Ela sentiu como se pudesse assistir à cena da trágica morte de Bliss, no quintal, mais uma vez. Enquanto experimentava um novo colapso emocional, sem entender direito o que Brendan tentava fazer, ela gritou:― Tire isso daqui! Vá embora! ― Brendan estava ansioso pela reação de Deirdre, mas seu rosto ficou roxo de raiva quando ele a ouviu dizer para que saisse. Seu olhar ficou gelado. ― Por que você está agindo como louca? Você não ficou devastada com a morte do cachorro, ontem? Eu trouxe um novo cachorro para você, mas você não mostrou nenhuma gratidão, seu comportamento é nojento! ― ‘Mostrar apreciação?’O peito de Deirdre estava acelerado e ela sentiu uma frieza sem fim a envolvendo, como se estivesse presa em um porão de gelo. ― Você acha que ter outro cachorro tomando o lugar de Bliss, no dia seguinte ao da morte dele tornará tudo melhor? Como se o incidente nunca tivesse ocorrido? ― ― O que mais eu poderia fazer? ― Brendan zombou. Ele não sentia nenhuma emoção pe
Deirdre sempre era ingrata, por melhor que ele a tratasse. Ela preferia que ele a esquecesse. O detestava por se intrometer em seus negócios e desejava que ele a deixasse. Se Sterling tivesse dado o cachorro de presente, ele imaginou que ela teria ficado imediatamente feliz, dado um grande sorriso e retribuído com um abraço. Brendan sentiu ciúmes ao pensar nessa possibilidade. Ele cerrou os punhos com força e sua expressão ficou ainda mais fria:― Lena, você está pensando demais. Eu não trato Deirdre bem. Uma mulher como ela não merece ser bem tratada por mim. Pensei em retribuir porque, no fim das contas, o cachorro morreu no meu quintal. ― ― Tem certeza? ― Os olhos de Charlene ficaram sombrios, mas não havia nada que ela pudesse fazer para se opor. Ela mordeu os lábios vermelhos gentilmente e desenvolveu: ― Então, agora você está demonstrando preocupação com Deirdre, por um motivo específico. Nesse caso, minha mente pode ficar tranquila. É possível que eu não seja generosa
― Por que a convidaríamos para a festa? ― Brendan ficou contrariado. ― Você é muito gentil. Ela merece ser essa criatura lastimável e só tem a si mesma para culpar por isso. Além disso, sua festa de aniversário é muito importante. Quem vai se divertir na sua festa quando a presença dela estraga toda a diversão? ― ― Mas... Deirdre não vai ficar entediada em casa e sozinha? ― Ela disse, em um tom choroso: ― Não acredito que Deirdre possa estragar a diversão. ― ― Mas, você acha que ela merece ser convidada para a sua festa de aniversário? ― Os olhos escuros de Brendan estavam manchados de frieza, enquanto seus olhos estavam fixos no rosto de Deirdre. ― Fale por si mesma. Você merece participar de um evento tão grandioso? ― O coração de Deirdre estava acelerado. Este foi o golpe mais letal de Brendan. Não bastava humilhá-la. Ele agora a forçava a reconhecer cada insulto. Deirdre acreditava que Charlene devia estar sorrindo de satisfação. Então, ela respirou fundo, suprimiu sua
― Tudo bem... ― Suprimindo a amargura em sua voz, Deirdre assentiu, vigorosamente. ― Vou esperar. ― Ela planejava voltar para seu quarto quando uma música encheu o escritório. Deirdre estava atortoada e seu coração falhou uma batida. Ela conhecia muito bem aquela música, pois era o toque do seu celular. Brendan também ficou bastante surpreso. Então, ele puxou a gaveta da escrivaninha e seu rosto se converteu em uma máscara de ódio quando ele viu o nome de Sterling estampado no identificador de chamadas.Um tempo atrás, Sterling havia tentado ligar para Deirdre algumas vezes, mas parou depois de descobrir que Brendan tinha confiscado o aparelho e não tinha a menor intenção de devolvê-lo. Entretanto, lá estava novamente, o nome do desgraçado estampado no telefone.Deirdre não teve coragem de agir precipitadamente. Mas, a curiosidade foi mais forte. Suas mãos estavam cerradas e, reunindo toda coragem que tinha, perguntou:― Meu telefone está tocando? ― Brendan estreitou os olho
Por que ele estava tão exasperado ao saber disso? Brendan não entendia o que aquilo tudo tinha a ver com ele, mas mesmo assim, viu tudo em vermelho, perdendo o controle e, no auge de sua raiva, sacudiu Deirdre e a soltou.Sem ver a expressão de ódio no rosto do monstro, a jovem chegou a ter um segundo de esperança, achando que poderia sair do escritório, mas um novo empurrão a lançou sobre a mesa do escritório. Em seguida, ela sentiu o corpo ser pressionando pelo peso de Brendan e então sentiu sua respiração ofegante. Um calafrio percorreu a espinha. A jovem sabia o que estava prestes a acontecer e, por isso, gritou, lutando:― Não, Brendan! Não! ― O monstro agiu como se não pudesse ouvi-la, agarrando os finos braços e os prendendo, com uma mão, sobre a cabeça dela, enquanto zombava:― Por quê? Não é este o objetivo da sua existência? Por que mais você acha que eu deixei você viver? Você ainda acha que vai morar com Sterling um dia? Que grande piada! ― Com a mão livre, o home
Deirdre se esforçava para sair da cama e o telefone da sala ainda berrava incessantemente. Era como se o aparelho pudesse representar seu próprio sofrimento sem fim. Por fim, ela saiu do quarto, com muita dificuldade, desceu as escadas e pegou o telefone. O rosnado irritado de Brendan a cumprimentou:― Achei que ia enrolar um pouco mais! ― Os dedos de Deirdre apertaram o fone. ‘Você fala como se não fosse responsável pelo meu estado.’ Fazia muito frio no escritório, na hora em que ele a despiu e a brutalizou e, além do desgaste físico, ela deveria ter contraído uma virose, pois sentiu calafrios e uma onda de calor depois disso e, sem surpresa, ficou com febre. Mesmo agora, ela estava abrindo caminho através de uma névoa cerebral. Não que ele se importasse, de qualquer maneira. Tudo o que importava era derramar sua semente e se sentir bem. Para ele, ela sempre foi uma subumana, na melhor das hipóteses. ― Estou com dor de cabeça. Acabei de acordar. ― Ela resmungou. Br
Deirdre estava muito incomodada. Cada parte daquela cordialidade soava fabricada e falsa e a jovem adoentada não estava com vontade de participar daquele teatro, então colocou a caixa em uma prateleira ao lado da porta e se virou para sair. ― Espere! ― Charlene a deteve e se levantou do assento, com um sorriso. ― Qual é a pressa? Você não quer dar uma volta? Você sabe, aproveitar a festa agora que você está aqui? ― ― Não estou interessada ― Deirdre rebateu, com indiferença. Ela nunca se interessava pelo que a classe alta considerava alta costura ou glamour. A única razão pela qual ela queria ser a esposa de Brendan era porque o amava. Mas, já havia algum tempo, que o amor tinha ido embora. ― Eu trouxe seu colar ― ela afirmou placidamente. ― Se não precisar de mais nada, com licença. ― ― Ah! Tem mais uma coisa... ― Charlene respondeu rapidamente. Seu sorriso se aprofundou. Então, ela pegou o telefone, com movimentos graciosos e exibiu um vídeo. Os gemidos e gritos de um cac
― Bren! ― Charlene tossiu e fugiu aterrorizada para os braços de Brendan. Ela olhou boquiaberta para Deirdre, o medo arregalando seus olhos enquanto ela gritava: ― Ela enlouqueceu, Bren! Ela perdeu o controle e está tentando me matar! ― Restos do estrangulamento de Deirdre ainda estavam gravados em seu pescoço, doloridos e rígidos. Um pouco mais à frente, Brendan podia ver lágrimas inundando o canto de seus olhos. A visão provocou algo feio dentro dele. Ele estava exasperado, pois havia deixado Charlene sozinha por tão pouco tempo... Mas, foi tempo suficiente para que isso acontecesse. Se ele tivesse estado lá um minuto depois... O monstro investiu e seus dedos cravaram nos ombros de Deirdre, como garras, com tamanha força que o som de estalos ecoou pelo salão.― Você nunca vai aprender, vai?! Mesmo depois de todo esse castigo, você ainda não consegue parar de machucar Lena! ― Lágrimas rolaram infinitamente pelos olhos opacos de Deirdre, molhando o chão. Seu peito doía ta