DianneTomando a rua, peguei o próximo retorno e dirigi para a casa do tio Thommy. Ele com certeza não estaria em casa naquele momento, mas Karen, sim. Ela era uma boa pessoa e com certeza me ajudaria a ficar bem.Dei algumas voltas pela cidade e atravessei estacionamentos para me proteger. Poderia ter alguém me seguindo sem que eu notasse. Chegando na mansão, digitei a senha no portão e entrei. Parei o carro em frente à entrada da casa e desci. Toquei a campainha e logo a porta foi aberta.— Jesus! O que lhe aconteceu?— Eu posso entrar?— Mas é claro, venha! Aqui ainda é a casa de todos vocês.Entrei e ela fechou a porta.— Está sozinha?— Estou. — Apanhou minha mão gélida e me levou para a sala de estar. — O que houve?— Vocês ainda não sabem? — perguntei confusa.— Sobre o quê? — Franziu o cenho, sentando-se ao meu lado.Respirei fundo. Neste caso, a notícia chegaria até eles através de mim.— Eu e o Adan... nós... — Minha voz falhou.— Adan? Fala do presidente?Assenti.— Nós est
DianneEnquanto ligava o computador, Adan entrou na sala rapidamente. Através de sua feição percebi que ele já devia estar sabendo sobre o que me aconteceu horas atrás.— Você está bem?— Estou.— Nos dê licença, Freddy. — Sua respiração era pesada e seus ombros estavam rígidos. Os lábios unidos em uma linha reta mostravam que estava preocupado.— Claro, senhor. — Ele saiu e fechou a porta.— Por que as pessoas estão fazendo isso? — perguntou alto, nervoso.Levantei-me.— Porque elas acham que você traiu a Estela comigo e por isso se separaram. Alguns especulavam sobre a falência no casamento, mas outros consideravam um casal referência em união estável. É esperado que me odeiem. No entanto, estão sendo cruéis e perdendo o limite.Passou as mãos no cabelo, andando de um lado para o outro.— Não admito que as mesmas pessoas que me apoiam façam isso com a mulher que eu amo! — Ainda falava alto. Havia muita raiva na voz.Ele me olhou e seus olhos estavam marejados. Adan estava magoado co
DianneEntrei na sessão de cereais e peguei algumas coisas colocando dentro da cesta. De longe, no final da sessão, avistei cereal de milho. Adan adorava aquilo. Sempre comia no café da manhã com leite frio. Caminhei até lá e curvei-me para a frente, apanhando uma caixa.— Oi, Dia. Já faz muito tempo.Um calafrio percorreu meu corpo, deixando-me tensa. Levantei-me depressa, virando-me para trás. Meu coração falhou uma batida.— Paco... — seu nome escapou entre meus lábios, baixinho.— Como vai? — Sorriu diabólico.Ele continuava o mesmo. O tempo não parecia ter passado para ele nesses últimos sete anos. Alto, magro, pele bronzeada, cabelos pretos penteados para trás... o estilo bad boy que me conquistou continuava ali, intacto. Calça jeans rasgada, botas gastas, camiseta cavada e a mesma jaqueta de couro marrom.— O que quer? — fui rude.— É assim que fala com velhos amigos? — Aproximou-se e puxou o capuz de minha cabeça.Dei um passo para o lado, distanciando-me dele. Meus pelos aind
AdanSaí da reunião e estava faminto. Já era um pouco tarde e não sabia se Dianne havia jantado, ou não. Preocupado, mandei-lhe uma mensagem a caminho de sua casa:Estou faminto!Chego aí logo mais.Pizza?Adan09:13 P.M.Não estou com fome.Você demora?Dianne09:14 P.M.Sua mensagem com palavras diretas e frases curtas me preocuparam. Ela estava passando por um momento difícil. Sabíamos que seria complicado, mas não esperávamos que tivesse tanto ódio ou até mesmo agressão. Precisava fazer Dianne se sentir segura comigo. Eu sabia que a raiva do outro podia adoecer alguém. Eu já estava acostumado que me odiassem. Mas não aceitaria que fizessem com ela o que não merecia.Aproveitei que não estava no carro oficial da presidência e fiz uma parada no drive-thru de uma pizzaria. Quando cheguei em sua casa, antes que eu saísse do carro, ela abriu a porta. Seus olhos denunciavam choro. Sua feição não era nada boa. Os ombros estavam encolhidos. Ela parecia a figura de uma criança com medo. Nu
AdanNa manhã seguinte, acordei e ela ainda estava ao meu lado. Olhei as horas no celular e já eram seis e meia. Virei e abracei-a por trás. Remexeu e gemeu baixinho, cheia de preguiça. Suas mãos agarraram as minhas.— Bom dia, amor... — sussurrei em seu ouvido.— Bom dia, querido presidente.Beijei seu rosto, pescoço e a nuca, fazendo-a se arrepiar.— Como se sente?— Melhor. — Olhou-me por cima do ombro. — Foi só uma crise de ansiedade misturada ao medo, eu acho. Não é bom lembrar do passado.— Que tal fazermos uma coisa legal esta manhã para começar bem o dia?— Tipo o quê?— Sair para correr. Nunca fizemos isso juntos, e já faz alguns dias que não a vejo ir.— Acha seguro?— Estará comigo e homens armados.— Tudo bem. — Sorriu. — Espero não encontrarmos muita gente no caminho.— É melhor que todos comecem a se acostumar a nos ver juntos.Ela virou-se de frente para mim e abraçou-me, beijando meus lábios.— Então, é melhor a gente se levantar.Pulou para fora da cama e caminhou par
AdanComo prometido, os fotógrafos foram embora. Dianne e eu demos mais algumas voltas no parque e voltamos para a sua casa. Depois de fazermos o desjejum, tomamos banho e nos preparamos para o dia de trabalho.Na Casa Branca, assim que me viu, Freddy veio logo ao meu encontro com seu tablet nas mãos.— As fotos no parque já estão por toda parte. A ação de ódio na internet ainda continua, mas já se tem uma legião de pessoas defendendo vocês no Twitter.Olhei para Dianne e sorri confiante.— Isso é bom.Entramos no Salão Oval e logo Alex surgiu. O celular de Dianne tocou e ela saiu para atendê-lo.— Sua reunião começa em quinze minutos. Todos já aguardam por você na Sala da Situação. — Ela estava séria. Mal me olhava nos olhos nos últimos dias.— Okay. — Levantei-me deixando o Salão. Dianne ainda estava ao canto no corredor, falando no celular. Aproximei-me dela. — Estou indo para uma reunião.— Espere. — Agarrou minha mão. — Jantar na casa do meu padrinho? — perguntou baixinho, afasta
Dianne— Vamos nos atrasar! — disse para Adan, que trocava a camisa pela segunda vez.— Eu quero estar bem apresentável para conhecer a sua família. — Dava um nó na gravata.Levantei-me e fui até ele.— Querido... eles vão amar você pelo simples fato de me amar. — Peguei a gravata e retirei-a. — Não precisamos dela. É só um jantar em família. E você não precisa ficar nervoso. — Selei seus lábios. — Seja apenas você. Não precisa querer forçar boa impressão. Sua presença já é impecável.Ele respirou fundo.— Okay. Então estou pronto.— Vamos.Apanhei sua mão e seguimos para o carro. Depois de alguns minutos no trânsito, chegamos à casa dos Scott.— É uma bela casa — elogiou Adan, observando a mansão de cinco andares com arquitetura imperial.Caminhei até a porta e toquei a campainha. Ela foi aberta e Thelma apareceu com um sorriso enorme.— Eles chegaram! — gritou olhando para trás. — Você está maravilhosa. — Abraçou-me apertado.— Obrigada. — Soltei-a e Adan se aproximou subindo os últ
Dianne— Foram convidados para jantar. Seja educado.— Você agora aprova esse tipo de comportamento da sua queridinha?— Se acalme, Theo — pediu Karen.— É normal para vocês receberem para um jantar em família o homem casado que traiu a esposa com a jornalista de baixa índole?— O que é isso, Theo? Não fale bobagens!— Estou indo nessa. — Deu-nos as costas.— Qual é, irmão?! Não seja estúpido — disse Thales, indo até ele. — Pare com isso. É Dia, cara... nossa irmã de outros pais, se lembra? Vamos só comer em paz. — Colocou a mão no ombro dele.— Que se fodam! — Empurrou seu braço e saiu.— Me desculpem — pediu Karen, chateada.Segundos depois ouvimos a porta da frente se fechar em um estrondo. As mãos de Adan apoiaram-se em meus ombros e os apertaram de leve.— Está tudo bem — falou antes de depositar um beijo em minha cabeça.— Eu já volto. — Saí deixando todos ali e indo atrás do Theo.Estava farta daquela situação de merda entre nós, que já durava tempo demais.— Qual é o seu probl