Assim que entramos no quarto, George me pressionou contra a porta e me beijou profundamente.As mãos dele deslizavam pela minha cintura, e eu já não conseguia pensar em nada.Estava completamente tonta, sem saber direito o que estava acontecendo, quando ele sussurrou, rindo baixinho no meu ouvido:— Vestida assim, tão sexy... Para quem você estava querendo se mostrar?Fiquei em silêncio. Não tinha o que dizer.George me puxou para a cama e, com movimentos rápidos, tirou o meu vestido.Seus olhos escuros, carregados de uma intensidade perigosa, me encararam enquanto ele dizia:— Sabia que ele ia voltar hoje e resolveu caprichar no visual para impressionar?Segurei a vontade de revirar os olhos, mas preferi não provocá-lo ainda mais.— Eu sempre me visto bem. — Respondi com um tom baixo e contido.Ele riu, mas era uma risada fria, quase desdenhosa.De repente, meu celular tocou. De novo, era o Bruno.George pegou o aparelho antes que eu pudesse alcançar. Ele levantou o celular e me pergu
"Mariana? Como assim? Quem é essa? Eu não conheço ninguém com esse nome e, com certeza, não tenho esse número na minha lista de contato.", pensei, confusa.Enquanto eu olhava o celular, ele foi arrancado da minha mão.Me virei surpresa e vi o George parado atrás de mim, enrolado apenas em uma toalha.Foi então que me lembrei. O celular era dele. Mariana era alguém que ele conhecia.Definitivamente, eu precisava trocar meu celular e a melodia do toque. Não dava para continuar com as mesmas que ele usava.George caminhou até a janela e atendeu a ligação. Enquanto conversava, seus olhos me encaravam, profundos e penetrantes.Segui o olhar dele e percebi para onde ele estava olhando.Minha pele esquentou de vergonha. Rapidamente, puxei o roupão que estava na beirada da cama e o vesti. Me sentei na ponta da cama, tentando agir como se nada tivesse acontecido, mas meus movimentos estavam um pouco desajeitados.George desviou o olhar, mas seus lábios tinham um leve sorriso. Parecia estar de b
George franziu a testa imediatamente. Seu rosto ficou ainda mais sério.— Você quer tanto assim que eu fique com ela? — Ele perguntou, com um tom seco e um sorriso que parecia mais um deboche.Fiquei sem palavras. "Olha o que ele diz! Como se eu quisesse que ele fosse correndo ficar com a amada dele. Ele mesmo não estava louco por isso? Ou será que, se eu pedisse para ele não ir, ele ficaria? Ah, tá bom! Como se eu, uma simples amante que ele odeia e só quer usar para se vingar, tivesse esse poder todo."Enquanto me afundava em pensamentos, rindo de mim mesma, George saiu de cima de mim.Ele acendeu um cigarro e, com uma voz fria, comentou:— Você quer me despachar para eu ir logo atrás de outra mulher, né? Assim, você também corre para encontrar o Bruno?— Não! Não invente coisas! — Disse, me defendendo.Diziam que as mulheres adoravam imaginar coisas e eram cheias de suspeitas, mas, olha... Esse homem ganhava fácil de qualquer uma!George soltou um suspiro curto e não disse mais nad
— Alô, quem fala? — Perguntei ao atender o telefone.— Val... — A voz do outro lado era suave, mas meu coração apertou na hora.Era Bruno.Havia um tom magoado em sua voz quando ele disse:— Agora até quando eu ligo, você não quer atender?— O que você quer, Bruno? Aconteceu alguma coisa? — Perguntei, tentando manter um tom neutro.Na verdade, eu e o Bruno nunca chegamos a ter um relacionamento de verdade. Não houve promessas ou compromissos entre nós, apenas uma conexão confusa, cheia de sentimentos indefinidos.Mesmo assim, toda vez que eu falava com ele, uma culpa estranha me invadia.Ele hesitou um pouco antes de perguntar:— E ontem à noite... Você está bem?Naquele instante, ficou claro que ele sabia o que tinha acontecido. Ele tinha ouvido. Aquele som. Minha voz rouca, o gemido involuntário. Ele sabia exatamente o que significava.— Está tudo bem. Foi só... Sabe, algo normal entre adultos. — Respondi, apertando os lábios, tentando soar indiferente.Do outro lado da linha, Bruno
Bruno me encarava fixamente, com um olhar profundo. Suas mãos, apoiadas na mesa, estavam ligeiramente cerradas.Soltei um suspiro e falei, tentando aliviar o clima:— Me desculpa.Ele desviou o rosto e deu um sorriso contido.— Você não tem que se desculpar. Não havia nada entre nós de verdade. Você gostar dele não é nenhuma traição.Por um momento, tive a impressão de ver algo estranho em seu olhar. Um brilho frio, quase sombrio, passou rápido pelos seus olhos, geralmente tão calmos e gentis.Mas devia ter sido coisa da minha cabeça. Ele sempre foi tão educado, tão sereno... Seria impossível para ele ter um olhar assim.Clara, ainda surpresa, balançou a cabeça.— Val, eu não consigo acreditar que você goste do George! Você lembra do que ele fez naquela época? Nós odiávamos ele! Como isso foi acontecer?Respirei fundo e tentei explicar:— Durante os três anos em que estivemos casados, muitas coisas aconteceram. E, sabe como é, sentimentos nem sempre fazem sentido.Bruno interrompeu, co
Eu congelei na hora. Aquela voz! Aquela risada! Era o George?!Que azar era esse? Como eu conseguia dar de cara com o George em todo lugar? Dessa vez, eu estava oficialmente ferrada.Ele estava parado não muito longe, vestindo um terno impecável, exalando uma elegância quase intimidante.Só o olhar frio que ele lançou na nossa direção já fazia qualquer um se encolher.Antes, George era discreto, sempre de cabeça baixa, quase invisível. Agora, cada detalhe dele gritava poder e autoridade. Era como se ele tivesse sido possuído por outra pessoa.Clara, que sempre foi a maior crítica do George, ficou muda. Talvez estivesse impressionada com a mudança dele.Bruno, no entanto, manteve o tom tranquilo e brincou:— George, você não estava no hospital?Hospital? O George esteve no hospital? Será que ele tinha se machucado?Não consegui evitar e olhei para ele de cima a baixo, procurando algum sinal de ferimento. Mas ele parecia perfeitamente bem.Pensando melhor, fazia sentido. Ele estava cheio
O clima estava cada vez mais tenso, até que Bruno quebrou o silêncio, se virando para George.— Fala aí, quanto você pagou por eles? Se eu não tivesse demorado a voltar, essa dívida nunca teria sido quitada por você.— É mesmo? — George deu uma risada fria. — Não seria quitada por mim? Pois eu garanto que também não seria por você.— Ah, mas aí é que você se engana. — Bruno respondeu com firmeza. — Se eu estivesse aqui, a Val com certeza teria vindo falar comigo primeiro.Eu pediria ajuda ao Bruno? Eu não sabia. Esse tipo de suposição nunca levava a uma resposta concreta.George ficou ainda mais sombrio. Seus dedos longos começaram a bater na borda da mesa, devagar, como se fosse por acaso, mas o gesto carregava uma tensão que fazia o ar ao nosso redor pesar ainda mais.A cada batida, meu coração parecia acompanhar o ritmo, disparado, inquieto. Sem saber o que fazer, me segurei no braço dele e tentei mudar o foco com um sorriso.— Você já jantou? Que tal irmos para casa? Hoje eu fiz um
George nunca tinha fumado na minha frente antes. Agora, eu o via com um cigarro na mão o tempo todo. Não sei como ele conseguia segurar o vício antes. Se ele era capaz de controlar as emoções e desejos, como não controlava isso?Ele estava recostado no banco do carro, com a mão que segurava o cigarro apoiada no volante.Olhos fixos na estrada à frente, o corpo relaxado de um jeito quase provocante. Quando a fumaça escapou dos seus lábios, por um instante, ele pareceu um pouco sedutor.Fiquei chocada comigo mesma por ter pensado isso. Estava prestes a desviar o olhar, mas sua voz fria me trouxe de volta:— Saia.Meu coração deu um salto. Olhei para ele sem entender.George não desviou os olhos do caminho à frente. O rosto permanecia frio, como uma pedra de gelo.— Quem disse que você podia entrar? Saia agora.O quê? Achei que ele ainda estivesse ali esperando por mim. Quando falou que só sairia depois de terminar o cigarro, achei que fosse uma desculpa. Afinal, dava para dirigir enquant