Adan— Dianne, fique comigo. Você precisa respirar.— Dianne... querida.— Segure as mãos dela, massageie as palmas — pediu Theo para mim.Apanhei a sua mão e comecei a apertá-la com os meus polegares.— Chamei os bombeiros e o médico já está chegando — avisou Estela.— É uma crise de pânico, mas ela está perdendo a consciência.Mesmo de olhos fechados, sem reação, ela derramava lágrimas. Aquilo absolutamente partiu o meu coração como ele nunca havia sido machucado antes. Vê-la naquele estado era completamente desesperador.— Com licença — pediu um socorrista.Ele colocou uma máscara de oxigênio em Dianne e começou a aferir a sua pressão.— O que houve aqui.— Ela está grávida e teve uma crise de pânico.— Eram frequentes antes, mas há tempos não acontecia — disse Theo.— A pressão está sete por oito, precisamos levá-la ao hospital. A oxigenação também está baixa — afirmou ao retirar um oxímetro do seu dedo.Bombeiros entraram e colocaram Dianne na maca. Levaram-na para a ambulância.
AdanCaminhei para o quarto com os seguranças no meu encalço. Ao sair do elevador, encontrei muitos mais pelo corredor, inclusive guardando a porta do quarto.— Mande que saiam. Não quero causar desconforto aos outros hospitalizados.— Mas, senhor, não temos absoluto controle de quem entra ou sai daqui — respondeu Seth.Parei e o encarei.— Fique apenas você e do lado de fora. O resto estão dispensados.Seth ficou me olhando como se eu estivesse ficando desajuizado ou dito a maior bobagem do mundo. Ele hesitou por alguns segundos, então, assentiu.Abri a porta e entrei. Dianne dormia profundamente, mas seu semblante não estava relaxado. Na sua testa havia uma rasa ruga de expressão.Puxei a poltrona junto a janela e coloquei-a ao lado da cama. Tirei o paletó do smoking que usava e deixei dependurado no encosto. Dobrei as mangas da blusa e abri o colarinho após tirar a gravata-borboleta. Sentei-me.Fiquei por horas olhando-a no escuro até que adormeci, extremamente cansado. Acordei ass
AdanEntrei no carro e me acomodei deitando a cabeça para trás. Fechei os olhos.— Como pude ser tão cego? — murmurei para mim mesmo.— Para o hospital, senhor?— Não. Dê algumas voltas primeiro, depois siga para lá.Depois de algum tempo andando pela cidade, voltei para o hospital. Estava me sentindo mais calmo para ver Dianne. Não queria que ela absorvesse nem um pouco daquela energia ruim que estava em mim.Ao me aproximar do quarto, a porta foi aberta. Dianne passou por ela. Logo depois dela apareceu Thommy e Karen. Observei-os confuso.— Bom dia, Adan — desejou Thommy.— Bom dia.Olhei para Dianne e me aproximei. Tentei beijar os seus lábios, mas ela virou o seu rosto. Então, beijei a sua face.— Como se sente?— Me deram alta.— Desculpe não estar aqui. Precisava resolver algo.Ela me olhou rapidamente e desviou o olhar em seguida.— Vieram vê-la?— Eu liguei para eles me buscarem e trazerem roupas para mim.— Certo. Obrigado por virem, mas eu a levo para casa. Podem ir visitar
AdanEntrei em minha sala e me sentei. Segundos depois ouvi uma batida na porta.— Entre.Ela foi aberta e Freddy entrou.— Olá, Adan. Como estão Dianne e o bebê?— Estão ótimos.Ele fechou a porta e se aproximou.— Antes que chegue mais perto, traga essa garrafa e o copo para mim.Freddy parou e olhou para a sua esquerda, onde estava o aparador com bebidas e copos.— Creio que não seja uma boa ideia, Adan.Abri o laptop e depois o arquivo onde estava o vídeo de Dianne.— Sua pontuação está caindo desde ontem à noite. Seu trabalho na presidência está em questionamento. De o bom candidato, você passou a um homem de atitudes duvidosas, uma vez que dizem que mal sabe escolher a mulher com quem se envolveu.Olhei-o de cenho franzido e mandíbula contraída.— Como é?— É o que ouviu. Não quero ter que repetir isso, por favor.— O que mais estão dizendo?— Barbaridades. Coisas horríveis sobre Dianne e... — hesitou, nervoso.— E...— E sobre o bebê — disse baixo. — No seu Twitter pessoal fize
Dianne— Não espere que eu me deite ao seu perdão, porque não vou. Preciso de tempo para digerir que beijou outra mulher e não considerou me falar, mesmo que eu não me sentisse segura com vocês trabalhando juntos. Isso para mim significa que escolheu ela ao invés de mim. Escolheu tê-la com você no trabalho do que me contar a verdade e acontecer de eu exigir que se afastasse dela.Ele desviou o olhar.— Eu espero nunca mais ouvir falar de Alex Bokker. E não é por insegurança. É pelo fato de que ainda estou com vontade de socar a cara dela pelo que falou do meu bebê.— Nosso. Ele é nosso, Dia.O seu polegar alisava o meu dorso sem parar.— Você acredita em mim?— Acredito, Adan. E essa é a chance que te dou de aprender com o seu erro.O seu choro se tornou mais audível. Ele riu em meio às lágrimas que caíam sem parar. Levou a minha mão até a sua boca e a beijou.— Eu te amo tanto.Colocou a minha mão junto ao seu peito. Espalmei-a no seu coração. Ele batia rápido, forte. Dei um passo à
DianneNa manhã seguinte, quando Sarah chegou, Adan ainda estava em casa. Ele se despediu de mim e caminhou para a porta.— Não se esqueça da sua promessa, presidente.Ele me olhou e sorriu antes de piscar para mim em cumplicidade.— Vocês dois são maravilhosos juntos.— Nem tudo é maravilhoso, mas em modo geral, somos sim.— Venha, eu terminei.— O meu cabelo está bom?— Você está ótima, Dianne.Riu.Sentei-me na poltrona de frente a câmera e a iluminação que ela montou na sala.— Quando quiser.Sentou-se no sofá atrás da câmera.— Estou nervosa.— Não precisa. Neste momento, ninguém está te julgando.Rimos.— Certo.Corrigi a minha postura e respirei fundo, tentando me acalmar.— Oi. Eu sou Dianne Heller.Olhei para a Sarah em busca da sua aprovação. Ela assentiu, encorajando-me.— Acho que alguns de vocês sabem quem eu sou. Outros já não sabem nem de onde sou. Não estou aqui para me explicar demais ou implorar por paz e perdão de gente que não sabe nem das minhas dores. Bom, estou
DianneRecolhemos o seu equipamento e depois seguimos para o escritório. Sentada ao seu lado, trabalhamos na edição do vídeo. Na verdade, não mexemos em muita coisa, somente nos primeiros e últimos segundos. Sarah disse estar tudo perfeito. As pessoas sentiriam o meu desabafo.— Droga!— O que foi?— O meu laptop está descarregando. Acho que esqueci o carregador.— É a mesma marca do laptop do Adan. Deve ter um carregador por aqui.Abri a primeira gaveta da mesa e só havia clipes e post-its. Na segunda, tinha um monte de cabos emaranhados. Logo avistei a fonte.— Achei, mas vamos ter de desembaraçar.Ela riu.Apanhei o bolo de fios e coloquei sobre a mesa. No fundo da gaveta algo chamou minha atenção. Nela estava o celular descartável que tanto procurei e Adan disse não saber onde estava.— Tudo bem?— Sim. É só que achei ter perdido algo, mas ele estava aqui.— Bom, agora você achou. Me ajuda aqui?Coloquei o celular de volta na gaveta. Isso era no mínimo estranho. Era a segunda vez
AdanA repercussão do desabafo de Dianne estava sendo gigantesca.— Oprah Winfrey twittou sobre mim! Adan... a hashtag está cada vez maior.Os seus olhos brilharam em lágrimas. Ela correu de volta para a cama e pulou no colchão. Ri e abracei-a.— Você está alcançando o mundo, Dianne.— E, desta vez, com positividade.Famosos do mundo todo e de todos os cenários começaram a postar textos em apoio a Dianne usando a hashtag sororidade por Dianne Heller. O vídeo do seu desabafo era respostado em todos os lugares. A bondade e a união estavam cobrindo o ódio semeado. A força que ela recebia estava sendo enorme. Era ótimo ver o brilho voltar ao seu rosto.É claro, sabíamos que o hate nunca iria parar e que essas pessoas estavam só esperando o próximo deslize para tentar anular tudo de bom que estava sendo feito. Mas existia uma força dentro de Dianne que eu ainda estava conhecendo, e a cada dia ela era maior.Com o passar das semanas, Dianne começou a receber convites para entrevistas em pod