Deirdre não teve chance de reagir. Uma força bruta, surgida do nada, prendeu-se ao redor de seu pulso, esmagando-o com tanta força que ela se perguntou se trituraria seus ossos. O terror drenou a cor de seu rosto, com a realização de que Brendan os havia encontrado.O homem olhou para ela:― Nada mal, Deirdre! Você realmente aperfeiçoou a arte da prostituição. Da última vez que verifiquei, você estava deitada na minha cama. Mas, de repente, aqui está você, abrindo as pernas ansiosamente e implorando pela companhia de outro homem! Muito bem! Muito bem! Vocês dois teriam fugido se eu demorasse mais dois segundos para aparecer... Que ó...! ― Sterling mal deu a Brendan tempo suficiente para terminar a frase antes de dar um soco furioso em seu nariz, enquanto gritava:― Vai se foder, Brighthall! Caramba! Como você é capaz de falar tanta merda? Qual seu problema? Como você ousa humilhá-la assim?! ― A força bruta e a precisão do golpe resultaram em um fio de sangue que escorria de u
Depois de distribuir as ordens sobre Deirdre, Brendan virou-se para Sterling:― Quanto a esse idiota aqui, tenho alguns negócios inacabados ― ele rosnou ― estou ansioso para ver se consigo vencer o desejo de um homem pela mulher de outro homem! ― O coração de Deirdre falhou uma batida e o pânico a possuiu. A jovem se desvencilhou dos seguranças e agarrou o braço de Brendan:― Não! O que você está planejando fazer, Brendan?! Isso é entre nós dois! Você pode gritar e me dar socos, mas por favor… não arraste um terceiro para isso! ― Seu instinto de defender Sterling fez os olhos de Brendan ficarem mais frios:― 'Terceiro'? ― Ele repetiu zombeteiramente ― Acho que nenhuma mulher ficaria feliz em fugir com um ‘terceiro', não é? De repente, o homem que você chama quando está inconsciente se tornou um ‘terceiro’, sem nome. Meu Deus, Deirdre, você é mesmo uma vadia insensível! Você poderia matar Sterling sem pestanejar, quando cansar dele, não é isso? Você não tem coração? ― Os olho
Entretanto, por trás da zombaria dos seguranças, havia uma acusação velada: Tudo que acontecesse com Sterling seria responsabilidade de Deirdre por tê-lo envolvido.‘Como esses homens podiam ser tão cruéis? Ela era tão humana quanto eles. Ela não era um brinquedo sem emoção! Por que ela deveria obedecer a todos os caprichos de Brendan? Porque ela teve a infelicidade de se tornar o objeto de obsessão de um monstro? Porque ela merecia ser punida por um dia ter aceitado se casar em uma relação temporária, e se tornando a Senhora Brighthall?’ A dor de Deirdre a consumia por dentro. Ela parecia ter esgotado todo seu estoque de lágrimas e agora tudo o que restava em seus olhos era um vazio sem fundo, ameaçando engolir, até mesmo, seu senso de identidade. Então, ela se lembrou. Sterling estava prestes a ser espancado por um homem extremamente violento. Com os dedos trêmulos, ela pensou em uma das manias de Brendan e tateou até o fundo do banco do motorista. Então, puxou uma faca e pres
A situação de Deirdre era crítica. A equipe de emergência levou horas de esforço extenuante para operá-la. Todos trabalhavam com a respiração suspensa e ninguém ousava relaxar. Quando finalmente acabou, eles deram um suspiro coletivo de alívio. Apesar dos médicos recomendarem que ela ficasse no hospital, Brendan usou dos recursos e de sua influência para conseguir que fosse liberada e levada para a mansão, onde ficaria de quarentena e em um verdadeiro cativeiro. Até mesmo o privilégio de transitar livremente tinha sido tomado da jovem. O próprio Brendan parecia ter desaparecido de sua vida e nas poucas vezes em que perguntou a um dos seguranças onde ele estava, tudo o que recebeu foi uma resposta desdenhosa, como:― Não faço ideia. ― Entretanto, alguns dias depois, quando descia as escadas, a jovem ouviu os brutamontes conversando entre si:― Sem brincadeira? Essa merda ainda é incompreensível para mim, sabia? Por que o Senhor Brighthall está mantendo a Senhorita Rosto de Amola
Deirdre estava prestes a desmoronar. A jovem respirava fundo, hiperventilando, então empurrou o médico para longe, mas sendo cega, tropeçou na perna da mesa e caiu para a frente. Sua bandagem ficou em um tom profundo de vermelho e o médico correu para ela, alarmado, mas Deirdre se levantou e se lançou novamente na direção da porta, com a dor esquecida. O segurança percebeu que algo estava errado e, em passos rápidos, a alcançou e a imobilizou, gritando: ― O que foi agora?! ― Deirdre gritou:― Deixe-me ir! Eu quero sair! ― ― Sem chance! ― Veio a resposta trovejante. O segurança nem franziu a testa, nem viu necessidade de ser mais gentil ― Senhor Brighthall te proibiu explicitamente de sair de casa, as ordens foram claras! ― Sua força contra Deirdre fez com que a ferida no pescoço se abrisse e sangue escorreu em profusão, fazendo o médico entrar em pânico. ― Isso não é nada bom! Prenda-a e não a deixe se mover mais! Se isso continuar, ela vai ter que voltar para a me
Brendan teve uma dor de cabeça abrupta. Ele não conseguia entender por que Deirdre causaria tanto sofrimento para si mesma. Ele então caminhou até a jovem, segurou seu pulso e exigiu:― Venha comigo, vamos comer alguma coisa! ― O cheiro familiar de seu antigo marido fez Deirdre sentir nojo e ela resmungou:― Não me toque! ― Mordendo o lábio, Deirdre lutou para afastar a mão. No entanto, como ela estava morrendo de fome e muito fraca. Sem muito esforço, Brendan puxou Deirdre para seu abraço, agarrando o queixo e erguendo a cabeça da jovem:― Que diabos está fazendo? Você acha que pode fazer o que quiser, porque conseguiu me ameaçar no outro dia? ― Deirdre sentiu uma dor aguda no queixo e, tentando se desvencilhar do aperto ela disse:― Você prometeu que não incomodaria Sterry! Você fez uma promessa! Então, por que ele tá sendo exposto daquela forma? ― Brendan ficou surpreso, por um momento, antes de berrar com raiva:― Então você passou fome e acabou com as minhas férias
Brendan franziu a testa:― Vou pegar uma tigela de mingau, para você. ― Brendan saiu imediatamente, desceu correndo a escada, encheu uma tigela de mingau e voltou a subir. Mas, ao abrir a porta, não viu Deirdre na cama. Preocupado, o homem correu os olhos pelo quarto até encontrar a jovem na sacada. Ele não sabia como Deirdre tinha conseguido chegar à janela da varanda, mas ficou chocado ao ver que ela havia aberto e estava completamente desprotegida. ― O que você está fazendo?! Volte aqui! ― O vento soprava nos ouvidos de Deirdre e ela tinha uma expressão vazia no rosto. Mas, não sentia mais dor, nem medo e tudo o que queria era se libertar o mais rápido possível. ― Brendan, não perturbe Sterry novamente. Ele é um dos poucos que me tratou bem. Querer ser sua esposa e fazer você me amar foi uma ilusão da minha parte, e sei que te deixei enojado. Sinto muito ― disse Deirdre, desculpando-se. Ela então fechou os olhos com determinação ― eu estou te dando minha vida. ― ―
Charlene ainda estava em uma cadeira de rodas e seus olhos ficaram vermelhos quando ela percebeu a injustiça a que seria submetida.― Brendan, você quer que eu doe meu sangue para aquela mulher? Você sabe que ainda não me recuperei... ― ― Quando ela estava grávida, doou sangue para você, não foi? ― Brendan impediu Charlene de fazer objeções ― Ela não deve morrer! Vou dizer à enfermeira para ter cuidado ao tirar seu sangue, para que não afete sua recuperação. ― A observação de Brendan foi, na verdade, um ultimato. Charlene parecia triste e arranhou a capa de couro da cadeira de rodas com as unhas, com tanta força que quase rasgou o tecido. Mas, no fim, ela forçou um sorriso e disse:― Bem, é uma vida humana, afinal. Contanto que ela sobreviva, não importa que eu morra, pode tirar todo o sangue necessário... ― Assim que ela terminou sua frase, a enfermeira apareceu, esbaforida:― O doador de sangue está aqui? E quem é o parente mais próximo da paciente? Preciso de uma assinatu