Richard dá a volta no carro e se aproxima da porta do passageiro, onde Madeline continua sentada. Ele olha para os lados e vê se há alguém os observando. Como não vê ninguém, abre a porta do passageiro e se aproxima de Madeline com o olhar furioso.— Que história é essa de gravidez? — Seu tom de voz não é alterado, mas demonstra estar bem nervoso com aquela declaração.— Você não se protegeu, não se lembra? — ela pergunta, abaixando a cabeça e ficando na defensiva, por perceber que Richard ficou nervoso do mesmo modo como ocorreu no quarto.— Claro que não me lembro. Pelos céus, Madeline, eu não me lembro de nada daquela maldita noite — responde de modo ríspido.— Maldita noite? — Ela levanta o olhar e o encara, como se acabasse de ouvir uma blasfêmia. — É assim que você pensa sobre a noite que passamos juntos? — rebate com o olhar decepcionado.— Meu pai amado, me dê paciência — pede ele, apoiando o antebraço no teto do carro. — Não é isso que quero dizer, me desculpa — pede perdão,
Antes de embarcar, Richard a instruiu novamente a fazer o teste de gravidez e contar a ele sobre o resultado o mais rápido possível.— Pode deixar, não se preocupe com isso, se tem alguém que tem mais pressa sobre esse resultado sou eu — diz ela.— Desejo que você não esteja grávida — diz, de forma sincera.— Por que não? — O interroga com o olhar atônito.— Nosso noivado já aconteceu apressadamente, não quero que o casamento seja desse modo também — expõe seu pensamento.— Se for apenas por conta disso, também não desejo estar grávida.— E acha que seria por conta de quê mais? — Richard indaga.— Achei que iria querer arrumar uma desculpa nesse período para me abandonar — reflete, demonstrando preocupação.— Eu te dei a minha palavra, não dei?— Ainda assim, tenho receio de que, durante o período em que nos separamos, você mude de ideia.— Eu não vou mudar de ideia — toca a mão dela, querendo passar confiança. — Olha para mim — pede com a voz mansa. — Nosso casamento só não terá suc
A medida que o tempo foi passando, cada dia que Lily resistia à UTI neonatal era uma vitória para Alice, que já havia recebido alta hospitalar, mas ficava mais tempo no hospital do que em casa. Alice vivia só para a filha, deixando todos os problemas de lado para pensar no melhor, para ver a sua filha saindo vitoriosa daquele hospital e indo para sua casa, onde tudo estava preparado com amor e carinho.Já ia fazer quase um mês e meio que Lily havia nascido e, mesmo que estivesse se alimentando sem sonda, precisava ficar no hospital para continuar em observação. Alice ordenhava seu leite para alimentar a filha e ficava com ela por alguns minutos durante o dia. Após isso, saía do hospital e depois voltava para casa, à espera do horário em que poderia rever a filha novamente.— Mãe, cheguei — diz Alice, entrando no apartamento dos pais.Por mais que estivesse se alimentando bem por conta da filha, Alice estava abatida e com olheiras ao redor dos olhos.— Estou na cozinha — Silvia grita,
— Não adiantaria muita coisa já que a Alice não concluiu a faculdade — George diz, sem perceber que as duas mulheres travam uma batalha de olhares.— Tem razão, creio que a nossa filha perdeu uma grande oportunidade — diz Silvia, deixando de olhar para a filha e voltando a comer. — Se tivesse ao menos concluído os estudos, teria uma boa oportunidade de emprego à sua espera, quem sabe poderíamos até ligar para o Richard e dizer sobre a situação dela, quem sabe ele nos ajudaria com alguma indicação.Pensar que sua mãe estava considerando ligar para Richard para falar algo causa grande desconforto.— Pare com essa conversa, absurda, mãe. Eu não preciso de favores de ninguém está me ouvindo? Ainda mais do Richard — diz nervosa, chamando a atenção do pai.— Filha, por que ficou assim? A sua mãe só está querendo te ajudar.— Se ela quer mesmo me ajudar, é melhor manter outras pessoas fora dos meus assuntos — se levanta da mesa. — Se me derem licença, eu vou para o meu quarto, daqui a pouco
Alice olha para a mãe e espera que ela diga que aquilo é um blefe, mas Silvia parece estar com um ar sério demais para estar se divertindo.— Você está louca? — questiona Alice.— Não, eu não estou, se eu estivesse louca, eu mesma escreveria para ele desde o primeiro minuto que descobri, mas como ainda respeito a sua escolha, quero que você mesma faça isso — revela.— Como diz que respeita a minha escolha se está tentando me pressionar a fazer isso?Silvia se levanta de sua cadeira, dá uma volta na mesa e se aproxima da filha.— Querida, olha para você — com as mãos, segura a filha pelos ombros, fazendo com que Alice a olhe nos olhos. — Você está desempregada, sem terminar os estudos e com uma filha no hospital, mesmo assim, quer sair de nossa casa, alugar um apartamento e viver a sua própria vida — discursa. — Não a julgo por isso, mas não quero que se mate de trabalhar pela Lily, sendo que o pai dela tem condições financeiras para te ajudar a dar uma boa qualidade de vida a ela.— N
Ver a filha daquele jeito não a deixa nem um pouco contente, mas Silvia sente um alívio ao poder contá-la a verdade, já que percebeu que Alice ainda sentia algo por Richard.— Sei que para você deve ser um grande choque, mas quero que saiba que desilusões amorosas são comuns na vida de todos. — Alice fica em silêncio, ainda esquadrinhando tudo o que a mãe lhe falou. — Homens como ele estão acostumados a lidar com mulheres o tempo todo, já você… — pondera. — Não conhece nada da vida, já que a única pessoa que conheceu foi o Endrick e ele sempre foi um bom rapaz com você.— Ainda não consigo acreditar nisso, mãe — confessa. — Ele andou comigo pelas ruas de mãos dadas, como se fosse um homem solteiro, jantamos em lugares públicos e me levou à casa que pertence à família dele.— Por acaso conheceu alguns de seus familiares? — indaga.— Não, só a empregada da casa e ela me disse que eu deveria ser muito especial para o Richard, já que ele nunca havia levado nenhuma outra moça até ali.— El
Já estava completando quase duas semanas desde que havia começado a procurar emprego. Alice vivia entre o hospital e as empresas, onde deixava seu currículo ou fazia entrevistas. Estava confiante de que conseguiria alguma coisa antes de Lily receber alta hospitalar, mesmo que não fosse diretamente na área em que era especializada.Todas as noites, após toda a jornada difícil do dia, ela ficava em seu quarto ao lado do celular, esperando receber alguma resposta positiva em relação às entrevistas que estava fazendo. A espera era longa e silenciosa, carregada de expectativas e preocupações.As empresas até achavam seu currículo interessante, mas ao ver que não havia concluído o seu curso, a dispensavam daquela vaga.Um sinal de notificação chega em seu celular e ela se anima, achando que é uma resposta positiva.“Caro(a) Alice Taylor, gostaríamos de agradecer sinceramente pelo tempo dedicado ao nosso processo seletivo.Após uma análise cuidadosa de todas as candidaturas, lamentamos infor
Pela manhã, lá estão Alice e George Taylor sentados na sala de espera do escritório de Christopher Bertone, diretor da universidade de Manchester. Alice está nervosa e já havia ido ao banheiro mais de três vezes desde que chegou ali.— Fique calma ou não conseguirá conversar lá dentro — diz George, notando o nervosismo da filha.— Eu nem consegui dormir a noite pensando sobre hoje, estou com tantas expectativas, pai.— Vai dar certo, filha, pense positivo.— Alice Taylor — A secretária de Christopher Bertone aparece na sala e chama por seu nome.— Sou eu — ela responde e se levanta prontamente.— O senhor Bertone irá recebê-la agora mesmo.— Tudo bem — responde, lançando um olhar para o pai.— Boa sorte — o pai sussurra, antes de Alice sair dali.Mesmo que estivesse com as mãos suado, Alice consegue saudar o diretor da universidade com um sorriso largo.— Bom dia, senhor Bertone, é um prazer conhecê-lo — diz, apertando a mão do senhor de aparentemente sessenta anos.Christopher é bran