Não sei o que exatamente fez o George mudar de expressão, mas, de repente, o rosto dele ficou fechado e sombrio.Eu dei dois passos para trás e, com cautela, falei:— Não fique bravo, eu realmente não quero ir a Santa Mar.Na verdade, eu ainda precisava ir ao evento de dança amanhã e tentar garantir aqueles três milhões. Não tinha jeito, eu não poderia acompanhá-lo.George continuou a fumar com calma, mas me olhou fixamente por um minuto, com um olhar frio e calculista. Eu, por outro lado, só conseguia mexer as mãos nervosamente, sem ousar dizer uma palavra a mais.Quando o cigarro chegou ao fim, ele o apagou, e falou, com uma voz desinteressada:— Se você não quer ir, não vá.Senti um alívio instantâneo.Ele se levantou e caminhou em direção à porta. Quando passou por mim, olhou de relance e, com uma voz fria, disse:— Quando eu não estiver por perto, melhor você se comportar. Não faça nada que me dê motivo para ficar bravo.— Pode deixar, eu vou me comportar direitinho. — Respondi, c
— Tem certeza... De que não vai falar com o George sobre isso? — Perguntou Gabriel, com um sorriso malicioso.— Não! — Respondi, firme e sem hesitar. Gabriel riu baixinho, de um jeito astuto, como uma raposa.Se eu não soubesse que o George estava em Santa Mar a trabalho, poderia jurar que ele já estava ali.Rapidamente, Gabriel mandou alguém trazer o figurino para mim.Quando vi a roupa, senti o canto dos meus lábios tremerem.— Isso... Você tem certeza de que não houve engano? — Perguntei, tentando disfarçar meu desconforto.O figurino que ele me trouxe era um conjunto de empregada sexy, com um toque um pouco atrevido. A saia era tão curta que quase mal cobria o necessário, e ainda vinha com uma meia-calça preta."Isso aqui não tem nada a ver com dança", pensei, meio sem saber o que fazer.Gabriel sorriu para mim, como se nada fosse estranho.— Essa é a roupa, na verdade, é a mais conservadora de todas. Eu até pedi para prepararem essa especialmente para você. — Ele disse, com um ar
O homem que estava falando não terminou a frase, porque Gabriel, com um movimento rápido, deu um tapa nos olhos dele.— Você está querendo morrer, é? Acha que pode ficar de olho na mulher do Sr. George? — Gabriel disparou, com um tom de ameaça na voz.— Ah? Mulher do Sr. George? — O cara imediatamente ficou pálido e, rapidamente, cobriu os próprios olhos, dizendo. — Não, não, não vou mais olhar, não! Hahaha, estou indo embora já!Ele não perdeu tempo, saindo correndo de lá.Eu me aproximei do Gabriel, com um olhar sério.— Não fale por aí que eu sou a mulher do George, por favor. Não tenho mais nada com ele. E se isso chegar aos ouvidos da pessoa que ele realmente ama, não vai ser legal para ninguém. — Falei, com firmeza, sem querer que essa história fosse espalhada.Gabriel me olhou surpreso, com os olhos arregalados.— O quê? A pessoa que ele ama não é você? — Ele perguntou, com um sorriso curioso, mas logo desviou o olhar, parecendo desconfortável.Pensei que ele não sabia sobre a a
Eu passei três dias e três noites com George Fonseca na cama.Ele já foi um simples genro, daqueles que a gente não dá nada. Eu fiz questão de deixar bem claro que não só não o deixava me tocar, como ainda o pisava, literalmente.Agora as coisas mudaram. Eu caí, e ele... Bom, ele se deu bem. Parecia até que ele estava se vingando. E, de algum jeito, ele tinha força de sobra para me fazer pagar por tudo que fiz....Eu me casei com um cara pobre.Na real, quem eu queria mesmo era o irmão dele, mas numa noite de encontro com os amigos, ele aproveitou que eu estava bêbada e acabou me levando para cama.Todo mundo soube dessa história, claro.Meu pai não sabia o que fazer, então tive que aceitar a situação e me casar com ele. Mas com uma condição, ele teria que ser o genro da casa, morar debaixo do nosso teto.O pior era que o George não era nem mesmo filho biológico do meu sogro. Ele era filho da primeira esposa do meu sogro, e depois da separação, o pai dele nunca foi muito com a cara de
Eu fiquei mexendo nos dedos, sem saber o que dizer. Acabei explicando, meio envergonhada, o motivo da minha visita.Ele me olhou e, com o olhar dele ficando mais sério, me perguntou com um sorriso irônico:— Você acha que eu tenho algum motivo para ajudar vocês? Eu sabia que pedir ajuda não ia adiantar, então, dei uma risada amarga e disse:— Então, faz de conta que eu nem vim aqui. Era isso, né? A gente tratou ele tão mal no passado, ele nem se vingou de nós, já era o suficiente. Como eu ainda tinha coragem de pedir qualquer coisa?Quanto mais eu pensava nisso, mais vergonha eu sentia.Eu queria sair dali, mas ele me chamou:— Fale, o que você tem para me oferecer em troca? Se eu achar que vale a pena, até posso ajudar vocês. Eu fiquei parada, sem saber o que dizer. O que eu tinha para oferecer? Meu corpo?Se ele tivesse algum interesse em mim, durante os três anos de casamento, ele teria tido várias oportunidades. Passamos incontáveis noites juntos, no mesmo quarto, mas ele nem me
— Olha só, não é a ex-herdeira da família Santos, a esposinha do Sr. George? Como é? Veio aqui tomar uma bebida? Você veio tomar uma bebida, mas por que está vestida com o uniforme daqui? Assim que o homem terminou de falar, uma risada em coro se espalhou pela sala.Eu segurei com mais força a alça do carrinho de bebidas e respirei fundo.Já era, eles me pegaram. E, pelo jeito, estavam querendo me humilhar, então não adiantava tentar fugir. O melhor seria seguir em frente, talvez até conseguisse tirar alguma gorjeta deles.A pressão das dívidas estava insuportável. Meu pai não parava de dizer que não queria mais viver, minha mãe vivia chorando, meu irmão se matava fazendo entregas... E eu me importando com um orgulho e uma dignidade que não valiam mais nada?Empurrei o carrinho e fui até eles, tentando manter um sorriso forçado, mas ainda assim educado.— Só me encontrei com vocês aqui! Que coincidência, né? Já que estão aqui, que tal dar uma força para o meu "negócio"? Se se divertir
Minha boca tremeu sem querer. Quase disse que ele estava louco! Mas ele agora estava rico, não era mais aquele "boa-pinta" que todo mundo podia humilhar.Tentei controlar o impulso de xingar e forcei um sorriso.— Sr. George, pare de brincar. Eu tenho que trabalhar, até mais. — Se o André pode, por que eu não posso? — George perguntou de repente, com uma voz pesada, cheia de um tom gelado.Franzi a testa. — Que história é essa de o André pode e você não pode? O que você está dizendo?— Você acabou de falar que, se o André te desse dez milhões, você passaria uma noite com ele. Agora, se eu der dez milhões, por que não aceitaria ficar comigo? Eu não consegui evitar um revirar de olhos.O que eu tinha dito para o André era só uma provocação, para fazê-lo se sentir pressionado. Falar em dez milhões foi uma forma de fazer o André se sentir acuado, sem esperar que ele levasse aquilo a sério. Mas esse homem... Ele realmente acreditava nisso.George se aproximou e, com um cigarro na mão, e
Eu olhei para ele, nervosa, e vi o George sair do banheiro envolto em uma toalha. Ele tinha o corpo perfeito, ombros largos, cintura fina, uma proporção incrível. Sua pele não era muito bronzeada, mas também não era pálida. Era o tipo de pele saudável, com um brilho natural que passava força.Eu nunca tinha percebido o quão bem ele era fisicamente. Afinal, sempre fui muito rígida com ele, sem dar espaço para ver mais de perto.Quando percebi que estava fixando o olhar em seu corpo, eu me senti envergonhada e rapidamente desviei os olhos.Ele se aproximou de mim, com aquele calor que emanava de seu corpo.Me senti nervosa e recuei um pouco, gaguejando:— Você... Quando você voltou? Está com fome? Se quiser, eu posso... Eu vou fazer alguma coisa para você comer.— Fazer comida? — George riu, com um tom irônico. — Você, além de comer, o que mais sabe fazer?A resposta me deixou sem palavras.Pelo jeito, na visão dele, eu era só uma filha de família rica inútil. E, na verdade, ele tinha ra