Estávamos outra vez no lago, olhei para todos os lados, para ter certeza que estamos no mesmo lugar que saímos e estávamos, a água clara e gelada estava cobrindo os meus pés não tinham indo a lugar nenhum, estávamos lá na floresta, no mesmo lugar, me abaixei e peguei uma pedra do chão, queria sentir, queria ter certa de tudo.
— O que foi isso? — Olhei para a coisa, que me observava, queria ter certeza do que ele tinha feito, de como ele tinha feito, eu teria saído do lugar? Ou será que ele colocou aquilo na minha cabeça?— O passado? — Ele disse pensativo, eu me afastei dele.
— Como o senhor fez isso? Como me fez estar lá e estar aqui ao mesmo tempo?
— Saberá tudo no tempo certo. — Ele parecia estar me analisando, como se esperasse outra atitude minha.
— Mas...
— Temos apenas uma solução para que você viva. — ele continua a me ignorar, mas suas palavras chamam minha atenção. — Eu sei que você está maravilhada com tudo.
— Porque você está tentando me ajudar? O que quer, porque eu não tenho nada, eu...— Porque preciso! — Ele falou antes que eu pudesse terminar a frase. Mas isso não era o suficiente, não aqui, não em Tárcia, ninguém ajuda uma escolhida, ainda mais alguém que possua esse tipo de poder.
— Por quê? Não tenho nada valioso que possa querer nada que valeria para um ser como o senhor.
— Vamos dizer que um dia terá. — Ele se vira para me olhar, e posso sentir que ele diz a verdade. — Muito mais do que pensa.
— Como assim? — Era insano, eu não devia confiar nele, talvez fosse algum truque da rainha, algo para ter certeza que eu não desistiria,
— Teremos muito o que conversar, mas só quando você estiver a salvo.
— Não disse que aceitava a sua ajuda. — Eu não podia confiar nele, eu nem sei por que me deixei levar, isso era perigoso demais.
— Eu vou dar uma razão para você não tomar a decisão errada.
Ele simplesmente desapareceu sem me deixar terminar a pergunta. Fiquei ali pensando em tudo que tinha acontecido, se eu comentasse isso com alguém eles iriam me achar insana e duvidaram. Eu devia pensar sobre tudo, seja lá o que aquela coisa for, ela pode me ajudar, pode ser a minha única chance, mas e se essa coisa for a mesma que fica ao lado da rainha, a que o povo nunca ver a face, a que só aparece na noite do sacrifício e some, não se fala sobre isso, o reino fingir não saber e nem ver esse ser, mas há boatos sobre ele, sobre o que ele pode fazer. E se esse ser for o mesmo? E se for uma armadilha, que todas devem passar? Eu acho que eu não passei, devia ter me recusado, devia ter me negado, dito algo como: “meu sacrifício para servir o reino” seja lá o que ele esperava ouvir.
Subo em uma árvore e fico olhando o castelo, logo estarei lá e serei bem tratada, ganharei uma coroa, logo depois me levarão para o altar os sacrifícios acontecem, não sei muito sobre essa parte apenas que ficamos rodeados por nosso povo, que esperarão que eu e as outras seis meninas estejamos mortas e depois celebraram, mais sete anos de prosperidade para o reino. E logo tudo acabará, morrerei "com honra". Bem, é isso que dizem, Mas que honra se têm em morrer sem lutar?
Já estava anoitecendo quando desci da árvore para voltar pra casa. Minha mãe já fazia o jantar, ela amava cozinhar, uma das poucas coisas que não havia sido tirado dela. Como eu minha mãe foi instruída a não andar por aí fazendo coisas que camponeses comuns fazem.
— Onde esteve Dominique? — Ela me dá aquele olhar fulminante. Minha mãe se esquece de que não sou mais a menininha pentelha que destruía os jardins alheios.
— No lago. — Era melhor falar um pouco da verdade, porque ela sempre sabia quando eu mentia.
— É perigoso! – me repreende, dessa vez olhando para o meu pai, que nada disse, ele estava apenas nos observando.
— Não para mim! — Falei pronta para lhe dar um beijo.
— Só porque seu pai te ensinou coisas de homem não quer disse que você é um! — Ela se afasta zangada. — Não ache que um beijo resolve qualquer coisa acha.
— Mamãe! — Eu a beijo na bochecha antes que ela se afaste novamente. — Não deve se preocupar.
— Vá lavar as mãos, o jantar já está pronto! — Ela fala zangada, mas sorri.
— Sim, senhora! — Vou até o banheiro e lavo minhas mãos rapidamente, quando volto fico olhando meu pai ali parado encarando a janela e percebo a grande semelhança entre ele e o velho que eu vi hoje.
— Papai, por que você nunca me disse que meu avô foi conselheiro do rei? — Meu pai virou-se rapidamente e me olhou com os olhos levemente arregalados, ele parecia estar assustado.
— Quem te disse isso? — Ele grita e isso me assusta, meu pai nunca grita, não comigo.
— Eu soube...
Dei-me conta que nem devia falar sobre aquilo.
— Não repita isso! — Ele brada me interrompendo para então se virar novamente para a janela. — Nunca mais repita isso!
— Me perdoe pai. — Senti as lágrimas rolarem e eu só queria fazer elas pararem, ele nunca foi assim, nunca me tratou assim.
— Dominique venha cá! — Minha mãe me chama, ela parece está angustiada e então vou até ela. — O que meu pai tem?
— Vá para o seu quarto! — Ela ordena e eu a olho indignada. O que eu tinha feito de errado?
Mesmo a contragosto eu faço o que ela manda e sigo para meu quarto. Eu nunca soube nada sobre a família do meu pai, minha mãe disse que ele não gostava de falar sobre isso, mas nunca achei que tocar no assunto o deixaria assim. Alguns minutos se passaram até que minha mãe bata na porta me tirando dos meus pensamentos.
— Pode entrar!
— Trouxe sua comida. — Seu rosto demonstra preocupação.
— Por que aquele ataque todo por uma pergunta? — questiono, ela me olha como se estivesse cansada.
— Entenda seu pai. — Ela fala deixando a bandeja na cama e eu a encaro com as sobrancelhas erguidas em um incentivo para que ela continue. Ela solta um suspiro cansado e então fala. — O seu avô foi um dos homens que ajudou a princesa a tomar o poder!
— Como assim?
— Ele armou para derrubar o rei. — Minha mãe estava sugerindo que de alguma forma meu avô tinha contribuído para a queda do rei.
— Mas por que ele faria isso? — Nada fazia sentido, minha mãe sorri, e mexe os ombros, a verdade é que eu sabia que meu pai não contaria nada sobre um traidor. — Meu pai tem vergonha dele, entendo, mas ele parecia um homem tão digno!
— Do que está falando? — Minha mãe me olha confusa, o meu erro tarde de mais.
— Nada é só que pensei uma bobagem. — Minto, mas o que eu poderia dizer, além disso.
— Sempre pensando demais. — Minha mãe revira os olhos, ela acha que eu sou uma sonhadora sem solução.
Ela se aproxima e me dá um beijo na testa antes de sair, me deixando ali com meu jantar. Após comer eu me deito em minha cama e fico pensando em como tudo o que tinha acontecido hoje não fazia sentido.
O beijo de Caio, a briga, o homem na floresta e aquela visão do passado, sem contar no segredo que minha mãe tinha me confidenciado. Eram tantas coisas para um dia que o sono me tomou antes que conseguisse processar todas.
— Acorde! — Minha mãe me sacode do jeito delicado que só um cavalo conseguiria.
— O que foi mãe? — Digo me levantando, irritada, não havia forma mais delicada de alguém ser acordado?
— Levante para tomar café! — Ela grita abrindo as cortinas. — Tem que ser mais cuidadosa, porque deixou a janela aberta?
— Não sei. — Falei sonolenta, cobrindo o rosto com o cobertor.
— Poderia ficar resfriada! — Então ela para de falar, como se compreendesse que não faria diferença alguma um resfriado para alguém que estava sentenciada a morte.
— Estou sem fome. — Dei um pulo da cama e lhe dei um beijo na bochecha, ela sorriu amável novamente.
— Seu pai não queria gritar com você, é só que as coisas não estão fáceis...
— Eu entendo, mas o que posso fazer? Logo estarei morta e só queria que ele ficasse um pouco comigo. — Senti as palavras afiadas, mas não consegui pará-las antes de atingir o alvo errado.
— Algumas pessoas não sabem como lidar com a dor. Tem quem se torne forte com a dor e tem quem é consumido por ela.
— E meu pai foi consumido, não é?
— Podemos dizer que sim. — Minha mãe me olhou com aqueles grandes olhos verdes, ela era forte, ninguém esperaria que ela fosse a forte da família, meu pai um guerreiro que um dia foi respeitado, não tinha a coragem daquela mulher.
— Quando seu pai a segurou pela primeira vez, depois de ter servido na guerra entre nosso reino e o reino inimigo ele disse "Ela é especial! Irá me dar dor de cabeça ``. — ela me contou se sentando na beirada da cama.
— Por quê? — Porque perguntei curiosa, amava as histórias que meus pais sempre tinham para me contar.
— Talvez seu pai consiga ver o futuro. — Ela sorri com a fala. — Ele te ama muito, até quando você nos faz ficar de cabelos em pé, nós te amamos. — Ela me beijou na testa e eu pude sentir as lágrimas escorrendo, ela estava chorando. — É difícil olhar para você e saber que logo não vai estar aqui nos deixando de cabelos em pé.
— Não chore! — Eu beijo seu rosto querendo apagar a tristeza de seus olhos. — Não deve se preocupar com isso.
— Eu preferia aquela casa simples, aquelas roupas velhas, do que ficar sem você. — Ela puxou o ar, enquanto tentava não chorar.
— Eu sei! — Eu não queria chorar, estava cansada de resumir meus dias a chorar e me entristecer pelo meu futuro.
— Não deveria ser assim, não é a ordem certa, uma mãe não devia ver a filha morrer.
— Mãe! — Eu digo a abraçando e me quebrando com suas palavras. A verdade é que não sabia se suportaria ver ela e meu pai mortos.
— Não queremos perdê-la, é só isso. — Ficamos ali por um bom tempo, sem dizer nada.
Era tudo muito ruim, tudo muito injusto, porque eu tinha que morrer para o bem do reino? Porque minha mãe tem que perder sua única filha? Porque coisas ruins precisam acontecer? Tudo era cansativo, tudo era mau.
Minha mãe sai e olho pela janela, sinto uma enorme vontade de rever minha antiga casa. Onde coisas boas aconteceram, lá o mau ainda não existia, vesti um vestido leve branco, precisava de algo confortável, a caminhada seria longa.
Pulei a janela decidida, seria bom me despedir da minha antiga casa, seria bom sair desse lugar. Eu levaria toda manhã para chegar, era distante, e um pouco perigoso, já que ficava afastado do castelo, mas eu precisava disso, precisava me afastar disso tudo, e saindo cedo eu poderia voltar antes do anoitecer, caminhei o mais rápido possível para a floresta, eu conhecia muito bem esse lugar, o povoado fica um pouco distante de nossas casas que está mais próxima da floresta, o que é a única coisa boa nisso tudo.
Chego à minha antiga casa e olho para onde eu vivi os melhores dias da minha vida, eu não fazia ideia do quanto as coisas poderiam mudar, o quanto tudo poderia ser destruído.A pequena cabana agora cheirava a mofo, as janelas estavam quebradas, provavelmente os bichos tenha entrado depois que fomos embora, ou algum viajante a usou para algo, ela estava caindo ao pedaços, mas ainda me sentia mais segura aqui do que na enorme casa que me deram para morar. Lembro- me do dia em que nos mudamos, a carruagem de ouro parou de frente a nossa casa. O homem de cabelo branco e com uma barriga enorme nos mandou entrar, pois eu era uma das escolhidas da rainha e isso era uma grande honra. Eu não sabia, na verdade não tinha idade para entender, apenas sabia que meus pais estavam com medo e aquilo deveria ser um sinal.Comecei a levantar as cadeiras que estavam no chão, o pó tomava o lugar, eu sei que é bobagem limpar esse lugar, sabendo que nunca mais voltarei aqui, mas parecia certo deixá-la limp
Meu coração estava prestes a saltar pela boca, o ar parecia ter sumido de meus pulmões. Como eu podia ter sido tão descuidada peguei no sono aqui? Senti um arrepio tomar todo o meu corpo, o medo me tomou de uma maneira que nunca imaginei ser possível. O que eles fariam comigo? Eu estava desarmada e indefesa...— É só uma menina, afaste isso dela. — O velho diz me olhando.— Ela pode estar com os ladrões. — O homem de nariz torto se intromete...— Quem é você? — O belo rapaz pergunta com a espada erguida para mim.Ele parecia orgulhoso e imponente, com ar de superior, sentia raiva por está desarmada, eu o faria implorar por piedade e ele tiraria aquele jeito presunçoso de me olhar. Mas mesmo sobre minha raiva não podia negar que era belo. Agora sobre a luz do dia e bem ali na minha frente eu podia ver os cabelos negros como os meus, seus olhos verdes que me encaravam, o que era um contraste para as sobrancelhas grossas e negras. Ele era forte, mas agora usando apenas uma camisa branc
Entrei no lindo quarto, as cortinas brancas, almofadas coloridas e uma cama digna de uma princesa, é uma prisão confortável, nada ali era meu além de uma boneca feia e remendada, a única coisa que consegui carregar comigo, a única coisa que podia chamar de minha. Lembrei-me do dia em que eles chegaram para nos trazer para a nossa nova casa.— Eu não quero ir! — Eu gritava me segurando na frágil porta de madeira.— Temos que ir! — Meu pai dizia soltando os meus dedos um por um.— Por quê? — Eu gritava com raiva.— Você foi escolhida. — Minha mãe falava com um falso sorriso olhando para o homem que nos esperava.— Não quero ser escolhida! — Falei tentado fugir dos braços do meu pai.— Você será invejada, terá uma casa mais confortável, terá uma boneca bem melhor que essa. — O homem barrigudo disse olhando para a boneca rasgada no chão.— Não quero nada que venha da sua rainha! — Eu gritei e minha mãe tapou minha boca.— Desculpe meu senhor, ela não queria dizer isso. — mamãe murmurou me
Eu estava em um campo havia rosas vermelhas espalhadas por todo lado, olhei para meu corpo e eu usava um lindo vestido branco, parecia muito com a minha mortalha, porém esse tem um brilho diferente. Caio estava lá montado em uma alazão com um lindo sorriso, ele usava roupas pomposas, ergueu a mão para que eu pudesse subir então quando já estava montada junto a ele começa a cavalgar em direção a floresta. De repente eu fiquei com medo, ele corria cada vez mais rápido.— Caio vamos cair! — Eu tento avisá-lo, mas não adianta ele correria cada vez mais rápido, até que paramos de frente a um castelo, então ele desce e me ajuda a fazer o mesmo. — A onde vamos? — Perguntei, mas ele apenas me puxa para dentro do castelo. Subimos uma escada e só paramos quando chegamos de frente a uma porta de madeira, nela havia um desenho de uma árvore, parecia com uma macieira, olhei para Caio — O que tem aí? — Pergunto aflita, mas ele apenas abre a porta e me puxa para dentro.O quarto estava escuro e a ú
Diante de meu desespero, caio estalar um beijo em meus lábios e se afasta, pulando a janela e voltando por onde tinha vindo. Respiro fundo antes de abrir a porta tentando afastar qualquer resquício de afobação. Quando Abro a porta, meu pai me olha como se suspeitasse de algo.— Como está? — Ele diz entrando no quarto e encarando tudo a volta, como se pudesse sentir que algo estava fora do lugar.— Bem. — Digo enquanto ele se senta na minha cama.— Sente-se. — ele pede e eu me aproximo incerta. O que teria acontecido agora? — Lembra quando tinha sete anos e você caiu do cavalo? — questiona e eu concordo me lembrando. — Recorda-se que passou dias na cama?— Lembro do papai. — Digo sem entender aonde ele queria chegar.— Quando melhorou você se levantou, olhou para mim muito séria e disse "quero ver ele me derrubar de novo". Sua mãe proibiu, mas durante a noite você saiu e subiu no cavalo.— Eu era teimosa! — sorrio com mais uma cena de minha teimosia que nem me lembrava.— Quero que con
À voz soa suave e bem de perto como se alguém sussurrar em meus ouvidos, percebi de quem se tratava, aquele ser me procurava outra vez, nunca entendi sobre magia, não era algo que nos era ensinado, mas nunca imaginei alguém capaz de está em um lugar sem está. “Não tema minha criança, peço que confie em mim”. A voz outra vez sussurrou, respirei fundo e decidi que não havia muitas opções, já que ele estava em minha cabeça. Durante todo o caminho pensei em tudo, pensei no que ele tinha me prometido, se houvesse uma chance de acabar com tudo e de ser feliz, talvez valesse a pena, talvez o preço a se pagar não fosse nada comparado a isso. Assim que cheguei à coisa com olhos de cobra me esperava no lago, com certa impaciência. — Tive um imprevisto, é melhor irmos logo! — Ele disse sem esperar que eu abrisse minha boca. — Sim, é melhor. — Falei, e ele ergue a mão, eu coloco minha mão sobre a dele. Estávamos no palácio, mas não era tão belo quanto antes. — Por favor! Por favor! — Algué
Pela manhã, decidi visitar, Rafi e Reno, a caminhada era longa, eles se escondiam muito bem, peguei uma cesta de frutas e pães, eles sempre estavam famintos, pois cozinha não era bem o forte deles, nem o meu, mas por sorte o da minha mãe é, seria bom vê-lo, sem drama sem dor, eles eram dois ladrões que não tinham tempo para chorar pela minha vida, porque tinham que se preocupar com a própria. Comecei andar com mais cuidado, quando cheguei perto do local onde eles ficavam, pois eles colocavam armadilhas por todo lugar, possivelmente já sabiam da minha chegada e estavam em alguma árvore esperando eu cair em suas armadilhas. O que não adiantou em nada, pois segundos depois eu estava de cabeça para baixo, pendurada em uma árvore. — Eu mato vocês! — Gritei e pude ouvir as risadas dos dois — Eu disse que ela cairia. — Reconheci a voz do Reno. — Me solte Reno! — Logo os dois apareceram, ele tinha atitudes de criança, mas eram no mínimo uns quatro anos mais velho do que eu. — Não Domi! —
Um barulho estrondoso que me fez estremecer era uma árvore sendo derrubada perto dali corri na direção do barulho. Ao chegar ao barulho vejo uma árvore caída no chão era a minha macieira talvez a única existente em todo reino, fora a que existia no castelo, ela se encontrava no coração da floresta, achei que nunca encontrariam, mas eles estavam lá, havia pelo menos uns seis homens, eles usavam roupas simples, logo percebi que eram apenas serviçais da rainha, mas a sua frente em cima de uma cavalo estava o soldado do outro dia, ele usava uma blusa de algodão branco, sua botas ao contrários dos demais estavam brilhantes, imagino que jamais precisou pegar no pesado, então essa é vantagem em ser amante da rainha? Ele então encontra o meu olhar, parece surpreso e então desce do cavalo e anda até a minha direção, ele por um momento apenas me observa como se me desafiasse a ser a primeira a falar, mas apenas voltei meu olhar para árvore, o sonho parecia tomar forma ali, ele e uma macieira, ma