AdanA porta foi aberta e Alex entrou com Karl no seu encalço. Rapidamente, Dianne soltou a minha mão e levantou-se. Aquilo me feriu um pouquinho por dentro. Não aguentava mais essa situação. Sempre tinha a presença de alguém que a repelia de mim. E, desta vez, foi a presença de Karl.— Desculpe se atrapalho alguma coisa — disse Alex, falsamente, com um sorrisinho irônico.Aquilo me irritou.— Não atrapalha. Diga o que houve — pedi.— Com licença. — Dianne apanhou o seu laptop e se dirigiu para fora da sala, deixando-nos a sós.Olhei para Alex e vi a expressão que enchia o seu rosto enquanto olhava para a Dianne. Cenho franzido, mandíbula levemente contraída e os olhos um pouco estreitados. Carregava outra coisa naquele semblante que me parecia raiva, ciúme ou inveja, não estava conseguindo identificar. Aquele comportamento estava sendo frequente. Ela não suportava Dianne, mas a verdade é que mal a conhecia. Nunca dera uma chance de fazer isso. E começa a suspeitar que talvez ela nem
AdanDepois que elas se acomodaram na arquibancada, segui para o meio, onde haviam preparado um microfone para que eu pudesse falar sem gritar e ser bem ouvido.— Bom dia, crianças.— Bom dia! — responderam em uníssono, junto dos funcionários dali.À minha frente havia jovenzinhos de todas as idades. Foi inevitável pensar rapidamente por um segundo que, talvez, o meu filho pudesse estar entre elas. Senti um breve aperto no coração.— Bom... Estou aqui porque na semana passada recebi uma carta na Casa Branca. O remetente era uma criança chamada Selene Cruz, estudante desta instituição. Uma menina de oito anos que sonha ser a primeira presidente mulher dos EUA. Foi ela quem me convidou. — Apanhei a carta do bolso interno do paletó. — Onde está você, Selene?Uma menina magrinha, de pele morena e cabelos extremamente pretos e lisos, levantou-se erguendo a sua mão.— Venha até aqui.Com a ajuda de uma das professoras, ela desceu e veio até mim. Abaixei-me à sua frente e apertei a sua mão a
Dianne— Está em todos os lugares. Em todos os sites e blogs de fofocas. No Twitter não se fala de outra coisa que não seja sobre a relação de vocês — disse Karl ao sentar-se na sala de estar da Casa da Família.Eu estava sentada no sofá, um pouco absorta ao que acontecia à minha volta, apenas tentava imaginar como seriam as coisas dali para a frente. Era difícil, mas precisava digerir rápido tudo o que aconteceu nas últimas duas horas.Ao sair da escola, fomos bombardeados na rua por perguntas absurdas e curiosas. Tive certeza de que não seria fácil passar por isso. E, para completar, Theo ainda não estava falando comigo. Não teria o apoio do meu melhor amigo agora. Tudo o que a internet dizia sobre mim e Adan, só confirmava as coisas que ele achava sobre a nossa relação. Eu precisava me manter calma.As pessoas acreditavam que era real o boato de uma traição dentro da Casa Branca. E como pensariam diferente? Um divórcio que pegou a todos de surpresa e semanas depois um novo relacion
DianneTomando a rua, peguei o próximo retorno e dirigi para a casa do tio Thommy. Ele com certeza não estaria em casa naquele momento, mas Karen, sim. Ela era uma boa pessoa e com certeza me ajudaria a ficar bem.Dei algumas voltas pela cidade e atravessei estacionamentos para me proteger. Poderia ter alguém me seguindo sem que eu notasse. Chegando na mansão, digitei a senha no portão e entrei. Parei o carro em frente à entrada da casa e desci. Toquei a campainha e logo a porta foi aberta.— Jesus! O que lhe aconteceu?— Eu posso entrar?— Mas é claro, venha! Aqui ainda é a casa de todos vocês.Entrei e ela fechou a porta.— Está sozinha?— Estou. — Apanhou minha mão gélida e me levou para a sala de estar. — O que houve?— Vocês ainda não sabem? — perguntei confusa.— Sobre o quê? — Franziu o cenho, sentando-se ao meu lado.Respirei fundo. Neste caso, a notícia chegaria até eles através de mim.— Eu e o Adan... nós... — Minha voz falhou.— Adan? Fala do presidente?Assenti.— Nós est
DianneEnquanto ligava o computador, Adan entrou na sala rapidamente. Através de sua feição percebi que ele já devia estar sabendo sobre o que me aconteceu horas atrás.— Você está bem?— Estou.— Nos dê licença, Freddy. — Sua respiração era pesada e seus ombros estavam rígidos. Os lábios unidos em uma linha reta mostravam que estava preocupado.— Claro, senhor. — Ele saiu e fechou a porta.— Por que as pessoas estão fazendo isso? — perguntou alto, nervoso.Levantei-me.— Porque elas acham que você traiu a Estela comigo e por isso se separaram. Alguns especulavam sobre a falência no casamento, mas outros consideravam um casal referência em união estável. É esperado que me odeiem. No entanto, estão sendo cruéis e perdendo o limite.Passou as mãos no cabelo, andando de um lado para o outro.— Não admito que as mesmas pessoas que me apoiam façam isso com a mulher que eu amo! — Ainda falava alto. Havia muita raiva na voz.Ele me olhou e seus olhos estavam marejados. Adan estava magoado co
DianneEntrei na sessão de cereais e peguei algumas coisas colocando dentro da cesta. De longe, no final da sessão, avistei cereal de milho. Adan adorava aquilo. Sempre comia no café da manhã com leite frio. Caminhei até lá e curvei-me para a frente, apanhando uma caixa.— Oi, Dia. Já faz muito tempo.Um calafrio percorreu meu corpo, deixando-me tensa. Levantei-me depressa, virando-me para trás. Meu coração falhou uma batida.— Paco... — seu nome escapou entre meus lábios, baixinho.— Como vai? — Sorriu diabólico.Ele continuava o mesmo. O tempo não parecia ter passado para ele nesses últimos sete anos. Alto, magro, pele bronzeada, cabelos pretos penteados para trás... o estilo bad boy que me conquistou continuava ali, intacto. Calça jeans rasgada, botas gastas, camiseta cavada e a mesma jaqueta de couro marrom.— O que quer? — fui rude.— É assim que fala com velhos amigos? — Aproximou-se e puxou o capuz de minha cabeça.Dei um passo para o lado, distanciando-me dele. Meus pelos aind
AdanSaí da reunião e estava faminto. Já era um pouco tarde e não sabia se Dianne havia jantado, ou não. Preocupado, mandei-lhe uma mensagem a caminho de sua casa:Estou faminto!Chego aí logo mais.Pizza?Adan09:13 P.M.Não estou com fome.Você demora?Dianne09:14 P.M.Sua mensagem com palavras diretas e frases curtas me preocuparam. Ela estava passando por um momento difícil. Sabíamos que seria complicado, mas não esperávamos que tivesse tanto ódio ou até mesmo agressão. Precisava fazer Dianne se sentir segura comigo. Eu sabia que a raiva do outro podia adoecer alguém. Eu já estava acostumado que me odiassem. Mas não aceitaria que fizessem com ela o que não merecia.Aproveitei que não estava no carro oficial da presidência e fiz uma parada no drive-thru de uma pizzaria. Quando cheguei em sua casa, antes que eu saísse do carro, ela abriu a porta. Seus olhos denunciavam choro. Sua feição não era nada boa. Os ombros estavam encolhidos. Ela parecia a figura de uma criança com medo. Nu
AdanNa manhã seguinte, acordei e ela ainda estava ao meu lado. Olhei as horas no celular e já eram seis e meia. Virei e abracei-a por trás. Remexeu e gemeu baixinho, cheia de preguiça. Suas mãos agarraram as minhas.— Bom dia, amor... — sussurrei em seu ouvido.— Bom dia, querido presidente.Beijei seu rosto, pescoço e a nuca, fazendo-a se arrepiar.— Como se sente?— Melhor. — Olhou-me por cima do ombro. — Foi só uma crise de ansiedade misturada ao medo, eu acho. Não é bom lembrar do passado.— Que tal fazermos uma coisa legal esta manhã para começar bem o dia?— Tipo o quê?— Sair para correr. Nunca fizemos isso juntos, e já faz alguns dias que não a vejo ir.— Acha seguro?— Estará comigo e homens armados.— Tudo bem. — Sorriu. — Espero não encontrarmos muita gente no caminho.— É melhor que todos comecem a se acostumar a nos ver juntos.Ela virou-se de frente para mim e abraçou-me, beijando meus lábios.— Então, é melhor a gente se levantar.Pulou para fora da cama e caminhou par