DianneRecolhemos o seu equipamento e depois seguimos para o escritório. Sentada ao seu lado, trabalhamos na edição do vídeo. Na verdade, não mexemos em muita coisa, somente nos primeiros e últimos segundos. Sarah disse estar tudo perfeito. As pessoas sentiriam o meu desabafo.— Droga!— O que foi?— O meu laptop está descarregando. Acho que esqueci o carregador.— É a mesma marca do laptop do Adan. Deve ter um carregador por aqui.Abri a primeira gaveta da mesa e só havia clipes e post-its. Na segunda, tinha um monte de cabos emaranhados. Logo avistei a fonte.— Achei, mas vamos ter de desembaraçar.Ela riu.Apanhei o bolo de fios e coloquei sobre a mesa. No fundo da gaveta algo chamou minha atenção. Nela estava o celular descartável que tanto procurei e Adan disse não saber onde estava.— Tudo bem?— Sim. É só que achei ter perdido algo, mas ele estava aqui.— Bom, agora você achou. Me ajuda aqui?Coloquei o celular de volta na gaveta. Isso era no mínimo estranho. Era a segunda vez
AdanA repercussão do desabafo de Dianne estava sendo gigantesca.— Oprah Winfrey twittou sobre mim! Adan... a hashtag está cada vez maior.Os seus olhos brilharam em lágrimas. Ela correu de volta para a cama e pulou no colchão. Ri e abracei-a.— Você está alcançando o mundo, Dianne.— E, desta vez, com positividade.Famosos do mundo todo e de todos os cenários começaram a postar textos em apoio a Dianne usando a hashtag sororidade por Dianne Heller. O vídeo do seu desabafo era respostado em todos os lugares. A bondade e a união estavam cobrindo o ódio semeado. A força que ela recebia estava sendo enorme. Era ótimo ver o brilho voltar ao seu rosto.É claro, sabíamos que o hate nunca iria parar e que essas pessoas estavam só esperando o próximo deslize para tentar anular tudo de bom que estava sendo feito. Mas existia uma força dentro de Dianne que eu ainda estava conhecendo, e a cada dia ela era maior.Com o passar das semanas, Dianne começou a receber convites para entrevistas em pod
AdanNo caminho de casa, acariciei a sua barriga enquanto ela falava dos preparativos para o chá de bebê que daríamos em dois dias. Dianne estava com vinte e seis semanas de gestação. A sua barriga estava bem grande, desenvolveu rapidamente nos últimos meses.— Eu falei com Bernard esta manhã.— Ele tinha boas notícias?— Sim. Prenderam o assassino.— O quê? Está falando sério?Ela arregalou os olhos em surpresa.— Sim. Ele confessou o crime.— Adan... Me conte isso direito, estou confusa.— Um homem chamado Ramirez foi contratado pela cozinha do evento. A segurança não achou nada de errado com ele, porque usou documentos do irmão. Na verdade, Ramirez é traficante do Cobra. Ele e Paco tinham a intenção de fazê-la de refém enquanto roubavam objetos de valor. Paco estava precisando de muita grana. Devia ao tal mafioso.— Como Paco entrou na festa?— Pela porta da frente, com outros convidados.— Ele tinha um convite?Assenti.— Como?— Bernard não sabe ainda.— E por que esse homem o ma
Adan— Miguel. Estou certo? — perguntei.— No fundo, acho que sabia que eu viria, não é?— Você tem uma figura mais apresentável do que eu esperava.Gargalhou. Os seus homens riram junto dele.— Sempre surpreendo as pessoas, eu sei.— Você não veio aqui para ouvir elogios de mim.— Não. Eu vim aqui para ouvir um muito obrigado de você.Olhei-o confuso.— Ora, eu limpei a sua barra e te devolvi o seu réu primário, senhor presidente. Você matou um homem.Contraí a minha mandíbula enquanto as minhas mãos suaram frio. As minhas costas doeram. A inquietação cresceu dentro de mim.— Eu paguei caro para que um pobre coitado ferrado assuma a sua culpa. Ele viu o que o senhor fez.— Merda! — murmurei.— Aquele medíocre me devia muito dinheiro. E o senhor enfiou uma bala no crânio dele.Encostou o seu dedo na minha testa enquanto o meu corpo tremia.— Bom, sendo assim, agora quem me deve é você. Mas eu não quero o seu dinheiro, não. Eu quero um favor que logo mais precisarei e o senhor é o únic
Adan— Chegamos, querida.Tentei acordá-la aos poucos quando chegamos. Ela se sentou e esfregou os olhos. Desci e ajudei-a sair. Entramos em casa e acendi todas as luzes. Remo e Sirius vieram correndo ao nosso encontro. Esfregaram-se nas pernas de Dianne.Ela se sentou no sofá e eles subiram em seu colo, deitando-se sobre a barriga. Eles amavam aquele montinho que tanto se mexia ultimamente. Não podia os culpar. Era realmente irresistível.Enquanto ela dava atenção aos seus gatos, fui até a cozinha e tomei um copo de água. Pelas portas de vidro observei o lago pouco iluminado na noite.Voltei para a sala e parei atrás dela, massageando suas costas.— Que tal um banho quente?— Eu adoraria.Dianne retirou os sapatos e se levantou com minha ajuda. Fomos para o quarto.— Abre o meu vestido? — pediu depois de retirar o casaco.Em suas costas, puxei o zíper para baixo. Ela o retirou deixando o tecido se amontoar nos pés. Soltei o fecho de seu sutiã e o arranquei para ela, que gemeu de alív
AdanLentamente, ela foi parando. Ficou sentada em mim olhando-me. Seu olhar mudou. Não havia mais uma fera dentro dela.— Eu te amo!— Você é a definição de amor na minha vida desde o momento em que a vi pela primeira vez, parada, distraída, esperando por mim.— Acho que sempre esperei por você!— Os encontros de nossos caminhos eram certos.Ela sorriu docemente e se deitou sobre mim. Abracei-a, protegendo do mal invisível que sequer existia naquele momento. No meu pescoço sentia sua respiração. Era ofegante.Corri as pontas de meus dedos por suas costas. Da base de sua coluna até sua nuca. A respiração dela se acalmou. Então, depois de alguns minutos, abraçados em silêncio, escutei-a ressonar.Com cuidado, desvencilhei-a de mim. Deitei-a ao meu lado e cobri-a. Não acordaria Dianne nem para um banho. Ela estava exausta e precisava descansar. Levantei-me vagarosamente e fui ao banheiro. Liguei a ducha e tomei um banho quente. Mesmo depois de tanto prazer, eu me sentia tenso. Será que
AdanNo dia seguinte, saí um pouco mais cedo da Casa Branca. Quando o carro parou em frente ao prédio, pensei se realmente devia fazer isso. Seria certo envolver mais alguém? Envolver logo ele?— Tenho que fazer isso.Abri a porta e desci. Os seguranças se juntaram a mim.— Acho melhor que fiquem aqui. Não demoro.— Aqui não é seguro, senhor.— Não quero chamar tanto a atenção.Seth respirou fundo. Ele pensou em contestar, mas não fez. Apenas assentiu.Entrei no prédio e me aproximei do porteiro, que se levantou em um pulo quando me viu.— Sr. Bremner... O senhor aqui — disse um pouco nervoso. — É um prazer vê-lo.Olhei para a plaqueta brilhante no seu peito. O seu primeiro nome era Edmundo.— Olá, Edmundo.Sorri, tentando ser simpático.— Em que posso ajudar o senhor?— Estou aqui para ver Theo Scott.— Claro.Apanhou o telefone rapidamente e digitou alguns números antes de levá-lo a orelha.— Senhor Scott... Adan Bremner está aqui para vê-lo. Sim. Sim, senhor.Desligou o telefone.—
AdanNa madrugada, trancado no meu escritório, limpava a pistola. Aprendi aquilo com o meu avô. Por muitas vezes, eu e os meus irmãos pensamos em vendê-la. Houve dias de muita fome na minha infância, mas minha mãe nunca permitiu.Alguns anos mais tarde, o meu irmão mais velho a entregou para mim. Disse que não queria aquilo na mesma casa que a sua filha. Ele estava certo. Também nunca quis levar isso para casa, sempre ficou no banco. Desde esse dia, era a primeira vez que pegava nela. E a usaria em uma semana se aquele maldito celular tocasse.Como se fosse a força do meu pensamento, o celular à mesa tocou. Olhei-o nervoso. Coloquei a arma sobre a mesa e apanhei-o. Apertei o botão e levei-o até a orelha, calmamente.— É você?Um minuto de silêncio. Uma risada roca e escrota ecoou do outro lado da linha.— É você!— Então acho que é comigo que quer falar.Outra risada.— Está a fim de negociar? Sei que é um homem de boas negociações.— Estou. Qual é a sua proposta, Paco?O meu coração