LILLY
Eu não aguento mais viver com medo.
Queria dizer que as coisas resolveram-se, que o Otávio foi preso por aquilo que fez comigo, que a justiça foi feita de alguma forma. Mas na vida real as coisas não são assim.
Ele mal passou um dia sentindo o gosto de ficar dentro de uma cela antes que fosse solto. Agora eu me torno prisioneira, trancada no apartamento do Léo ou andando na rua com um segurança atrás de mim, as pessoas olhando-me como se fosse um animal estranho em exposição.
Perdi a paz. Estou cansada de lutar. Tento ter esperança e seguir firme, acreditando que uma hora isso passará, mas só o que sinto é a fraqueza de viver à mercê de um cafajeste q
LILLYPor mais que ameaçasse, gritasse e me defendesse, nunca fui capaz de acreditar que o mal se acaba com o mal. Na minha mente, em algum momento Otávio conheceria o amor, talvez até mesmo com aquela moça que era tão apaixonada e vivia pendurada nele. E me deixasse ir, já que conseguia sentir dentro do próprio peito o que Léo e eu tínhamos. Mas nem sempre as pessoas podem ser redimidas.Meu pai encarrega-se de ligar para o doutor Richard e contar sobre o acidente. Estou na recepção esperando por notícias quando entram os pais do Otávio. Ele, sempre muito sereno e educado, ao lado de uma mulher loira, daquelas que vemos na televisão, cheia de plásticas. Ela chega fazendo o maior escândalo do mundo.Preciso ressal
LILLYNum mundo ideal e justo, depois de tudo que aconteceu a verdade seria revelada e Otávio finalmente pagaria por tudo que fez. Mas a realidade está longe de um conto de fadas.Já faz uma semana que tudo aconteceu. Enquanto Otávio recupera-se lentamente no conforto de um quarto de hospital, com tudo que o dinheiro pode proporcionar, a justiça também trabalha a seu favor. Estamos na delegacia e sou a única testemunha contra ele ao lado do Léo sobre o tal “incidente”, como foi chamado aquilo que, para mim, foi uma clara tentativa de assassinato.Todas as outras testemunhas — as que apareceram — disseram que só repararam quando a discussão entre eles, já estava nos gritos. Lembram de Otávio levar um soco que o
LÉONos últimos dias fiz de tudo para tirá-la da minha cabeça. Nunca pratiquei tantos exercícios, por exemplo. Quase não tenho sono, levanto de madrugada e saio para correr. Até comprei um saco para dar porrada, e olha que coincidência, o nome dele é Otávio.Agora ela está aqui, diante de mim, e tudo que achei ter resolvido vira de ponta cabeça mais uma vez.Quando recebi a ligação do seu Augusto procurando por Lilly, meu coração quase parou. Cheguei até ir ao quarto daquele delinquente, exigindo que me dissesse onde ela estava, mas por incrível que pareça, o cara ficou tão preocupado quando eu.
LILLYO homem da minha vida lava meus cabelos cuidadosamente, os nossos corpos esfregando-se, recusando a perder o contato. Eu o provoco cada vez que seu membro, ainda animado, encosta em mim.Viro e começo a beijá-lo. Com as mãos acaricio-lhe as costas, e quando chego nas nádegas, cravo minhas unhas, fazendo-o gemer.— Léo, seja meu homem agora. Quero você.Ele desliza até o chão e subo em seu colo. Sem que possa mais evitar, ajeitou seu delicioso membro dentro de mim, aquecida pela água do chuveiro que cai sobre nós.Começamos devagarzinho, ele beijando meus seios, fazendo carícias com a língua em volta do bico, mordiscando delicadam
Seis meses antesMamãe sempre foi uma mulher forte.Nunca a vi doente, até mesmo gripe era difícil de ter. Porém, percebi que há dias não se alimentava direito. Toda vez que a questionava, colocava desculpa na ansiedade pelo resultado do vestibular que eu havia prestado. Caso passasse, teria de mudar-me para São Paulo.Meu sonho era estudar direito, para depois seguir firme na carreia até me tornar juíza. Tudo muito bem planejado, com direito à moradia na própria universidade e ajuda de custo. Porém, minha mãe parecia mais nervosa que eu, como se fosse ela a estudante.Mas aquela desculpa, não me convencia. Algo dentro de mim, sabia que ela estava escondendo alguma coisa. Infelizmente, logo comecei a entender do que se tratava. Foi um dia antes de sair o resultado do vestibular.Estava ansiosa com as horas que pareciam nunca pas
Em meio a essa tempestade que assolou minha vid a, uma coisa boa aconteceu, pelo menos por um tempo: Otávio. Depois de muitasconversas e paqueras, ele fi nalmente convidou-me para sair. Eu sempre gostei dele, mas nunca havia acontecido nada.Talvez por me conhecer desde criança — e achar que ainda era uma menina. O fato de ser oito anos mais velho só reforça isso.Para aquele primeiro encontro, combinamos às 20h, na ruaatrás da minha casa, pois não queria que meu pai nos visse.Eu realmente caprichei no visual. Estava me sentindo linda para encontrá-lo. O coração batia mais que os sinos da igreja local. O nervosismo fazia-me tremer. Nunca havia saído assim,em um encontro de verdade. Só aquelas coisas de menina. Nem sabia como deveria comportar-me nessa situação, ainda mais com um cara tão bonito quanto ele, que até bem pouco tempo&nbs
Depois desse primeiro encontro, passamos a nos ver — e a nos beijar — todas as noites. Acreditava que estávamos namorando, apesar dele nunca ter feito o pedido. Sabia que meu sentimento crescia, percebia que cada dia mais estava apaixonando-me por isso, nem liguei por faltar algo “oficializado”.Ele mostrava-se interessado e paciente, sem forçar a barra, apesar da mão boba e das carícias ousadas aumentarem. Depois de um tempo, sentia-me lisonjeada de ser a mulher que ele tocava. Alguém tão bonito e com dinheiro poderia ter qualquer mulher aos seus pés para suprir as necessidades, mas estava comigo por livre escolha. Sem cobrança, apenas deixando acontecer de maneira natural.Sentia que estávamos nos entendendo e adorava os momentos carinhosos e românticos que tín
OTÁVIOBom, se você ainda não me conhece, o que eu duvido, meu nome é Otávio Toledo de Albuquerque Cristóvão. Tenho 27 anos e sou filho do cara que praticamente é o dono da cidade, ou melhor, da fábrica São Cristóvão. Ela produz peças para usinas, distribuídas por todo o Brasil e também para o exterior.Desde que me conheço por gente, o povo dessa cidade tem um parente que trabalha na fábrica. Por isso, sempre fui tratado bem. Se tirarem um raio-x do meu saco, com certeza tem uns dois ou três caras pendurados ali.Minha mãe, é claro, ama-me mais do que qualquer coisa nesse mundo.… Acho que a maioria das mulheres que conheço sente isso por mim. Bom, quem manda eu ser o