― Certo, obrigada. Entendi. ―Depois que a enfermeira saiu, Brendan continuou a gemer de dor. Mas, apesar da preocupação, não havia nada que ela pudesse fazer. Apenas alguns momentos atrás, ele parecia bem quando eles estavam discutindo sobre quem era o culpado. Por que a condição de Brendan piorou assim que ela estava prestes a partir?― A enfermeira mencionou que a dor é normal e não há como aliviá-la. Terei que suportar o desconforto ― disse Brendan, com voz cansada. ― Na verdade, se eu soubesse disso antes, não teria permitido que você me levasse para sua casa. Mesmo porque, você não vê a hora de ir embora e me deixar sofrendo. ―Deirdre ficou sem palavras. Aquilo estava indo longe demais! Ela não conseguia compreender quando Brendan se tornara tão pretensioso.― O que você quer que eu faça? ― Deirdre estava perturbada. ― É impossível que eu transfira sua dor para mim. ―Brendan olhou para ela.― Você não pode sentir dor por mim, mas pode pelo menos fazer algo para me distrai
Quando Deirdre processou a informação de que Brendan precisava usar o banheiro, ficou bastante preocupada, afinal, o homem tinha as duas pernas machucadas e não conseguiria andar sem apoio.― Será que vou encontrar um enfermeiro a essa hora? As enfermeiras que eu vi no corredor não conseguirão te ajudar, você é um homem grande e bastante pesado ― disse Deirdre, mais uma vez, se sentindo um pouco culpada pelo acidente. ― Eu vou ajudá-lo a encontrar uma comadre para você se aliviar. Não é o ideal, mas você vai ter que se contentar com isso. ―As sobrancelhas de Brendan franziram.― Você não espera mesmo que eu mije nesse tipo de coisa? ―― O que há de errado com ‘esse tipo de coisa’? ― Deirdre ficou irritada. ― Suas pernas estão machucadas, então você tem que se adaptar às circunstâncias e ficar grato que estou aqui para pegar a comadre para você. ―Brendan ficou sem palavras. ‘Como essa mulher se tornou tão atrevida depois de quatro anos? Cada palavra que ela fala é uma patada que
Pouco depois que Deirdre ajudou Brendan a se vestir, enquanto os enfermeiros levavam Brenda de volta para cama, o telefone de Deirdre tocou. Era Sterling ligando.Deirdre hesitou, pensando no que falaria, quando ouviu a voz preocupada, do outro lado da linha.― Dee, por que você está demorando tanto? Aconteceu alguma coisa com você no caminho? Estou morrendo de preocupação! ―Acompanhando suas palavras estava o som de uma menininha chorando, o que tocou o coração de Deirdre.― Sinto muito, Sterry... ― Ela olhou de volta para o quarto de enfermaria. ― Aconteceu algo inesperado. Eu... sofri um acidente de carro. ―― Um acidente de carro?? ―Sterling ficou bastante surpreso e sua voz soou com um pingo de desespero, por isso Deirdre o tranquilizou, com voz enfática:― Não se preocupe, estou bem. Só que tinha outra pessoa envolvida e ela ainda está no hospital, então preciso cuidar das coisas. ―― Essa pessoa está dificultando as coisas para você? Por que você não me ligou mais cedo
"Está livre?"A pessoa do outro lado respondeu rapidamente:"Sim, aconteceu alguma coisa?"Deirdre pensou, por um segundo, então digitou:"Se você tiver tempo, ajude-me a descobrir o nome e o sexo do filho de Brendan. Eu preciso muito dessa informação."A outra parte respondeu com um emoticon de uma mão mostrando o polegar e Deirdre desligou o aparelho, ainda com os olhos cheios de confusão.Durante o tempo que passou em Germia, não era como se ela não quisesse saber da situação da criança. Mas como ela sofria bastante com o tratamento, saber da criança só traria mais dor. Por isso, ela tentou evitar ao máximo enfrentar esse sofrimento.É por isso que esperou até estar recuperada e reestabelecida, sempre planejando procurar a criança quando voltasse para Neve. No entanto, para sua surpresa, Brendan alegou que a criança estava desaparecida e ela não tinha como saber se era verdade ou se o magnata usava isso como uma tática para impedi-la de ver sua filha.Independentemente disso
― Fonefone tocou!! ―― Tocou? ― Deirdre olhou para o celular que Tilly havia jogado na cama e congelou. O número na tela estava gravado em sua memória, era o número de Brendan, que ela não havia esquecido mesmo depois de perder a visão. O magnata não o mudara.― Mamãe? ― Tilly inclinou a cabeça, preocupada com a expressão assustada no rosto da mãe.Deirdre se recompôs, pegou o telefone e disse:― Brendan? Por que você me ligou? ―O magnata parecia ofegante.― Essa criança... ― Ele respirou fundo e perguntou: ― Quem atendeu o telefone? ―Deirdre franziu os lábios. Ela não queria que Brendan descobrisse sobre Tilly, mas agora que ele sabia, ela não conseguiria mais esconder, entretanto, ainda não precisava dizer nada do que não quisesse.— Não é da sua conta — respondeu Deirdre, com a voz fria. ―Esses são assuntos de minha família e assuntos pessoais. Eles não têm nada a ver com você e não tenho motivo para explicar nada a você. ―― Não é da minha conta? ― Brendan prendeu a resp
Ao observar o desenho de Steve, Deirdre sentiu um forte calafrio percorrer a espinha, pois, os traços infantis retratavam uma mulher segurando a mão de um menino. Apesar da simplicidade e infantilidade daquela ilustração, era possível perceber que representava um enorme carinho entre mãe e filho. Por isso, um súbito aperto tomou conta do coração de Deirdre. 'Será que ele está com muita saudade da mãe?' A mulher suspirou.Ao ouvir o barulho, Sean ergueu os olhos e, percebendo que era observado, escondeu o desenho, com o rosto cheio de vergonha.Deirdre tentou sorrir, enquanto mantinha as duas mãos segurando Tilly no colo, mas sua mente estava confusa. Desde a noite anterior, começara a suspeitar de que Sean poderia ser seu filho com Brendan, apesar de ser um menino, e não uma menina como todos os exames tinham apontado. Entretanto, ao ver o desenho representando o carinho entre mãe e filho, sentiu como se recebesse um balde de água fria na cabeça. Aquela criança tinha sua própria mãe.
Por dois dias, Deirdre aguardou o retorno do detetive particular, mas o resultado foi inesperado.― Investigamos minuciosamente, mas não encontramos informações sobre essa criança. Brendan a escondeu com muito cuidado. Até agora, ninguém da minha equipe conseguiu encontrar nada. Sinto muito ― explicou o homem, segurando o chapéu na frente do corpo.― Como isso pode ser? ― Deirdre não conseguia acreditar. Ela sabia que Brendan era discreto, mas nunca imaginou que ele fosse capaz de manter um ser humano em segredo. ― Não há realmente nenhuma maneira de conseguir mais informações? ―Mediante o silêncio do detetive, ela franziu a testa.― Brendan me disse que a criança tinha desaparecido. Como ele pode estar procurando essa criança e, ao mesmo tempo, escondendo sua existência? Ou ele mentiu para mim? ―― É bem provável que ele tenha mentido ― concluiu o homem. ― Afinal, ele é tem tanto poder que pode fazer qualquer um acreditar no que quiser. ―A cabeça de Deirdre ainda latejava quan
‘Uma coincidência dessas é possível? A criança fugir da casa do pai e, coincidentemente, ir parar na frente da casa da mãe, por completo acaso?’ O coração de Deirdre disparou.Finalmente, a mulher tirou alguns fios de cabelo de Sean e saiu do quarto. Então, pegou uma mecha de seu próprio cabelo e colocou-a cuidadosamente na mesinha de cabeceira, antes de dormir.*Cerca de duas horas depois, a porta foi gentilmente aberta e Sean enfiou a cabecinha dentro do cômodo, com o lindo rosto cheio de conflito. Ele sabia que o que faria não estava certo, mas era o único jeito e, somente fazendo aquilo ele poderia se tornar filho de Deirdre. Então, ele não seria mais órfão e teria uma mãe.Depois de se decidir, ele caminhou descalço até a mesinha de cabeceira onde estavam colocadas as duas mechas de cabelo, uma curta e outra longa. A curta era dele, e a longa pertencia a Deirdre.Então abriu a palma da mão, revelando uma mecha de cabelo delicada e ondulada que fora retirada da cabecinha de T