Fico tanto tempo lá plantada que a cabeça volta para Otávio, como se já não bastassem os problemas que tenho.
Será que havia me enganado tanto assim sobre ele? Talvez ele só não soubesse lidar com a situação ou nunca tivesse transado com uma virgem. Quem sabe estivesse com medo de estar apaixonado por mim. Será? Otávio apaixonado por mim? Mas será que antes só eu estava e ele não?
São inúmeras as perguntas. Tantos “achismos” que, por um instante, a decepção dá lugar a paixão novamente. De repente, sinto-me mal por tê-lo julgado como cafajeste. Na verdade, agora me dou conta que ele não
Um mês se passa e minha mãe continua internada.Minha vida está uma completa loucura, sem tempo para mais nada. Cuido do meu pai, da casa, fico no hospital e estresso-me com o médico engraçadinho. Quanto ao Otávio, esse simplesmente sumiu. Nunca mais me procurou. Até deixei alguns recados. Na verdade, muitos, mas o desgraçado não retornou.Mas isso deixou de ser prioridade. Tenho de pensar na melhora da minha mãe e arrumar um emprego. O do meu pai cobre as despesas médicas e a casa, mas pela quantidade de remédios que eu a via tomar no hospital, é evidente que com o quanto ganhamos, não daremos conta quando ela receber alta. Eu preciso ajudar.Passo então por diversos estabelecimentos distribuindo meu curr&i
Aquele instante foi o começo do fim. Percebe agora, coração? Entendeu porque não era para ter esperanças?Que droga.Depois de presenciar aquilo, todas as suposições que pensei ser o meu lado dramático entrando em ação estavam ali, esfregadas na minha cara.Otávio e a peituda. O beijo que mais parecia um filme de sexo explícito e o jeito como ele deixou a garota sentar no colo dele, como se fosse livre, leve e solto.Por mais que eu corra, ele me alcança. Tem a petulância de segurar-me pelo braço. Olho para ele com tanta raiva e desprezo. Ele parece assustado, talvez não esperasse ver-me ali. Mas
Aquele instante foi o começo do fim. Percebe agora, coração? Entendeu porque não era para ter esperanças?Que droga.Depois de presenciar aquilo, todas as suposições que pensei ser o meu lado dramático entrando em ação estavam ali, esfregadas na minha cara.Otávio e a peituda. O beijo que mais parecia um filme de sexo explícito e o jeito como ele deixou a garota sentar no colo dele, como se fosse livre, leve e solto.Por mais que eu corra, ele me alcança. Tem a petulância de segurar-me pelo braço. Olho para ele com tanta raiva e desprezo. Ele parece assustado, talvez não esperasse ver-me ali. Mas
Passamos a tarde ali, conversando. Léo conta-me um pouco sobre a carreira, os desafios em ser médico, os sonhos e planos. Engraçado que em nenhum momento fala sobre a família, mas como ainda falta intimidade, fico na minha. Mas para quem é do interior como eu, isso soa estranho, porque por aqui todo mundo sabe sobre a vida familiar do outro.Muito mais calma, consigo explicar porque havia deixado a universidade de lado, mas adianto que um dia quero muito ir embora daqui. Nem preciso falar a vergonha que carregarei pela cidade inteira, assim que a sacanagem do Otávio cair na boca do povo.Quando damos conta, está quase no horário dele assumir o plantão no hospital. Sinto frio, porque apesar de termos ficado no sol, hoje está um dia fresco. As roupas nem mesmo secaram completamente.
LÉOAntes de tudo, como vai? Eu me chamo Leonard Campos de Barros, mas todos me chamam de Léo. Desculpa dar o nome completo, é costume devido à profissão. Tenho 28 anos e vivo em São Paulo, cidade onde nasci.Meus pais sempre trabalharam muito para conseguirem tudo o que desejavam. Iniciaram o comércio de vinhos em uma pequena vinícola, na região de São Roque, no interior paulista. Poucos anos depois já ampliavam os negócios e exportavam alguns dos produtos para América do Norte e parte da Europa. Atualmente, compraram uma vinícola em Trento, na Itália, e começam a mandar vinhos de lá para cá, conquistando um novo público.<
Voltamos para o hospital, conversando com a mesma animação anterior. Léo e eu estamos relaxados, um diante do outro, como se já fôssemos amigos há anos. Essa sensação é maravilhosa, a de ter alguém que sabe de tudo que estou passando e dispõe-se a apoiar-me. É nesse momento que viramos a esquina, logo avistando o hospital. Mas algo faz com que eu paralise.— O que houve, mocinha? Porque parou?Ele fica olhando para mim sem entender.— Está vendo a moto? É o Otávio, ele está aqui no hospital. Meu Deus, o que esse cretino veio fazer aqui?Juro ter ouvido em seguida Léo xingar. Olho para ele, espantada com aquela reação, mas e
LÉOA água do chuveiro cai quente nas minhas costas. Faz uma semana que não falo com Lilly. Achei melhor manter-me afastado, sem me envolver nessa enrascada para a minha própria segurança.O duro é que ela parece principiante demais nessa coisa de relacionamento. Como naquele dia. Foi só o babaca aparecer e algum tempo depois, lá ia ela para o estacionamento com ele. Claro que fiquei irritadíssimo quando os vi saindo. Tantos conselhos e conversa para nada? Dava cinco minutos e saía com o pentelho.Tenho de admitir que a acho linda e gostosa pra caralho. Ela de calcinha e sutiã é… Ai, caramba! Talvez um banho frio seja a melhor opção.
LILLYEle não quer me ouvir.Solto a respiração e caminho para fora do prédio. Preciso andar, distrair o pensamento, ou tomar um banho gelado porque, apesar de tudo, aquela imagem dele de toalha não vai sair da minha cabeça tão cedo. Apesar dele tentar disfarçar, vi que se excitou quando o olhei.Milhares de coisas passam pela minha cabeça, a mente vagando do Otávio ao Léo e vice-versa. Um é o bronco cafajeste do interior, que vai te pegar de jeito, mas partir seu coração. O outro vem da cidade grande e possui um ar mais sério, sorri menos e tem certo ar romântico, mas jura evitar qualquer tipo de relacionamento. Até tenta disfarçar, mas quando olha deixa claro que aprecia o que vê. Como ser&aa