Enquanto buscava ar, o rosto de Charlene estava verde e roxo. Ela quase desmaiara e seus lábios tremiam. Deirdre ainda queria se jogar em Charlene, mas foi impedida pelo segurança. Charlene disse:― Você não se perguntou por que Brendan se recusa a deixar você ver Ophelia, Deirdre?! É porque ela está morta, claro! Seu cadáver foi reduzido a cinzas! Portanto, você não encontrará uma pessoa morta, não importa o quão obediente você seja. Você pode perguntar pessoalmente a Brendan se não acredita em mim. Veja como ele vai te responder! ― Ao dizer isso, Charlene percebeu que o tempo estava acabando, então se virou e saiu, acompanhada pelo segurança. Sozinha, Deirdre se sentou no tapete e sentiu um frio gelado se espalhar pelo corpo. Havia confusão e medo em seus olhos, quando murmurou para si mesma:― Não pode ser... Não pode ser... Brendan prometeu que deixaria minha mãe em paz se eu concordasse em ser o bode expiatório. Como ela está morta? Como? ― Ela tentou se convencer rep
― Você só precisa me responder se minha mãe ainda está viva ou não! ― Deirdre sofria de mais um colapso emocional. Suas lágrimas se infiltraram em sua boca, e ela podia provar sua amargura. ― Brendan! Você prometeu! Você me prometeu que cuidaria da minha mãe se eu concordasse em ser o bode expiatório de Charlene! Se algo de ruim aconteceu com ela, vou te odiar pelo resto da minha vida! ― 'Se algo de ruim aconteceu com ela, vou te odiar pelo resto da minha vida!' O humor de Brendan foi afetado e seu padrão respiratório também mudou. Sua voz soou fria quando ele disse:― Não! Ophelia ainda está bem e segura no hospital! Deirdre, pare de acreditar em boatos e aprenda a pensar em todas as situações. Se Ophelia estivesse morta, ela estaria morta. Por que eu mentiria para você sobre isso? ― Deirdre soluçou silenciosamente e balançou a cabeça. Ela estava quase histérica.― Não sei... ― Ela não tinha ideia do motivo que faria Brendan mentir para ela sobre esse assunto, mas não tinh
Ela acreditava que não terminaria como quando se jogou do primeiro andar se pulasse dali. Na outra queda, havia quebrado algumas costelas, mas sobrevivido e recebido alta do hospital. Entretanto, morreria se caísse deste andar. No entanto, Deirdre não sentiu um pingo de medo em seu coração ao sentir o vento forte em seu corpo. Se aproximou e sentou-se no parapeito, com facilidade, deixando os pés pendurados no ar. Parecia que ela havia viajado no tempo enquanto brincava com a água do lago da periferia em que vivia, na infância e adolescência. Ela se sentiu mais alegre e relaxada do que nunca. O médico percebeu que algo estava errado e subiu correndo para o segundo andar. Sua expressão ficou pálida de medo quando viu a jovem pendurada e gritou:― Por favor, não faça nada precipitado! Desça daí, rápido! ― ― Não se aproxime de mim. ― Deirdre respondeu, sem ao menos virar a cabeça. A jovem sustinha uma expressão tão vazia e seu cabelo dançava no vento forte em uma melancolia que
― Tenho algo importante para resolver. Adie a reunião! ― Sam ficou atordoado e seu rosto empalideceu:― Senhor Brighthall! Você está atrás desse projeto, há mais de seis meses! ― ― Eu disse, adie! E compre passagens de volta para Neve, imediatamente. Nós vamos voltar, o quanto antes. ― Sam notou que algo estava errado:― O que está acontecendo em Neve? ― ― Deirdre está ameaçando cometer suicídio na varanda do segundo andar da mansão. ― Brendan queria pegar um voo direto para Neve, mas fazer isso não era tão simples como ele pensava que seria. Não havia voo disponível para nenhum horário breve. O primeiro voo decolaria à meia-noite e ele precisaria esperar mais cinco horas. Entretanto, com esse tempo todo de espera, Deirdre não precisaria nem pular. Considerando o estado de saúde da jovem e o vento frio do outono, ela não suportaria nem três horas na varanda, com seu estado fragilizado de saúde. Desesperado, Brendan providenciou um jato particular. Mesmo assim, mai
No último instante, instintivamente, Sam correu com o braço estendido e agarrou o pulso de Deirdre, no exato momento em que Deirdre saltou, sem a menor hesitação. Ele só descobriu como a mulher era absurdamente magra no momento em que agarrou seu pulso e o tranco que sentiu com o peso da jovem foi extremamente leve. Ela era toda pele e ossos. ― Senhora McQuenny! Me dê sua outra mão! Rápido! ― A expressão de Deirdre, que estava cheia de desespero, finalmente mudou ligeiramente quando ela ouviu a voz de Sam, mas foi apenas uma mudança momentânea. Lágrimas continuaram fluindo dos cantos de seus olhos constantemente. Ela ergueu a cabeça e disse com calma fingida:― Sam, eu geralmente o trato bem. Se você realmente quer fazer algo de bom para mim, apenas me solte, está bem? É muito doloroso viver. Deixe-me ficar com minha mãe e cumprir meu dever de filha. ― Sam sentiu uma dor no coração tão intensa, que não conseguia falar, muito menos puxar a jovem para cima. Brendan correu
― Enquanto há vida há esperança? ― Deirdre repetiu, com a voz recheada de uma ironia cruel. Durante muito tempo, apesar de todo desgosto e amargura, ela tentou viver com grande esforço, mas em troca de seu esforço, ela foi arrastada para este inferno de desespero. ― Minha mãe está morta e eu me transformei nesta criatura. Você me diz... O que mais há para esperar? ― Ela odiava Sam por dizer 'enquanto há vida, há esperança' tão facilmente. 'Ele não consegue ver que tudo o que resta da minha vida é escuridão?' ― Você ainda está mentindo para mim? Mesmo depois de tudo? ― Sam baixou os olhos e não respondeu. Então, Deirdre olhou para Brendan com ódio e desespero. ― Por que você não a trouxe com você se ela ainda está viva? Brendan, manter-me no escuro e usar minha mãe para me controlar lhe dá uma sensação de realização? ― Seu episódio histérico fez os olhos de Brendan ficarem vermelhos e ele se sentiu sufocado. Ele não queria que Ophelia morresse, mas mesmo assim, tinha acontec
O médico correu até Deirdre e tocou a testa da jovem com a mão, sua expressão indicava contrariedade quando disse apressadamente:― Leve-a para o quarto! O corpo está muito fraco. Ela não suporta tanto frio. Brendan carregou Deirdre até seu quarto e envolveu o corpo firmemente em um cobertor. Então, ligou o aquecedor, também. O nó na boca do estômago sentiu um leve alívio, quando percebeu o calor voltando ao corpo da mulher. O empresário deixou o resto para o médico. Brendan saiu para fumar, enquanto Sam guardava a porta. Ele disse com dificuldade quando notou Brendan:― Senhor Brighthall... ― Ele manteve a cabeça baixa, sua expressão dominada pelas emoções. O homem hesitou por um longo tempo antes de finalmente perguntar: ― A mãe da Senhora McQuenny ... ainda está viva? ― Brendan virou a cabeça e lançou um olhar frio para ele. Ele tinha um olhar seco e ameaçador em seus olhos:― O que você está tentando me dizer? ― Sam franziu os lábios:― Se a mãe da Senhora McQuenny
Todo o episódio da tentativa de suicídio estava relacionado com Ophelia. Mas, Brendan sabia há muito tempo o quanto a mãe era importante para Deirdre. Mesmo tendo deficiência intelectual e morando em péssimas condições, Ophelia carregou o pesado fardo de criar Deirdre sozinha. Para ganhar a vida, a mulher teve que trabalhar em jornadas pesadas e suportar todo tipo de preconceito, tanto por causa de sua condição quanto por ser mãe solteira. Certa vez, mesmo no auge de sua paixão, Deirdre sussurrou para ele:― Você é a segunda pessoa mais importante da minha vida. ― Ele estava agitado na época e a divertiu perguntando com uma cara fria:― Quem é a pessoa mais importante, então? ― ― Minha mãe, oras! ― Seu rostinho ficou escarlate porque ela interpretou mal a reação dele como ciúme. Então, se explicou, em pânico: ― Não entenda mal. ― ― O que há para eu entender mal? ― Deirdre riu, antes de responder:― Ela passou por muitas dificuldades por mim, então eu morreria de bom g