De fato, o que Brendan esperava era justamente aquilo. Que Deirdre engravidasse dele, mais uma vez. No entanto, ficou intrigado e descontente com a atitude da jovem. ― Sim, você vai ter um filho ― disse Brendan, em um tom calmo. ― Eu me recuso a acreditar que você não quer mais ter um filho! ― Deirdre respirou fundo, porque se sentia sufocada.― E de quem seria esse filho que vou gerar? Seu? ― ― De quem mais? ― A voz de Brendan tornou-se indiferente, abruptamente, como se duvidasse que tivesse ouvido o que Deirdre dizia. Seus olhos escuros ficaram frios também. ― Com quem mais você quer ter um filho, além de mim? ― Deirdre queria rir, mas não conseguiu, pois o nervoso a fez sentir um refluxo ácido na garganta. Brendan havia assassinado seu primeiro filho e quase acabado com sua capacidade de se tornar mãe, no processo. Mas, alegou que a ajudaria a procurar tratamento, como se estivesse fazendo caridade. 'Ele acha que fazer isso compensará sua culpa e as dificuldades que
― Você só precisa cumprir meu tratamento e tomar a medicação líquida. ― Os olhos vazios de Deirdre finalmente se moveram uma vez e seus lábios macios se separaram para deixar escapar:― Vá embora. ― ― Senhora... Você realmente não precisa ficar tão triste! Você poderá engravidar de novo... ― Deirdre estendeu a mão e derrubou o copo de remédio e a água morna. Ela não sentiu nada, embora a água espirrasse em sua mão. Então, olhou para o médico, com os olhos vermelhos, e disse:― Eu disse para você ir embora! Você não consegue me ouvir? Eu não vou tomar o remédio! ― O médico ficou atordoado, mas logo notou a mão de Deirdre:― Sua mão está machucada! ― ― Me deixa! ― O Doutor Ginger não tinha ideia do que fazer contra a resistência dela, então só pôde ligar para Brendan, para relatar a situação. Imediatamente, Brendan saiu de uma reunião importante e, dirigindo como um possesso, retornou para a mansão, onde encontrou Deirdre sentada no sofá, assim que entrou em casa.
Em uma tarde, depois de o médico sair para comprar alguns itens para os remédios prescritos, Deirdre foi deixada sozinha na mansão. Como estava entediada de ficar no quarto, tateou até o andar de baixo. Assim que chegou à sala, ouviu barulho do lado de fora e presumiu que doutor Ginger havia voltado. Então, ouviu o som de saltos altos estalando nos ladrilhos, aproximando-se dela. Charlene apareceu na porta, com arrogância, e mesmo com a distância que as separava Deirdre pôde sentir seu ódio. Mas, não achou o acontecimento surpreendente. Na verdade, ela pensou que Charlene tinha até demorado para aparecer ali. A jovem cega ignorou a impostora e recostou-se no sofá. Mas, Charlene zombou ao sentir o cheiro pungente no ar:― Por que essa casa cheira tanto a remédio? Deirdre, você está morrendo? ― Não havia mais ninguém escutando a conversa, então Charlene falou em seu tom áspero e verdadeiro. Deirdre respondeu com indiferença:― Sinto muito por desapontá-la. Mas, não vou morr
A impostora parecia ter perdido a discussão, No entanto, um momento depois, o olhar de Charlene ficou afiado e seus lábios se curvaram em um sorriso de alegria, quando se lembrou de um assunto específico. ‘Deidre ainda vai ter a língua afiada quando souber de toda a verdade?’ Charlene ansiava muito por isso. Acreditando que a conversa tinha terminado, Deirdre não se incomodou mais em rodeios, então se virou e subiu as escadas depois de terminar a frase. ― Espere ― Charlene sorriu largamente e disse: ― Não tenha tanta pressa de ir embora. Há outra coisa que eu queria dizer quando decidi vir aqui hoje. ― ― Não me importa. ― Deirdre continuou a subir as escadas. Sem se abalar, Charlene falou lentamente:― Tem certeza de que não te importa? Isso está relacionado com sua mãe. ― Os passos de Deirdre pararam. 'Minha mãe?' Mesmo sabendo que nada de bom jamais sairia da boca de Charlene, Deirdre ainda não pôde deixar de parar, porque queria muito informações relacionadas à m
Enquanto buscava ar, o rosto de Charlene estava verde e roxo. Ela quase desmaiara e seus lábios tremiam. Deirdre ainda queria se jogar em Charlene, mas foi impedida pelo segurança. Charlene disse:― Você não se perguntou por que Brendan se recusa a deixar você ver Ophelia, Deirdre?! É porque ela está morta, claro! Seu cadáver foi reduzido a cinzas! Portanto, você não encontrará uma pessoa morta, não importa o quão obediente você seja. Você pode perguntar pessoalmente a Brendan se não acredita em mim. Veja como ele vai te responder! ― Ao dizer isso, Charlene percebeu que o tempo estava acabando, então se virou e saiu, acompanhada pelo segurança. Sozinha, Deirdre se sentou no tapete e sentiu um frio gelado se espalhar pelo corpo. Havia confusão e medo em seus olhos, quando murmurou para si mesma:― Não pode ser... Não pode ser... Brendan prometeu que deixaria minha mãe em paz se eu concordasse em ser o bode expiatório. Como ela está morta? Como? ― Ela tentou se convencer rep
― Você só precisa me responder se minha mãe ainda está viva ou não! ― Deirdre sofria de mais um colapso emocional. Suas lágrimas se infiltraram em sua boca, e ela podia provar sua amargura. ― Brendan! Você prometeu! Você me prometeu que cuidaria da minha mãe se eu concordasse em ser o bode expiatório de Charlene! Se algo de ruim aconteceu com ela, vou te odiar pelo resto da minha vida! ― 'Se algo de ruim aconteceu com ela, vou te odiar pelo resto da minha vida!' O humor de Brendan foi afetado e seu padrão respiratório também mudou. Sua voz soou fria quando ele disse:― Não! Ophelia ainda está bem e segura no hospital! Deirdre, pare de acreditar em boatos e aprenda a pensar em todas as situações. Se Ophelia estivesse morta, ela estaria morta. Por que eu mentiria para você sobre isso? ― Deirdre soluçou silenciosamente e balançou a cabeça. Ela estava quase histérica.― Não sei... ― Ela não tinha ideia do motivo que faria Brendan mentir para ela sobre esse assunto, mas não tinh
Ela acreditava que não terminaria como quando se jogou do primeiro andar se pulasse dali. Na outra queda, havia quebrado algumas costelas, mas sobrevivido e recebido alta do hospital. Entretanto, morreria se caísse deste andar. No entanto, Deirdre não sentiu um pingo de medo em seu coração ao sentir o vento forte em seu corpo. Se aproximou e sentou-se no parapeito, com facilidade, deixando os pés pendurados no ar. Parecia que ela havia viajado no tempo enquanto brincava com a água do lago da periferia em que vivia, na infância e adolescência. Ela se sentiu mais alegre e relaxada do que nunca. O médico percebeu que algo estava errado e subiu correndo para o segundo andar. Sua expressão ficou pálida de medo quando viu a jovem pendurada e gritou:― Por favor, não faça nada precipitado! Desça daí, rápido! ― ― Não se aproxime de mim. ― Deirdre respondeu, sem ao menos virar a cabeça. A jovem sustinha uma expressão tão vazia e seu cabelo dançava no vento forte em uma melancolia que
― Tenho algo importante para resolver. Adie a reunião! ― Sam ficou atordoado e seu rosto empalideceu:― Senhor Brighthall! Você está atrás desse projeto, há mais de seis meses! ― ― Eu disse, adie! E compre passagens de volta para Neve, imediatamente. Nós vamos voltar, o quanto antes. ― Sam notou que algo estava errado:― O que está acontecendo em Neve? ― ― Deirdre está ameaçando cometer suicídio na varanda do segundo andar da mansão. ― Brendan queria pegar um voo direto para Neve, mas fazer isso não era tão simples como ele pensava que seria. Não havia voo disponível para nenhum horário breve. O primeiro voo decolaria à meia-noite e ele precisaria esperar mais cinco horas. Entretanto, com esse tempo todo de espera, Deirdre não precisaria nem pular. Considerando o estado de saúde da jovem e o vento frio do outono, ela não suportaria nem três horas na varanda, com seu estado fragilizado de saúde. Desesperado, Brendan providenciou um jato particular. Mesmo assim, mai