Deirdre baixou os olhos para a iguaria que lhe era oferecida e, sem hesitar, aceitou e deu uma mordida. O sabor rico a deixou sem palavras e ela degustou até a última migalha.Enquanto observava, o olhar de Ryker permanecia misterioso e suas intenções eram pouco claras.Depois de lamber os lábios, Deirdre olhou para o hipnólogo.— Realmente, a massa tem um gosto familiar, mas isso não significa que tudo o que você disse seja verdade. Afirmações como a de que meu pai está vivo e minha mãe ser de Southedge são apenas teorias sem provas. —Ryker parecia pronto para aquela pergunta, pois abriu uma pasta e tirou uma foto.Deirdre olhou para ele, chocada, enquanto segurava a foto.— Você reconhece? — Ryker perguntou, com entusiasmo. — Você até tem algumas semelhanças com sua mãe, mas na aparência e na personalidade, você se parece muito com seu pai biológico. —— Por que... Por que ele nunca veio atrás de mim e a minha mãe, se está vivo? — Deirdre murmurou.— Porque ele estava preste
Ryker ficou muito feliz e, assim que desligou o telefone, reservou um voo, no mesmo dia, para levar Deirdre a Southedge.Era noite quando chegaram a uma mansão e a governanta, que já os esperava, os guiou até o pátio onde um homem de meia-idade, com cabelos grisalhos, vestido de terno e apoiado em uma bengala, aguardava, olhando o céu.Os olhos de Arthur se encheram de emoções intensas quando viu a filha.— Então você é Deirdre, certo? — ele perguntou animado, deixando a bengala de lado para abraçá-la.Deirdre se sentiu desconfortável e olhou para Ryker, em busca de ajuda, mas o homem apenas desviou o olhar.Foi a governanta que interveio, dizendo:— Está esfriando e a garoa ficou mais forte. A senhorita acabou de chegar de viagem. Ficar ao relento vai acabar a deixando doente. —Arthur concordou, soltou o abraço e a incitou a entrar.— Vamos rápido. Não quero ver ninguém doente. —Apenas quando entraram, Arthur notou Ryker e perguntou:— E quem é este? —Antes que Deirdre d
Conseguindo controlar as emoções, Arthur reuniu um pouco de energia e disse:— Depois de sua longa jornada, você deve estar cansada. Vou pedir que a governanta te guie até um quarto, para que você possa descansar. Podemos conversar mais amanhã. —— Está bem, muito obrigada por isso — Deirdre se levantou.Arthur hesitou, sentindo a polidez e afastamento emocional de sua filha biológica, mas ele entendia.— Filha... Não há necessidade de me tratar com formalidade, nem de agradecer a hospedagem. Esta é minha obrigação como seu pai. —Enquanto a governanta conduzia Deirdre através do pátio, encontraram Ryker, que voltava do jardim.— E aí. — O sorriso de Ryker era suave. O relacionamento parecia se estreitar rapidamente, desde que ela concordara com a viagem. Ele percebia que Deirdre confiava nele.Ver Ryker aliviou um pouco o desconforto de Deirdre, e ela correu para abraçá-lo. Então, o homem acariciou as costas dela, gentilmente:— Alguma coisa incomodou você? Foi tudo bem com se
Enquanto apalpava o corpo de Deirdre, Ryker sentiu um sono crescente e acabou desmaiando.Percebendo que o homem tinha perdido a consciência, Deirdre suspirou, aliviada. Como Sterling explicara, quando Ryker acordasse, no dia seguinte, lembrar-se-ia apenas de ter pegado no sono.Afastando gentilmente o braço que a envolvia, Deirdre saiu da cama com cautela. O quarto de Ryker tinha sido preparado no cômodo ao lado, então sua bagagem deveria estar lá. Com essa chance, ela decidiu revistar os pertences dele.Com um plano em mente, Deirdre abriu a porta e olhou para os dois lados. O pátio estava calmo e silencioso. Descalça, ela entrou discretamente no quarto de Ryker, mas, assim que entrou, alguém a pressionou contra a parede. O movimento a pegou desprevenida, mas, mesmo que chocada, reconheceu o cheiro familiar e sua mente ficou em branco.Com um sorriso nos lábios, Brendan se inclinou, tentando beijar Deirdre, que recuou e desferiu um tapa certeiro no rosto do magnata:— O que você
Os olhos de Brendan continham uma pitada de pena, enquanto falava de um jeito hesitante.— É uma coisa que está em poder de sua mãe. —Ele tocou suavemente o rosto de Deirdre.— Muito tempo atrás, sua mãe foi sequestrada por Scott Cole, mas não sei com detalhes o que aconteceu nesse período. Talvez ele tenha machucado sua mãe, ou quisesse mantê-la consigo à força. O que importa é que, eventualmente, sua mãe encontrou uma chance de escapar, mas não foi de mãos abanando. Ela conseguiu levar algo do político. Entretanto, ela não passou muito tempo com seu pai, pois, em determinado momento, não sei se por ódio de seu pai, ou para te proteger, ela o abandonou e nunca mais voltou. Acontece que ninguém sabe se o misterioso objeto ficou com Arthur Parker ou com Ophelia McQueeny. A questão é que agora é hora de recuperá-lo. —Eram muitas informações para a mente de Deirdre, que sentia que acabaria se afogando naqueles fatos que eram despejados por Brendan. 'Minha mãe deixou meu pai para me
O mordomo assentiu e guiou Deirdre até a porta do escritório. Então, depois de respirar fundo, Deirdre deu duas batidinhas e entrou.A atenção de Arthur estava voltada para alguns documentos, mas o som da porta o fez erguer os olhos. Ele encontrou o olhar de Deirdre, o que causou uma sutil centelha de surpresa e incerteza em seus olhos.— Filha... — Ele deixou o arquivo de lado. — Você dormiu bem? Já comeu alguma coisa? Se não, vou pedir para que alguém prepare um café. —Deirdre balançou a cabeça, fechando a porta suavemente.— Não estou com fome. Mas eu queria conversar com você. —— Algum problema? — A preocupação coloriu a expressão de Arthur. Embora ele parecesse preocupado que ela pudesse estar lá para avisar que iria embora, ele tentou esconder. — Se você precisar voltar para Neve, eu entendo. Mas, vamos manter contato. —Deirdre achou a reação dele um pouco divertida.— Não é sobre isso que vim conversar. —Uma faísca voltou aos olhos de Arthur.— Oh! Então me diga...
A expressão de Arthur mudou e o homem começou a revirar uma gaveta, surpreendendo Deirdre. Depois de alguns segundos, o homem encontrou uma chave enferrujada, que ergueu na direção da filha, perguntando:— Você acha que o tal objeto pode ser essa chave? —A mente de Deirdre disparou, enquanto seus pensamentos giravam a mil— Isso é da minha mãe? —Uma pitada de decepção sombreou os olhos de Arthur, enquanto ele assentia.— Esta é a única coisa que ela me entregou em mãos, antes de partir. Ela não explicou o porquê. Apenas me fez prometer que guardaria essa chave e nunca tentaria descobrir o que ela abria. Embora eu tenha concordado, pensar nisso pesava muito sobre mim. Então, escondi a chave em um canto da gaveta, em vez de tratá-la como qualquer outro bem. Pensando bem, eu não deveria ter feito essa promessa e deveria ter buscado por ela, a qualquer custo. —A voz de Deirdre vacilou, em confusão era evidente. Mas quando a compreensão surgiu, seu coração disparou.— Tenho certez
Deirdre abraçou Ryker, apoiando a cabeça em seu peito enquanto ele fazia carinho em suas costas.— A propósito, você não está curiosa para saber aonde eu fui, depois que saí esta manhã? —Deirdre percebeu o significado oculto por trás das palavras de Ryker, por isso, recuou pouco a pouco do abraço e olhou para ele.Os olhos do homem eram enigmáticos como sempre e continham uma clareza que parecia atravessar tudo.— Fui ao hospital. — Ele não esperou que Deirdre respondesse. — Porque eu estava curioso para saber o motivo de ter ficado com tanto sono ontem à noite, sem motivo. Qualquer pessoa comum poderia atribuir isso à exaustão. Mas eu conheço meu corpo muito bem. Eu sei que você me drogou. —Deirdre sentiu um arrepio repentino percorrer sua espinha.Ryker deu um passo à frente casualmente, mas seus olhos estavam cheios de intenção assassina.— Eu subestimei você, Deirdre. Suas habilidades de atuação são muito mais impressionantes do que eu imaginava. Você quase me enganou. Voc