Meu coração apertou.Será que o Gabriel ia contar para o George que eu estava participando do concurso de dança?Embora isso não fosse exatamente um segredo, contar para o George não era uma boa ideia. Ele era imprevisível e, com a raiva que ele sentia de mim, talvez não me deixasse participar. Era uma grande oportunidade de ganhar dinheiro, e eu não podia deixar que nada atrapalhasse. Melhor mesmo era que o George não soubesse de nada.Quando vi que ele ia atender o telefone, puxei a manga do seu roupão.George olhou para a minha mão, levantando uma sobrancelha.— O que foi?Eu olhei para a tela do celular dele e, onde o nome de Gabriel ainda piscava, tentei sorrir, forçando a calma.— Será que você pode não atender?George ficou com um olhar curioso e deu uma risada baixa.— Posso sim. Só me dê um bom motivo.Eu demorei um segundo para pensar e logo soltei:— O Gabriel é conhecido por ser um verdadeiro playboy. Se ele está te chamando, é porque quer te levar para alguma diversão. E e
— Não, não! Como eu poderia ter um caso com ele? Jamais! — Eu rapidamente neguei.George soltou uma risada leve, parecendo não acreditar em nada do que eu disse.Eu já estava me arrependendo. Se soubesse que ele tinha uma imaginação tão fértil, teria deixado ele atender ao telefonema do Gabriel sem questionar.Justo nesse momento, Gabriel ligou para ele novamente.George levantou uma sobrancelha e olhou para mim.Eu não falei nada, só fiz um gesto com a mão, pedindo para ele atender logo.Ele deu um resmungo, atendeu o telefone e, de propósito, colocou no viva-voz.— Caramba, depois de duas tentativas você finalmente atendeu. Está ocupado com o quê? Estou atrapalhando seu momento íntimo? — A voz de Gabriel veio do outro lado da linha.George deu uma olhada rápida em mim e respondeu, com um tom frio:— Fale logo.Gabriel fez um som de desprezo do outro lado da linha.— Não precisa ser tão gelado, pô! Eu não sou a Valentina, nem te fiz nada.Eu me senti super constrangida. Pelo jeito, to
Levantei a cabeça e, surpresa, encontrei o olhar frio de George. Meu coração deu um salto.— O que... O que foi agora? — Perguntei, com cuidado.George estreitou os olhos, se aproximando devagar. O olhar era afiado como uma lâmina.— Por que eu tenho a impressão de que você está muito interessada nesse tal evento de dança? Não me diga que você também vai participar? — Claro que não! — Balancei a cabeça imediatamente, minha voz firme como nunca.— Melhor assim. Aquele tipo de evento não é para você. — George soltou um riso seco.Eu fiquei sem entender. Um evento de dança, e daí? Por que eu não poderia participar? Mas preferi não insistir no assunto. Era melhor não provocar.Depois de me dar esse aviso, George atendeu outra ligação. Parecia que era sua amada. Eu reconheci o tom. Ele ficou ao telefone, andando até a janela, e a mudança na voz foi imediata. Ficou suave, quase carinhosa.Fiquei olhando de longe, sentindo o coração apertar. Ele nunca usou aquele tom comigo. Nunca.Sem quere
Não sei o que exatamente fez o George mudar de expressão, mas, de repente, o rosto dele ficou fechado e sombrio.Eu dei dois passos para trás e, com cautela, falei:— Não fique bravo, eu realmente não quero ir a Santa Mar.Na verdade, eu ainda precisava ir ao evento de dança amanhã e tentar garantir aqueles três milhões. Não tinha jeito, eu não poderia acompanhá-lo.George continuou a fumar com calma, mas me olhou fixamente por um minuto, com um olhar frio e calculista. Eu, por outro lado, só conseguia mexer as mãos nervosamente, sem ousar dizer uma palavra a mais.Quando o cigarro chegou ao fim, ele o apagou, e falou, com uma voz desinteressada:— Se você não quer ir, não vá.Senti um alívio instantâneo.Ele se levantou e caminhou em direção à porta. Quando passou por mim, olhou de relance e, com uma voz fria, disse:— Quando eu não estiver por perto, melhor você se comportar. Não faça nada que me dê motivo para ficar bravo.— Pode deixar, eu vou me comportar direitinho. — Respondi, c
— Tem certeza... De que não vai falar com o George sobre isso? — Perguntou Gabriel, com um sorriso malicioso.— Não! — Respondi, firme e sem hesitar. Gabriel riu baixinho, de um jeito astuto, como uma raposa.Se eu não soubesse que o George estava em Santa Mar a trabalho, poderia jurar que ele já estava ali.Rapidamente, Gabriel mandou alguém trazer o figurino para mim.Quando vi a roupa, senti o canto dos meus lábios tremerem.— Isso... Você tem certeza de que não houve engano? — Perguntei, tentando disfarçar meu desconforto.O figurino que ele me trouxe era um conjunto de empregada sexy, com um toque um pouco atrevido. A saia era tão curta que quase mal cobria o necessário, e ainda vinha com uma meia-calça preta."Isso aqui não tem nada a ver com dança", pensei, meio sem saber o que fazer.Gabriel sorriu para mim, como se nada fosse estranho.— Essa é a roupa, na verdade, é a mais conservadora de todas. Eu até pedi para prepararem essa especialmente para você. — Ele disse, com um ar
O homem que estava falando não terminou a frase, porque Gabriel, com um movimento rápido, deu um tapa nos olhos dele.— Você está querendo morrer, é? Acha que pode ficar de olho na mulher do Sr. George? — Gabriel disparou, com um tom de ameaça na voz.— Ah? Mulher do Sr. George? — O cara imediatamente ficou pálido e, rapidamente, cobriu os próprios olhos, dizendo. — Não, não, não vou mais olhar, não! Hahaha, estou indo embora já!Ele não perdeu tempo, saindo correndo de lá.Eu me aproximei do Gabriel, com um olhar sério.— Não fale por aí que eu sou a mulher do George, por favor. Não tenho mais nada com ele. E se isso chegar aos ouvidos da pessoa que ele realmente ama, não vai ser legal para ninguém. — Falei, com firmeza, sem querer que essa história fosse espalhada.Gabriel me olhou surpreso, com os olhos arregalados.— O quê? A pessoa que ele ama não é você? — Ele perguntou, com um sorriso curioso, mas logo desviou o olhar, parecendo desconfortável.Pensei que ele não sabia sobre a a
Eu passei três dias e três noites com George Fonseca na cama.Ele já foi um simples genro, daqueles que a gente não dá nada. Eu fiz questão de deixar bem claro que não só não o deixava me tocar, como ainda o pisava, literalmente.Agora as coisas mudaram. Eu caí, e ele... Bom, ele se deu bem. Parecia até que ele estava se vingando. E, de algum jeito, ele tinha força de sobra para me fazer pagar por tudo que fiz....Eu me casei com um cara pobre.Na real, quem eu queria mesmo era o irmão dele, mas numa noite de encontro com os amigos, ele aproveitou que eu estava bêbada e acabou me levando para cama.Todo mundo soube dessa história, claro.Meu pai não sabia o que fazer, então tive que aceitar a situação e me casar com ele. Mas com uma condição, ele teria que ser o genro da casa, morar debaixo do nosso teto.O pior era que o George não era nem mesmo filho biológico do meu sogro. Ele era filho da primeira esposa do meu sogro, e depois da separação, o pai dele nunca foi muito com a cara de
Eu fiquei mexendo nos dedos, sem saber o que dizer. Acabei explicando, meio envergonhada, o motivo da minha visita.Ele me olhou e, com o olhar dele ficando mais sério, me perguntou com um sorriso irônico:— Você acha que eu tenho algum motivo para ajudar vocês? Eu sabia que pedir ajuda não ia adiantar, então, dei uma risada amarga e disse:— Então, faz de conta que eu nem vim aqui. Era isso, né? A gente tratou ele tão mal no passado, ele nem se vingou de nós, já era o suficiente. Como eu ainda tinha coragem de pedir qualquer coisa?Quanto mais eu pensava nisso, mais vergonha eu sentia.Eu queria sair dali, mas ele me chamou:— Fale, o que você tem para me oferecer em troca? Se eu achar que vale a pena, até posso ajudar vocês. Eu fiquei parada, sem saber o que dizer. O que eu tinha para oferecer? Meu corpo?Se ele tivesse algum interesse em mim, durante os três anos de casamento, ele teria tido várias oportunidades. Passamos incontáveis noites juntos, no mesmo quarto, mas ele nem me