‘Vai me levar para onde?’ Deirdre pensou. Não que ela fosse receber uma resposta, mesmo que perguntasse. Ela se levantou e se trocou. Então, quando chegaram à porta da frente, Brendan tirou o cachecol e enrolou no pescoço dela. Deirdre ficou um pouco incomodada com o gesto. Eles, saíram e entraram no carro. Então, a jovem esperou mais um pouco, antes de tirar o lenço e segurá-lo na mão. Depois de um tempo dirigindo, o carro encostou e o empresário anunciou:― Chegamos. ―O homem tirou o cinto de segurança e Deirdre. Ela desceu do veículo e a seguiu. Eles estavam em algum lugar movimentado. Ela podia ouvir o tráfego e a multidão ao seu redor, então eles deviam estar no meio de uma rua movimentada. Brendan pegou a mão dela e disse:― Eu guio você. ― O homem demonstrava uma paciência sem precedentes. Com ela a reboque, ele teceu através do mar de pessoas, e a confusão da jovem crescia. Então, finalmente, ela ouviu alguém dizer:― Sejam bem-vindos! ― Eles haviam entrad
Deirdre finalmente conseguiu soltar a respiração dolorida que segurava desde a morte de Bliss. A jovem sentia o cachorrinho empurrando seu rosto perto do dela, choramingando com ela enquanto ela soluçava e esse conforto era indescritível, era como se o animal a estivesse consolando e Deirdre imaginou que Bliss teria feito a mesma coisa. Deirdre baixou os olhos para o chão. As nuvens de tempestade que pareciam permanentes em seu semblante desapareceram, e Brendan foi a única testemunha de sua transformação sutil. Embora conseguisse observar a mudança de Deirdre, estava cego para a sua própria. A marca registrada da severidade em seu semblante havia se suavizado em uma alegria mansa e melancólica. Eles caminharam por um tempo até que, de repente, Deirdre parou. Brendan quase seguiu, sem perceber, mas fez uma pausa e se virou, com uma expressão curiosa no rosto:― O que está errado? ― Com uma carranca, Deirdre tombava a cabeça de um lado para o outro, tentando focar sua audiçã
Brendan sempre achou Deirdre linda. Ele costumava acreditar que tinha esse pensamento só porque ela se parecia com Charlene. No entanto, seu pensamento permaneceu inalterado, embora Deirdre estivesse com o rosto desfigurado, há muito tempo. A boca de Deirdre estava aberta, mas ela não conseguia dizer uma única palavra. Ela só se sentiu estranha. Enquanto tentava mudar de assunto, a criança em seus braços começou a chorar, agarrando sua gola, sem intenção de soltá-la. ― O que foi, minha querida, aconteceu alguma coisa? Você está se sentindo desconfortável? ― Deirdre ficou nervosa, mas não perdeu a calma. Ela deu um tapinha nas costas da criança com uma mão, enquanto tocava a testa com a outra. Os movimentos foram naturais, como se a jovem estivesse acostumada a cuidar de crianças e a garotinha em seus braços parou de chorar. Brendan sentiu-se bastante deslumbrado enquanto observava Deirdre. Ele não conseguia deixar de pensar em como seria bom se a criança fosse filha deles.
Era óbvio que o homem estava se esforçando muito para ser compensado porque sabia que Brendan era rico. O empresário conhecia aquele tipo de gente e resolveu agir de acordo: ― 50.000 dólares realmente não é grande coisa ― disse, com indiferença. O casal parecia animado enquanto o empresário fixava neles seus olhos frígidos. Então, Brendan acrescentou de maneira condescendente:― Mas, eu não daria isso a pessoas como você. Não pagaria nem 5 dólares a lixos como vocês. Apenas chame a polícia, ou eu mesmo farei isso! ― ― Com base em que você faria isso?! ― Brendan deu um passo à frente e respondeu de maneira intimidadora:― Vocês dois estão abusando de sua própria filha. Este fato por si só é mais do que suficiente para prendê-los! ― O homem recuou ao ver os modos imponentes de Brendan. Somente quando a mulher o empurrou de volta na direção do empresário, ele criou coragem para gritar:― O que você quer dizer com isso? Como estamos abusando de nossa própria filha? ― Dei
O médico careca tinha um par de olhos penetrantes e atenciosos. Quando ele viu as mãos de Brendan no volante, notou que a manga do braço esquerdo estava coberta de sangue, o instinto do médico o levou a correr em direção a Brendan e ele se engasgou quando viu hematomas e marcas de sangue em seus braços. ― Você quebrou algo com o cotovelo? Por que ele está cheio de hematomas? Que falta de cuidado é essa com seu corpo e sua saúde? ― No passado, o médico não teria coragem de falar dessa maneira. Mas, estava tão furioso e ansioso que ordenou:― Vá, sente-se no banco de trás. Vou dirigir até o hospital. Não tenho nenhum equipamento de teste aqui, então não posso garantir que você não tenha quebrado nada! ― ― NÃO! ― Brendan teimou.― Basta ouvir o doutor Ginger. ― Deirdre interrompeu abruptamente. Seus olhos estavam frouxos, mas ela gradualmente apertou os punhos nas mangas. Ela não conseguia entender por que Brendan tinha mudado tanto que agia completamente diferente de seu eu norm
‘Como ela pôde ir embora assim?’ A alergia de Brendan estava tão forte que ele tinha dificuldade até mesmo para respirar e a vermelhidão em suas mãos e rosto era tão intensa que coçava e doía. Mas, mesmo assim, Deirdre não tinha esperado para vê-lo melhorar. ― Bren... você está bem? Apenas deixe Deirdre para lá. ― Charlene estava animada porque os dois finalmente teriam um tempo a sós. Ela se sentou ao lado de Brendan. ― É bom que eu possa ficar aqui com você. ― Antes que Charlene pudesse se acomodar, Brendan levantou-se abruptamente e puxou os acessos do soro intravenoso. ― Bren! O que você está fazendo? ― Charlene entrou em pânico, mas Brendan a ignorou. Seus olhos estavam vermelhos quando ele correu desesperadamente para fora da enfermaria. Sem hesitar, nem por um minuto, o empresário saiu do hospital e parou um táxi, querendo voltar para a mansão. Como ainda sentia os sintomas da alergia, incluindo dor no braço e dificuldade para respirar, ficou ainda mais furioso. —
‘De volta aos velhos tempos…’ Deirdre sentiu uma dor aguda no coração e lágrimas brotaram de seus olhos.― Nunca poderíamos voltar aos velhos tempos. ― Embora ela dissesse isso com determinação, ela estava absolutamente tocada com a proposta. Ela encontraria sua mãe novamente em nove dias e poderia ser bom para Ophelia se Brendan e Deirdre se tratassem com respeito, como nos velhos tempos. De qualquer forma, era inútil torturar um ao outro, como tinham acostumado a fazer. A jovem pensou que seria bom o suficiente, desde que ela conseguisse ser emocionalmente separada de Brendan para sempre. Por fim, ela cedeu. ― Brendan, não tenho mais nada para buscar nesta vida. A única coisa que me importa é minha mãe. Contanto que ela esteja sã e salva e você mantenha sua promessa, eu posso, ehhhhh, tentar voltar aos velhos tempos. ―Deirdre reuniu toda a sua coragem para dizer isso, mas o entusiasmo nos olhos de Brendan havia se dissipado gradualmente. ‘Enquanto Ophelia estiver sã e sa
―Não, claro que não. ― Brendan fez o possível para negar. ‘Se eu odeio Lena? Isso seria impossível, claro. Lena é minha salvadora, então nunca me sentiria assim por ela sem nenhum motivo específico.' A expressão de Charlene relaxou um pouco, quando ela percebeu como Brendan estava determinado a negar. Ela se sentou mais perto dele e disse:― Por que você saiu tão de repente? Mesmo que haja algo importante para fazer na empresa, você ainda precisa priorizar sua saúde acima de qualquer outra coisa, não é? ― ― Sim ― Brendan respondeu com indiferença, mas seu olhar estava constantemente varrendo a porta fechada. Charlene deu uma olhada na porta também. Ela sentiu o coração disparar, mas forçou uma risada:― O que você está olhando... Brendan? Você precisa de algo? ― Brendan foi direto ao ponto:― Onde está Deirdre? Por que ela ainda não voltou? Ela não deveria trazer água para mim? ― O sorriso de Charlene congelou em seu rosto, mas ela logo se recuperou:― Ela... me passo