‘Uma coincidência dessas é possível? A criança fugir da casa do pai e, coincidentemente, ir parar na frente da casa da mãe, por completo acaso?’ O coração de Deirdre disparou.Finalmente, a mulher tirou alguns fios de cabelo de Sean e saiu do quarto. Então, pegou uma mecha de seu próprio cabelo e colocou-a cuidadosamente na mesinha de cabeceira, antes de dormir.*Cerca de duas horas depois, a porta foi gentilmente aberta e Sean enfiou a cabecinha dentro do cômodo, com o lindo rosto cheio de conflito. Ele sabia que o que faria não estava certo, mas era o único jeito e, somente fazendo aquilo ele poderia se tornar filho de Deirdre. Então, ele não seria mais órfão e teria uma mãe.Depois de se decidir, ele caminhou descalço até a mesinha de cabeceira onde estavam colocadas as duas mechas de cabelo, uma curta e outra longa. A curta era dele, e a longa pertencia a Deirdre.Então abriu a palma da mão, revelando uma mecha de cabelo delicada e ondulada que fora retirada da cabecinha de T
Observando a criança sorrir de coração, Deirdre não pôde deixar de se sentir muito feliz, por isso, logo que desceram do brinquedo, ela se agachou na frente de Sean e perguntou:― Você está mesmo gostando do passeio, não é? ―Sean assentiu.Deirdre fez um carinho em seu ombro.― Ótimo! Que tal experimentar atrações ainda mais emocionantes para mostrar o quão corajoso você é? ―-Enquanto isso, no hospital, o rosto de Brendan parecia pior do que nunca, desde que seu assistente o informou de que não conseguiram encontrar nenhuma pista sobre o paradeiro de Sean. Muito tempo tinha se passado desde o desaparecimento e a situação era cada vez mais preocupante.― Chefe, por favor, tente manter a calma. Ainda estamos investigando. Se trata de uma criança pequena e ela não pode ter ido longe sozinha... Analisaremos as imagens de vigilância das ruas da cidade inteira se for necessário. Assim que localizarmos Sean, nós iremos... ―― O que você vai fazer? ― O rosto de Brendan endureceu.E
Naquele passeio no parque, Deirdre percebia que o coração de Sean não estava tão fechado como ela pensava de início. Ele ainda parecia ter muita coisa para processar, mas, ela sentia que, como o tempo, ele liberaria tudo e ficaria bem.Sean assentiu ansiosamente, com os olhos cheios de expectativa.Mesmo sem comunicação verbal, Deirdre pareceu entender.― Você quer que eu dê uma volta com você, nesse brinquedo? ―Os olhos obsidianos de Sean brilharam, indicando seu interesse na oferta dela. Deirdre foi pega de surpresa, mas, cativada pelo olhar da criança, teve certeza de que aquele era seu filho. Porém, afastou os pensamentos e lembrou a si mesma que não poderia tirar conclusões precipitadas sobre a semelhança da criança com Brendan até que os resultados do teste de DNA fossem divulgados.― Vamos! Vou entrar na fila com você de novo. ―Saindo de um carrossel, Sterling viu Deirdre na fila com Sean e brincou com Tilly:― Olha, mamãe vai andar no Trem do Dragão. ―A montanha-russ
― Ninguém me respondeu, como se não tivesse ninguém dentro do carro ― falou Sterling, indignado e balançando a cabeça.― Se eles não querem falar com você, vamos deixar isso quieto. ― Deirdre fez carinho na cabeça de Tilly. ― Talvez seja apenas um motorista inexperiente que está desesperado, achando que você quer confusão. Ninguém se machucou, então vamos embora. ―Deirdre não queria insistir em assuntos tão insignificantes.― Você está certa. ― Sterling assentiu e caminhou até o lado de Deirdre, perguntando: ― Você se assustou muito? Está tudo bem? ―― Tudo perfeito. ― Deirdre sorriu. ― Graças às excelentes habilidades de direção do meu motorista, o senhor Fuller, conhece? ―― Você está me provocando de novo. ― Sterling riu, aliviado, colocando a mão no ombro de Deirdre.Então, um forte estrondo soou, vindo do interior do carro misterioso e, Deirdre se virou para olhar o veículo, pela primeira vez, prestando atenção no seu modelo. Era uma edição limitada do Prestige e havia pou
Os braços trêmulos de Deirdre seguraram Tilly com emoção e ela quase apertou a criança, mas rapidamente recuperou a compostura, embora a decepção ainda enchesse seus olhos. Ela havia cortado todos os sentimentos que nutria pelo magnata, quando foi largada para morrer, então por que as palavras dele ainda perfuravam seu coração? Talvez Deirdre ainda esperasse que Brendan pudesse recuperar alguma sanidade, mas agora ela percebia que ele estava além da redenção.― Você quer saber? Eu acho que você está certo. A culpa foi minha por me permitir ser presa. Fui idiota em acreditar que você era capaz de alguma humanidade. Mas, nos últimos anos, passei a entender que algumas pessoas não valem a pena e não adianta esperar que algo de bom venha delas. Mas, fique tranquilo, eu aprendi minha lição e não errarei mais. ―Cada palavra de Deirdre tinha um peso imenso, especialmente a promessa que ela fez no final. Então, Brendan franziu a testa e seus olhos se encheram de melancolia. Ele queria dizer
— Quem disse que eu não permito que eles se encontrem? Quando foi que eu tive a oportunidade de marcar esse encontro? — Brendan olhou atentamente para Deirdre. — Você conhece meu número de telefone, eu nunca mudei. Me ligue e marcarei um encontro. —Sterling parecia preocupado e franziu a testa.— Eu não sei... Dee... —Respirando fundo, Deirdre respondeu:— Não há necessidade de ser assim. —Brendan estreitou os olhos e Deirdre continuou.— Claro que quero ver meu filho, mas farei isso através dos canais legais. Não preciso de sua ajuda. Além disso, este é um assunto meu. Por favor, não se preocupe. —Brendan ficou em silêncio e uma atmosfera pesada se instalou. O rosto de Brendan empalideceu quando ele perguntou a Deirdre:— Então, você escolhe ficar com Sterling, em vez de nosso filho? —Deirdre lutou para manter a compostura, enquanto olhava para a menina em seus braços.— Eu já tenho outra criança com que me preocupar. —— Então está bem! — Brendan riu, cheio de sarcas
Sean só conseguiu pensar que teria que se esconder, então aproveitou a oportunidade para escapar, enquanto os adultos discutiam.Felizmente, Brendan não o notou, quando saiu do carro.Sean abaixou a cabeça, com os cílios tremendo, e gesticulou, tentando se explicar.— Você foi ao banheiro? — Deirdre perguntou, pensando ter compreendido.Sean assentiu e Deirdre soltou um suspiro de alívio, abraçando-o.— Da próxima vez, não se afaste de seus pais... — Deirdre olhou para ele afetuosamente. — Seus pais se preocupam muito com você. —Os sentimentos de Sean em relação ao afeto genuíno de Deirdre eram fortes e agradáveis. Em seu coração, ele estava grato por ter mudado a mecha de cabelo, pois, quando o exame saísse, mostraria que ele era o filho de Deirdre, mesmo que fosse mentira. Afinal, o que importava é que ele a amaria como se fosse sua mãe verdadeira.Deirdre não tinha ideia do que Sean estava pensando, mas sentindo que a criança parecia estar bastante introspectiva, apenas pass
Ouvindo a voz de Brendan, o olhar de Charlie se estreitou. Era evidente que Emily ainda consumia os pensamentos de Brendan. Apesar da beleza e excelência de Deirdre, por mais radiante que ela parecesse, não se comparava ao amor que ele sentia por Emily. O passado nunca poderia superar o presente.— Bren, onde você está? Fui para o hospital e descobri que você tinha pedido alta. Por que não me avisou? — O tom de Emily era gentil, mas seus olhos mostravam cautela, como se estivessem enfrentando um inimigo formidável. Ela temia que Brendan tivesse ido procurar Deirdre.— Houve um assunto inesperado na empresa que os outros diretores não conseguiram resolver. Como estou quase totalmente recuperado, decidi sair do hospital e ir para o escritório — respondeu Brendan, com a voz despreocupada.— Ah, sim, claro. — Emily pareceu aliviada, pensando que a explicação era razoável. Então, se acalmou e reclamou, de brincadeira: — Você finalmente conseguiu alguns dias de descanso, mas ainda está oc