LIS
Sinto meus olhos pesado com o sono que já chega. Está quase amanhecendo o dia, eu acho. Ou sou eu mesma que já não estou acostumada mais com rolê até altas horas.— passaram um ali embaixo! — Letícia chega ao meu lado, eufórica.— O que?— Passaram, Lis. Meteram um tiro na testa e foi com Deus. — ela olha ao redor e por cima do meu ombro — Cadê Kaylanne?— Não sei, saiu dizendo que ia ao banheiro e não voltou até agora. — bebo um gole do refrigerante que já está até quente e fecho a cara — já estou com sono.— Ela foi dar, tenho certeza! — Letícia afirma.— Coe Letícia! — ouço alguém chamar por ela e meus olhos batem no mesmo homem que esbarrou em mim quando cheguei aqui — chega aqui.Ela afirma com a cabeça e vai em sua direção. Eu passo a língua no piercing em minha boca e volta a olhar lá pra baixo, a movimentação de gente dançando e bebendo, e o mesmo tumulto desde que cheguei. Parece que ninguém arredou o pé para ir embora, os famosos inimigos do fim.Olho para o meu pé que já está podre, de tanto que pisaram, e sinto meu dedinho dolorida, e gemo. Meus olhos caem lá na pista, onde vejo a cabeça de Kaylanne passar e logo atrás dela, meu irmão.— Que cachorra! — eu murmuro.— quem? — Letícia chega ao meu lado na velocidade da luz — quem é cachorra?— Kaylanne deu um perdido na gente com o meu irmão. — ela abre a boca e murmura um cachorra — É, ela é uma bela cachorra. Quantas horas?— 3 horas agora. Vamos lá pra casa, bom que tu me ajuda em uma coisa.— Em que? — pergunto com a sobrancelha franzida.— Eu quero dar, pelo amor de Deus. — ela fala e revira os olhos — por favor!— Eu não quero ouvir tu gemendo, Letícia. Tanto você quanto Kaylanne, ama dar esses prazeres ao meu ouvido, né?— Tu dorme no quarto do meu irmão, ele não vai pra casa, nunca vai mesmo. É afastado. — nego com a cabeça a encarando — por favor, princesa. Juro que nunca mais te peço isso.— Porque eu tenho que ir? — pergunto.— Tu vai pra onde? Kaylanne te deu um perdido, vai descer o morro essa hora? Não vou deixar tu fazer isso, então vamos lá pra casa, amanhã desço contigo.— Eu tenho balé amanhã.— então, vou no ensaio contigo. — ela junta as duas mãos em forma de súplica e faz um biquinho — por favor!— Tá, vamos logo! — ela b**e palminhas comemorando e sai andando na minha frente — eu vou te jogar um balde de água se tu não acordar pra ir comigo.— Eu vou, relaxa.A gente passa pela multidão, tentando desviar das pessoas que já estão bebadas, e eu bebada também, mas de sono.Letícia conhece Deus e o mundo, assim como Kaylanne, até topar com um cara já longe da quadra e pedir pra ele nos levar pra casa de carro. Eu super iria andando, não fica tão longe, mas além de eu está morrendo de sono, meus pés estão pedindo socorro.Meu estômago ronca de fome dentro do carro, mas não quero parar em lugar nenhum. Só preciso de um banho e umas horinhas de sono, nada mais que isso.— Ae loirinha! — o homem que dirigia me chama quando eu saio do carro, e eu olho em sua direção — qual seu nome?— Lis!— Humm, pode crê. — ele afirma balançando a cabeça — até amanhã, Letícia.— Até nunca mais, Rai.— Ingrata pra caralho, nunca mais te dou carona. — Letícia revira os olhos e o homem sai disparado com o carro.— Tu pode dormir no quarto do meu irmão, como sempre fez. Precisa de alguma roupa? — Letícia me pergunta.— Eu preciso de um banho, comer alguma coisa e dormir. Meu balé começa às 9.— Ok. — ela destranca o portão e eu olho dois homens na esquina vigiando, coisa que eu nunca havia notado — O que foi? — ela pergunta ao perceber minha imagem congelada.— Porque estão vigiando a gente?— Amigos do meu irmão. Se preocupada não. — ela me dá passagem para entrar e entra logo atrás de mim.Eu não sei como Letícia tão nova mora em uma casa enorme como essa, praticamente sozinha. Pelo tempo que conheço ela e frequento sua casa, eu nunca vi esse tal irmão dela, tô comentando a achar que ele é imaginário. Eu entro no quarto que ela diz ser de seu irmão, e pela primeira vez sinto o cheiro de perfume masculino, ele esteve aqui mais cedo.A cama enorme, com uma varanda de frente pra rua, dando a visão de tudo. Entro no banheiro, fitando uma camisa enorme ali, será ela mesmo que vou usar para dormir. Porque o tanto que pisaram no meu naquele baile, foi a quantidade de vezes que entornaram bebida em minha roupa, minha sorte que trouxe, mas o azar é que está na casa da Kaylanne e ela me deu perdido.Tomo um banho rápido, somente para tirar o cheiro de suor e wisky que estava grudado em mim. Estou com fome, mas meu sono é maior, então só deito até pegar no sono.********Mal pego no sono quando sinto meu celular vibrar debaixo do travesseiro. Atendo sem nem olhar o nome.Helô: Lis?Lis: Mãe?Helô: estava dormindo? — tiro o celular no ouvindo e fecho os olhos sentindo a claridade machucar minhas vistas, 4 da manhã, fala sério.Me levanto e vou até a varanda do quarto, e dou de cara com um homem sentado na cadeira, sem camisa e fumando. Sinto meu coração disparar na hora e gemo com o celular ainda não ouvido.Helô: Lis?Lis: Oi, mãe. Sim, eu estava dormindo. Porque me ligou essa hora?Helô: Pra dizer que ainda vou ficar aqui mais dois dias. Tudo bem pra você? Só queria me certificar que você não perderia o balé.Lis: Mãe, o balé é só as 9 da manhã. São 4 horas da manhã agora, eu não iria perder, coloquei o despertador.Helô: Tudo bem. Está dormindo em casa?Lis: estou… — o homem me encara, e sorri de lado me olhando, o mesmo homem que esbarrou em mim no começo do baile — na casa da Kaylanne. Vou descer na hora do balé e depois ir pra casa.Helô: tudo bem. Se cuida, juízo viu? Eu te amo.Lis: Também te amo, mãe.Eu desligo o celular o segurando com tanta força.— Fugindo de casa, Cinderela? — ele me pergunta.— Quem é você? Tá fazendo o que aqui?— É a minha casa. — minha boca abre e fecha duas vezes e mesmo assim nada sai — minha camisa… — ele se levanta, e eu percebo quanto ele é alto e forte, então, seus braços já estão em minha volta, me encurralando entre o vidro do muro — Meu quarto e minha cama.— Me desculpa, eu não sabia que você era irmão da Letícia.— Não tem problema, Cinderela. Devo admitir que eu amo o seu perfume. — ele cheira meu pescoço com uma certa necessidade, fazendo meu corpo inteiro se arrepiar, então fechos os olhos — você cheira a inocência, como nunca te notei?— Talvez porque você nunca para em casa. — eu afirmo.— O que é um erro. — ele encara meus olhos, ainda com o braço ao meu redor — quantos anos você tem?— 18 — respondo rápida, e cheia de vergonha, porque ele não para de me encarar e eu não consigo desviar de seus braços.— novinha… — ele diz — 15 anos de diferença, algum problema pra você?— Eu tenho namorado!— Outro erro… — ele fala sorrindo sarcástico — mas agora um erro bem mais interessante, eu diria. — ele toca a barra da minha camisa, e sinto seu dedo roçar em minha coxa.— O que você quer comigo? — pergunta, ele assopra o cabelo que cai em meu rosto.— Nada que tu não queria. Pode ter certeza!— Então? — pergunto, sinto seu hálito quente tocar meu pescoço e ele sussurra.— Te chupar inteirinha, te fazer gozar na minha boca. E te mostrar que se eu fosse teu namorado, jamais te deixaria assim sozinha.Fico encurralada entre seu corpo e o pequeno muro atrás de mim, sentindo sua respiração tão próxima que mal consigo me concentrar. — Homens… — digo — porque tão sem noção?— Te querer é um crime, Cinderela? — ele me pergunta com aquela voz rouca, carregada de ironia. — Não. Mas é uma falta de respeita quando eu digo que namoro. — Tu sabe que eu não me importo nem um pouco com seu namorado, né?— Mas eu me importo. — Não. Você não se importa. — ele afirma e cola ainda mais seu corpo ao meu — se importasse, não estaria aqui agora. Aposto que ele nem sabe onde tu passou a noite, né?Fico em silêncio, olhando em seus olhos sem quebrar o contato visual. Ele passa a língua nos lábios e sorri, um sorriso cafajeste demais. — Responda minha pergunta, loirinha. Ela não foi retórica. — Não, ele não sabe. — afirmo. — Bingo… — ele sussurra com os lábios próximo aos meu, separados por apenas alguns centímetros — eu sabia. — Mas isso não é um passe livre para que você se aventure comigo. — a
Burra, idiota e sem um pingo de vergonha na cara. Estou me praguejando desde a hora que sai da casa de Letícia sem rumo. Não tive cara de olhar pra ela, e muito mesmo para playboy depois de ter me feito gozar em sua mão. Eu sai tão atordoada, enquanto ele me olhava com o sorriso mais puto que eu já conheci, que só me dei conta que estava com sua camisa ainda, dentro do Uber. Com que cara olho para meu namorado agora? Estou me sentindo tão suja, e ao mesmo tempo não consigo achar argumentos que me faça arrepender de ter deixado. Meu celular toca, no visor o nome de Letícia. Outra que jamais ficará sabendo do que aconteceu, acho que nem tenho boca pra falar sobre o assunto. Lis: Oi?Letícia: onde você tá? Lis: em casa, vou tomar um banho agora pra ir pro balé. Letícia: falei que ia contigo, porque não me esperou ou me acordou?Lis: Eu precisava resolver uma coisa antes, eu deixei você dormindo, estava cansada. Letícia: Vi que meu irmão tá no quarto dele. — meu corpo gela de cima
Paraliso com suas palavras e o tom de voz que ele usa. Consigo perceber que não está falando brincando. Lis: Cara, o que você quer de mim? Diz logo, e me deixa em paz. 021***: tem uma coisa minha contigo, e tem uma coisa sua, comigo. Tá anoitecendo, então tô indo na sua direção. Lis: O que?021***: Tô brotando no teu barraco, loirinha. Lis: Você não pode vim aqui, meu namorado está vindo pra cá. - meu irmão está aqui, você é louco?- E nem sabe onde eu moro.021***: Sei até o nome do hospital onde tu nasceu. - quanto ao pela saco do teu namorado, manda ele voltar outro dia. - Fé, daqui a pouco tô brotando. E ele não me responde mais.Com tantas pessoas pra esse homem cismar, e foi logo comigo. Devo ter jogado pedra na cruz e a sentença do meu pecado é esse. Subo correndo para o quarto, a ideia desse homem vim aqui e bater de frente com Victor não sai da minha cabeça, porque eu sei que ele tem coragem suficiente em vim aqui, e não importa o que eu fale, ele não vai desistir.
PlayboyEla me encara com os olhinhos mais inocentes que eu já conheci, e nega com a cabeça quando coloco a mão na maçaneta da porta, para destrancar. — Espera! — ela vem em minha direção e segura meu punho, me puxando para trás novamente — minha mãe chegou. — Não tem ninguém aqui, Cinderela. — Ela chegou. — Como sabe? — pergunto a ela que já me olha apreensiva. — Ouvi ela acionar o alarme. Você não pode sair!— Eu pulo a janela de novo. — aviso. — Não, as câmeras estão ligadas agora. Quando você entrou não estavam, mas agora estão. Você não pode sair, vai ter que esperar até serem desligadas novamente. — E quando isso acontece?— Amanhã, quando ela sair pra trabalhar. — encaro ela com os braços cruzados, percebendo o quão tensa ela fica quando está tão perto de mim. — Lis! — ouço a voz da mãe dela que já se aproxima da porta de seu quarto. — Por favor, pode ficar no banheiro até ela ir pro quarto?— Meu carro está estacionado aí na porta, ela já deve saber que tem alguém aqu
LisUm dos maiores desafios que eu já tive na vida, foi dormir ao lado de um homem que eu sequer tinha noção da existência. E ainda por cima, em seus braços. Não porque eu quis, mas sim porque ele me puxou a noite inteira, e eu já estava cansada de tentar me afastar, então só deixei o sono me dominar por completo. Minha mãe já saiu para o trabalho, sei disso porque acordei cedo suficiente para ouvir ela ligar o carro, e me certificar de que ela não veria ele aqui. O que seria um erro drástico, já que ela é delegada e ele provavelmente, um procurado. Não sei. Abro os olhos novamente, me acostumando com a claridade que entra pela janela, sinto a respiração quente de playboy em minha nuca, enquanto seu braço está rodeado em minha cintura, firme, como se ele não quisesse que eu saísse dali. Tento tirar seu braço de cima de mim, mas sem sucesso, então bufo. — Não adianta fugir de mim. — ele fala com a voz rouca, de quem acabou de acordar. — Eu tenho que ir para escola. — aviso. — Eu
Conto os minutos para a aula acabar, já não suporto mais ouvir os professores e só quero ir pra casa deitar. Encosto minha cabeça na parede, enquanto ouço uma música no fone que escondo com o meu cabelo, absorvendo a música, mesmo sem prestar atenção na letra. — Lis… — Vitória me chama, tocando meu ombro. — O que?Ela aponta para a porta, onde o coordenador de turma está parado com um buquê de rosas, sorrindo para mim. — O que é? — pergunto a vitória. — São pra você. — Ah, merda. — se isso for coisa do Victor, eu fazê-lo engolir rosa por rosa, até a última pétala. Me levantando deixando o celular em cima da mesa, enquanto todos da sala me encaram com aquele olhar apaixonado. Se souberem como minha vida está ultimamente, olhariam para mim com pena. — Obrigado! — agradeço ao pegar o buquê. Volto para a minha mesa e retiro o pequeno envelope que estavam no meio das rosas, e abro, lendo a pequena carta. “Tu vai ter um dia de merda, loirinha. Tô ligado nisso. Mas eu já disse que
— O que? — Letícia praticamente grita. — Fala baixo — faço um sinal pra ela — eu não estou pegando seu irmão. — Não? — ela inclina a cabeça com dúvida. — Não! — afirmo. — Então por que tu tá aqui? Meu irmão não trás mulheres para cá… nunca.— Longa história!— Então me conta, estou curiosa. — ela sacode meus dois braços, me fazendo sorri — ele quer te pegar então?Sentadas na sala, enquanto Playboy subiu para tomar um banho. Não passa das 13 horas, e eu ainda uso meu uniforme escolar. Queria poder deitar na minha cama agora e hibernar, quem sabe acordar somente amanhã, mas não dá. Ele praticamente me sequestrou até aqui, e por mais que eu seja louca em algumas situações, jamais pularia de um carro em movimento. — Letícia! — ouço a voz dele antes mesmo de eu abrir a boca para responder a pergunta de Letícia — tua roupa cabe na Lis?— O que? — pergunto confusa — eu vou pra casa, playboy. Não vou ficar aqui!— Tu vai sim… — me passa por mim, me ignorando totalmente e eu bufo — cabe
Estremeço quando sua respiração toca minha virilha, ainda por cima calcinha. Uma onda elétrica percorre meu corpo, mandando informações para lugares que eu nem deveria está pensando nesse momento. Playboy trilha um caminho de beijos e mordidas da minha virilha até meu pescoço. Sua mão desce pelo meu seio esquerdo, por cima do sutiã e da uma leve apertada, me fazendo gemer involuntariamente, e ele sorri com isso. Sabe exatamente o poder que tem sobre meu corpo, e ele ama quando percebe que está no controle de tudo, por que realmente está. — Vem cá — ele diz com uma voz rouca, segurando em minha mão para que eu pudesse levantar. Playboy se senta no sofá, e eu fico para em pé sem reação. Cassete, eu nunca passei de uns beijinho e agora estou aqui, quase nua na frente desse homem que eu mal conheço, mas que já me levou a loucura só com os dedos em um canto. — Vem aqui… — ele da dois tapinhas na perna e sorri, o sorriso mais puto que eu já conheci na vida — vem, Cinderela. Senta aqui