DianneApós deixar Remo no seu apartamento, voltei para casa. Precisava começar a me arrumar o quanto antes, ou chegaria atrasada. O baile, que aconteceria no Instituto Smithsonian, começaria às dez horas. Eu claramente tinha de estar lá com uma hora de antecipação.Entrei no banheiro arrancando a roupa. Trinta minutos depois saí lá de dentro com os cabelos secos. No closet, sentei-me à penteadeira com luz de camarim e fiz a minha maquiagem. Não ousaria muito, afinal estaria na festa a trabalho. Prendi os fios longos em um coque banana mais volumoso e deixei alguns fios soltos à frente.Levantei-me e peguei o saco protetor que guardava o meu vestido, pendurado. Levei-o para o quarto e coloquei sobre a cama. Abri e retirei a peça, vestindo-a em seguida. Após calcar as sandálias, coloquei os acessórios e peguei uma bolsa pequena cravejada por pequenas pedrinhas azul-claro, colocando apenas o essencial ali dentro.Às oito e meia, uma limusine chegou. Leah disse que viria me buscar, mas n
AdanNo seu olhar havia tristeza, ciúme e decepção. Eu, mais do que ela, estava ferido com aquele baile. Por mais que gostasse de Estela e estivesse muito feliz pelo seu momento no evento, não era ao seu lado que queria estar.Dianne devia se sentir de coração partido, assim como eu me sentia quando ela dizia estar com o seu amigo Theo. Era péssimo assistir à pessoa que você amava estar junto de outra, quando você era impedido de estar. Não que eu não tivesse confiança nela, longe disso. O ciúme que sentia era por ele ter a liberdade de estar com ela onde e quando quisesse. A liberdade que eu não tinha.Ela se virou e saiu. Cheguei a movimentar os meus pés para ir atrás dela, mas Estela me impediu segurando firme a minha mão.— Não faça isso — disse entredentes. — Me leve para a pista de dança.Encarei-a. Senti-me completamente frustrado e infeliz naquele momento. Ela apanhou a minha mão e eu a conduzi para o meio da pista vazia. Todos nos cercavam, olhando. Sentia-me nervoso por esta
AdanO caminho foi feito em silêncio. Eu sentia que Estela queria dizer algo, mas estava se segurando. Eu me mantive um tanto afastado e olhando sempre pela janela. Estava cansado de me sentir mal a todo instante quando ela estava por perto. Antes, sentia-me infeliz e amargurado. Agora, me sentia como se estivesse sabotando a minha felicidade e traindo os sentimentos de Dianne. Isso era horrível! Isso precisava acabar.Ao entrarmos na sala de casa, Estela logo arrancou os sapatos e os brincos.— Graças a Deus! Estes saltos estavam me matando. E esses rubis? Achei que as minhas orelhas não estariam mais no lugar ao fim da noite. — Observei-a se sentar na poltrona. — Está tudo bem?Hipócrita. Ela sabia que não estava, me conhecia melhor do que eu mesmo.— Não. Você sabe que não. — Mordi o lábio inferior.Ela respirou fundo e escorou-se, acomodando melhor.— É a jornalista?Assentindo, desviei os meus olhos dos seus brevemente. Estela cruzou as pernas sob o amontoado de tule vermelho.—
AdanMovimentei-me para sair de cima dela e ir em busca de um preservativo, mas ela me segurou com os seus braços e pernas.— Tudo bem. Ainda não tomei a pílula. Me deixe sentir você mais uma vez...Posicionei-me melhor sobre o seu corpo e afastei alguns fios de cabelos caídos na testa. Beijei a ponta do seu nariz, seus olhos, seu queixo e por último... seus belos e viciantes lábios. Vagarosamente, enterrei-me dentro dela. Arranhou as minhas costas com as suas unhas e entrelaçou os seus tornozelos em torno na minha cintura. Demorando-se ao máximo, fizemos amor de forma lenta e sedutora, sempre querendo mais e mais. Quanto mais transávamos, mais desejosos nos tornávamos um pelo outro.De banho tomado, peguei Dianne pela mão e levei-a para sua cama. Deitados um do lado do outro, acariciei o seu rosto. Já passava das três da manhã. Ela estava relaxada e tinha um pequeno sorriso lindo que pertencia somente a mim naquele momento. Os seus olhos brilhavam saciada.— Eu e Estela conversamos.
DianneEscutei os passos de Adan descer a escada logo atrás de mim. Abri a porta para apanhar o café da manhã, mas não era um dos seus seguranças que estava ali, parado do outro lado. Era Theo! Ele tinha uma cara infeliz e segurava a gaiola de transporte de Remo.— Pegue aqui! — Entregou-me a gaiola e entrou, quase empurrando-me para dentro de casa.— Theo... — disse tensa.— O seu gato fez xixi em todo o meu apartamento! Ele não usou a caixinha de areia, nem uma vez sequer! — Estava bravo com o meu bichano. — Você paga a faxineira dessa sema... — interrompeu-se, olhando de olhos esbugalhados para a escada.— Bom dia — disse Adan.Theo olhou para mim e depois para Adan outra vez.— O que ele faz aqui? Você agora transa com homens casados? — foi arrogante.Coloquei a gaiola com Remo no chão e fechei a porta.— Theo... Não é nada disso.— É sério? Vai falar comigo como se eu fosse a trouxa da mulher dele, dizendo a frase mais clichê do mundo? Vai me dizer que não é nada disso que estou
Dianne— Paco sempre queria mais e mais dinheiro. O bar não estava dando muito certo. Um dia me pediu cinquenta mil. Quando pedi ao meu advogado que agilizasse essa retirada no banco, ele disse que não permitiria. Abriu os meus olhos para a quantidade de dinheiro que coloquei nas mãos de Paco. De pouco em pouco, já havia dado para ele quase meio milhão de dólares. Eu voltei para o seu apartamento e implorei para que não investisse mais no bar. Pedi que voltasse para a faculdade e terminasse o seu curso de administração. Eu não sei o que ele tinha usado com toda a cerveja que bebeu sozinho naquela tarde, mas ele estava irritado e foi a primeira vez que me bateu.— Meu Deus! — Adan apertou a minha mão.— Em seguida, se fez de vítima e pediu desculpas. Disse que eu havia feito ele fazer aquilo, o contrariando e esmagando o seu sonho. Chorou e disse que me amava. Então, no dia seguinte, eu me sentia péssima por ele pensar que eu estava destruindo o seu projeto. Consegui o dinheiro para el
DianneNa minha sala, me acomodei. Liguei o computador e o laptop. O telefone sobre a mesa tocou e eu atendi rapidamente.— Heller falando.— Bom dia, srta. Heller. Aqui é Amanda Christie, assessora da primeira-dama.Franzi o cenho, confusa.— Estou ligando a mando da primeira-dama. Ela lhe convida para um chá da tarde na Sala da Porcelana.O quê? Por quê?— Hoje, às três horas.Engoli em seco. O que dizer? Eu podia apenas dizer “não, obrigada”?— Claro. Três horas? Perfeito. — Estava nervosa e a voz saiu falha.É agora que ela me mata com o chá envenenado, tenho certeza!— Certo, não se atrase — enecerrou a chamada.Respirando fundo, obriguei-me a concentrar no trabalho, mas não conseguia estar dando cem por cento de mim naquela manhã. Pensar no que Estela queria conversar durante um chá da tarde estava me deixando exausta.Às duas, depois de uma coletiva de imprensa com Adan, voltei para a minha sala enquanto ele seguia para o seu próximo compromisso. Não consegui sequer chegar pert
Dianne— Oi, aqui é o Theo. Grave a sua mensagem depois do bipe.“Bipe”— Oi, Theo. Sou eu. Por favor, me atende. A gente precisa conversar. Olha, você entendeu tudo errado. Não pense essas coisas de mim. Esse silêncio está me matando. Só me liga de volta. Faz três dias que não consigo falar com você. É isso... Tchau.“Bipe”Deixei o celular sobre a mesa e recostei na minha cadeira. Era quarta-feira e Theo continuava me ignorando. Eu já havia até sido bloqueada nas suas mensagens de texto. Olhei para o relógio e passava alguns minutos do meio-dia. Levantei apanhando a minha bolsa e o celular. Se ele não queria falar comigo, eu iria obrigá-lo ao menos me olhar na cara.Dirigi até o seu edifício. Ao chegar, passei pelo porteiro e subi para o décimo andar. De dentro do seu apartamento vinha uma música alta. Ele estava em casa. Eu não havia dado viagem perdida. Toquei a campainha. O volume da música foi abaixado. Olhei para o olho mágico e ele ficou escuro.— Abre a porta, Theo. — Ele nad