‘O que ele quer dizer com isso? Por que eu iria me lembrar de algo?’ Deirdre olhou contemplativamente enquanto Ryker saía da sala. Assim que ficou sozinha, ela embrulhou a bruschetta e enfiou na bolsa.Apenas três minutos depois, a porta se abriu e surpresa, Deirdre disse, enquanto se virava:— Você voltou rápido... —Mas quando ela olhou para trás, sua voz sumiu. Ela estava incrédula e suas pupilas ligeiramente contraídas.— Brendan? O que você está fazendo aqui? —O magnata apareceu em uma cadeira de rodas. Ele vestia um terno branco que acentuava seu físico alto e musculoso e seu rosto estava neutro, emanando uma presença imponente.— Sou eu quem deveria estar perguntando isso. O que você está fazendo aqui? — ele questionou, pensando que poderia estar enganado ao ver Deirdre entrando no local. Ele não esperava que ela fosse tão ousada.Deirdre recuperou a compostura.— Vim aqui para encontrar um amigo. —— Um amigo? — Brendan estreitou os olhos. — Você quer dizer Ryker? Des
Apesar de Deirdre, até aquele encontro, desconhecer a existência daquele lugar, Brendan demonstrava uma estranha familiaridade com os caminhos, como se fosse o dono de todo o resort e, num piscar de olhos, eles foram do meio da montanha até onde um Maybach modificado estava estacionado.Brendan abaixou a cabeça.— Você pode me dar uma mão? — ele perguntou.Deirdre franziu os lábios, mas mesmo assim o ajudou a entrar no carro. Ela faria qualquer coisa para conhecer seu filho. Ela não pôde deixar de notar o leve aroma de ervas medicinais no corpo do magnata, que se misturava com o cheiro das fontes termais.Brendan continuou, alheio à curiosidade dela.— Já chamei meu assistente. Ele estará aqui em breve. Você também pode entrar no carro. —Enquanto Deirdre se acomodava no veículo, ela não resistiu e perguntou:— Você está se sentindo... mal? —O olhar de Brendan perfurou o dela com uma agudeza que pareceu sondar sua alma.Deirdre tentou se ajeitar, só então percebendo o quão es
Charlie colocou a sacola no banco do passageiro, enquanto Brendan dizia:— Obrigado. Vamos embora. —O assistente deu a volta para entrar no carro, sob o olhar atento de Ryker, que aproveitava qualquer oportunidade para tentar observar se Deirdre também estava no veículo.Depois que a porta se fechou, Ryker recuou e sorriu.— Até a próxima visita. Desculpe por não ter sido um bom anfitrião desta vez. Da próxima vez que vier, por favor me avise que prepararemos tudo com mais cuidado. —Brendan acenou com a cabeça e o carro manobrou, sumindo no caminho para a rodovia. A julgar pelas expressões dos homens que acompanhavam Ryker, eles não estavam nada satisfeitos. Um deles se adiantou e perguntou:— Nós realmente iremos deixar que ele vá embora impune? Não é suspeito que a senhorita McQueeny tenha desaparecido logo depois que ele saiu? Tenho quase certeza de que ela estava ao lado dele no carro! —— O que adianta ter quase certeza se não a vimos? — Ryker estreitou os olhos e obs
A cada palavra de Deirdre, o rosto de Brendan ficava mais pálido, como se ele prendesse o ar, mas o magnata não respondeu e os dois ficaram em silêncio. Apenas quando o carro entrou em uma área bastante familiar. Deirdre olhou ao redor e percebeu que eles estavam indo em direção à mansão que compartilhava com Sterling.— Brendan, o que está acontecendo? — Deirdre se sentiu confusa. — Você disse que me levaria para conhecer Sean. Por que estamos de volta aqui? —O carro parou em frente à casa de Deirdre e a voz de Brendan soou fria:— Vocês ainda não podem se ver. —Deirdre cerrou os dentes ao ouvir isso e rebateu:— Eu deveria saber... No fim das contas, você não passa de um mentiroso! —A expressão de Brendan permaneceu inalterada, quando disse:— Não deixarei que você veja a criança até eu ter certeza de que você irá me obedecer. Uma vez que você concorde em nunca mais se encontrar com Ryker, marcarei um encontro. —A raiva de Deirdre explodiu.— Chantagem é a única maneira
Apesar de estar profundamente arrependida por ter preocupado Sterling, Deirdre tinha tanta coisa para processar sobre o encontro com Ryker que seu rosto ficou pálido. Percebendo a seriedade da situação, Sterling foi compreensivo e disse:— É melhor irmos para o quarto. —Assim que subiram, Sterling não perdeu tempo em fazer perguntas.— Como você escapou? Você está bem? Por que Ryker queria te ver? —Deirdre se sentiu ao mesmo tempo divertida e exasperada:— Você fez muitas perguntas, Sterry. É difícil saber por onde começar. —Esfregando a testa, o médico admitiu:— É que eu fiquei mesmo preocupado com você. —Deirdre assentiu.— Não precisa se preocupar. Eu fiquei em segurança. Brendan apareceu e me ajudou a escapar. —— Como assim, Brendan? — Sterling pareceu chocado. — Por que ele estava lá? E por que ele resgatou você? —— Ele disse que estava lá por coincidência, provavelmente pelos efeitos terapêuticos da fonte termal. Ele me salvou por achar que Ryker era perigoso. —
Sterling franziu a testa, com o olhar fixo em Deirdre.— Eu devo ser capaz de fazer um antídoto, mas você realmente quer fingir que gosta dele para se aproximar? —Respirando fundo, Deirdre respondeu:— A mãe de Brendan morreu por causa deste incidente, além do que, o próprio Brendan foi manipulado por essa gente. Se eu não correr esse risco, terei que esperar por mais quatro anos? —Vendo a determinação de Deirdre, Sterling suspirou, lutando contra seus próprios pensamentos.— Tudo bem — ele concluiu. — Dê-me dois dias e descobrirei o efeito exato dessa substância e como anulá-la. —O rosto de Deirdre se iluminou de gratidão e ela revelou um leve sorriso.— Obrigada Sterry. Não podemos deixar esta oportunidade escapar. —Sterling saiu e foi para o laboratório, onde teria equipamentos melhores, enquanto Deirdre voltou para seu quarto, se refrescando sob o chuveiro. Enquanto ela estava perdida em pensamentos, seu telefone tocou. Seu coração disparou quando atendeu, sem olhar que
Ryker tamborilou na mesa.— Quatro anos! Confiei em você para cuidar de Brendan, mas você se tornou ainda pior que Deirdre. —Emily tremeu, seus pensamentos estavam um caos.— Nunca nem imaginei que as ações de Brendan pudessem ser atuação. Chego até mesmo a duvidar disso. Acho mais fácil que aquela ratinha imunda tenha manipulado Brendan para nos fazer pensar que ele não perdeu a memória. Estou errada? —Apesar da arrogância e certeza de Emily, Ryker deu um tapa no rosto dela, fazendo com que lágrimas brotassem de seus olhos, em uma mistura de dor e vergonha. Ela tropeçou para trás, mas antes que sua raiva pudesse assumir o controle, foi silenciada pela expressão desumana de Ryker. Sua garganta se contraiu e ela tentou recuperar a compostura.— Não seja ingênua. O que Deirdre poderia usar para manipular Brendan? Ele não é facilmente controlado — Ryker estava furioso por ter sido enganado por Brendan, ao longo de quatro anos.Por isso, deu um passo à frente, se aproximando de Emi
Brendan manteve uma postura calma enquanto tirava a seringa do braço. Aterrorizada com o que o magnata poderia fazer com aquilo, Emily instintivamente se lançou em direção a ele, tentando roubar o objeto, mas Brendan desviou com facilidade.— Provavelmente não tem nada de bom nessa seringa e não seria nada agradável se eu injetasse essa porcaria em você, não é? — ele comentou casualmente.— Não faça isso, Brendan! Ryker sabe que você está comigo! Essa droga, uma vez injetada, transforma as pessoas em idiotas. Se eu ficar assim, você acha que poderá escapar da justiça? — Emily ameaçou, como uma resposta intuitiva para suprimir seu medo.Brendan riu da ameaça de Emily, com indiferença. Ele não estava interessado em tal truque. Se Emily se tornasse uma tola, como ele poderia fazê-la sofrer? Por isso, andou até o banheiro e esvaziou a seringa na pia.— Fique tranquila. Não usarei truques tão cruéis com você. Injetar essa substância é muito menos intrigante do que as outras coisas que p