Entrar na sala de Andrew, e, vê-lo sentado em sua cadeira, relaxado à minha espera, me deu um frio na barriga de uma forma que eu nunca havia sentido, seu blazer que descansava no encosto da cadeira, era preto e fazia par com sua calça, ele vestia uma camisa social azul e uma gravata de cor roxa com algumas listras, sua barba aparada e seu cabelo penteado para trás, formavam um belo conjunto. Era uma visão e tanto.
“Como não se excitar com essa visão?”
Até os homens devem sentir-se atraídos por ele, afinal, ele tem algo que aflora a imaginação de qualquer um.
“Sexy demais para minha sanidade.”
Naquele momento, dei graças a Deus por está usando blazer. Parece que meu corpo sabe quando está perto do Sr. Castillo, agora mesmo, meus seios estão duros e erguidos, e minha mente teima em imaginar Andrew os chupado, me fazendo gozar horrores, como aconteceu ontem, quando o imaginei chupando-me da cabeça aos pés.
O que fizemos ontem em meu sofá, foi como se despertasse algo em mim que antes estava adormecido.
Quando olhei em seus olhos, que não perdiam nenhum de meus movimentos, senti um misto de prazer e adrenalina. Eu não consigo entender o porquê o meu corpo se sentia atraída por Andrew, ele não é meu tipo. Pensei frustrada.
Meu tipo é... Humm, meu tipo é... Merda, realmente não sei dizer, eu nunca parei para pensar sobre isso, nunca me importei... Até agora!
Até os dezesseis anos, eu sonhava com meu príncipe encantado. Eu sei, eu sei, não existe essa bobagem de príncipe encantado, e meu primeiro namorado, o Luís, é a prova que esse sonho não passava de uma ilusão.
Eu não era à menina mais bonita da escola (mas também não era a mais feia), ainda assim, eu não entendia o que ele tinha visto em mim. Mas depois eu descobri, quero dizer: Livi descobriu e me disse, ele só queria tirar a minha virgindade, uma grande aposta entre ele e os meninos populares da escola, não importava se eu fosse feia ou não.
Foi horrível quando descobri, isso aconteceu em nosso baile de formatura, quando Livi descobriu, ela nunca me contou como isso aconteceu, mas, consigo lembrar a cena até hoje.
Livi me chamou no canto, Luís tentava me levar para dançar entre os poucos casais de jovens que se arriscavam com as músicas lentas, a maioria só curtia músicas eletrônicas.
Eu não estava afim de dançar, quando Livi chegou, dei graças a Deus.
— Vamos ali, no canto, preciso falar com você, Cecil. — Ela dizia apressada.
Eu sabia que ela estava com raiva, em seus lábios havia um sorriso, mas, seus olhos estavam frios e só piorava quando encarava Luís.
Ela não esperou resposta, foi logo me arrastando o mais distante possível de dele.
— O que foi Livi? Por que está com essa cara? — Eu perguntei assim que paramos.
— Cecil, eu descobrir algo horrível.
A raiva que havia em seus olhos a pouco foi substituída por tristeza.
— O que você descobriu? — Perguntei preocupada.
— É sobre o Luís... É que ele, amiga... É que ele...
— Fala logo Livi.
— É que ele se aproximou de você somente para transar.
Naquele momento, parecia que eu tinha tomado um banho de água suja, me senti traída.
Eu sabia que Livi estava sendo sincera, mas, ainda assim tive que perguntar.
— Tem certeza Livi? — Perguntei incrédula. Eu não conseguia senti nada, além de incredulidade e um grande sentimento de traição.
— Sim amiga você sabe que eu nunca mentiria para você Cecil.
— Eu sei, Livi. — Respondi olhando com raiva para Luís. — Tire-me daqui Livi, por favor, me tire daqui.
Caminhamos alguns passos entre a multidão de jovens, senti um puxão em meu braço e gritei de dor.
— Ai... — Quando virei, percebi que é Luís, com seus olhos vermelhos de raiva.
— Onde está indo, Cecile?
— Solte-me Luís, você está me machucando.
— Eu não vou soltar coisa nenhuma, você é minha namorada. — Ele gritou fazendo cena.
— Solte-a agora, seu babaca. — Livi disse indo para minha frente.
Quando se tratava de me defender, ela não tinha medo de partir para briga, muito menos eu, ela sempre será minha amiga, minha irmã, minha confidente.
É por isso que preciso contar a ela como me sinto em relação a Andrew, talvez ela saiba como cessar essas sensações involuntárias.
— Você não manda em mim, sua intrometida.
Com raiva das atitudes dele falei com raiva.
— Escute aqui seu idiota. — Falei apontado meu dedo na cara dele. — Nunca mais se aproxime de mim, não sou mais sua namorada e se você quer transar com alguém, vá transar com sua sombra, ou se masturbe até suas mãos sangrarem.
Luís ficou assustado, me olhando. Eu nunca falei dessa forma com ninguém, nunca gostei de fazer cena, mas, naquele dia, eu tinha perdido a calma.
— Eu a amo Cecile, por favor, vamos conversar.
— Agora é tarde, Luís. — O ignorei e voltei a caminhar com Livi.
Saí de lá, mas ainda podia escutar ele me gritando. Ele passou semanas tentando falar comigo, apenas o bloqueie de minhas redes sociais e de minha vida.
Eu, a menina boba que era, achava que ele gostava de mim, que me amava. Chorei semanas, mas aprendi a lição e como aprendi.
Infelizmente esse episódio me fez perder a confiança nos homens, e no dia que conheci Jonas, foi a primeira vez que me arrisquei em seduzir e ser seduzida.
“Não posso deixar de dizer que foi um fracasso.”
Talvez exista o homem certo para mim, mas, o destino só pode ter deixado ele preso em uma ilha deserta ou em outro século, só pode ter sido isso, era a única explicação sensata que eu tinha.
Sou uma mulher com necessidades, nunca pensei em ficar tanto tempo virgem, sempre pensei em perder minha virgindade com o homem que meu corpo e minha mente ansiassem estar, ainda não encontrei esse tal homem.
“Acho que até agora.” — Penso, olhando para Andrew.
Não acredito que pensei isso. Droga, eu preciso parar com isso. O homem a minha frente, por mais lindo que seja, por mais que pareça um príncipe, eram seus olhos que me deixavam em alerta, ele parece mais um lobo, apreciando a sua presa antes de atacar, nesse caso, eu sou a presa.
— Boa tarde, Sr. Castillo? Agradeço por me receber agora, sei que o senhor é muito ocupado.
Quando estou nervosa minha boca não para. Ah, como eu queria comer alguma coisa agora, para acalmar esse nervosismo.
Talvez ele tenha notado, porque me lançou um sorriso tranquilizador e por um instante, me deixei sentir-me tranquila.
— Boa tarde, Senhorita Viana. — Ele diz levantando e estendendo sua mão direita para me cumprimentar.
Tocar em sua mão foi como receber uma descarga elétrica em todo meu corpo, foi quase como sentir o início de um orgasmo. Pelo menos é assim quando eu me masturbo.
“Necessito fazer isso novamente quando chega em casa.” Faço uma anotação em minha mente.
— Não se preocupe, já fiz o que tinha que fazer, no momento sou todo seu. — Ele diz. Não posso deixar de notar o duplo sentido em suas palavras.
Olho as mãos dele sobre a minha e percebo uma pequena resistência dele em soltar a minha mão. Pigarreio, ele olha em meus olhos e sorrir para mim maliciosamente antes de soltá-las.
Isso vai ser difícil.
— Sente-se, senhorita Cecile. — Parecia mais uma ordem que um pedido.
Não lido muito bem quando tentam m****r em mim, mas, eu sei separar o profissional do pessoal, é o que eu pretendo fazer em relação ao Sr. Castillo.
Assim que eu me acomodo na cadeira, ele volta a falar.
— Pela demora da senhorita chegar, achei que tinha sofrido um acidente. — Ele diz sarcástico. Torci minha boca em reprovação.
— Em relação a isso, senhor, sinto que lhe devo um pedido de perdão.
Ele se acomoda na cadeira, fazendo um gesto com as mãos para que eu prossiga.
— Quando disse que estava a caminho eu nem tinha saído de casa ainda, eu...
— Eu sei senhorita. — Ele diz me cortando.
— Como sabe?
— Não vem ao caso. — Grosso. — Mas eu já sabia. — Ele senta ereto na cadeira.
— Trouxe seu currículo? — Ele me parecia incomodado com algo, mas, eu não tinha coragem de perguntar o motivo.
— Trouxe. — Respondo, tirando uma pasta de dentro de minha bolsa.
— Mas, antes que o senhor comece com a entrevista, preciso deixar claro algumas coisas. — Faço uma pausa esperando resposta.
— Prossiga. — Ele diz tirando a pasta de minhas mãos, abrindo-a e tirando meu currículo de dentro.
— Sei que nos conhecemos de uma forma que eu não esperava, acredito que nem o senhor. Sei que teve a situação de nosso beijo em meu apartamento. — Digo envergonhada.
— Foi mais que um beijo. — Ele diz irônico. — Nós quase trans...
— Eu sei o que íamos fazer senhor. — Interrompo-o. Meu nível de constrangimento está aumentando e tenho certeza que ele percebeu.
— Não é a questão que eu quero chegar.
— E qual é a questão então, senhorita? Vá direto ao assunto. — Ele completa impaciente.
— Senhor, para que isso dê certo e o nosso trabalho aconteça. Peço que nossos contatos sejam apenas profissionais. — Ele nada diz, só me encara.
— Nada de beijos, visitas inesperadas, muito menos pagar minhas contas. A propósito, trouxe o dinheiro que o senhor pagou meu aluguel. — Abro minha bolsa e pego minha carteira.
Foi um sacrifício reaver o dinheiro, a sindica não queria me devolver, foi preciso muita insistência de minha parte e a ameaça de um processo. Ela acabou cedendo. Peguei o dinheiro do Sr. Andrew e paguei o aluguel com meu dinheiro. O dinheiro que ele deu, era bem mais do que eu imaginava, nunca tinha visto tanto dinheiro junto.
Abri a carteira e tirei o dinheiro, ofereci a ele e tudo o que ele fazia era me encarar, seus olhos estavam semicerrados e seu semblante sério. Se ele está com raiva, está escondendo bem.
Permaneci com minha mão estendida, ele não fez nenhuma menção de pegar o dinheiro. Fez-me imaginar se realmente estou fazendo o certo, afinal, ele foi gentil em pagar meu aluguel, mas o problema é que eu não gosto de dever nada a ninguém, ainda mais a uma pessoa que mal conheço.
— Pegue o dinheiro, senhor. — Estendo mais a minha mão. — É o certo a se fazer. — Digo tentando convencer a mim mesma, afinal, já era tarde para arrependimentos.
— O certo a se fazer? — É a primeira coisa que consigo falar depois do breve discurso dela.— Sim, o certo a se fazer. — Ela afirma.— Lembra o que eu disse que ia fazer caso a senhorita fizesse isso? — Seus olhos crescem e por um momento noto medo neles.— O senhor não faria isso? Aquelas famílias não tem nada haver com isso.— Por que não pensou isso antes? — Pergunto irritado.— Não gosto de ser ameaçada, senhor. — Ela diz com raiva.Até com raiva ela fica linda, vai ser difícil ficar longe dela, agora mesmo estou me segurando para não agarrá-la e beijar essa sua boca gostosa.“Preciso mudar o rumo de meus pensamentos se não é isso mesmo que vou fazer.” — Penso frustrado.— E eu cumpro minhas promessas. — Respondo categórico.
O que aquela mulher estava fazendo na empresa de Andrew? — Pergunto para mim mesmo curioso.Por um momento minha curiosidade sobrepôs a minha raiva. Certamente eu não esperava isso acontecer quando a forcei entregar aquela a pasta a Andrew.O engraçado é que ela nem queria ir, mas agora está trasando com ele. Penso voltando a ficar com raiva. Foi preciso colocar as algemas para que ela fosse entregar a maleta.Minha tigresa que tinha me dado essa ideia.— Se a vagabunda que você escolher resistir, coloque nossas algemas preferidas, quando você vir, tenho uma surpresa para você. Aquela mulher me domina, sempre faço as suas vontades. Então, eu fiz o que ela me pediu, naquele dia, eu iria comê-la de todas as formas possíveis. Meu grande ragazzo em minhas calças chega vibrou de ansiedade.Mas então, vi uma
— Eu não entendo essa mulher. — Penso vendo-a ir embora.Faz dois meses que Cecile trabalha para mim.Dois longos e torturantes meses.Eu tentei de várias formas fazê-la mudar de ideia, claro que não diretamente, eram toques prolongados, eu ensinava várias vezes a mesma coisa para ela, mesmo sabendo que ela já tinha aprendido da primeira vez.Cecil é bastante inteligente, suas respostas rápidas, seu jeito de falar, seu jeito de andar, tudo nela me excitava.É uma sensação horrível, você está tão próximo de alguém que te excita e não poder fazer nada, isso tem me deixado estressado.Pior que eu não consigo sentir mais tesão por ninguém, vou as boates tentar acabar com essa tensão insuportável e nenhuma gostosa atrai meu interesse.Só
Por que tudo está tão claro?— Mãe apague essa luz pelo amor de Deus.— Cecil? Está acordada?— Andrew, o que faz em minha casa no Brasil? — Eu não consigo abrir meus, eu não lembrava que as luzes de minha casa fosse tão forte.— Você não está em casa Cecil, estamos em um hospital.— O que estamos fazendo aqui? Não gosto de hospitais Andrew, me tire daqui, por favor.Hospitais me trazem sensações ruins, o ambiente é pesado demais.— Por que estou aqui?— Se acalme mia vita. — Ele me chamou de sua vida? Porque soa tão bom? — Você precisa abrir os olhos, preciso saber se você está bem. Apri gli occhi, abra os olhos para mim, por favor.— Certo, vou abrir. — É tudo o que eu cons
— Coloque-me no chão Andrew, eu sei andar.Na ida para casa de Andrew, eu acabei cochichando no carro. Eu estava meio que acordada ainda e, meu corpo instantaneamente (prefiro pensar que tenha sido assim) se aconchegou mais próximo dele.Eu senti seus braços me envolverem, isso foi minha perdição. Acabei dormindo sem nem mesmo sentir o sono vir com tudo sobre mim.Acordei, eu estava sendo carregada por ele, Andrew subia uma escada, pedi para ele me colocar no chão, não porque estava ruim a sensação de ter o corpo dele tão próximo, na verdade é tão maravilhosa que poderia ser viciante.Não posso pensar isso.— Da para me colocar no chão?— Deixe de chatice Cecil, eu posso muito bem te carregar até o quarto.— A questão não é essa, eu quero que você me coloqu
Acordei e o sol ainda nem tinha surgido, Cecil ainda dormia profundamente. Um sorriso inesperado apareceu em meus lábios, lembrando-me de nossa noite mais que desejada.Fiquei olhando sua face, tentando gravar cada detalhe. Ela é tão linda, sua beleza vai além de sua aparência. Sua inocência, inteligência, sua teimosia, e ousadia, tudo é um pacote que a torna única.Única para mim.Nunca fui possessivo em nenhum relacionamento meu, mas, com Cecil está sendo diferente, e o que me intriga, é que eu e ela não temos um relacionamento, nem sei o que temos.Cheguei a imaginar que somente uma noite com ela seria o suficiente, mas, eu quero muito mais que uma noite, sem data ou dia para acabar.Não é que eu a ame, gosto muito dela e quero ver até onde isso vai dar.É isso que eu quero.— Já acordad
Era meu terceiro dia na casa de Andrew, eu estava amando ser paparicada por ele. Ele me trata tão bem, faz as minhas vontades, pelo menos na cama, porque quando se refere a eu limpar a minha casa, ou voltar a trabalhar, ele é cabeça dura demais. Ele está parecendo mais meu namorado do que só um ficante, ou seja lá o que for que a gente seja um do outro. Hoje eu voltei a trabalhar, mas tive que prometer voltar para casa dele novamente. Achei razoável essa promessa, mas impus uma condição, que na segunda feira, eu voltaria para minha casa. Ele aceitou, talvez rápido demais, mas, resolvi não focar minha mente nesse detalhe. Às vezes, Andrew parece se importar comigo, a ponto de gostar realmente de mim, não sei porque meu coração me leva a imaginar que ele possa estar se apaixonando por mim. Mas a minha mente me cobra lucidez. Mesmo a gente não colocando rótulos, eu sei, é apenas sexo, gostoso e maravilhoso sexo
Voltei do banheiro após ter chorado. Eu não entendia porque estava tão emotiva. Andrew só falou tudo bem, nada mais. Talvez esse seja o problema, eu esperava mais, sempre estou esperando mais, esse é o meu erro. Ele nunca me prometeu nada. Eu tenho um grande problema, penso demais e a maioria desses pensamentos são sempre negativos. Coloquei esses pensamentos de lado e foquei minha mente no almoço com Julieta e Paulo. Meu objetivo é fazer os dois se conhecerem. Julieta nutre secretamente uma paixão por Paulo. Ela me confessou um dia desses, enquanto almoçávamos no shopping. Eu como uma romântica, resolvi ajudar, hoje é o primeiro passo. Paulo às vezes era muito lento, pelo menos quando se refere aos assuntos do coração, não sei como ele não percebia a forma que Julieta falava com ele ao telefone, tem aquele tom que todo apaixonado faz quando fala com a pessoa que ocupa todo o tempo seus pensamentos. Minha mente teima em pe