AdanEntrei no carro e me acomodei deitando a cabeça para trás. Fechei os olhos.— Como pude ser tão cego? — murmurei para mim mesmo.— Para o hospital, senhor?— Não. Dê algumas voltas primeiro, depois siga para lá.Depois de algum tempo andando pela cidade, voltei para o hospital. Estava me sentindo mais calmo para ver Dianne. Não queria que ela absorvesse nem um pouco daquela energia ruim que estava em mim.Ao me aproximar do quarto, a porta foi aberta. Dianne passou por ela. Logo depois dela apareceu Thommy e Karen. Observei-os confuso.— Bom dia, Adan — desejou Thommy.— Bom dia.Olhei para Dianne e me aproximei. Tentei beijar os seus lábios, mas ela virou o seu rosto. Então, beijei a sua face.— Como se sente?— Me deram alta.— Desculpe não estar aqui. Precisava resolver algo.Ela me olhou rapidamente e desviou o olhar em seguida.— Vieram vê-la?— Eu liguei para eles me buscarem e trazerem roupas para mim.— Certo. Obrigado por virem, mas eu a levo para casa. Podem ir visitar
AdanEntrei em minha sala e me sentei. Segundos depois ouvi uma batida na porta.— Entre.Ela foi aberta e Freddy entrou.— Olá, Adan. Como estão Dianne e o bebê?— Estão ótimos.Ele fechou a porta e se aproximou.— Antes que chegue mais perto, traga essa garrafa e o copo para mim.Freddy parou e olhou para a sua esquerda, onde estava o aparador com bebidas e copos.— Creio que não seja uma boa ideia, Adan.Abri o laptop e depois o arquivo onde estava o vídeo de Dianne.— Sua pontuação está caindo desde ontem à noite. Seu trabalho na presidência está em questionamento. De o bom candidato, você passou a um homem de atitudes duvidosas, uma vez que dizem que mal sabe escolher a mulher com quem se envolveu.Olhei-o de cenho franzido e mandíbula contraída.— Como é?— É o que ouviu. Não quero ter que repetir isso, por favor.— O que mais estão dizendo?— Barbaridades. Coisas horríveis sobre Dianne e... — hesitou, nervoso.— E...— E sobre o bebê — disse baixo. — No seu Twitter pessoal fize
Dianne— Não espere que eu me deite ao seu perdão, porque não vou. Preciso de tempo para digerir que beijou outra mulher e não considerou me falar, mesmo que eu não me sentisse segura com vocês trabalhando juntos. Isso para mim significa que escolheu ela ao invés de mim. Escolheu tê-la com você no trabalho do que me contar a verdade e acontecer de eu exigir que se afastasse dela.Ele desviou o olhar.— Eu espero nunca mais ouvir falar de Alex Bokker. E não é por insegurança. É pelo fato de que ainda estou com vontade de socar a cara dela pelo que falou do meu bebê.— Nosso. Ele é nosso, Dia.O seu polegar alisava o meu dorso sem parar.— Você acredita em mim?— Acredito, Adan. E essa é a chance que te dou de aprender com o seu erro.O seu choro se tornou mais audível. Ele riu em meio às lágrimas que caíam sem parar. Levou a minha mão até a sua boca e a beijou.— Eu te amo tanto.Colocou a minha mão junto ao seu peito. Espalmei-a no seu coração. Ele batia rápido, forte. Dei um passo à
DianneNa manhã seguinte, quando Sarah chegou, Adan ainda estava em casa. Ele se despediu de mim e caminhou para a porta.— Não se esqueça da sua promessa, presidente.Ele me olhou e sorriu antes de piscar para mim em cumplicidade.— Vocês dois são maravilhosos juntos.— Nem tudo é maravilhoso, mas em modo geral, somos sim.— Venha, eu terminei.— O meu cabelo está bom?— Você está ótima, Dianne.Riu.Sentei-me na poltrona de frente a câmera e a iluminação que ela montou na sala.— Quando quiser.Sentou-se no sofá atrás da câmera.— Estou nervosa.— Não precisa. Neste momento, ninguém está te julgando.Rimos.— Certo.Corrigi a minha postura e respirei fundo, tentando me acalmar.— Oi. Eu sou Dianne Heller.Olhei para a Sarah em busca da sua aprovação. Ela assentiu, encorajando-me.— Acho que alguns de vocês sabem quem eu sou. Outros já não sabem nem de onde sou. Não estou aqui para me explicar demais ou implorar por paz e perdão de gente que não sabe nem das minhas dores. Bom, estou
DianneRecolhemos o seu equipamento e depois seguimos para o escritório. Sentada ao seu lado, trabalhamos na edição do vídeo. Na verdade, não mexemos em muita coisa, somente nos primeiros e últimos segundos. Sarah disse estar tudo perfeito. As pessoas sentiriam o meu desabafo.— Droga!— O que foi?— O meu laptop está descarregando. Acho que esqueci o carregador.— É a mesma marca do laptop do Adan. Deve ter um carregador por aqui.Abri a primeira gaveta da mesa e só havia clipes e post-its. Na segunda, tinha um monte de cabos emaranhados. Logo avistei a fonte.— Achei, mas vamos ter de desembaraçar.Ela riu.Apanhei o bolo de fios e coloquei sobre a mesa. No fundo da gaveta algo chamou minha atenção. Nela estava o celular descartável que tanto procurei e Adan disse não saber onde estava.— Tudo bem?— Sim. É só que achei ter perdido algo, mas ele estava aqui.— Bom, agora você achou. Me ajuda aqui?Coloquei o celular de volta na gaveta. Isso era no mínimo estranho. Era a segunda vez
AdanA repercussão do desabafo de Dianne estava sendo gigantesca.— Oprah Winfrey twittou sobre mim! Adan... a hashtag está cada vez maior.Os seus olhos brilharam em lágrimas. Ela correu de volta para a cama e pulou no colchão. Ri e abracei-a.— Você está alcançando o mundo, Dianne.— E, desta vez, com positividade.Famosos do mundo todo e de todos os cenários começaram a postar textos em apoio a Dianne usando a hashtag sororidade por Dianne Heller. O vídeo do seu desabafo era respostado em todos os lugares. A bondade e a união estavam cobrindo o ódio semeado. A força que ela recebia estava sendo enorme. Era ótimo ver o brilho voltar ao seu rosto.É claro, sabíamos que o hate nunca iria parar e que essas pessoas estavam só esperando o próximo deslize para tentar anular tudo de bom que estava sendo feito. Mas existia uma força dentro de Dianne que eu ainda estava conhecendo, e a cada dia ela era maior.Com o passar das semanas, Dianne começou a receber convites para entrevistas em pod
AdanNo caminho de casa, acariciei a sua barriga enquanto ela falava dos preparativos para o chá de bebê que daríamos em dois dias. Dianne estava com vinte e seis semanas de gestação. A sua barriga estava bem grande, desenvolveu rapidamente nos últimos meses.— Eu falei com Bernard esta manhã.— Ele tinha boas notícias?— Sim. Prenderam o assassino.— O quê? Está falando sério?Ela arregalou os olhos em surpresa.— Sim. Ele confessou o crime.— Adan... Me conte isso direito, estou confusa.— Um homem chamado Ramirez foi contratado pela cozinha do evento. A segurança não achou nada de errado com ele, porque usou documentos do irmão. Na verdade, Ramirez é traficante do Cobra. Ele e Paco tinham a intenção de fazê-la de refém enquanto roubavam objetos de valor. Paco estava precisando de muita grana. Devia ao tal mafioso.— Como Paco entrou na festa?— Pela porta da frente, com outros convidados.— Ele tinha um convite?Assenti.— Como?— Bernard não sabe ainda.— E por que esse homem o ma
Adan— Miguel. Estou certo? — perguntei.— No fundo, acho que sabia que eu viria, não é?— Você tem uma figura mais apresentável do que eu esperava.Gargalhou. Os seus homens riram junto dele.— Sempre surpreendo as pessoas, eu sei.— Você não veio aqui para ouvir elogios de mim.— Não. Eu vim aqui para ouvir um muito obrigado de você.Olhei-o confuso.— Ora, eu limpei a sua barra e te devolvi o seu réu primário, senhor presidente. Você matou um homem.Contraí a minha mandíbula enquanto as minhas mãos suaram frio. As minhas costas doeram. A inquietação cresceu dentro de mim.— Eu paguei caro para que um pobre coitado ferrado assuma a sua culpa. Ele viu o que o senhor fez.— Merda! — murmurei.— Aquele medíocre me devia muito dinheiro. E o senhor enfiou uma bala no crânio dele.Encostou o seu dedo na minha testa enquanto o meu corpo tremia.— Bom, sendo assim, agora quem me deve é você. Mas eu não quero o seu dinheiro, não. Eu quero um favor que logo mais precisarei e o senhor é o únic