...” Ele vinha em sua direção todo majestoso, lindo como nunca. Sua espada brilhava ao bater da luz em sua lâmina. “A espada flamejante”. Fora dada a ele ainda jovem. Como recompensa por seus feitos. O filho mais velho, o primogênito, aquele que guardaria um dia, todos os segredos do universo e do mundo celestial. Seu pai, O Todo Poderoso, o aguardava.
Toda a guarda celestial estava lá. Seria o maior evento de todo o milênio. Nosso Pai, no alto do altar, seguidos de seus arcanjos, Rafael, Samael, Uriel, Gabriel, Metatron e eu...Anael.
Ele andou pelo salão celestial em direção ao altar, onde seu Pai o esperava para torná-lo nosso líder. Sua força emanava de seu corpo esculpido pelas mãos divinas. Sentíamos sua graça alcançando poder de força total a cada passo que ele dava em nossa direção. Todos baixavam a cabeça e levavam a mão ao peito em sinal de respeito, conforme ele ia passando... Um a um, até ele chegar diante do altar e se pôr de joelhos diante do Pai.
Levante-se Miguel, filho primogênito. “Aquele que é semelhante a Deus” ... - Falou a voz estrondosa do Todo Poderoso. Sua voz encheu o salão e silenciou a todos. - Hoje, receberás a luz flamejante de sua espada. A Luz que criou o mundo, a Luz que iluminará o universo quando for chegada a hora.
Miguel então, retirou a espada de sua cintura e a ofereceu ao Pai, para que assim se fizesse conforme sua vontade.
Tu Miguel, filho de Deus, comandarás a ordem celestial. Terás sob seu comando, o céu e a terra. Viajarás pelo universo e terás o poder sobre todas as coisas, mas jamais, o poder sobre mim. EU e somente EU, tenho o poder sobre o início e o fim. Tu, comandarás em meu nome, mas, não falarás por mim, antes que eu lhe ordene.
Deus, Todo Poderoso, tomou-lhe a espada. Elevou-a sob sua cabeça e começou a girar e girar, cada vez mais rápido até ficar apenas um borrão sobe suas cabeças. Eis que ELE levantou as mãos para cima e com um simples toque, ela se encheu de chamas. Uma chama azulada “a chama da vida” - A espada flamejante, com ela dou a ti meu poder, minha sabedoria e minha misericórdia. - Voltou a falar o Pai. - Não terás mal que não destrua e não terás vida que não cure.
Ao comando do Pai, a espada desceu e repousou lentamente em suas mãos. ELE a pegou pelo punho, todo trabalhado em ouro puro e estendeu-a sob os ombros de Miguel, que novamente se ajoelhou e esperou que seu Pai o abençoasse com a espada, fazendo dela seu instrumento e parte de si.
Neste momento, EU, Deus dos sete véus, aquele que tem o dom da vida e da morte. O abençoo, Arcanjo Miguel líder da ordem Celestial, sobe o poder da espada e que ela seja seu guia, sua força e sua consciência.
Miguel levantou e tomou posse da espada e a empunhou. Sentiu a força que dominou seu corpo e ambos se tornaram UNO, espada e Arcanjo, juntos envoltos pelas chamas da vida. Todos se ajoelharam e receberam o novo líder da Ordem dos Anjos, assim como o Pai ordenou” ...
Gabriel, chamou-a pela terceira vez. - Rafaella, o que está acontecendo? - Ele estava aflito, ao ver sua amiga presa em um transe que não conseguia tirá-la. - Rafaella!! - gritou e colocou as mãos em seus ombros para chacoalhá-la em um gesto já desesperado.
Rafaella, pegou-o pela mão e torceu seu braço e girou o anjo jogando-o em cima da mesa segurando sua cabeça. Foi quando que o barulho da taça caindo ao chão e se quebrando que ela se deu conta do que estava acontecendo.
Sem saber o que fazer, saiu correndo para o bar do restaurante à procura da saída. Ela precisava de ar. Chegando na calçada do restaurante, parou e ficou olhando de um lado para o outro totalmente desorientada. Não sabia dizer onde estava e muito menos o que estava fazendo ali. Que pessoas eram aquelas? Que lugar era esse? Porque ela estava ali? O que havia acontecido com o Céu, onde estavam todos? Miguel?...onde estava Miguel? Ela andava de um lado para o outro sem saber para onde ir...e num desespero, ajoelhou no chão e chorou.
E foi assim que Gabriel a encontrou, depois de ter recobrado o susto e ter ido atrás dela extremamente preocupado, correu até sua amiga e a pegou pelo braço levando-a até um banco mais próximo. Assim que a viu se recuperar, pegou-a pelos ombros e a abraçou. Colocou sua cabeça em seu peito e tentou acalmá-la. Ele já imaginava que naquele momento algo muito grave havia acontecido com sua amiga. Mas como humano, seus poderes perdiam força, não havia como saber o que realmente se passava em sua mente, se ela não lhe contasse.
Ela levantou a cabeça e olhou para o homem que a abraçava. Foi então que Gabriel a soltou, como se tivesse levado um choque. Ele se levantou e ficou estático, deixando-a ali, sentada e encarando-o. Paralisado com a visão que teve de sua amiga ele se afastou e ficou em posição de alerta. Ele jamais imaginaria vê-la daquela maneira. Ele sabia que um caído mudava a forma física e principalmente seus olhos enegreciam para esconder a graça divina. Mas ele não sabia que um caído como Anael, que pediu para vir a terra por escolha própria, teria o poder de ascender em graça como agora. Os olhos de Rafaella eram do mais puro azul. Brilhavam como a lua cheia. Brilhavam da mesma luz intensa a qual eles foram criados. Ali estava Anael, em toda a sua graça angelical. Como isso era possível? Ele não fazia ideia.
Gabriel não sabia o que dizer. Ele olhava para sua amiga e tentava organizar os pensamentos, imaginando o que poderia ter acontecido lá dentro no restaurante que a deixou naquele estado. Pelo pouco que conseguiu entender, Rafaella, acabara de se transformar em Anael. O Arcanjo Anael. Sua amiga de tantos milênios, sua irmã. Mas como isso seria possível, se ela havia sido condenada a viver como humana por toda a eternidade? Ela não poderia se lembrar de quem era, e viveria anos após anos, renascimento após renascimento até o dia do juízo final. Essa era a lei, essa era a sua sentença. O que poderia ter dado errado?
Ele se sentou novamente ao lado dela e ficou a encarando. Imaginando qual seria a melhor abordagem para não a assustar ou causar algum outro dano pior. Afinal estavam em plena rua, com humanos passando e poderia ser muito arriscado para ambos, caso ela surtasse novamente.
Olhou a seu redor, viu as luzes dos estabelecimentos e da rua, o movimento das pessoas passando pela calçada, o vai e vem dos carros. O barulho da cidade entrou em sua mente como uma sirene. Ela se abaixou com a mão na cabeça e começou a sentir vertigem, tudo rodava. Ela foi levada por um turbilhão de sentimentos e vislumbres de cenas de uma vida que ela não conhecia...uma vida mundana a qual se colocava a sua frente como lembranças. Depois, viu mais luzes, uma sensação de estar caindo, e caindo e caindo...outras cenas de uma vida mundana...de repente, tudo ficou claro a sua frente, um soldado de cabelos escuros e olhos brilhantes de um azul profundo vindo em sua direção...a paz e a calmaria vinha com ele. Seu coração estava em paz agora... O amor da sua vida estava ali e tudo ficaria bem...outro zumbido, sua cabeça ficou pesada e doía muito... e então, escuridão total.
Gabriel a segurou antes que ela batesse o rosto contra o chão. Sua amiga estava desfalecida. Assim que se deu conta de que ela havia desmaiado, achou melhor levá-la para casa. Os manobristas que estavam ali e haviam presenciado tudo, vieram para ajudá-lo. Ele pediu para que trouxessem o carro dela. Ele a levaria para casa.
O carro chegou e a colocaram no banco de trás. Ele sabia para onde levá-la e quem poderia ajudá-los. Seguiu em direção ao apartamento de Rafaella, em busca de Dolores. Ela com seus conhecimentos da religião antiga, saberia o que fazer.
Enquanto dirigia começou a pensar nos acontecimentos daquela noite. Não encontrava respostas para o desfeche de tudo o que vira. Tudo o que sabia era que sua amiga precisava de ajuda urgente. Então, apressou-se em dirigir o mais rápido que podia, seria melhor se pudesse se teletransportar, mas em meio à toda aquela gente, não poderia fazer isso. Colocou em prática tudo o que aprendera com a vida humana em suas vindas ao mundo e se concentrou no caminho que teria que fazer para chegar até a casa de sua amiga. Felizmente não estavam tão longe.
Colocou o carro na vaga mais próxima do elevador e desceu rapidamente, tirou sua amiga do banco de trás ainda desfalecida. A pegou no colo e subiu. Quando chegou no andar, viu que a porta já estava aberta e entrou com sua amiga no colo.
Gabriel, com olhar tímido colocou sua amiga sobre o sofá e contou tudo a mulher que os encarava horrorizada.
Ficaram ali os dois de pé assistindo Rafaella que no dava sinal de vida. Gabriel, olhava Dolores, ao mesmo tempo, trabalha com sua sabedoria da religicao antiga dos Cherokees. Nesses intervalos, Rafaella ficava agitada uma vez ou outra, além de nenhum faz mencao concordar. Em um certo momento, ela chamou baixinho pelo seu ir'o Miguel e depois voltava ao silencio e adormecia novamente.
Ele gostaria de poder fazer mais pela sua amiga, mas não tinha como. É ele fazer uso de seus dons, couldia chamar atenuação de anjos outros e isso seria perigoso demais para ambos. Eles tinham que é mantido para um radar, para mantê-lo seguro. Foi senti que lhe surgiu para a ideologia do chamar Miguel. Eu usaria telepatia para chamar-lo. E com certeza Miguel viria socorre-la. Sem custava tempt. Foi ent'o que pediu licenca a velha senhora e contorno-lhe seu plano. Saiu da sala e foi para o quarto da Rafaella e lá se ps em silencio e chamou seu irmao.
Miguel deixou o corpo do logotipo do tiago depois de ter entrado no carrinho. Seu missao foi limpo. O corpo do Tiago era ali parado, inerte, em sono profundo. Assim, como voco concordou, ele não seria eded em tudo. Ele ficou olhando ou homem a quem usou como casca para seu disfarce e sentiu pena. Aquele homem amou sua mesma mulher. Infelizmente nenhum soube dar valor e nem ouvidos aos seus sentimentos e nem em razcao. De qualquer forma, seu amado era livre do que ser quebrado de todos os podres que envolve. Por mais que ele soubesse que este homem ao seu lado, mal fez ou que lhe foi
Miguel não sabia o que fazer. Ficou ali parado observando o vai e vem das pessoas ao seu redor. Para onde eles teriam ido? E porque os dois estavam juntos? Tudo isso precisava ser esclarecido ou ele entraria em parafuso. Nada mais estava fazendo sentido para ele nesse momento. Ele fez sinal para o manobrista lhe trazer o carro do Tiago, que agora era seu. Acabara de ganhar uma vida mundana, um carro e uma casca permanente. Era hora de enfrentar as consequências de seus atos, sua vinda atrás de Anael lhe causaria muitos problemas e disso ele já sabia, então, como nãohavia maisvolta, o melhor seria terminar o que viera fazer. O carro chegou, entrou e olhou a rua à sua frent
Miguel andou de um lado para outro na imensa sala com o ar pensativo, tentando encontrar algo que pudesse ser feito para ajudá-la. Nunca houve na história, nenhum relato parecido com isso. Mesmo até porque, nunca nenhum anjo havia solicitado para se tornar um humano. Todos ou de caíram ou estavam no céu a serviço do Pai e só vinham a terra por ordem Divina ou às vezes por vontade própria...para fugir do tédio. O que ele entendia até o momento, era que, Rafaella / Anael estavam em conflito. Pois sua mente ao renascer na terra, fora apagada. Isso significava que Anael jamais existiu para todos os efeitos. Hoje, após mais de cem anos, o subconsciente de Anael, resolveu dar sin
Rafaella, despertou assustada, olhou ao redor e nada viu. Apenas uma imensa escuridão. Silencio total. Forçou as vistas para ver mais ao longe, na esperança de encontrar algo por ali que indicasse onde estava. Mas não havia nada, além da escuridão. - Onde estou? - olá!? - nada – somente silencio e escuridão.Olá! Alguém? - sua voz ecoou pelo lugar.
Ao chegarem no enorme prédio, Claudia foi recebida por um senhor que aparentava estar na meia idade, seu nome,Abymael. Usava uma roupa parecida com a de Claudia, em uma cor diferente, o cinza claro do couro da roupa já estava gasto e puído em alguns lugares. Não era um guardião como Claudia, era umNefilin, assim como tantos outros, designado a cuidar do prédio. Muitos Nefilins, viviam ali, alguns abandonados pelos pais, verdadeiros ou não, e sem pra onde ir, os guardiões os encontravam em situações mais adversas possíveis e os traziam para o Vilarejo, e lá tinham casa, escola, comida e trabalho. Muitos seguiam seu caminho depois de adultos, mas outros, comoAbymael
Claudia saiu do chuveiro rapidamente e se dirigiu para o quarto onde havia roupas limpas e uma cama arrumada para seu descanso. Ela deu uma rápida olhada pelo seu antigo quarto que lhe trouxe velhas lembranças, de quando era ainda uma jovem aprendiz de guardião. E isso já haviam se passados tantos milênios que mal conseguia se lembrar. Nada mudara, tudo estava da mesma forma como deixara há mais de cem anos atrás.Ela se sentou na cama imensa e fofa como se lembrava, feita de lã de carneiros, um trabalho manual que ela mesmo fizera para si, quando se mudou para o grande alojamento no início de seu treinamento. Todos os aprendizes, faziam sua própria mobília, roupas de cama, e
Claudia observava o pôr do sol, a fusão de cores, alaranjado com nuances de lilás e azul. Era tão tranquilizante aquela imensidão. Um privilégio que poucos conseguiam absorver a grandeza de tudo aquilo. Seu pensamento ia da criação ao momento presente, tudo que já havia passado e que ainda estava por vir. Principalmente agora com a volta de um dos maiores arcanjos do mundo celestial. O que seria do futuro mundano agora e do seu próprio? Com a volta de Anael, teria terminado sua missão de guardiã? Estaria pronta para voltar a viver novamente neste prédio e voltar a apenas a observar a humanidade? Tantas perguntas se passavam em sua mente, que nem percebeu aproximidadede alguémassuas costas. Rafael olhou para Anael meio encabulado. Sua amiga o olhava com tanta intensidade einsatisfação em seus olhos que, realmente duvidou se deveria mesmo estar ali. E ficar debaixo da espada de uma guardiã não era algo reconfortante.Poderia pedir para a sua guardiã me soltar, por favor? Isto está ficando constrangedor.Anael fez sinal Capítulo Xl