( Amber Petrova )
— Senhora Miller? Oiii!
Merda. Eu odeio o escuro!
— Edna?
Faz uns quinze minutos que a energia da casa toda caiu. Preferi ficar deitada esperando que a luz voltasse, mas achei estranho os raios de iluminação que vinham de fora, se estava à noite. Então, quando decidi olhar, aqui no andar de cima, no quarto do Nick, vi que depois do muro os postes estavam acesos na rua, e como era um condomínio, não fazia sentido só essa casa ficar sem energia. Foi aí que levantei na mesma hora, procurando pelos funcionários, com auxílio das poucas luzes de emergência dentro da casa.
— Carl! Damien!
Que diabos! Por que ninguém me responde?
Eu já tinha descido as escadas com meus pés no chão e meu baby-doll preto. A sala estava vazia, as portas fechadas, mas
( Amber Petrova )Quatro minutos depois, e quando estava pronta para girar a maçaneta e correr para a garagem, Edna retorna, me causando um enorme alívio.— Graças a Deus!— Venha, precisamos ir para a garagem!Com os joelhos dobrados e corpos curvados, pego na mão dela, quando partimos dali agachadas, indo para um lugar que ela alegava ser mais seguro.É aí que:THWACK! THWACK!Tiros passam tão perto de nós que nossas colunas se esticam e nossos pés batem no chão mais velozes.— CORRE! — Edna grita, me impulsionando para ir à frente dela.Tão perto... tão perto da garagem...Quando minha mão se estende a poucos segundos de tocar a maçaneta da porta da garagem, como um filme em câmera lenta onde, em um único minuto, sua vida inteira parece passar na frente dos seus olhos, o som de um único tiro ecoa novamente.THWACK!Eu só olh
( Nicholas Cooper )Ela se levanta e juntos corremos um na direção do outro, nos abraçando, quando ela cai no choro, envolvida de soluços.— Você está bem? — passo minhas mãos pelo corpo dela, apavorado com o sangue. — Está ferida? Foi atingida? — Pergunto desesperado.— E-eu estou bem...— Tem certeza? — Eu estava em pânico por ela.— S-sim... — Respondeu, com as lágrimas rolando pelo seu rosto.— Calma... está tudo bem... estou aqui agora...Agarrado a ela, aos poucos seu corpo começa a perder as forças, cedendo ao chão, quando ajoelho acompanhando seu pavor e fraqueza. Ela tremia nos meus braços com a cabeça enfiada no meu peito.— E-eles... mataram os garotos... a-a Edna... — Gaguejou colada em mim.
( Nicholas Cooper )Dois dias depois.O calor toca minha pele, os raios do sol da manhã atravessam a janela, me despertando. Minha mão desliza pelo lençol macio, mas eu não a sinto. Aquele lado da cama estava frio, e quando abro meus olhos, Amber já não estava mais do meu lado. Suspeito que ela passou mais uma noite em claro.— Amber? — Chamo-a sentando no colchão, esperando que ela saísse do closet ou do banheiro.Eu me ergo e ando pelo quarto, procurando-a. Só depois de não a encontrar, que saio e começo a chamá-la pela casa.— Amber!Então, quando desço as escadas e chego na cozinha, vejo que no final do corredor as luzes da garagem estavam acesas. Eu vou até lá e assim que chego, encontro-a ainda vestida na mesma camiseta minha que tinha pegado ontem à noite, e de
( Amber Petrova )— Você evoluiu muito, Amber, mas após esse último acontecimento, indico que venha mais vezes para terapia. Trabalhamos muito para que você soubesse lidar com a morte da sua mãe, e agora temo que você absorva o que aconteceu na casa do seu professor, de forma negativa.Fazia muito tempo que não vinha ver minha psicóloga. A doutora Susan era maravilhosa, sabia de toda minha vida. Ela vem cuidando de mim desde criança, quando perdi minha mãe, e agora, depois que matei aquele homem, fiquei sem chão, com a imagem dele na minha cabeça.— Vou vir mais vezes, doutora...— Voltando naquele assunto. Pode me dizer por que não contou a verdade para o Nicholas, sobre o seu dedo quebrado?— Temi que ele tirasse satisfações com o Oliver, e a senhora sabe o que o Oliver é capa
( Amber Petrova )Meu pai fica calado e isso me serve de resposta.— Donald Bailey Petrova, você colocou seus agentes atrás de mim, de novo?— Filha —— Filha, não! Não me venha com filha!— É para o seu bem, Amber!— Nós tínhamos um acordo!Discutíamos tão alto que todos podiam nos ouvir.— Sabe o quanto me dói não ter notícias suas? Como é agoniante para mim imaginar que a qualquer momento alguém possa te ferir?— Eu sei, caramba! Mas você não tem esse direito. Precisa me deixar viver. Eu estou bem, não vê isso?— Você está mentindo! — Afirmou ele, duro e seco.— Como é que é?— Isso mesmo que ouviu!— Está fuçando
( Nicholas Cooper )Estou louco, vou surtar, já fui e voltei três vezes na rua da psicóloga da Amber e nada. A doutora disse que ela tinha saído há horas. Mais de vinte chamadas perdidas.— Espera... é o meu carro? — Vejo-o estacionado do outro lado da rua e é aí que eu fico louco de vez.AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!Berro mentalmente, com um bufo que dou e um chute pesado na porta do carro. Todo mundo na rua começa a me olhar como se eu fosse um psicopata. Na loja do lado vejo a senhora pegar o telefone, e ligar. Certeza que a polícia logo estaria aqui.Pego meu celular e ao invés de ligar para Amber novamente, eu decido acionar minha equipe.— FOX! — berro. — Eu preciso de você, preciso de toda a equi —— Estou no hospital, Águia! &mdash
( Amber Petrova )— Não, não, doutor, isso é impossível! — Debato.— A senhorita usa algum método contraceptivo?— Sim! Claro que sim! — respondo com total convicção, até que. — Espera... não... eu...OH MEU DEUS!Todo mundo estava em choque, principalmente eu, mas aí bruscamente meu pai salta no rumo do Nicholas.— EU VOU MATAR VOCÊ! — Berrou, pegando-o pelo pescoço.— PAI!Quando faço que vou me levantar, Fox me segura na cama, impedindo que eu agisse.— Está louco? Me solte!— Não posso deixar que se machuque!— Não está vendo? — aponto para meu pai e Nicholas, trocando empurrões, socos e sacodes. — Eles vão se matar. Faça alguma coisa!<
( Amber Petrova )Estou em casa. Na casa dos meus pais. Mas também é como se eu não estivesse aqui. Nunca me senti assim antes, é uma sensação estranha como se eu não fosse eu. Passei a vida toda sozinha, nunca tive irmãos ou qualquer um que fosse próximo a mim, como minha mãe foi. E agora, do nada, um bebê. Meu Deus. O que eu vou fazer? Nunca mais vai ser só eu? Vou ter que dividir tudo e ser "tudo" para ele ou ela? E se eu não conseguir?Eu estava deitada na minha cama imensa de lençóis caros e travesseiros importados, olhando para o teto do meu quarto, me perguntando que tipo de mãe eu seria. Não passava pela minha cabeça a adoção, nem como eu ia me sentir com o primeiro chute, os primeiros passos, ou o primeiro dia de aula. Nada daquilo que víamos em fotos de família