Rafaella, despertou assustada, olhou ao redor e nada viu. Apenas uma imensa escuridão. Silencio total. Forçou as vistas para ver mais ao longe, na esperança de encontrar algo por ali que indicasse onde estava. Mas não havia nada, além da escuridão. - Onde estou? - olá!? - nada – somente silencio e escuridão.
Ao chegarem no enorme prédio, Claudia foi recebida por um senhor que aparentava estar na meia idade, seu nome,Abymael. Usava uma roupa parecida com a de Claudia, em uma cor diferente, o cinza claro do couro da roupa já estava gasto e puído em alguns lugares. Não era um guardião como Claudia, era umNefilin, assim como tantos outros, designado a cuidar do prédio. Muitos Nefilins, viviam ali, alguns abandonados pelos pais, verdadeiros ou não, e sem pra onde ir, os guardiões os encontravam em situações mais adversas possíveis e os traziam para o Vilarejo, e lá tinham casa, escola, comida e trabalho. Muitos seguiam seu caminho depois de adultos, mas outros, comoAbymael
Claudia saiu do chuveiro rapidamente e se dirigiu para o quarto onde havia roupas limpas e uma cama arrumada para seu descanso. Ela deu uma rápida olhada pelo seu antigo quarto que lhe trouxe velhas lembranças, de quando era ainda uma jovem aprendiz de guardião. E isso já haviam se passados tantos milênios que mal conseguia se lembrar. Nada mudara, tudo estava da mesma forma como deixara há mais de cem anos atrás.Ela se sentou na cama imensa e fofa como se lembrava, feita de lã de carneiros, um trabalho manual que ela mesmo fizera para si, quando se mudou para o grande alojamento no início de seu treinamento. Todos os aprendizes, faziam sua própria mobília, roupas de cama, e
Claudia observava o pôr do sol, a fusão de cores, alaranjado com nuances de lilás e azul. Era tão tranquilizante aquela imensidão. Um privilégio que poucos conseguiam absorver a grandeza de tudo aquilo. Seu pensamento ia da criação ao momento presente, tudo que já havia passado e que ainda estava por vir. Principalmente agora com a volta de um dos maiores arcanjos do mundo celestial. O que seria do futuro mundano agora e do seu próprio? Com a volta de Anael, teria terminado sua missão de guardiã? Estaria pronta para voltar a viver novamente neste prédio e voltar a apenas a observar a humanidade? Tantas perguntas se passavam em sua mente, que nem percebeu aproximidadede alguémassuas costas. Rafael olhou para Anael meio encabulado. Sua amiga o olhava com tanta intensidade einsatisfação em seus olhos que, realmente duvidou se deveria mesmo estar ali. E ficar debaixo da espada de uma guardiã não era algo reconfortante.Poderia pedir para a sua guardiã me soltar, por favor? Isto está ficando constrangedor.Anael fez sinal Capítulo Xl
O trio caminhou por alguns minutos dentro da escuridão. Claudia apreensiva ainda com a situação, andava devagar e atenta a cada passo e a cada som ou ruído que ouvia. Anael, perdida em seus pensamentos e na chegada na casa de sua casca, não conseguia parar de pensar como seria rever Miguel. Ela precisava pensar no que fazer e em como seria a sua vida na terra a partir de agora. Várias decisões a tomar, muito o que se fazer. Não seria fácil lidar com seus sentimentos novamente e aguentar a pressão dos dias que estavam por vir.
Ao sair na rua sentiu o ar gelado da manhã de inverno. Puxou o capuz um pouco mais junto ao rosto e caminhou lentamente pela calçada, sem rumo, sem nenhuma direção certa para ir. Apenas queria naquele momento estar sozinha, pensar nas decisões, nas coisas que enfrentaria e na guerra que estava por vir. Precisava traçar um plano uma estratégia, a sua vida e das pessoas a sua volta dependiam disso. Sua imensa responsabilidade a fazia se sentir pequena, frágil e precisava manter o foco ou todos sofreriam asconsequênciasapenas pelo simples fato de estar viva, vagando pela terra como um ser sobrenatural. Anael saiu a procura de Claudia e Rafael. Os encontrou sentados nosofácada um em seu próprio mundo. Aovê-lase levantaram ao mesmo tempo e vieram ao seu encontro.o que houve? -Cláudiafalou primeiro. Capítulo XlV
Rafael olhou para os lados para se certificar que não estavam sendo observados e nem haviam sido vistos chegar por humanos. Ficou aliviado por estarem sozinhos, era noite, mas não tarde o suficiente para o local estar a esmo. Chamar a atenção dos humanos não seria um grande problema, mas chamar a atenção do submundo era outra estória. a barra está limpa – disse Rafael, fazendo sinal para que o acompanhassem.