Capítulo 22Sempre quis aprender a atirar, assistia filmes e documentários policiais e ficava encantada. Queria seguir ao menos a mesma profissão da minha mãe um dia, mas quando olho para trás e vejo que fiz coisas que nunca tive vontade, entendo o que playboy me disse, ela me manipulava, fazia com que eu escolhesse coisas que ela sempre teve vontade um dia, mas não teve oportunidade, então moldava a vida que queria ter tido, na minha. Acordei mais cedo que o normal, playboy já não estava em casa e por um benção do destino, minha mãe havia mandado uma mensagem avisando que tinha me matriculado de novo na escola, e por que eu tenha escolhido ficar no morro, ela não queria que eu perdesse os estudo, mas quando a esmola é demais, o santo desconfia. Pude ver ela de longe, uniformizada e com uma postura impecável de delegada dedicada que ela é. Tenho orgulho da minha mãe, criou a mim e meu irmão com muita garra, mas se mostrou muito diferente quando fui contra as coisas que ela sempre im
PlayboySenti o sangue escorrer no meu nariz e minhas vistas escurecer, tudo rápido demais, cambaleei pra trás e sacudi a cabeça afim de aliviar a tontura quando vi a mira de uma arma sendo apontada para minha cara. Soquei o nariz do filho que caiu disparando e acertando no teto, meu celular foi com tudo no chão virando mil caquinhos. Ele tentou levantar, mas fui mais rápido em acertar o queixo dele quase fazendo ele desmaiar. — Filho da puta — agarrei o pescoço dele com força, enquanto ele debatia embaixo de mim — atrapalhou meu papo com a minha princesa!— Tem que morrer, desgraça, pedófilo de merda!— Pedófilo é meu pau, seu cuzao — ele sorriu, mas o sorriso se desfez quando desferi outro soco em sua boca fazendo um dente voar — cadê, aquela puta da Helo fez uma lavagem cerebral em vocês também? Mandou entrar na minha casa pra me matar por que ela peita de longe, mas não tem coragem de dar a cara pra bater aqui?— São os teus mesmo que facilitou pra gente entrar — falou cuspindo
LisMinha mãe chegou antes de playboy, e quando vi seu carro se aproximar estremeci. Ela não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo, poderia? E por que ela voltaria aqui, afinal?— Lis! — ergui a cabeça como resposta e ela fez outro sinal para mim — entra no carro. Não sai do lugar, permaneci sentada como se ela tivesse falando sozinha. Minha mãe não é uma mulher com a paciência do tamanho do mundo, podia dizer que ela não tinha nem 10%. Saiu do carro me fuzilando com os olhos, analisei sua expressão quase me tremendo for fora, até seu rosto ficar muito próximo ao meu. — Devo te lembrar que você é menor de idade? Que quem manda em você sou eu? — estremi, não respondi nada e ela inclinou a cabeça para o lado — o que acha que vai acontecer com seu príncipe encantado quando o cúpula souber que ele se envolve com menor de idade? Por que até pra ser traficante, Lis, ele precisa ter dignidade. E parece que isso é algo que ele nunca conheceu. Você mentiu para todos que tinha 18 anos,
LIS O som alto do baile ecoa por toda a rua enquanto subo, não há uma vez que eu suba aqui que não me arrependa depois, mas o que eu não faço por Kaylanne se sentir feliz, não tá escrito. — Ele não vai ficar sabendo de nada, fica tranquila mona. Que medo é esse? — ela pergunta com a maior cara de sonsa do mundo, andando ao meu lado. — Vitor nem sonha que estou aqui, se ele contar pra minha mãe, estou fudida. — ela cutuca meu ombro quando duas motos passam, eu desvio o olhar para o segundo, mas ele me encara de uma tal forma, que eu trato logo de virar o rosto — tu viu aquele fuzil? Bobear é mais alto que eu, pelo amor de Deus, Kaylanne. — Eu nunca vi uma bicha tão medrosa quanto tu, relaxa. — ela troca a mochila de ombro, enquanto o homem não para de me encarar — O que tu disse pra sua mãe?— Falei que vinha estudar, então nada de fotinha e nem storie. — estalo a língua no céu da boca, a noite vai ser longa, é isso não é nem o começo.Eu quebro a esquina da casa de Kaylanne com el
Ajeito o minúsculo short ao meu corpo, enquanto ando ao lado de Kaylanne. Certeza que na outra vida essa menina foi uma vereadora, conhece todo mundo, como pode uma coisa dessa?Está calor, sinto meu cabelo grudar em meu pescoço, isso porque nem sequer chegamos ao baile, imagina quando tiver no meio de todo mundo. Eu cruzo meus dedos, temendo encontrar com algum conhecido do meu namorado. Eu não estou indo trair ele, é somente um baile com minha amiga, mas ele nunca entenderia isso, então eu nem fiz questão de avisar.O baile está lotado, como de costume, vários perfumes misturados que fazem meu estômago se revirar, juntamente com o cheiro de bebida alcoólica. Eu não bebo, Kaylane costuma dizer que sou careta, não bebe, não fuma e não fode, são palavras dela, não minha. — Vamos ali no Keone, tenho que pegar um negócio com ele. — franzindo o cenho, lanço um olhar mortal para ela — o que foi? É dinheiro menina, Euheim. — Se você pensa em sair e me deixar aqui sozinha, tá muito engana
RUAN (Playboy)Bebo um gole do whisky sentindo ele queimar minha garganta. Tô cansado pra caralho, muita movimentação no baile e Letícia pra torrar minha paciência, isso por que eu disse pra ela ficar em casa, mas bateu o pé que viria atrás de mim, e tá aí, enchendo a porra do meu saco. Eu passo pela multidão, tentando chegar no meu lugar reservado e curtir o baile no sapatinho. Em comemoração a liberdade do mano 2N. Menor ficou fechado se pá, 5 anos, e saiu na maior alegria, até eu, po. Avisto Kaylanne de longe, é outra pra me dar dor de cabeça igual Letícia, e olha que ela nem é minha irmã, mas me preocupo igual, coroa dela trabalha na minha casa, ela e Letícia foram criadas juntas. Já ia falar com ela, até meus olhos baterem na loirinha ao lado, toda pequena, um piercing na boca e umas tatuagens a mostra, muito meu numero, essa Cinderela. Toco sua cintura para dar espaço aos outros passarem, e ele me olha erguendo a cabeça. — E aí loirinha, da licença aqui! — falo e ela me olh
LISSinto meus olhos pesado com o sono que já chega. Está quase amanhecendo o dia, eu acho. Ou sou eu mesma que já não estou acostumada mais com rolê até altas horas. — passaram um ali embaixo! — Letícia chega ao meu lado, eufórica. — O que?— Passaram, Lis. Meteram um tiro na testa e foi com Deus. — ela olha ao redor e por cima do meu ombro — Cadê Kaylanne?— Não sei, saiu dizendo que ia ao banheiro e não voltou até agora. — bebo um gole do refrigerante que já está até quente e fecho a cara — já estou com sono. — Ela foi dar, tenho certeza! — Letícia afirma. — Coe Letícia! — ouço alguém chamar por ela e meus olhos batem no mesmo homem que esbarrou em mim quando cheguei aqui — chega aqui. Ela afirma com a cabeça e vai em sua direção. Eu passo a língua no piercing em minha boca e volta a olhar lá pra baixo, a movimentação de gente dançando e bebendo, e o mesmo tumulto desde que cheguei. Parece que ninguém arredou o pé para ir embora, os famosos inimigos do fim. Olho para o meu pé
Fico encurralada entre seu corpo e o pequeno muro atrás de mim, sentindo sua respiração tão próxima que mal consigo me concentrar. — Homens… — digo — porque tão sem noção?— Te querer é um crime, Cinderela? — ele me pergunta com aquela voz rouca, carregada de ironia. — Não. Mas é uma falta de respeita quando eu digo que namoro. — Tu sabe que eu não me importo nem um pouco com seu namorado, né?— Mas eu me importo. — Não. Você não se importa. — ele afirma e cola ainda mais seu corpo ao meu — se importasse, não estaria aqui agora. Aposto que ele nem sabe onde tu passou a noite, né?Fico em silêncio, olhando em seus olhos sem quebrar o contato visual. Ele passa a língua nos lábios e sorri, um sorriso cafajeste demais. — Responda minha pergunta, loirinha. Ela não foi retórica. — Não, ele não sabe. — afirmo. — Bingo… — ele sussurra com os lábios próximo aos meu, separados por apenas alguns centímetros — eu sabia. — Mas isso não é um passe livre para que você se aventure comigo. — a