DianneSeguimos para a cozinha e nos sentamos. Comemos enquanto ela falava sem parar sobre possíveis nomes e os seus significados. Theo passou boa parte da tarde conosco. Foi ótimo tê-lo por perto de novo. Depois que ele se foi, sentei-me com Beatrice na varanda de frente para o lago.— Me diga... Como está se sentindo?— Bem.Sorri para ela.— Não precisa esconder a verdade de mim.— Estou bem. Só... cansada.— Os seus sorrisos não alcançam mais os olhos.— Eu me sinto oprimida. O tempo todo. Eu não uso mais redes sociais, porque eles falam de mim como se eu fosse um corpo vazio. Um objeto destrutivo. Não sou vazia ou uma bomba relógio. Tenho personalidade. Tenho história por trás de tanta dor e pequenas cicatrizes. Não sei como eu deveria me sentir sendo alvo de pessoas que me querem para o mal. Eu deveria só não me importar? Tem um comportamento certo para isso? Eu valho demais ou de menos, entende? Tenho um bom valor em dinheiro, afinal tentaram me sequestrar. Mas é só isso? Eu nã
DianneApagamos as luzes e fomos para o quarto. Enquanto eu tirava minha roupa, Adan colocou a banheira para encher. Ele se despiu e desligou a torneira. Jogou sais e sabonete líquido na água.— Venha.Estendeu sua mão para mim, que aceitei. Ele me ajudou a entrar e me sentar. Entrou logo depois e se sentou atrás de minhas costas. Agarrando mina cintura, puxou-me para mais perto, entre suas pernas.Adan começou a espalhar espuma pela minha pele. Massageou meus ombros e deixou alguns beijos em minha nuca.— Vou te encaminhar por e-mail os contatos de alguns promotores de eventos.Olhei-o por cima do ombro.— Ainda quer uma festa de aniversário?— Sim.— Achei que talvez não quisesse mais isso.— Só se você não quiser.— Eu quero.Sorri novamente. Adan selou os meus lábios.— Me beije mais.— Vire-se para mim.Com sua ajuda, virei-me de frente para ele, derramando um pouco de água para fora da banheira.Ele segurou meu rosto entre suas mãos e me olhou nos olhos. Foi um olhar profundo. S
DianneNo dia seguinte, despertei com o celular tocando. Era o organizador de eventos. Levantei e o atendi. Olhei para o outro lado da cama e o vi vazio. Não compreendi muito o que disse, apenas concordei e ele desligou a chamada.Deitei novamente e fechei os olhos. A porta do quarto se abriu. Senti um cheiro maravilhoso de panqueca, chocolate e croissant. Abri os olhos outra vez e encontrei Adan parado ao lado da cama, segurando uma bandeja com muita comida.— Sente-se. Precisava comer e alimentar o nosso frutinho.— Eu preciso de um banho, isso sim.Sentei-me e ele colocou a bandeja ao meu lado, sentando-se próximo.— Você não está cheirando tão mal — brincou.Ri disso. Era bom vê-lo assim. Nas últimas três semanas ele estava sendo o velho Adan, sem estresse ou mau-humor, dando-me o máximo da sua atenção, fazendo com que eu me sentisse segura sempre.— Feliz aniversário, querido presidente.Acariciei o seu rosto. Ele segurou o meu punho e beijou a palma da minha mão.— Tenho um pres
DianneSeguimos para a cozinha e provamos alguns dos aperitivos. Eu estava morrendo de fome, como sempre.— Os convidados começaram a chegar — avisaram-me.— Estou indo.Voltamos para o salão e encontrei Adan tendo uma pequena discussão com a mãe. Ela ainda falava sobre o sexo do bebê. Isso começava a me irritar.— Os convidados estão chegando — disse ao me aproximar deles.— Vamos recebê-los.Ofereceu o seu braço para mim. Juntos, seguimos até a entrada. O lugar começava a ficar cheio. Em menos de uma hora já estava lotado e eu já havia cumprimentado mais pessoas do que em toda a minha vida.Adan me apresentava como a sua mulher. Gostei disso. Depois das apresentações ele dizia “vamos ter um bebê!”, como se as pessoas já não soubessem. Ele tinha muita empolgação.Quando a minha família chegou, corri até eles. Theo estava maravilhoso, bem-vestido em um smoking marsala de lapela em seda creme.— Você está maravilhoso!— E você está linda.Apanhou a minha mão e me fez girar à sua frente
DianneParei em frente a porta. Senti um calafrio.— Ops! Acho que ele não se lembrou de contar isso.— Alex! — Ouvi a voz de Adan.Olhei para trás, por cima do ombro. Adan estava logo atrás dela. Encarei-o esperando que a desmentisse, mas ele não fez. Seus ombros estavam rígidos e sua respiração era pesada, conseguia ouvi-la a uns cinco metros de distância.Sem dizer nada, andei em direção da saída sul. Eu não enxergava muito a minha frente, meus olhos estavam cobertos por lágrimas. Meu coração doía.— O que você fez? Está maluca? — Ouvi ele gritar com ela. — Dianne!Seus passos rápidos estavam contra o mármore, ecoando entre as paredes brancas. Sua mão agarrou meu braço, contendo-me. Adan parou à minha frente. Seu olhar era desesperador.— Por favor... deixe-me explicar.— Explicar? Adan... por que não contou isso antes? Por que escondeu? Eu não escondo nada de você. Nada! Até das coisas que mais me envergonho, você sabe.— Não a beijei.Meu coração estava partido. Mesmo que não tiv
Adan— Dianne, fique comigo. Você precisa respirar.— Dianne... querida.— Segure as mãos dela, massageie as palmas — pediu Theo para mim.Apanhei a sua mão e comecei a apertá-la com os meus polegares.— Chamei os bombeiros e o médico já está chegando — avisou Estela.— É uma crise de pânico, mas ela está perdendo a consciência.Mesmo de olhos fechados, sem reação, ela derramava lágrimas. Aquilo absolutamente partiu o meu coração como ele nunca havia sido machucado antes. Vê-la naquele estado era completamente desesperador.— Com licença — pediu um socorrista.Ele colocou uma máscara de oxigênio em Dianne e começou a aferir a sua pressão.— O que houve aqui.— Ela está grávida e teve uma crise de pânico.— Eram frequentes antes, mas há tempos não acontecia — disse Theo.— A pressão está sete por oito, precisamos levá-la ao hospital. A oxigenação também está baixa — afirmou ao retirar um oxímetro do seu dedo.Bombeiros entraram e colocaram Dianne na maca. Levaram-na para a ambulância.
AdanCaminhei para o quarto com os seguranças no meu encalço. Ao sair do elevador, encontrei muitos mais pelo corredor, inclusive guardando a porta do quarto.— Mande que saiam. Não quero causar desconforto aos outros hospitalizados.— Mas, senhor, não temos absoluto controle de quem entra ou sai daqui — respondeu Seth.Parei e o encarei.— Fique apenas você e do lado de fora. O resto estão dispensados.Seth ficou me olhando como se eu estivesse ficando desajuizado ou dito a maior bobagem do mundo. Ele hesitou por alguns segundos, então, assentiu.Abri a porta e entrei. Dianne dormia profundamente, mas seu semblante não estava relaxado. Na sua testa havia uma rasa ruga de expressão.Puxei a poltrona junto a janela e coloquei-a ao lado da cama. Tirei o paletó do smoking que usava e deixei dependurado no encosto. Dobrei as mangas da blusa e abri o colarinho após tirar a gravata-borboleta. Sentei-me.Fiquei por horas olhando-a no escuro até que adormeci, extremamente cansado. Acordei ass
AdanEntrei no carro e me acomodei deitando a cabeça para trás. Fechei os olhos.— Como pude ser tão cego? — murmurei para mim mesmo.— Para o hospital, senhor?— Não. Dê algumas voltas primeiro, depois siga para lá.Depois de algum tempo andando pela cidade, voltei para o hospital. Estava me sentindo mais calmo para ver Dianne. Não queria que ela absorvesse nem um pouco daquela energia ruim que estava em mim.Ao me aproximar do quarto, a porta foi aberta. Dianne passou por ela. Logo depois dela apareceu Thommy e Karen. Observei-os confuso.— Bom dia, Adan — desejou Thommy.— Bom dia.Olhei para Dianne e me aproximei. Tentei beijar os seus lábios, mas ela virou o seu rosto. Então, beijei a sua face.— Como se sente?— Me deram alta.— Desculpe não estar aqui. Precisava resolver algo.Ela me olhou rapidamente e desviou o olhar em seguida.— Vieram vê-la?— Eu liguei para eles me buscarem e trazerem roupas para mim.— Certo. Obrigado por virem, mas eu a levo para casa. Podem ir visitar