( Nicholas Cooper )Desde que levei Amber para minha casa, ficou mais difícil fazer meu trabalho sem ela perceber. Qualquer ligação ela ficava encima curiosa, e quando me afastava sabia que sua cabeça criaria minhocas, então decidi que pelo menos três vezes na semana iria entregar o relatório da missão pessoalmente, alegando para Amber que a universidade não tinha me dado folga, e que mesmo na época de férias todos os professores estavam trabalhando para organizar a volta às aulas.Amber não gostava de seguranças, um dos motivos que a fez afastar o pai, por isso contratei dois novos agentes disfarçados de empregados para que ficassem de olho nela quando eu não estivesse. Carl e Damien, se vestiam como funcionários comuns, e a vigiavam sem que ela percebesse. Mas assim que chego, estaciono a moto na frente da casa
( Amber Petrova )Após a noite de foda na piscina, Nick me trouxe para o quarto, onde tomamos um banho rápido, sem malícia. Logo depois, descemos para a cozinha e ele preparou um jantar para nós dois, com um bom vinho.Confesso que estou me sentindo muito mimada e quando voltar para a universidade sentirei falta disso. Sabia que não podia morar aqui para sempre, e meio que gostava do meu espaço, de ter um lugar para mim. Não era como se fosse ruim ficar aqui nessa mansão com ele, mas precisava ter minha privacidade...— Vai sair de novo? — pergunto, assim que entro no closet, vendo-o se arrumar. — Ontem nem ficamos juntos direito, você passou o dia fora...— Pensei que tivesse gostado do nosso "momento" na piscina...— Não foi isso que eu quis dizer, Nick...— Eu sei... — falou, se aproximando
( Amber Petrova )— Senhora Miller? Oiii!Merda. Eu odeio o escuro!— Edna?Faz uns quinze minutos que a energia da casa toda caiu. Preferi ficar deitada esperando que a luz voltasse, mas achei estranho os raios de iluminação que vinham de fora, se estava à noite. Então, quando decidi olhar, aqui no andar de cima, no quarto do Nick, vi que depois do muro os postes estavam acesos na rua, e como era um condomínio, não fazia sentido só essa casa ficar sem energia. Foi aí que levantei na mesma hora, procurando pelos funcionários, com auxílio das poucas luzes de emergência dentro da casa.— Carl! Damien!Que diabos! Por que ninguém me responde?Eu já tinha descido as escadas com meus pés no chão e meu baby-doll preto. A sala estava vazia, as portas fechadas, mas
( Amber Petrova )Quatro minutos depois, e quando estava pronta para girar a maçaneta e correr para a garagem, Edna retorna, me causando um enorme alívio.— Graças a Deus!— Venha, precisamos ir para a garagem!Com os joelhos dobrados e corpos curvados, pego na mão dela, quando partimos dali agachadas, indo para um lugar que ela alegava ser mais seguro.É aí que:THWACK! THWACK!Tiros passam tão perto de nós que nossas colunas se esticam e nossos pés batem no chão mais velozes.— CORRE! — Edna grita, me impulsionando para ir à frente dela.Tão perto... tão perto da garagem...Quando minha mão se estende a poucos segundos de tocar a maçaneta da porta da garagem, como um filme em câmera lenta onde, em um único minuto, sua vida inteira parece passar na frente dos seus olhos, o som de um único tiro ecoa novamente.THWACK!Eu só olh
( Nicholas Cooper )Ela se levanta e juntos corremos um na direção do outro, nos abraçando, quando ela cai no choro, envolvida de soluços.— Você está bem? — passo minhas mãos pelo corpo dela, apavorado com o sangue. — Está ferida? Foi atingida? — Pergunto desesperado.— E-eu estou bem...— Tem certeza? — Eu estava em pânico por ela.— S-sim... — Respondeu, com as lágrimas rolando pelo seu rosto.— Calma... está tudo bem... estou aqui agora...Agarrado a ela, aos poucos seu corpo começa a perder as forças, cedendo ao chão, quando ajoelho acompanhando seu pavor e fraqueza. Ela tremia nos meus braços com a cabeça enfiada no meu peito.— E-eles... mataram os garotos... a-a Edna... — Gaguejou colada em mim.
( Nicholas Cooper )Dois dias depois.O calor toca minha pele, os raios do sol da manhã atravessam a janela, me despertando. Minha mão desliza pelo lençol macio, mas eu não a sinto. Aquele lado da cama estava frio, e quando abro meus olhos, Amber já não estava mais do meu lado. Suspeito que ela passou mais uma noite em claro.— Amber? — Chamo-a sentando no colchão, esperando que ela saísse do closet ou do banheiro.Eu me ergo e ando pelo quarto, procurando-a. Só depois de não a encontrar, que saio e começo a chamá-la pela casa.— Amber!Então, quando desço as escadas e chego na cozinha, vejo que no final do corredor as luzes da garagem estavam acesas. Eu vou até lá e assim que chego, encontro-a ainda vestida na mesma camiseta minha que tinha pegado ontem à noite, e de
( Amber Petrova )— Você evoluiu muito, Amber, mas após esse último acontecimento, indico que venha mais vezes para terapia. Trabalhamos muito para que você soubesse lidar com a morte da sua mãe, e agora temo que você absorva o que aconteceu na casa do seu professor, de forma negativa.Fazia muito tempo que não vinha ver minha psicóloga. A doutora Susan era maravilhosa, sabia de toda minha vida. Ela vem cuidando de mim desde criança, quando perdi minha mãe, e agora, depois que matei aquele homem, fiquei sem chão, com a imagem dele na minha cabeça.— Vou vir mais vezes, doutora...— Voltando naquele assunto. Pode me dizer por que não contou a verdade para o Nicholas, sobre o seu dedo quebrado?— Temi que ele tirasse satisfações com o Oliver, e a senhora sabe o que o Oliver é capa
( Amber Petrova )Meu pai fica calado e isso me serve de resposta.— Donald Bailey Petrova, você colocou seus agentes atrás de mim, de novo?— Filha —— Filha, não! Não me venha com filha!— É para o seu bem, Amber!— Nós tínhamos um acordo!Discutíamos tão alto que todos podiam nos ouvir.— Sabe o quanto me dói não ter notícias suas? Como é agoniante para mim imaginar que a qualquer momento alguém possa te ferir?— Eu sei, caramba! Mas você não tem esse direito. Precisa me deixar viver. Eu estou bem, não vê isso?— Você está mentindo! — Afirmou ele, duro e seco.— Como é que é?— Isso mesmo que ouviu!— Está fuçando