Dianne— Oi, aqui é o Theo. Grave a sua mensagem depois do bipe.“Bipe”— Oi, Theo. Sou eu. Por favor, me atende. A gente precisa conversar. Olha, você entendeu tudo errado. Não pense essas coisas de mim. Esse silêncio está me matando. Só me liga de volta. Faz três dias que não consigo falar com você. É isso... Tchau.“Bipe”Deixei o celular sobre a mesa e recostei na minha cadeira. Era quarta-feira e Theo continuava me ignorando. Eu já havia até sido bloqueada nas suas mensagens de texto. Olhei para o relógio e passava alguns minutos do meio-dia. Levantei apanhando a minha bolsa e o celular. Se ele não queria falar comigo, eu iria obrigá-lo ao menos me olhar na cara.Dirigi até o seu edifício. Ao chegar, passei pelo porteiro e subi para o décimo andar. De dentro do seu apartamento vinha uma música alta. Ele estava em casa. Eu não havia dado viagem perdida. Toquei a campainha. O volume da música foi abaixado. Olhei para o olho mágico e ele ficou escuro.— Abre a porta, Theo. — Ele nad
AdanAcordei e Dianne não estava na cama. Levantei e olhei as horas no celular ao lado, sobre a mesinha de cabeceira. Eram seis e meia da manhã. Vestindo o roupão, desci à sua procura. Encontrei-a sentada à mesa da cozinha, tomando uma caneca de café enquanto olhava algo no seu laptop. Ela estava concentrada.— Você ao menos dormiu? — Beijei o topo da sua cabeça.— Mais ou menos.— O que está fazendo aí? — perguntei, enquanto me servia de uma xícara de café.— Esperando a publicação da WT. — Tomou um gole da dose de cafeína. — Saiu — disse tensa, colocando a caneca dourada sobre a mesa.— Quanto tempo até os sites repostarem e começarem a falar sobre isso no Twitter?— Uma hora, no máximo!Respirei fundo e tomei o restante do café em um só gole.— Preciso me arrumar. Tenho que estar no Capitólio às oito.Selei os seus lábios e voltei para o quarto. No closet peguei um terno completo, camisa e uma gravata. Um longo dia me esperava.* * *Quando me aproximei do Capitólio, o lugar estava
AdanAlguns dias depois, minha ex-esposa fez um pronunciamento destituindo-se do seu título. Enquanto isso, os papéis da nossa separação eram preparados. A nossa divisão de bens foi feita em senso comum. Dividiríamos por igual as ações que tínhamos. A casa no campo ficou comigo, enquanto a nossa casa no centro de Washington ficou para ela. Estela decidiu que continuaria morando lá.A minha mãe não estava feliz com a minha separação. Ela acreditava em cada rumor e fofoca publicados na internet. Até no que dizia que o casamento era disfarce para a minha homossexualidade. Estava brava e não entendia como acabou. Culpava-me por deixar o amor acabar. Ela adorava Estela. E por isso eu tinha receio de como iria tratar Dianne quando a conhecesse, ou de como reagiria ao saber sobre o meu novo relacionamento.Já passava das sete da noite quando deixei o Salão Oval. Caminhei até a sala de Dianne. Havia mais pessoas lá dentro, então não entrei. Mandei uma mensagem a ela pedindo que me encontrasse
AdanOs seus olhos grudados nos meus causava um clima de pura possessão e paixão. Ela beijou a minha virilha e depois a ponta do meu pau. Gemi contido, estremecendo. A sua língua saiu de dentro da boca e buscou o meu pau, chupando-o. Os seus olhos se fecharam e ela gemeu baixinho, deliciando-se. Apoiei a minha mão na parte de trás da sua cabeça e assisti à cena ainda mais excitado.— Ah, querida... Você tem uma boca deliciosa.Engoliu-o por inteiro e depois se afastou, olhando-me novamente.— Só não é tão gostosa quanto a sua boceta. — Sorri desejoso dela.Dianne colocou-se de pé, agarrou a minha mão e a levou entre as suas pernas. Estava extremamente úmida, pronta para mim.— Está sentindo? Sente o quanto estou molhada? Isso é desejo por você. Agora, mostre o quanto me quer, Adan.Ela se afastou e caminhou para a cama, deitando-se no meio, de barriga para cima. Caminhei até uma gaveta na cômoda e peguei um preservativo que muito provavelmente devia estar vencido e perto disso. Rapida
AdanA porta foi aberta e Alex entrou com Karl no seu encalço. Rapidamente, Dianne soltou a minha mão e levantou-se. Aquilo me feriu um pouquinho por dentro. Não aguentava mais essa situação. Sempre tinha a presença de alguém que a repelia de mim. E, desta vez, foi a presença de Karl.— Desculpe se atrapalho alguma coisa — disse Alex, falsamente, com um sorrisinho irônico.Aquilo me irritou.— Não atrapalha. Diga o que houve — pedi.— Com licença. — Dianne apanhou o seu laptop e se dirigiu para fora da sala, deixando-nos a sós.Olhei para Alex e vi a expressão que enchia o seu rosto enquanto olhava para a Dianne. Cenho franzido, mandíbula levemente contraída e os olhos um pouco estreitados. Carregava outra coisa naquele semblante que me parecia raiva, ciúme ou inveja, não estava conseguindo identificar. Aquele comportamento estava sendo frequente. Ela não suportava Dianne, mas a verdade é que mal a conhecia. Nunca dera uma chance de fazer isso. E começa a suspeitar que talvez ela nem
AdanDepois que elas se acomodaram na arquibancada, segui para o meio, onde haviam preparado um microfone para que eu pudesse falar sem gritar e ser bem ouvido.— Bom dia, crianças.— Bom dia! — responderam em uníssono, junto dos funcionários dali.À minha frente havia jovenzinhos de todas as idades. Foi inevitável pensar rapidamente por um segundo que, talvez, o meu filho pudesse estar entre elas. Senti um breve aperto no coração.— Bom... Estou aqui porque na semana passada recebi uma carta na Casa Branca. O remetente era uma criança chamada Selene Cruz, estudante desta instituição. Uma menina de oito anos que sonha ser a primeira presidente mulher dos EUA. Foi ela quem me convidou. — Apanhei a carta do bolso interno do paletó. — Onde está você, Selene?Uma menina magrinha, de pele morena e cabelos extremamente pretos e lisos, levantou-se erguendo a sua mão.— Venha até aqui.Com a ajuda de uma das professoras, ela desceu e veio até mim. Abaixei-me à sua frente e apertei a sua mão a
Dianne— Está em todos os lugares. Em todos os sites e blogs de fofocas. No Twitter não se fala de outra coisa que não seja sobre a relação de vocês — disse Karl ao sentar-se na sala de estar da Casa da Família.Eu estava sentada no sofá, um pouco absorta ao que acontecia à minha volta, apenas tentava imaginar como seriam as coisas dali para a frente. Era difícil, mas precisava digerir rápido tudo o que aconteceu nas últimas duas horas.Ao sair da escola, fomos bombardeados na rua por perguntas absurdas e curiosas. Tive certeza de que não seria fácil passar por isso. E, para completar, Theo ainda não estava falando comigo. Não teria o apoio do meu melhor amigo agora. Tudo o que a internet dizia sobre mim e Adan, só confirmava as coisas que ele achava sobre a nossa relação. Eu precisava me manter calma.As pessoas acreditavam que era real o boato de uma traição dentro da Casa Branca. E como pensariam diferente? Um divórcio que pegou a todos de surpresa e semanas depois um novo relacion
DianneTomando a rua, peguei o próximo retorno e dirigi para a casa do tio Thommy. Ele com certeza não estaria em casa naquele momento, mas Karen, sim. Ela era uma boa pessoa e com certeza me ajudaria a ficar bem.Dei algumas voltas pela cidade e atravessei estacionamentos para me proteger. Poderia ter alguém me seguindo sem que eu notasse. Chegando na mansão, digitei a senha no portão e entrei. Parei o carro em frente à entrada da casa e desci. Toquei a campainha e logo a porta foi aberta.— Jesus! O que lhe aconteceu?— Eu posso entrar?— Mas é claro, venha! Aqui ainda é a casa de todos vocês.Entrei e ela fechou a porta.— Está sozinha?— Estou. — Apanhou minha mão gélida e me levou para a sala de estar. — O que houve?— Vocês ainda não sabem? — perguntei confusa.— Sobre o quê? — Franziu o cenho, sentando-se ao meu lado.Respirei fundo. Neste caso, a notícia chegaria até eles através de mim.— Eu e o Adan... nós... — Minha voz falhou.— Adan? Fala do presidente?Assenti.— Nós est