Charlie colocou a sacola no banco do passageiro, enquanto Brendan dizia:— Obrigado. Vamos embora. —O assistente deu a volta para entrar no carro, sob o olhar atento de Ryker, que aproveitava qualquer oportunidade para tentar observar se Deirdre também estava no veículo.Depois que a porta se fechou, Ryker recuou e sorriu.— Até a próxima visita. Desculpe por não ter sido um bom anfitrião desta vez. Da próxima vez que vier, por favor me avise que prepararemos tudo com mais cuidado. —Brendan acenou com a cabeça e o carro manobrou, sumindo no caminho para a rodovia. A julgar pelas expressões dos homens que acompanhavam Ryker, eles não estavam nada satisfeitos. Um deles se adiantou e perguntou:— Nós realmente iremos deixar que ele vá embora impune? Não é suspeito que a senhorita McQueeny tenha desaparecido logo depois que ele saiu? Tenho quase certeza de que ela estava ao lado dele no carro! —— O que adianta ter quase certeza se não a vimos? — Ryker estreitou os olhos e obs
A cada palavra de Deirdre, o rosto de Brendan ficava mais pálido, como se ele prendesse o ar, mas o magnata não respondeu e os dois ficaram em silêncio. Apenas quando o carro entrou em uma área bastante familiar. Deirdre olhou ao redor e percebeu que eles estavam indo em direção à mansão que compartilhava com Sterling.— Brendan, o que está acontecendo? — Deirdre se sentiu confusa. — Você disse que me levaria para conhecer Sean. Por que estamos de volta aqui? —O carro parou em frente à casa de Deirdre e a voz de Brendan soou fria:— Vocês ainda não podem se ver. —Deirdre cerrou os dentes ao ouvir isso e rebateu:— Eu deveria saber... No fim das contas, você não passa de um mentiroso! —A expressão de Brendan permaneceu inalterada, quando disse:— Não deixarei que você veja a criança até eu ter certeza de que você irá me obedecer. Uma vez que você concorde em nunca mais se encontrar com Ryker, marcarei um encontro. —A raiva de Deirdre explodiu.— Chantagem é a única maneira
Apesar de estar profundamente arrependida por ter preocupado Sterling, Deirdre tinha tanta coisa para processar sobre o encontro com Ryker que seu rosto ficou pálido. Percebendo a seriedade da situação, Sterling foi compreensivo e disse:— É melhor irmos para o quarto. —Assim que subiram, Sterling não perdeu tempo em fazer perguntas.— Como você escapou? Você está bem? Por que Ryker queria te ver? —Deirdre se sentiu ao mesmo tempo divertida e exasperada:— Você fez muitas perguntas, Sterry. É difícil saber por onde começar. —Esfregando a testa, o médico admitiu:— É que eu fiquei mesmo preocupado com você. —Deirdre assentiu.— Não precisa se preocupar. Eu fiquei em segurança. Brendan apareceu e me ajudou a escapar. —— Como assim, Brendan? — Sterling pareceu chocado. — Por que ele estava lá? E por que ele resgatou você? —— Ele disse que estava lá por coincidência, provavelmente pelos efeitos terapêuticos da fonte termal. Ele me salvou por achar que Ryker era perigoso. —
Sterling franziu a testa, com o olhar fixo em Deirdre.— Eu devo ser capaz de fazer um antídoto, mas você realmente quer fingir que gosta dele para se aproximar? —Respirando fundo, Deirdre respondeu:— A mãe de Brendan morreu por causa deste incidente, além do que, o próprio Brendan foi manipulado por essa gente. Se eu não correr esse risco, terei que esperar por mais quatro anos? —Vendo a determinação de Deirdre, Sterling suspirou, lutando contra seus próprios pensamentos.— Tudo bem — ele concluiu. — Dê-me dois dias e descobrirei o efeito exato dessa substância e como anulá-la. —O rosto de Deirdre se iluminou de gratidão e ela revelou um leve sorriso.— Obrigada Sterry. Não podemos deixar esta oportunidade escapar. —Sterling saiu e foi para o laboratório, onde teria equipamentos melhores, enquanto Deirdre voltou para seu quarto, se refrescando sob o chuveiro. Enquanto ela estava perdida em pensamentos, seu telefone tocou. Seu coração disparou quando atendeu, sem olhar que
Ryker tamborilou na mesa.— Quatro anos! Confiei em você para cuidar de Brendan, mas você se tornou ainda pior que Deirdre. —Emily tremeu, seus pensamentos estavam um caos.— Nunca nem imaginei que as ações de Brendan pudessem ser atuação. Chego até mesmo a duvidar disso. Acho mais fácil que aquela ratinha imunda tenha manipulado Brendan para nos fazer pensar que ele não perdeu a memória. Estou errada? —Apesar da arrogância e certeza de Emily, Ryker deu um tapa no rosto dela, fazendo com que lágrimas brotassem de seus olhos, em uma mistura de dor e vergonha. Ela tropeçou para trás, mas antes que sua raiva pudesse assumir o controle, foi silenciada pela expressão desumana de Ryker. Sua garganta se contraiu e ela tentou recuperar a compostura.— Não seja ingênua. O que Deirdre poderia usar para manipular Brendan? Ele não é facilmente controlado — Ryker estava furioso por ter sido enganado por Brendan, ao longo de quatro anos.Por isso, deu um passo à frente, se aproximando de Emi
Brendan manteve uma postura calma enquanto tirava a seringa do braço. Aterrorizada com o que o magnata poderia fazer com aquilo, Emily instintivamente se lançou em direção a ele, tentando roubar o objeto, mas Brendan desviou com facilidade.— Provavelmente não tem nada de bom nessa seringa e não seria nada agradável se eu injetasse essa porcaria em você, não é? — ele comentou casualmente.— Não faça isso, Brendan! Ryker sabe que você está comigo! Essa droga, uma vez injetada, transforma as pessoas em idiotas. Se eu ficar assim, você acha que poderá escapar da justiça? — Emily ameaçou, como uma resposta intuitiva para suprimir seu medo.Brendan riu da ameaça de Emily, com indiferença. Ele não estava interessado em tal truque. Se Emily se tornasse uma tola, como ele poderia fazê-la sofrer? Por isso, andou até o banheiro e esvaziou a seringa na pia.— Fique tranquila. Não usarei truques tão cruéis com você. Injetar essa substância é muito menos intrigante do que as outras coisas que p
Deirdre baixou os olhos para a iguaria que lhe era oferecida e, sem hesitar, aceitou e deu uma mordida. O sabor rico a deixou sem palavras e ela degustou até a última migalha.Enquanto observava, o olhar de Ryker permanecia misterioso e suas intenções eram pouco claras.Depois de lamber os lábios, Deirdre olhou para o hipnólogo.— Realmente, a massa tem um gosto familiar, mas isso não significa que tudo o que você disse seja verdade. Afirmações como a de que meu pai está vivo e minha mãe ser de Southedge são apenas teorias sem provas. —Ryker parecia pronto para aquela pergunta, pois abriu uma pasta e tirou uma foto.Deirdre olhou para ele, chocada, enquanto segurava a foto.— Você reconhece? — Ryker perguntou, com entusiasmo. — Você até tem algumas semelhanças com sua mãe, mas na aparência e na personalidade, você se parece muito com seu pai biológico. —— Por que... Por que ele nunca veio atrás de mim e a minha mãe, se está vivo? — Deirdre murmurou.— Porque ele estava preste
Ryker ficou muito feliz e, assim que desligou o telefone, reservou um voo, no mesmo dia, para levar Deirdre a Southedge.Era noite quando chegaram a uma mansão e a governanta, que já os esperava, os guiou até o pátio onde um homem de meia-idade, com cabelos grisalhos, vestido de terno e apoiado em uma bengala, aguardava, olhando o céu.Os olhos de Arthur se encheram de emoções intensas quando viu a filha.— Então você é Deirdre, certo? — ele perguntou animado, deixando a bengala de lado para abraçá-la.Deirdre se sentiu desconfortável e olhou para Ryker, em busca de ajuda, mas o homem apenas desviou o olhar.Foi a governanta que interveio, dizendo:— Está esfriando e a garoa ficou mais forte. A senhorita acabou de chegar de viagem. Ficar ao relento vai acabar a deixando doente. —Arthur concordou, soltou o abraço e a incitou a entrar.— Vamos rápido. Não quero ver ninguém doente. —Apenas quando entraram, Arthur notou Ryker e perguntou:— E quem é este? —Antes que Deirdre d