar de rosa tanto quanto ela esperava, então nas gavetas do armário, havia enxovais de outras cores.― Você quer que eu descreva o que tem no quarto? ― O magnata perguntou, atencioso.Deirdre assentiu e Brendan pegou a mão dela.― Venha. Eu explico, enquanto você toca em tudo. ―Ele segurou a ponta dos dedos dela, deixando-os estendidos para o móbile pendurado acima do berço. ― Nossa bebê vai dormir olhando para o céu noturno. Esta é a lua,
Pela primeira vez, Deirdre percebeu que Brendan sentia mais dor do que ela suportava. Por um lado, a jovem descobrira que sua mãe, Ophelia, estava viva e bem e que voltaria para os braços dela, em breve. Por outro, o magnata sabia que a própria mãe tinha os dias contados.Ele se esforçava para fingir que esse dia não estava chegando, enquanto, em suas visitas habituais, via a matriarca colocar todo o carinho e dedicação para decorar o quarto da neta que, muito provavelmente, não viveria para conhecer.Deirdre cerrou as mãos.― Ela sabe? ―― Eu não contei a ela, mas suspeito que ela esteja ciente de sua própria mortalidade. Afinal, é a própria saúde dela. É por isso que ela dedicou tanto tempo e esforço neste quarto. Seria ótimo se, mesmo que ela não conhecesse a neta, a criança ainda pudesse sentir seu amor, de qualquer maneira. ―O rosto de Deirdre estava cheio de lágrimas. Mas a jovem se esforçou para se recompor e sussurrou:― Sinto muito, Brendan. Você deve estar sentindo mui