O ano era 1918. Fim da segunda guerra mundial. Mais de 100 anjos menores foram destinados a terra para ajudar as pobres almas que sofriam com o pós-guerra. Sofrimento, dor e muita devassidão por toda parte. famílias destruídas, mulheres viúvas e sem esperança. Fome, doença e pobreza eram a triste situação do mundo. Engolidos pela escuridão assombrosa que decretavam o fim da humanidade. Se não fosse a solidariedade dos anjos celestiais que lutavam pela sobrevivência dos seres humanos sobe o comando de Anael, o Todo Poderoso e Soberano teria conseguido seu intuito.
Cansado de receber relatórios desastrosos sobre a humanidade, Deus ordenou que seu filho Lúcifer comandasse o fim de uma época de decepção a qual ELE já estava saturado de ver, que mais uma vez, Lúcifer tinha razão quando dizia que os seres humanos eram gananciosos e sem amor. Decidido ir contra sua criação, estava determinado a acabar com a situação atual do mundo e desta vez, quem sabe entendessem seu recado.
Ao contrário do que se pensa, Lúcifer não era o vilão da história desde o início dos tempos. Era verdade que Samael, hoje mais conhecido como Lúcifer, havia sido designado á vir para a terra e em nome de Deus tomar conta da criação. Seu trabalho foi fácil até certo ponto. Houve um momento que ele acreditou estar errado sobre a humanidade, que os filhos amados de seu Pai, poderiam realmente serem o que se esperavam deles. Amor, benevolência, empáticos, criativos e acima de tudo gratos.
Infelizmente não foi bem assim que aconteceu no decorrer dos milênios. Eles se tornaram arrogantes, estúpidos e gananciosos. Claro que não nessa ordem e muito menos todos eles... se olharmos há milhares de anos atrás, toda vez que ocorreu um extermínio, foi devido a serem corrompidos por sentimentos e desejos que iriam de encontro ao desejo do Soberano.
Suas falhas humanas não eram aceitáveis, portanto, O Pai, não queria que vissem que seus pupilos estavam o desonrando e o colocando em situação difícil perante toda a corte celestial.
Miguel lembrou-se desse fatídico dia enquanto se dirigia para casa de sua amada Anael, que hoje vive como Rafaella. O dia em que ele encontrou Anael e sua equipe trabalhando em meio aos humanos. Cuidando de cada um com tanto amor e dedicação que o fez repensar seus sentimentos pelos humanos. Ele não entendia porque ela agia daquela maneira com seres que foram deixados á própria sorte por Deus. Seu Pai, não tinha interesse algum naquela raça de humanos, pois o haviam envergonhado de tal maneira que ele confiou tal missão á seu irmão Lúcifer, que já estava mais do que acostumado a ser a foice de Deus entre os humanos. Mas, Anael não... ela tinha esperança que dentre tantos deles, ainda houvesse bondade, integridade e gratidão. Sempre via algo de bom em algo que eles criavam ou em alguém. Por isso, toda vez que o comando era exterminar...ela sempre intercedia mesmo passando por cima da ordem de seu Soberano. Essas insubordinações sempre a haviam causado boas detenções para Anael e desta vez não seria diferente...Miguel estava ali para leva-la mais uma vez.
Miguel, sempre tentava ignorar seu cinismo ao qual ela sempre era muito boa, mas quando ela abria aquele sorriso que o fazia sentir frio na espinha...ele esquecia toda e qualquer ordem que recebera. - Sabe muito bem o que eu vim fazer Anael... o que na minha opinião, já está ficando corriqueiro. - Miguel tentava ficar o mais sério possível mediante a situação que sua amiga lhe colocava... mas, ambos sabiam que ordens eram ordens e não havia nada que pudessem fazer.
Essa lembrança fez com que Miguel desse um de seus raros sorrisos, desde que sua amada decidira não ser mais um deles...o que ocorreu naquele mesmo dia, horas depois, Anael se tornaria humana.
O breve sorriso que raramente surgia em seus lábios, mais uma vez deu vazão a sua tristeza. Por mais que ele entendesse as razões dela em ter tomado tal atitude, ele acreditava que um dia ambos ainda poderiam viver seu amor sem a necessidade de se esconderem. E conhecendo seu Pai, isso poderia gerar grandes conflitos e milênios de luta para que conseguissem sua aprovação. Sem despedidas, Anael seu grande amor, partiu rumo á terra para se tornar humana. Isso deixou Miguel desolado por anos. Sem chão e sem rumo, Miguel seguiu sua existência apenas cumprindo ordens como um autômato, frio e sem piedade. Outrora, conquistara a reputação de arcanjo destruidor e após o abandono de Anael, Miguel tornara-se recluso, raramente sorria e ficara mais impiedoso e mortal assim como sua espada.
Mas o que Miguel não sabia, era que neste mesmo dia, quando Anael informou a ele que tinha negócios a tratar com seu Pai, ela estava indo contar ao Soberano sobre o amor entre os dois e que tinha tomado uma decisão para o bem de todos.
Naquele ano, uma forte nevasca caiu sobre a cidade de São Paulo. Um fenômeno abrupto que ninguém conseguiu entender, não era comum tal atividade climática na cidade. Esse acontecimento foi registro de muitos debates entre os entendidos do assunto. Meteorologistas da época não conseguiam uma razão lógica para tal evento. Neste dia foi registrado -3C° na região de São Paulo, sem muitas explicações o fato acabou se tornando uma lenda urbana na cidade.
O que ninguém nunca soube, além do círculo celestial, era que no dia 25 de junho de 1918, na grande cidade de São Paulo, o mundo tinha ganho mais um anjo caído. Porém, com uma grande diferença, este ser celestial, seria para todo o sempre um mortal. Nasceria e renasceria vida após vida, sem lembranças do seu passado. Coisa que não acontecia com os caídos, esses continuariam seres imortais e só obteriam redenção após o cumprimento de sua detenção aqui na terra, o que poderia levar muitos milênios para que isto fosse possível. Todo esse tempo levou muitos deles a não fazerem mais questão de voltarem ao mundo celestial. Esses caídos, não procuravam mais por redenção e se mantiveram aliados a Lúcifer, sendo considerados hoje em dia como demônios.
Em meio a tantas lembranças do passado essa era a que mais doía em seu ser. O último dia que esteve com Anael, enquanto ele apenas imaginava que estaria mais uma vez cumprindo com ordens em levá-la para mais uma detenção, ele não fazia ideia de que seria seu último momento com sua amada...sem poder se despedir, sem poder impedir que ela fizesse tal loucura, sem poder pedir para não o abandonar.
(... - Miguel... sou eu Muriel. Sei que esteve na catedral para nosso encontro e sei que deve ter ouvido a nossa conversa... Azazel tem um plano e precisa da sua ajuda. Temos que tomar muito cuidado pois não podemos confiar nele. Temos que ter um plano B... preciso que me encontre sem demora...) - Miguel parou abruptamente ao ouvir o chamado de seu irmão. Estava tão concentrado em seus pensamentos que esqueceu do que ouvira na catedral. Muriel estava certo, tinham que fazer algo a respeito e voltar para casa não parecia o melhor a fazer nesse momento.
Miguel precisava pensar em como resolver esse problema. Com ajuda de Azazel poderiam ter grandes chances de recuperarem a “Chave”, porém, não podiam confiar plenamente nele, sua reputação o precedia e antes de decidirem o que fazer, seria primordial que garantissem a segurança da “Chave” e Isso incluiria a segurança de sua amada Rafaella e todo o resto do mundo.
A situação era bem delicada, haviam muitas coisas em jogo e um passo em falso poderia ser o fim de tudo. O início de um apocalipse, a grande guerra a qual se manteve silenciosa durante milênios, prestes a explodir. Logo agora que ele se encontrava tão perto de conseguir o que seu coração desejava... ficar ao lado de sua amada para sempre. Miguel precisava tomar uma decisão rápida, não havia mais tempo para desperdiçar. Sua mente girava como um turbilhão. Sua volta para casa já havia sido descartada. Não adiantaria voltar e pedir perdão ao seu pai, o pior já havia acontecido. Era sua responsabilidade manter tal segredo bem guardado em segurança e ele havia falhado. Por mais que seu Soberano perdoasse seu amor por uma igual, ELE jamais o perdoaria por ter abandonado e ignorado seu juramento. Agora era o momento de mostrar ao seu Pai que poderia voltar a confiar nele, em seu primogênito. O guardião dos segredos celestiais, o arcanjo protetor do mundo celestial. Ele não decepcionaria seu Pai novamente, mesmo que para isso significasse deixar seu amor de lado para seguir com seu destino. Anael entenderia sua decisão e faria o mesmo e foi pensando nisso que Miguel resolveu voltar para Paris e encontrar com seu irmão Muriel. Nada mais importava agora. Ele tinha que fazer o que era certo. Sacrificaria seu amor, para que todos no mundo tivessem paz, para que ela mesmo sem saber ou se lembrar de sua existência, estaria segura e viveria em um mundo seguro. Por ela ele faria isso e não se arrependeria.Ao pensar em Anael, seu coração se apertou mais uma vez. Conseguiria ele deixar de lado esse amor que o consome todos os dias? O buraco deixado em seu peito pela falta que ela faz em sua vida? Mais uma vez Miguel se viu lutando entre a razão e o coração. Uma dúvida cruel que estava queimando sua alma. Tomado por um impulso incontrolável Miguel desapareceu na imensa escuridão. Sua decisão já estava tomada. Veria Anael pela última vez e depois disso, cuidaria dos desígnios do mundo conforme seu destino.
Rafaella acordara cedo. Seu dia seria cheio, principalmente após o almoço. Hoje inicia sua reforma no apartamento e ela teria que se encontrar com Arthur, o decorador, para decidirem a paleta de cores e outros detalhes que ela havia pedido para acrescentar no projeto. Por mais estranho que tenha lhe parecido, acordara bem, mesmo depois dos últimos acontecimentos. Já haviam se passado três semanas depois do incidente do restaurante com seu ex-marido, o qual ela desejava nunca mais se lembrar. Sentia calafrios só de pensar na maneira como se sentira naquela noite. Seu ódio, raiva e decepção por ter dedicado sua vida inteira a um homem que só visava seu dinheiro. - Como pude ser tão cega? - Rafaella se perguntou olhando seu reflexo no espelho do banheiro. Seus olhos castanhos quase negros, denunciavam mais uma vez sua raiva. Ela ficou se encarando por um longo tempo, como se isso pude
Ou almocao transcorreu como esperado. Alegre e produtivo. Arthur compreendeu perfeitamente ou que eu queria para a nova decoracao, do meu apartamento e das mudancaas que seriam necessárias. Adorei como ideias que ele tinha sobre ou tema que eu pedi: Art déco. Glamour e sofisticação. Mas o meu interesse foi muito mais na poesia em si, na década de 20, quando nasceu ou estilo. Período que eu amo e fascina para navegar, não sei bem ou motivo, mas eu gosto muito cedo. Faça cinema, artes plásticas, uma era de silêncio histórico e beleza. Ou que mais eu atraiu nesse estilo, foi minha visita a Paris... bercao do nascimento. Para mais que Paris me fachada lembrar da lua de mel e do fracasso do meu casamento... Há algo nisso que, eu trazia lembra e sensaes como quais no saberia descrever. Como Arthur m
...” Elevinha em sua direção todo majestoso, lindo como nunca. Sua espada brilhava ao bater da luz em sua lâmina. “A espada flamejante”. Fora dada a ele ainda jovem. Como recompensa por seus feitos. O filho mais velho, o primogênito, aquele que guardaria um dia, todos os segredos do universo e do mundo celestial. Seu pai, O Todo Poderoso, o aguardava.Toda a guarda celestial estava lá. Seria o maior evento de todo o milênio. Nosso Pai, no alto do altar, seguidos de seus arcanjos, Rafael,Samael
Miguel deixou o corpo do logotipo do tiago depois de ter entrado no carrinho. Seu missao foi limpo. O corpo do Tiago era ali parado, inerte, em sono profundo. Assim, como voco concordou, ele não seria eded em tudo. Ele ficou olhando ou homem a quem usou como casca para seu disfarce e sentiu pena. Aquele homem amou sua mesma mulher. Infelizmente nenhum soube dar valor e nem ouvidos aos seus sentimentos e nem em razcao. De qualquer forma, seu amado era livre do que ser quebrado de todos os podres que envolve. Por mais que ele soubesse que este homem ao seu lado, mal fez ou que lhe foi
Miguel não sabia o que fazer. Ficou ali parado observando o vai e vem das pessoas ao seu redor. Para onde eles teriam ido? E porque os dois estavam juntos? Tudo isso precisava ser esclarecido ou ele entraria em parafuso. Nada mais estava fazendo sentido para ele nesse momento. Ele fez sinal para o manobrista lhe trazer o carro do Tiago, que agora era seu. Acabara de ganhar uma vida mundana, um carro e uma casca permanente. Era hora de enfrentar as consequências de seus atos, sua vinda atrás de Anael lhe causaria muitos problemas e disso ele já sabia, então, como nãohavia maisvolta, o melhor seria terminar o que viera fazer. O carro chegou, entrou e olhou a rua à sua frent
Miguel andou de um lado para outro na imensa sala com o ar pensativo, tentando encontrar algo que pudesse ser feito para ajudá-la. Nunca houve na história, nenhum relato parecido com isso. Mesmo até porque, nunca nenhum anjo havia solicitado para se tornar um humano. Todos ou de caíram ou estavam no céu a serviço do Pai e só vinham a terra por ordem Divina ou às vezes por vontade própria...para fugir do tédio. O que ele entendia até o momento, era que, Rafaella / Anael estavam em conflito. Pois sua mente ao renascer na terra, fora apagada. Isso significava que Anael jamais existiu para todos os efeitos. Hoje, após mais de cem anos, o subconsciente de Anael, resolveu dar sin
Rafaella, despertou assustada, olhou ao redor e nada viu. Apenas uma imensa escuridão. Silencio total. Forçou as vistas para ver mais ao longe, na esperança de encontrar algo por ali que indicasse onde estava. Mas não havia nada, além da escuridão. - Onde estou? - olá!? - nada – somente silencio e escuridão.Olá! Alguém? - sua voz ecoou pelo lugar.
Ao chegarem no enorme prédio, Claudia foi recebida por um senhor que aparentava estar na meia idade, seu nome,Abymael. Usava uma roupa parecida com a de Claudia, em uma cor diferente, o cinza claro do couro da roupa já estava gasto e puído em alguns lugares. Não era um guardião como Claudia, era umNefilin, assim como tantos outros, designado a cuidar do prédio. Muitos Nefilins, viviam ali, alguns abandonados pelos pais, verdadeiros ou não, e sem pra onde ir, os guardiões os encontravam em situações mais adversas possíveis e os traziam para o Vilarejo, e lá tinham casa, escola, comida e trabalho. Muitos seguiam seu caminho depois de adultos, mas outros, comoAbymael