Capítulo 3

RUAN (Playboy)

Bebo um gole do whisky sentindo ele queimar minha garganta. Tô cansado pra caralho, muita movimentação no baile e Letícia pra torrar minha paciência, isso por que eu disse pra ela ficar em casa, mas bateu o pé que viria atrás de mim, e tá aí, enchendo a porra do meu saco.

Eu passo pela multidão, tentando chegar no meu lugar reservado e curtir o baile no sapatinho. Em comemoração a liberdade do mano 2N. Menor ficou fechado se pá, 5 anos, e saiu na maior alegria, até eu, po.

Avisto Kaylanne de longe, é outra pra me dar dor de cabeça igual Letícia, e olha que ela nem é minha irmã, mas me preocupo igual, coroa dela trabalha na minha casa, ela e Letícia foram criadas juntas.

Já ia falar com ela, até meus olhos baterem na loirinha ao lado, toda pequena, um piercing na boca e umas tatuagens a mostra, muito meu numero, essa Cinderela.

Toco sua cintura para dar espaço aos outros passarem, e ele me olha erguendo a cabeça.

— E aí loirinha, da licença aqui! — falo e ela me olha seria e sem mencionar uma palavra, e eu sorrio.

Me afastando, vejo a loira entrar em choque, não sei se pela minha altura ou o fuzil que é quase do seu tamanho. Continuo andando e encarando seu rosto, dou um sorriso largo e ela rapidamente desvia o olhar para Kaylanne, gesticulando com a mão e falando alguma coisa que não consigo ler seus lábios, tô muito vidrado no rostinho de princesa.

Estalo o pescoço sentindo meu corpo relaxar, já fora da multidão e junto com uns aliados, tomando uma boa água e um fininho pra fazer a mente. Contabilidade da um problema do caralho, mexer com números não é comigo, mas também não confio em ninguém pra isso.

— Letícia tá subindo aí! — 2N avisa — ela e Kaylanne!

— Puta que pariu, que menina chata, mano. — me levanto e olho lá pra baixo, se Kaylanne tá aqui em cima, a loirinha tá sozinha lá embaixo, e é linda demais pra ficar no meio de um bando de homem que não consegue segurar o pau dentro das calças.

— Ruan! — ouço a voz de Letícia me chamar — para de ficar se escondendo de mim. — ela para na minha frente com os braços cruzados, igual criança com birra, isso porque já tem quase 18 anos.

— Qual foi? Vai ficar apertando minha mente mermo? Vai andar po, topou com Kaylanne e agora é o teu momento. — ela revira os olhos bufando — tem esse bagulho de tá revirando os olhos pra mim não, tu não era nem pra tá aqui em cima, só tem homem.

— Aí, deixa de ser enjoado, bofe! — Kaylanne fala, toda debochada essa mina, sorte que considero pra caralho, se não já tava pão careca na minha mão, fácil.

— Bofe é o meu pau, Kaylanne. Mete o pé vocês duas.

— Deixa a gente ficar aqui. — Letícia pede e eu olho ao redor, só homem, bandido louco e ela quer meter essa mesmo, querendo ficar aqui em cima junto comigo — lá embaixo tem muita gente.

— Por isso eu falei pra tu ficar em casa!

— Se a gente morrer pisoteada, a culpa é sua, playboy! — Kaylanne avisa — só tô avisando. — ela da de ombro.

— Quando o diabo não vem, ele manda a secretaria, se forem ficar, fiquem no sapatinho. Nada de ficar rebolando até o chão com essa roupa não. — Kaylanne faz uma cara de nojo e revira os olhos — tua mãe viu tu saindo com essa roupa, Kaylanne?

— Tu virou fiscal agora? — ela pergunta.

— Tô de olho em tu, em tu também Letícia.

— Tu tem que arrumar uma mulher, isso sim. Solteiro e rabugento! — Letícia só ri, enquanto Kaylanne fala, por que ela sabe que eu não tenho coragem de fazer nada com ela. Se fosse outra, já tinha tomado um pescoção pra ficar esperta. 

— Coe Letícia! — jogo a cabeça para o lado — chega aqui.

Ando me afastando de Kaylanne, não pode ouvir nada que quer se meter. Encosto no parapeito do camarote, olhando lá pra baixo e tentando avistar a loirinha de qualquer jeito e ela sumiu.

— Cadê a menina que tava com Kaylanne?

— Lis? — ela pergunta — ela saiu da quadra pra atender o telefone.

— E vocês duas deixaram ela sozinha mermo?

— A menina queria privacidade, queria que eu virasse guarda-costas dela? — passo a língua nos lábios olhando Letícia de braços cruzados — por que tá tão interessado?

— Desce e procura ela, trás aqui pra cima também. Tinha nem que ter deixado ela sozinha.

— Eu vim perguntar primeiro se a gente podia. Lis é toda acanhada, ver tu falando com Kaylanne daquele jeito, a menina ia sair correndo.

— Tua amiga ela?

— Sério, Ruan? — ela j**a o cabelo para trás e cruza os braços — ela vive lá em casa, mas aí me lembrei que tu só vai em casa uma vez por mês. — ela da de ombro mais uma vez — tô descendo pra buscar ela, vê se não fica se bicando com Kaylanne na frente da menina.

Ela sai puxando Kaylanne lá pra baixo, e rapidamente some no meio da multidão.

— E aí mano! — ouço a voz do Martins atrás de mim e me viro — viu a novinha com a Kay?

— Tô ligado. Da o papo, po!

— Irmã do vacilao do Alan, ele tá rodando por aqui.

Filha de delegada? Agora tudo ficou mais interessante, tá no meu porte, Cinderela. Vai ser brabão de sair, não tem jeito.

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