Dianne— Paco sempre queria mais e mais dinheiro. O bar não estava dando muito certo. Um dia me pediu cinquenta mil. Quando pedi ao meu advogado que agilizasse essa retirada no banco, ele disse que não permitiria. Abriu os meus olhos para a quantidade de dinheiro que coloquei nas mãos de Paco. De pouco em pouco, já havia dado para ele quase meio milhão de dólares. Eu voltei para o seu apartamento e implorei para que não investisse mais no bar. Pedi que voltasse para a faculdade e terminasse o seu curso de administração. Eu não sei o que ele tinha usado com toda a cerveja que bebeu sozinho naquela tarde, mas ele estava irritado e foi a primeira vez que me bateu.— Meu Deus! — Adan apertou a minha mão.— Em seguida, se fez de vítima e pediu desculpas. Disse que eu havia feito ele fazer aquilo, o contrariando e esmagando o seu sonho. Chorou e disse que me amava. Então, no dia seguinte, eu me sentia péssima por ele pensar que eu estava destruindo o seu projeto. Consegui o dinheiro para el
DianneNa minha sala, me acomodei. Liguei o computador e o laptop. O telefone sobre a mesa tocou e eu atendi rapidamente.— Heller falando.— Bom dia, srta. Heller. Aqui é Amanda Christie, assessora da primeira-dama.Franzi o cenho, confusa.— Estou ligando a mando da primeira-dama. Ela lhe convida para um chá da tarde na Sala da Porcelana.O quê? Por quê?— Hoje, às três horas.Engoli em seco. O que dizer? Eu podia apenas dizer “não, obrigada”?— Claro. Três horas? Perfeito. — Estava nervosa e a voz saiu falha.É agora que ela me mata com o chá envenenado, tenho certeza!— Certo, não se atrase — enecerrou a chamada.Respirando fundo, obriguei-me a concentrar no trabalho, mas não conseguia estar dando cem por cento de mim naquela manhã. Pensar no que Estela queria conversar durante um chá da tarde estava me deixando exausta.Às duas, depois de uma coletiva de imprensa com Adan, voltei para a minha sala enquanto ele seguia para o seu próximo compromisso. Não consegui sequer chegar pert
Dianne— Oi, aqui é o Theo. Grave a sua mensagem depois do bipe.“Bipe”— Oi, Theo. Sou eu. Por favor, me atende. A gente precisa conversar. Olha, você entendeu tudo errado. Não pense essas coisas de mim. Esse silêncio está me matando. Só me liga de volta. Faz três dias que não consigo falar com você. É isso... Tchau.“Bipe”Deixei o celular sobre a mesa e recostei na minha cadeira. Era quarta-feira e Theo continuava me ignorando. Eu já havia até sido bloqueada nas suas mensagens de texto. Olhei para o relógio e passava alguns minutos do meio-dia. Levantei apanhando a minha bolsa e o celular. Se ele não queria falar comigo, eu iria obrigá-lo ao menos me olhar na cara.Dirigi até o seu edifício. Ao chegar, passei pelo porteiro e subi para o décimo andar. De dentro do seu apartamento vinha uma música alta. Ele estava em casa. Eu não havia dado viagem perdida. Toquei a campainha. O volume da música foi abaixado. Olhei para o olho mágico e ele ficou escuro.— Abre a porta, Theo. — Ele nad
AdanAcordei e Dianne não estava na cama. Levantei e olhei as horas no celular ao lado, sobre a mesinha de cabeceira. Eram seis e meia da manhã. Vestindo o roupão, desci à sua procura. Encontrei-a sentada à mesa da cozinha, tomando uma caneca de café enquanto olhava algo no seu laptop. Ela estava concentrada.— Você ao menos dormiu? — Beijei o topo da sua cabeça.— Mais ou menos.— O que está fazendo aí? — perguntei, enquanto me servia de uma xícara de café.— Esperando a publicação da WT. — Tomou um gole da dose de cafeína. — Saiu — disse tensa, colocando a caneca dourada sobre a mesa.— Quanto tempo até os sites repostarem e começarem a falar sobre isso no Twitter?— Uma hora, no máximo!Respirei fundo e tomei o restante do café em um só gole.— Preciso me arrumar. Tenho que estar no Capitólio às oito.Selei os seus lábios e voltei para o quarto. No closet peguei um terno completo, camisa e uma gravata. Um longo dia me esperava.* * *Quando me aproximei do Capitólio, o lugar estava
AdanAlguns dias depois, minha ex-esposa fez um pronunciamento destituindo-se do seu título. Enquanto isso, os papéis da nossa separação eram preparados. A nossa divisão de bens foi feita em senso comum. Dividiríamos por igual as ações que tínhamos. A casa no campo ficou comigo, enquanto a nossa casa no centro de Washington ficou para ela. Estela decidiu que continuaria morando lá.A minha mãe não estava feliz com a minha separação. Ela acreditava em cada rumor e fofoca publicados na internet. Até no que dizia que o casamento era disfarce para a minha homossexualidade. Estava brava e não entendia como acabou. Culpava-me por deixar o amor acabar. Ela adorava Estela. E por isso eu tinha receio de como iria tratar Dianne quando a conhecesse, ou de como reagiria ao saber sobre o meu novo relacionamento.Já passava das sete da noite quando deixei o Salão Oval. Caminhei até a sala de Dianne. Havia mais pessoas lá dentro, então não entrei. Mandei uma mensagem a ela pedindo que me encontrasse
AdanOs seus olhos grudados nos meus causava um clima de pura possessão e paixão. Ela beijou a minha virilha e depois a ponta do meu pau. Gemi contido, estremecendo. A sua língua saiu de dentro da boca e buscou o meu pau, chupando-o. Os seus olhos se fecharam e ela gemeu baixinho, deliciando-se. Apoiei a minha mão na parte de trás da sua cabeça e assisti à cena ainda mais excitado.— Ah, querida... Você tem uma boca deliciosa.Engoliu-o por inteiro e depois se afastou, olhando-me novamente.— Só não é tão gostosa quanto a sua boceta. — Sorri desejoso dela.Dianne colocou-se de pé, agarrou a minha mão e a levou entre as suas pernas. Estava extremamente úmida, pronta para mim.— Está sentindo? Sente o quanto estou molhada? Isso é desejo por você. Agora, mostre o quanto me quer, Adan.Ela se afastou e caminhou para a cama, deitando-se no meio, de barriga para cima. Caminhei até uma gaveta na cômoda e peguei um preservativo que muito provavelmente devia estar vencido e perto disso. Rapida
AdanA porta foi aberta e Alex entrou com Karl no seu encalço. Rapidamente, Dianne soltou a minha mão e levantou-se. Aquilo me feriu um pouquinho por dentro. Não aguentava mais essa situação. Sempre tinha a presença de alguém que a repelia de mim. E, desta vez, foi a presença de Karl.— Desculpe se atrapalho alguma coisa — disse Alex, falsamente, com um sorrisinho irônico.Aquilo me irritou.— Não atrapalha. Diga o que houve — pedi.— Com licença. — Dianne apanhou o seu laptop e se dirigiu para fora da sala, deixando-nos a sós.Olhei para Alex e vi a expressão que enchia o seu rosto enquanto olhava para a Dianne. Cenho franzido, mandíbula levemente contraída e os olhos um pouco estreitados. Carregava outra coisa naquele semblante que me parecia raiva, ciúme ou inveja, não estava conseguindo identificar. Aquele comportamento estava sendo frequente. Ela não suportava Dianne, mas a verdade é que mal a conhecia. Nunca dera uma chance de fazer isso. E começa a suspeitar que talvez ela nem
AdanDepois que elas se acomodaram na arquibancada, segui para o meio, onde haviam preparado um microfone para que eu pudesse falar sem gritar e ser bem ouvido.— Bom dia, crianças.— Bom dia! — responderam em uníssono, junto dos funcionários dali.À minha frente havia jovenzinhos de todas as idades. Foi inevitável pensar rapidamente por um segundo que, talvez, o meu filho pudesse estar entre elas. Senti um breve aperto no coração.— Bom... Estou aqui porque na semana passada recebi uma carta na Casa Branca. O remetente era uma criança chamada Selene Cruz, estudante desta instituição. Uma menina de oito anos que sonha ser a primeira presidente mulher dos EUA. Foi ela quem me convidou. — Apanhei a carta do bolso interno do paletó. — Onde está você, Selene?Uma menina magrinha, de pele morena e cabelos extremamente pretos e lisos, levantou-se erguendo a sua mão.— Venha até aqui.Com a ajuda de uma das professoras, ela desceu e veio até mim. Abaixei-me à sua frente e apertei a sua mão a