DianneNo dia seguinte, despertei com o celular tocando. Era o organizador de eventos. Levantei e o atendi. Olhei para o outro lado da cama e o vi vazio. Não compreendi muito o que disse, apenas concordei e ele desligou a chamada.Deitei novamente e fechei os olhos. A porta do quarto se abriu. Senti um cheiro maravilhoso de panqueca, chocolate e croissant. Abri os olhos outra vez e encontrei Adan parado ao lado da cama, segurando uma bandeja com muita comida.— Sente-se. Precisava comer e alimentar o nosso frutinho.— Eu preciso de um banho, isso sim.Sentei-me e ele colocou a bandeja ao meu lado, sentando-se próximo.— Você não está cheirando tão mal — brincou.Ri disso. Era bom vê-lo assim. Nas últimas três semanas ele estava sendo o velho Adan, sem estresse ou mau-humor, dando-me o máximo da sua atenção, fazendo com que eu me sentisse segura sempre.— Feliz aniversário, querido presidente.Acariciei o seu rosto. Ele segurou o meu punho e beijou a palma da minha mão.— Tenho um pres
DianneSeguimos para a cozinha e provamos alguns dos aperitivos. Eu estava morrendo de fome, como sempre.— Os convidados começaram a chegar — avisaram-me.— Estou indo.Voltamos para o salão e encontrei Adan tendo uma pequena discussão com a mãe. Ela ainda falava sobre o sexo do bebê. Isso começava a me irritar.— Os convidados estão chegando — disse ao me aproximar deles.— Vamos recebê-los.Ofereceu o seu braço para mim. Juntos, seguimos até a entrada. O lugar começava a ficar cheio. Em menos de uma hora já estava lotado e eu já havia cumprimentado mais pessoas do que em toda a minha vida.Adan me apresentava como a sua mulher. Gostei disso. Depois das apresentações ele dizia “vamos ter um bebê!”, como se as pessoas já não soubessem. Ele tinha muita empolgação.Quando a minha família chegou, corri até eles. Theo estava maravilhoso, bem-vestido em um smoking marsala de lapela em seda creme.— Você está maravilhoso!— E você está linda.Apanhou a minha mão e me fez girar à sua frente
DianneParei em frente a porta. Senti um calafrio.— Ops! Acho que ele não se lembrou de contar isso.— Alex! — Ouvi a voz de Adan.Olhei para trás, por cima do ombro. Adan estava logo atrás dela. Encarei-o esperando que a desmentisse, mas ele não fez. Seus ombros estavam rígidos e sua respiração era pesada, conseguia ouvi-la a uns cinco metros de distância.Sem dizer nada, andei em direção da saída sul. Eu não enxergava muito a minha frente, meus olhos estavam cobertos por lágrimas. Meu coração doía.— O que você fez? Está maluca? — Ouvi ele gritar com ela. — Dianne!Seus passos rápidos estavam contra o mármore, ecoando entre as paredes brancas. Sua mão agarrou meu braço, contendo-me. Adan parou à minha frente. Seu olhar era desesperador.— Por favor... deixe-me explicar.— Explicar? Adan... por que não contou isso antes? Por que escondeu? Eu não escondo nada de você. Nada! Até das coisas que mais me envergonho, você sabe.— Não a beijei.Meu coração estava partido. Mesmo que não tiv
Adan— Dianne, fique comigo. Você precisa respirar.— Dianne... querida.— Segure as mãos dela, massageie as palmas — pediu Theo para mim.Apanhei a sua mão e comecei a apertá-la com os meus polegares.— Chamei os bombeiros e o médico já está chegando — avisou Estela.— É uma crise de pânico, mas ela está perdendo a consciência.Mesmo de olhos fechados, sem reação, ela derramava lágrimas. Aquilo absolutamente partiu o meu coração como ele nunca havia sido machucado antes. Vê-la naquele estado era completamente desesperador.— Com licença — pediu um socorrista.Ele colocou uma máscara de oxigênio em Dianne e começou a aferir a sua pressão.— O que houve aqui.— Ela está grávida e teve uma crise de pânico.— Eram frequentes antes, mas há tempos não acontecia — disse Theo.— A pressão está sete por oito, precisamos levá-la ao hospital. A oxigenação também está baixa — afirmou ao retirar um oxímetro do seu dedo.Bombeiros entraram e colocaram Dianne na maca. Levaram-na para a ambulância.
AdanCaminhei para o quarto com os seguranças no meu encalço. Ao sair do elevador, encontrei muitos mais pelo corredor, inclusive guardando a porta do quarto.— Mande que saiam. Não quero causar desconforto aos outros hospitalizados.— Mas, senhor, não temos absoluto controle de quem entra ou sai daqui — respondeu Seth.Parei e o encarei.— Fique apenas você e do lado de fora. O resto estão dispensados.Seth ficou me olhando como se eu estivesse ficando desajuizado ou dito a maior bobagem do mundo. Ele hesitou por alguns segundos, então, assentiu.Abri a porta e entrei. Dianne dormia profundamente, mas seu semblante não estava relaxado. Na sua testa havia uma rasa ruga de expressão.Puxei a poltrona junto a janela e coloquei-a ao lado da cama. Tirei o paletó do smoking que usava e deixei dependurado no encosto. Dobrei as mangas da blusa e abri o colarinho após tirar a gravata-borboleta. Sentei-me.Fiquei por horas olhando-a no escuro até que adormeci, extremamente cansado. Acordei ass
AdanEntrei no carro e me acomodei deitando a cabeça para trás. Fechei os olhos.— Como pude ser tão cego? — murmurei para mim mesmo.— Para o hospital, senhor?— Não. Dê algumas voltas primeiro, depois siga para lá.Depois de algum tempo andando pela cidade, voltei para o hospital. Estava me sentindo mais calmo para ver Dianne. Não queria que ela absorvesse nem um pouco daquela energia ruim que estava em mim.Ao me aproximar do quarto, a porta foi aberta. Dianne passou por ela. Logo depois dela apareceu Thommy e Karen. Observei-os confuso.— Bom dia, Adan — desejou Thommy.— Bom dia.Olhei para Dianne e me aproximei. Tentei beijar os seus lábios, mas ela virou o seu rosto. Então, beijei a sua face.— Como se sente?— Me deram alta.— Desculpe não estar aqui. Precisava resolver algo.Ela me olhou rapidamente e desviou o olhar em seguida.— Vieram vê-la?— Eu liguei para eles me buscarem e trazerem roupas para mim.— Certo. Obrigado por virem, mas eu a levo para casa. Podem ir visitar
AdanEntrei em minha sala e me sentei. Segundos depois ouvi uma batida na porta.— Entre.Ela foi aberta e Freddy entrou.— Olá, Adan. Como estão Dianne e o bebê?— Estão ótimos.Ele fechou a porta e se aproximou.— Antes que chegue mais perto, traga essa garrafa e o copo para mim.Freddy parou e olhou para a sua esquerda, onde estava o aparador com bebidas e copos.— Creio que não seja uma boa ideia, Adan.Abri o laptop e depois o arquivo onde estava o vídeo de Dianne.— Sua pontuação está caindo desde ontem à noite. Seu trabalho na presidência está em questionamento. De o bom candidato, você passou a um homem de atitudes duvidosas, uma vez que dizem que mal sabe escolher a mulher com quem se envolveu.Olhei-o de cenho franzido e mandíbula contraída.— Como é?— É o que ouviu. Não quero ter que repetir isso, por favor.— O que mais estão dizendo?— Barbaridades. Coisas horríveis sobre Dianne e... — hesitou, nervoso.— E...— E sobre o bebê — disse baixo. — No seu Twitter pessoal fize
Dianne— Não espere que eu me deite ao seu perdão, porque não vou. Preciso de tempo para digerir que beijou outra mulher e não considerou me falar, mesmo que eu não me sentisse segura com vocês trabalhando juntos. Isso para mim significa que escolheu ela ao invés de mim. Escolheu tê-la com você no trabalho do que me contar a verdade e acontecer de eu exigir que se afastasse dela.Ele desviou o olhar.— Eu espero nunca mais ouvir falar de Alex Bokker. E não é por insegurança. É pelo fato de que ainda estou com vontade de socar a cara dela pelo que falou do meu bebê.— Nosso. Ele é nosso, Dia.O seu polegar alisava o meu dorso sem parar.— Você acredita em mim?— Acredito, Adan. E essa é a chance que te dou de aprender com o seu erro.O seu choro se tornou mais audível. Ele riu em meio às lágrimas que caíam sem parar. Levou a minha mão até a sua boca e a beijou.— Eu te amo tanto.Colocou a minha mão junto ao seu peito. Espalmei-a no seu coração. Ele batia rápido, forte. Dei um passo à