Ao abrir os olhos pela manhã, Alice olha para a poltrona onde a mãe está sentada e a encontra lhe encarando.— Mãe, aconteceu alguma coisa? — Questiona preocupada, já pensando em Lily.Silvia fica em silêncio observando a filha, sem saber como reagir a tudo que descobriu na noite passada.— Bom dia, querida, não aconteceu nada — resolve responder. — Como se sente?— Dolorida — diz Alice. — Tem notícias da Lily?— Ainda não.— Pode me ajudar ir ao banheiro? — pede.— Claro.Em silêncio, Silvia ajuda Alice a se levantar e caminha com ela até o banheiro do quarto. Há uma cadeira adaptada para Alice tomar banho. Após toda a higiene, Alice volta para o quarto e veste um roupão.— O café da manhã logo chegará — diz Silvia, sentando-se novamente em sua poltrona.Alice nota que a mãe está muito quieta e aquilo a deixa afetada.— Aconteceu alguma coisa? — questiona Alice.— Não, por que está me perguntando isso? — Silva pronuncia.— A senhora está mais calada do que o normal — explica.— Deve
A fala de sua mãe a deixa surpresa, porque do jeito que Silvia expressa aquela frase, demonstra que ela sabe de alguma coisa que Alice ainda não teve conhecimento.— Do que está falando, mãe, me diz? — pergunta Alice, com o olhar confuso.— Não sei, me diga você — Silvia se afasta da filha, percebendo estar falando demais.— Eu já expressei milhares de vezes que não tenho nada para te dizer — diz Alice, com certa inquietação.— Acredito que o único motivo que a faz não querer me contar sobre esse homem deve ser porque ele é comprometido com alguém. Por acaso, ficou com alguém casado?— Não, claro que não — responde indignada. — Ele não é comprometido com ninguém. Acha mesmo que eu teria coragem de me relacionar com um homem casado? Pelo amor de Deus, o que a senhora está pensando de mim?Ao ouvir a resposta da filha, Silvia percebe que Alice não está familiarizada com as informações sobre Richard, o que a leva a concluir que Richard enganou sua filha ao não informar que era um homem
Enquanto está deitado na cama de seu antigo quarto na casa de seus pais em São Francisco, Califórnia, Richard se lembra da noite que havia passado. Mesmo que estivesse bêbado, se lembrou de tudo o que havia feito.— Por que me lembro dessa humilhação, mas não me lembro de ter ficado com a Madeline? — questiona enquanto está sozinho, se lembrando de tudo que fez na casa da agora, noiva.Após a conversa que teve com o pai de Madeline, ele sai do quarto e encontra Madeline parada na escada, ela o aguardava sozinha.— Por que está aqui ainda? — a interroga.— Queria saber o que conversou com o meu pai — responde Madeline, fingindo não haver escutado a conversa deles atrás da porta.— Coisas de homens — Richard responde e volta a caminhar em direção ao salão.— Richard, espera — ela segura seu braço. — Para com isso, não me trate como se eu não devesse saber de suas coisas.— Ele só está preocupado com o nosso relacionamento, você sabe, essas coisas que ele sempre evitou que você fizesse a
— O que faz aqui? — Richard questiona com o olhar raivoso.— Queria te ver — responde Madeline, com voz provocante. — Parece que você queria isso também — diz, descendo a mão e o olhar para a parte íntima dele, que está dura como uma rocha.Ao perceber o que Madeline pretende, ele segura o braço dela com certa força, de modo que acaba assustando-a.— Ai! — geme de dor. — Isso está doendo — diz ela, ao sentir o modo tão abrupto com que ele segura o seu pulso.Richard a solta de um modo brusco e anda rapidamente até o balcão, onde há uma toalha. Ele a pega e joga com força em cima de Madeline.— Cubra seu corpo agora mesmo e saia daqui — ordena.Madeline nota que ele não gostou nada de sua presença ali, então faz o que ele manda e sai dali constrangida.Richard termina de tomar seu banho e veste uma roupa que havia separado. Ao sair do banheiro, encontra Madeline sentada na cama, já vestida e de cabeça baixa.— Que diabos pensou quando resolveu entrar no meu quarto? — pergunta Richard,
Madeline se ajeita em sua cadeira de forma bem desconfortável, pigarreia um pouco como se estivesse com algo preso na garganta e depois sorri, olhando para Elis, que a encara com a expressão de deboche.— Eu jamais ditaria nada ao seu irmão, Elis. — Madeline tenta responder com confiança, mas sente que a sua voz fraqueja.— Não é o que me pareceu ontem — Elis continua.Richard percebe que a irmã está tentando intimidar Madeline na frente das outras pessoas que não estavam entendendo o conteúdo daquela conversa.— Pare com essas baboseiras, Elis, eu não sou um homem influenciado por algo, deixe a Madeline em paz — pede com o tom de voz firme, repreendendo a irmã.— Só estou tentando entender como as coisas estão funcionando — Elis responde, sentindo-se frustrada ao ver que o irmão ficaria ao lado da noiva.— A Elis está estranha desde ontem, quando saiu do jantar sem dar nenhuma explicação a ninguém — Meredite diz.— Quer mesmo saber o motivo por que fui embora? — Elis olha nos olhos d
Richard dá a volta no carro e se aproxima da porta do passageiro, onde Madeline continua sentada. Ele olha para os lados e vê se há alguém os observando. Como não vê ninguém, abre a porta do passageiro e se aproxima de Madeline com o olhar furioso.— Que história é essa de gravidez? — Seu tom de voz não é alterado, mas demonstra estar bem nervoso com aquela declaração.— Você não se protegeu, não se lembra? — ela pergunta, abaixando a cabeça e ficando na defensiva, por perceber que Richard ficou nervoso do mesmo modo como ocorreu no quarto.— Claro que não me lembro. Pelos céus, Madeline, eu não me lembro de nada daquela maldita noite — responde de modo ríspido.— Maldita noite? — Ela levanta o olhar e o encara, como se acabasse de ouvir uma blasfêmia. — É assim que você pensa sobre a noite que passamos juntos? — rebate com o olhar decepcionado.— Meu pai amado, me dê paciência — pede ele, apoiando o antebraço no teto do carro. — Não é isso que quero dizer, me desculpa — pede perdão,
Antes de embarcar, Richard a instruiu novamente a fazer o teste de gravidez e contar a ele sobre o resultado o mais rápido possível.— Pode deixar, não se preocupe com isso, se tem alguém que tem mais pressa sobre esse resultado sou eu — diz ela.— Desejo que você não esteja grávida — diz, de forma sincera.— Por que não? — O interroga com o olhar atônito.— Nosso noivado já aconteceu apressadamente, não quero que o casamento seja desse modo também — expõe seu pensamento.— Se for apenas por conta disso, também não desejo estar grávida.— E acha que seria por conta de quê mais? — Richard indaga.— Achei que iria querer arrumar uma desculpa nesse período para me abandonar — reflete, demonstrando preocupação.— Eu te dei a minha palavra, não dei?— Ainda assim, tenho receio de que, durante o período em que nos separamos, você mude de ideia.— Eu não vou mudar de ideia — toca a mão dela, querendo passar confiança. — Olha para mim — pede com a voz mansa. — Nosso casamento só não terá suc
A medida que o tempo foi passando, cada dia que Lily resistia à UTI neonatal era uma vitória para Alice, que já havia recebido alta hospitalar, mas ficava mais tempo no hospital do que em casa. Alice vivia só para a filha, deixando todos os problemas de lado para pensar no melhor, para ver a sua filha saindo vitoriosa daquele hospital e indo para sua casa, onde tudo estava preparado com amor e carinho.Já ia fazer quase um mês e meio que Lily havia nascido e, mesmo que estivesse se alimentando sem sonda, precisava ficar no hospital para continuar em observação. Alice ordenhava seu leite para alimentar a filha e ficava com ela por alguns minutos durante o dia. Após isso, saía do hospital e depois voltava para casa, à espera do horário em que poderia rever a filha novamente.— Mãe, cheguei — diz Alice, entrando no apartamento dos pais.Por mais que estivesse se alimentando bem por conta da filha, Alice estava abatida e com olheiras ao redor dos olhos.— Estou na cozinha — Silvia grita,