Mas, agora Deirdre não tinha motivos para se forçar a comer algo de que não gostava. ― Você não consegue entender por que eu comia isso antes? ― Deirdre respirou fundo. ― É porque, na época, as coisas que você me dava eram as mais preciosas para mim. Embora o anel você tenha comprado para mim não servisse, eu relutava em tirá-lo. Eu preferia colocar alguma coisa no anel e usar no dedo, mas agora... ― Ela estremeceu enquanto respirava, mas não continuou. Brendan, no entanto, parecia ter levado um soco no rosto e encontrado a resposta sozinho. Era porque Deirdre não o amava mais. Portanto, ela não trataria o que quer que ele comprasse como um tesouro. A massa havia derretido em uma poça de chocolate, no chão, já que ela não precisava mais se forçar a comer aquilo. Brendan sentiu uma dor súbita no coração e sentiu-se tão abafado que teve dificuldade para respirar. Ele não entendia por que se sentiria desconfortável e furioso. No entanto, claramente sentiu que algo o separava d
― Brendan? Por que você não está respondendo? ― Charlene ficou bastante surpresa quando não recebeu uma resposta. Por isso, mordeu o lábio inferior e disse: ― Você ainda está com raiva de mim? ― Deirdre só conseguiu dizer:― Brendan não está no escritório. ― Assim que essas palavras foram ditas, a expressão de Charlene mudou drasticamente e sua voz se transformou em um guincho agudo:― Deirdre! Por que você está atendendo o telefone de Brendan?! Quem lhe deu permissão para fazer isso? Passe o telefone para Brendan imediatamente. ― Sua voz era tão penetrante que Deirdre não teve escolha, a não ser segurar o telefone mais longe do ouvido. E, sem conseguir se conter, acabou zombando: ― Charlene, seria melhor para você ser gentil. Se Brendan estiver ao meu lado, provavelmente ficará muito desapontado ao ouvir seu tom hostil. ― Pare de falar besteira. Deirdre, sua vadia. Você descobriu uma maneira de fazer Brendan ir até você? Você vai tirar Brendan de mim? ― Charlene havia
Com esse pensamento, Brendan tinha problemas para esconder sua agitação e teve que se acalmar por um momento, antes de dizer:― Não tenho nenhum assunto urgente para resolver hoje, então voltei para casa para descansar. Não pense demais na situação. ― E, antes que ouvir uma resposta, encerrou a ligação. Charlene cerrou os dentes e varreu todos os itens da mesa, com raiva, depois de ver a tela escura de seu telefone. ‘Deirdre! Deirdre! Sempre a desgraçada da Deirdre! Se não fosse por ela, Brendan e eu teríamos consumado nosso relacionamento ontem à noite e talvez eu já estivesse grávida de um filho dele. Mas, Deirdre sempre tem que destruir tudo!' Sem conseguir segurar a ira, Charlene gritou:― Eu quero que você morra! Sua maldita! ― Depois de desabafar sua raiva, Charlene se virou e encontrar a assistente de Brendan parada na porta, parecendo envergonhada. Um olhar de surpresa passou por sua expressão. A assistente reprimiu seu choque quando seus olhos encontraram os de
De fato, o que Brendan esperava era justamente aquilo. Que Deirdre engravidasse dele, mais uma vez. No entanto, ficou intrigado e descontente com a atitude da jovem. ― Sim, você vai ter um filho ― disse Brendan, em um tom calmo. ― Eu me recuso a acreditar que você não quer mais ter um filho! ― Deirdre respirou fundo, porque se sentia sufocada.― E de quem seria esse filho que vou gerar? Seu? ― ― De quem mais? ― A voz de Brendan tornou-se indiferente, abruptamente, como se duvidasse que tivesse ouvido o que Deirdre dizia. Seus olhos escuros ficaram frios também. ― Com quem mais você quer ter um filho, além de mim? ― Deirdre queria rir, mas não conseguiu, pois o nervoso a fez sentir um refluxo ácido na garganta. Brendan havia assassinado seu primeiro filho e quase acabado com sua capacidade de se tornar mãe, no processo. Mas, alegou que a ajudaria a procurar tratamento, como se estivesse fazendo caridade. 'Ele acha que fazer isso compensará sua culpa e as dificuldades que
― Você só precisa cumprir meu tratamento e tomar a medicação líquida. ― Os olhos vazios de Deirdre finalmente se moveram uma vez e seus lábios macios se separaram para deixar escapar:― Vá embora. ― ― Senhora... Você realmente não precisa ficar tão triste! Você poderá engravidar de novo... ― Deirdre estendeu a mão e derrubou o copo de remédio e a água morna. Ela não sentiu nada, embora a água espirrasse em sua mão. Então, olhou para o médico, com os olhos vermelhos, e disse:― Eu disse para você ir embora! Você não consegue me ouvir? Eu não vou tomar o remédio! ― O médico ficou atordoado, mas logo notou a mão de Deirdre:― Sua mão está machucada! ― ― Me deixa! ― O Doutor Ginger não tinha ideia do que fazer contra a resistência dela, então só pôde ligar para Brendan, para relatar a situação. Imediatamente, Brendan saiu de uma reunião importante e, dirigindo como um possesso, retornou para a mansão, onde encontrou Deirdre sentada no sofá, assim que entrou em casa.
Em uma tarde, depois de o médico sair para comprar alguns itens para os remédios prescritos, Deirdre foi deixada sozinha na mansão. Como estava entediada de ficar no quarto, tateou até o andar de baixo. Assim que chegou à sala, ouviu barulho do lado de fora e presumiu que doutor Ginger havia voltado. Então, ouviu o som de saltos altos estalando nos ladrilhos, aproximando-se dela. Charlene apareceu na porta, com arrogância, e mesmo com a distância que as separava Deirdre pôde sentir seu ódio. Mas, não achou o acontecimento surpreendente. Na verdade, ela pensou que Charlene tinha até demorado para aparecer ali. A jovem cega ignorou a impostora e recostou-se no sofá. Mas, Charlene zombou ao sentir o cheiro pungente no ar:― Por que essa casa cheira tanto a remédio? Deirdre, você está morrendo? ― Não havia mais ninguém escutando a conversa, então Charlene falou em seu tom áspero e verdadeiro. Deirdre respondeu com indiferença:― Sinto muito por desapontá-la. Mas, não vou morr
A impostora parecia ter perdido a discussão, No entanto, um momento depois, o olhar de Charlene ficou afiado e seus lábios se curvaram em um sorriso de alegria, quando se lembrou de um assunto específico. ‘Deidre ainda vai ter a língua afiada quando souber de toda a verdade?’ Charlene ansiava muito por isso. Acreditando que a conversa tinha terminado, Deirdre não se incomodou mais em rodeios, então se virou e subiu as escadas depois de terminar a frase. ― Espere ― Charlene sorriu largamente e disse: ― Não tenha tanta pressa de ir embora. Há outra coisa que eu queria dizer quando decidi vir aqui hoje. ― ― Não me importa. ― Deirdre continuou a subir as escadas. Sem se abalar, Charlene falou lentamente:― Tem certeza de que não te importa? Isso está relacionado com sua mãe. ― Os passos de Deirdre pararam. 'Minha mãe?' Mesmo sabendo que nada de bom jamais sairia da boca de Charlene, Deirdre ainda não pôde deixar de parar, porque queria muito informações relacionadas à m
Enquanto buscava ar, o rosto de Charlene estava verde e roxo. Ela quase desmaiara e seus lábios tremiam. Deirdre ainda queria se jogar em Charlene, mas foi impedida pelo segurança. Charlene disse:― Você não se perguntou por que Brendan se recusa a deixar você ver Ophelia, Deirdre?! É porque ela está morta, claro! Seu cadáver foi reduzido a cinzas! Portanto, você não encontrará uma pessoa morta, não importa o quão obediente você seja. Você pode perguntar pessoalmente a Brendan se não acredita em mim. Veja como ele vai te responder! ― Ao dizer isso, Charlene percebeu que o tempo estava acabando, então se virou e saiu, acompanhada pelo segurança. Sozinha, Deirdre se sentou no tapete e sentiu um frio gelado se espalhar pelo corpo. Havia confusão e medo em seus olhos, quando murmurou para si mesma:― Não pode ser... Não pode ser... Brendan prometeu que deixaria minha mãe em paz se eu concordasse em ser o bode expiatório. Como ela está morta? Como? ― Ela tentou se convencer rep