― Estou acatando a sugestão do doutor Ginger — Deirdre respondeu categoricamente, mas deixou o casaco cair sobre os ombros. ― Ele disse que um estilo de vida fechado também não ajudaria na minha recuperação, então me orientou a sair e mergulhar um pouco nos elementos. ― ― Eu não acho que sua desculpa justifique não estar vestida adequadamente para enfrentar o frio, não é? Como você vai ver Ophelia se pegar um resfriado? ― Houve um plop quando a tesoura de jardinagem caiu no chão. Deirdre olhou para Brendan incrédula, sua ferramenta esquecida e seus olhos sem vida tremendo nas órbitas.― O que você disse? ― A voz estava tremendo. ― Eu disse... ― Brendan repetiu com enunciação enfática. ― Que Ophelia está pronta para voltar. Ela estará conosco em dez dias. ― Isso significava mais do que o mundo para ela. Seus olhos ficaram vermelhos instantaneamente e a jovem se agarrou ao colarinho de Brendan, apesar de ter reprimido a maior parte de sua excitação violenta, e balbuciou:― N
― A verdade por trás do nosso...? ― A ira de Brendan era palpável. ― O que você quer dizer com isso? ― Deirdre entrou em pânico. Brendan sabia exatamente o que ela queria dizer e fez essa pergunta de qualquer maneira. Como ela deveria responder? Brendan fechou os dedos em volta do pulso dela, enquanto seu belo rosto se aproximava.― Nós ainda somos marido e mulher, Deirdre. ― Ele afirmou, prolongando cada palavra e dando ênfase ao ‘ainda’. ― Você deveria se lembrar disso. Não sou um homem poliamoroso amando um harém de mulheres. Tudo o que você precisa fazer é ficar no seu canto e parar de tentar machucar Lena e eu juro que você sempre terá um abrigo em mim. Não é possível para nós… voltar a ser como costumava ser? ― Brendan enrijeceu. ‘Brendan realmente disse isso? Por que ele diria isso? Afinal, esse é o desejo mais profundo dele? Voltar àquele tempo?’ Deirdre ficou tão surpresa que nem conseguiu se livrar do próprio choque. Sua voz, seu pedido, reverberou dentro de seu cére
Brendan admitia que poderia tê-la interrompido antes, e que estava se sentindo bem com a visão do corpo despido, mas absolutamente não gostou de ver a reação inicial dela à chegada dele. Era como se ela o estivesse acusando de ser apenas um animal faminto por sexo. — Vim aqui para descansar, Deirdre. — — Descansar? — — Sim. Descansar — ele respondeu, lentamente. — Olhe, será muito fácil para Ophelia ver através de nossa fachada atual. Você sente repulsa por mim e isso é tão óbvio que até eu percebi. A boa notícia é que temos 10 dias para entrar lentamente em alguma aparência de intimidade. Vai parecer natural no final. — O rosto de Deirdre empalideceu e Brendan, sentindo uma revolta, mudou de tática:— Mas, se você se opõe a isso, tudo bem por mim. — 'Se eu me oponho?’ Deirdre perdeu o ar. Sua real intenção era óbvia, mas isso não era opcional para ela. Ela tinha que agradá-lo, não apenas por causa de Ophelia, mas porque conhecia Brendan muito bem. Ele era o homem que far
‘Vai me levar para onde?’ Deirdre pensou. Não que ela fosse receber uma resposta, mesmo que perguntasse. Ela se levantou e se trocou. Então, quando chegaram à porta da frente, Brendan tirou o cachecol e enrolou no pescoço dela. Deirdre ficou um pouco incomodada com o gesto. Eles, saíram e entraram no carro. Então, a jovem esperou mais um pouco, antes de tirar o lenço e segurá-lo na mão. Depois de um tempo dirigindo, o carro encostou e o empresário anunciou:― Chegamos. ―O homem tirou o cinto de segurança e Deirdre. Ela desceu do veículo e a seguiu. Eles estavam em algum lugar movimentado. Ela podia ouvir o tráfego e a multidão ao seu redor, então eles deviam estar no meio de uma rua movimentada. Brendan pegou a mão dela e disse:― Eu guio você. ― O homem demonstrava uma paciência sem precedentes. Com ela a reboque, ele teceu através do mar de pessoas, e a confusão da jovem crescia. Então, finalmente, ela ouviu alguém dizer:― Sejam bem-vindos! ― Eles haviam entrad
Deirdre finalmente conseguiu soltar a respiração dolorida que segurava desde a morte de Bliss. A jovem sentia o cachorrinho empurrando seu rosto perto do dela, choramingando com ela enquanto ela soluçava e esse conforto era indescritível, era como se o animal a estivesse consolando e Deirdre imaginou que Bliss teria feito a mesma coisa. Deirdre baixou os olhos para o chão. As nuvens de tempestade que pareciam permanentes em seu semblante desapareceram, e Brendan foi a única testemunha de sua transformação sutil. Embora conseguisse observar a mudança de Deirdre, estava cego para a sua própria. A marca registrada da severidade em seu semblante havia se suavizado em uma alegria mansa e melancólica. Eles caminharam por um tempo até que, de repente, Deirdre parou. Brendan quase seguiu, sem perceber, mas fez uma pausa e se virou, com uma expressão curiosa no rosto:― O que está errado? ― Com uma carranca, Deirdre tombava a cabeça de um lado para o outro, tentando focar sua audiçã
Brendan sempre achou Deirdre linda. Ele costumava acreditar que tinha esse pensamento só porque ela se parecia com Charlene. No entanto, seu pensamento permaneceu inalterado, embora Deirdre estivesse com o rosto desfigurado, há muito tempo. A boca de Deirdre estava aberta, mas ela não conseguia dizer uma única palavra. Ela só se sentiu estranha. Enquanto tentava mudar de assunto, a criança em seus braços começou a chorar, agarrando sua gola, sem intenção de soltá-la. ― O que foi, minha querida, aconteceu alguma coisa? Você está se sentindo desconfortável? ― Deirdre ficou nervosa, mas não perdeu a calma. Ela deu um tapinha nas costas da criança com uma mão, enquanto tocava a testa com a outra. Os movimentos foram naturais, como se a jovem estivesse acostumada a cuidar de crianças e a garotinha em seus braços parou de chorar. Brendan sentiu-se bastante deslumbrado enquanto observava Deirdre. Ele não conseguia deixar de pensar em como seria bom se a criança fosse filha deles.
Era óbvio que o homem estava se esforçando muito para ser compensado porque sabia que Brendan era rico. O empresário conhecia aquele tipo de gente e resolveu agir de acordo: ― 50.000 dólares realmente não é grande coisa ― disse, com indiferença. O casal parecia animado enquanto o empresário fixava neles seus olhos frígidos. Então, Brendan acrescentou de maneira condescendente:― Mas, eu não daria isso a pessoas como você. Não pagaria nem 5 dólares a lixos como vocês. Apenas chame a polícia, ou eu mesmo farei isso! ― ― Com base em que você faria isso?! ― Brendan deu um passo à frente e respondeu de maneira intimidadora:― Vocês dois estão abusando de sua própria filha. Este fato por si só é mais do que suficiente para prendê-los! ― O homem recuou ao ver os modos imponentes de Brendan. Somente quando a mulher o empurrou de volta na direção do empresário, ele criou coragem para gritar:― O que você quer dizer com isso? Como estamos abusando de nossa própria filha? ― Dei
O médico careca tinha um par de olhos penetrantes e atenciosos. Quando ele viu as mãos de Brendan no volante, notou que a manga do braço esquerdo estava coberta de sangue, o instinto do médico o levou a correr em direção a Brendan e ele se engasgou quando viu hematomas e marcas de sangue em seus braços. ― Você quebrou algo com o cotovelo? Por que ele está cheio de hematomas? Que falta de cuidado é essa com seu corpo e sua saúde? ― No passado, o médico não teria coragem de falar dessa maneira. Mas, estava tão furioso e ansioso que ordenou:― Vá, sente-se no banco de trás. Vou dirigir até o hospital. Não tenho nenhum equipamento de teste aqui, então não posso garantir que você não tenha quebrado nada! ― ― NÃO! ― Brendan teimou.― Basta ouvir o doutor Ginger. ― Deirdre interrompeu abruptamente. Seus olhos estavam frouxos, mas ela gradualmente apertou os punhos nas mangas. Ela não conseguia entender por que Brendan tinha mudado tanto que agia completamente diferente de seu eu norm