Apesar de ter medo de Deirdre, Emily ainda carregava um pavor maior de Brendan vencer o controle mental. Afinal, as consequências poderiam ter sido desastrosas se Ryker não o tivesse hipnotizado mais uma vez.― Obrigada, por confiar tanto em mim. ― Emily prometeu: ― Garanto que tratarei esta criança como se fosse minha e a protegerei de qualquer mal. ―Brendan concordou com a cabeça.― Eu acredito em você. ―Aproveitando o momento, Emily sugeriu:― Nesse caso, seria melhor para a ratinha se ela morasse comigo. Como mulher, posso prestar cuidados mais convenientes e conheço uma enfermeira de maternidade bem respeitada que pode nos auxiliar. Ela será excelente no cuidado de Deirdre, estou errada? ―A tensão aumentou quando Deirdre olhou para Brendan, com os olhos cheios de urgência. Mas, fingindo não notar, Brendan respondeu:― Tudo bem. ―O sorriso de Emily se alargou.― Venha, ratinha, ou será melhor eu voltar a te chamar de Deirdre? Meu carro está estacionado nos fundos. Você
Deirdre cerrou os dentes, suprimindo o desgosto que crescia dentro dela.― Prefiro me sentar no banco da frente. ―― Vai se sentar na frente? ― Os olhos escuros de Brendan pararam e então suas emoções vieram à tona. ― Você me odeia? ―Deirdre achou a pergunta absurda.― Que pergunta maluca é essa, assim do nada? ―Brendan não respondeu, mas puxou o corpo da jovem para si. Inesperadamente, o corpo de Deirdre se inclinou e caiu nos braços de magnata. O calor era o mesmo de antes, mas seu coração não pertencia mais a ela.― Pare de lutar contra ― ordenou Brendan, segurando-a pela cintura. ― Não adianta tentar escapar de mim. ―Deirdre não entendia nenhuma das ações daquele homem pirado e teve vontade de rir.― Não venha me dizer que você ainda possui algum desejo inexplicável de me controlar. ―― Controlar você? ― Brendan zombou dela e se afastou. ― Ser excessivamente confiante não é uma coisa boa. Não vou permitir que você fuja porque não quero que você conspire contra mim. Se
Deirdre riu, descartando a importância do quarto.― Está tudo bem. Sei que a nojenta será dona deste lugar. Parei de me importar com isso, há muito tempo. Se ainda o fizesse, já estaria arrasada. ―Wanner sorriu ironicamente e comentou:― É bom ver sua mentalidade positiva. Você é tão competente em tudo que faz que tenho certeza de que terá um futuro brilhante. ―Deirdre riu com vontade. Enquanto a cuidadora começava a preparar uma refeição bem nutritiva, a jovem perambulava sozinha pela casa. Porém, sua falta de familiaridade com a nova disposição dos móveis a levou a bater o joelho algumas vezes. Quando a refeição ficou pronta, Deirdre desceu, mas Brendan, que já tinha voltado para a mansão, não compareceu para jantar.Wanner explicou:― Ele sempre come no escritório. Ele está muito ocupado com o trabalho e não pode ficar sem seus documentos. ―Deirdre respondeu com um simples ‘ahh’, não desapontada, mas um pouco infeliz por não poder vê-lo. Ela planejava conversar com Brendan
Deirdre sentiu uma pontada de tristeza ao ouvir as palavras cruéis do magnata, mas manteve uma expressão calma.― Se você me odeia tanto, não precisamos ter essa conversa. Basta me deixar ir. ―Eles não deveriam estar em tal posição. Deirdre lutou para se libertar do colo de Brendan, mas ele a segurou com força, imóvel.― Não vá embora ― disse ele com uma carranca, mas com a voz suave. ― Apenas fique assim por um tempo. ―Deirdre achou aquelas palavras divertidas.― Você afirma me odiar, mas ao mesmo tempo está me abraçando. Você não vê a contradição? ―Brendan parou por um momento, olhou nos olhos avermelhados dela e a puxou para mais perto, segurando-a em um abraço mais íntimo.― O que importa se estou me contradizendo? Contanto que isso me faça sentir melhor, é o suficiente. ―Deirdre inflou as narinas, em desgosto. Ele ainda tinha aquela arrogância familiar, mas ela vislumbrou um traço do Brendan que ela conheceu. Isso a lembrou de como ele a tratou com ternura, mesmo quand
― Por que você está aqui? ― Brendan perguntou.Emily não hesitou e respondeu, com a voz cheia de ternura:― Eu vim porque estou com saudades de você. Há algum problema? Bren, você não me quer aqui? ―― Não. Não é isso. ― A voz do magnata era extraordinariamente amorosa e terna. ― Fiquei surpreso, por causa do horário. Já é tarde. É seguro ir embora, de madrugada? ―― Se não for, não irei embora. ― Emily sorriu. ― Posso ficar aqui esta noite? ―Brendan hesitou e, achando que o magnata negaria, Emily decidiu voltar atrás:― Eu só estava brincando. Sei que você está cansado do trabalho, então não vou te incomodar. ―― Desculpa não te dar a atenção que você merece. ― Os olhos de Brendan mostraram culpa.Emily se inclinou para ele.― Não se desculpe. Não é só culpa sua. Eu deveria ter sido mais cuidadosa e não ter usado o incenso, sem saber dos efeitos colaterais. ― Ela suspirou. ― Não vamos insistir nisso. Onde está a rati... Deirdre? ―Um lampejo de excitação cruzou os olhos de
Os olhos de Brendan pousaram no rosto pálido de Deirdre e depois nas mãos vermelhas e congeladas.― Você ficou maluca? ― ele disse. ― Achei que você já tivesse voltado para o seu quarto. ―Deirdre sentiu ressentimento e desamparo crescendo em seu coração.― Pare de fingir. Não acho que você não soubesse que eu estava aqui. Você não veio aqui de propósito. Você me deixou sozinha e no frio porque quis. ―Os olhos de Brendan permaneceram calmos e ele não se preocupou em refutar a acusação.― Estou feliz que você tenha percebido. Fiz isso para te ensinar uma lição. Caso contrário, você pode desenvolver sentimentos errados em relação a alguém que não deveria desejar. ― Ele falou com justiça própria, fazendo com que os olhos de Deirdre ficassem vermelhos de raiva.― Então você me deixou aqui para congelar de frio para me punir? Por quê? Fui eu quem te puxei e te coloquei no colo? Fui eu quem ficou apalpando seu corpo, conferindo cada centímetro de pele? ―Brendan parecia envergonhado,
As orelhas de Deirdre queimaram e a vergonha e o embaraço encheram seu rosto. Então, perguntou com a voz trêmula:― Está satisfeito agora? ―Brendan não respondeu, apenas virou as costas e saiu do banheiro, deixando a porta aberta. Assim que desceu as escadas, procurou a cuidadora, que arrumava ainda terminava de organizar o escritório, e disse:― Faça um chá quente para Deirdre. ―A mulher assentiu, sem erguer o olhar, querendo evitar encarar Brendan. Então, mexeu os lábios, como se fosse dizer alguma coisa, mas ficou em silêncio. De qualquer forma, o magnata percebeu e franziu a testa.― Apenas diga. ―Incapaz de se conter, a cuidadora perguntou:― Depois que a doutora Collins saiu, você foi para o seu quarto tomar um banho, não é? Você não estava se sentindo bem e foi por isso que se esqueceu de avisar Dona Deirdre que ela podia sair do escritório? Você não a deixou passando frio de propósito, certo? ―Os olhos negros de Brendan ficaram gelados e seu olhar ficou ainda mais f
Quando entrou no banho, Deirdre estava tão contrariada e irritada que não tinha prestado atenção em mais nada. Mas, agora que estava calma e mais atenta, o odor chamou sua atenção:― Que cheiro é esse? ―Os olhos de Wanner se estreitaram e ela perguntou:― A que cheiro você está se referindo? ―— Esse aroma das ervas — esclareceu Deirdre.Sem querer revelar o banho medicinal de Brendan, riu nervosamente e disse:― Ah, deve ser o chá. Adicionei algumas ervas a ele. ―Deirdre não prestou muita atenção a isso e respondeu casualmente:― Entendo. Terminei o banho e vou voltar para o meu quarto, agora. ―Ao sair do quarto de Brendan, se deparou com o magnata, no corredor, que acabava de subir as escadas. Ela ainda estava revoltada, por tudo o que tinha acontecido e pretendia passar direto, mas, o magnata perguntou:― Você já terminou? ― Deirdre não teve vontade de responder, mas Brendan pareceu imperturbável.― Agora que você tomou um banho e o chá, deve estar aquecida. Recomend