Jason faz uma manobra abrupta e Suellen se segura como pode no Jipe Land Rover. O casal atravessa o portão preto de ferro e adentra no edifício comercial antigo. O homem vestido de branco acompanha o Jipe e tranca com agilidade as travas do portão da garagem do edifício. Alguns segundos mais e o barulho começa. A multidão tresloucada chega quebrando tudo que está na rua. Jason e Suellen ouvem o barulho da confusão e sabem que se livraram por muito pouco de ficarem presos no meio do conflito. O casal agradece ao homem todo vestido de branco.
—Muito obrigado, o senhor nos salvou.
O homem faz um gesto de reverência, cumprimento o casal e explica sua atitude.
— Estamos no oitavo andar, lá do alto dá para ver bem o que está acontecendo na avenida. O mestre avistou vocês em apuros e me pediu para que eu corresse e os ajudasse a entrar aqui. Está tudo muito violento, vocês não conseguirão chegar do outro lado da cidade na
No lado brasileiro do Atlântico o Matrix finalmente foi atracado no píer do Iate Clube de fortaleza. Os marinheiros da da guarda costeira avaliaram a embarcação e comentam com Roberto Kernel. — Está entregue comandante. Observamos pequenas avarias na parte elétrica. Porém, não é nada que uma boa revisão não resolva. Roberto Kernel está feliz e radiante por ter voltado em segurança com o barco intacto e com seus amigos e sua amada a salvo. O comandante agradece aos marinheiros. — Obrigado senhores. Certamente farei uma revisão completa e imediata em toda parte elétrica. Agradeço mais uma vez o resgate de vocês e do pessoal da marinha. — Estamos aqui para isso senhor Roberto. Boa noite!
Arnold Capacho dirige com pressa e quase bate a Mercedes Bens Preta ao pegar o celular para ligar para Jorge Mascarenhas. O executivo controla o carro e completa a ligação para o telefone de seu mentor no Brasil. A ligação é atendida por Bia.— Alô.— Por favor, quero falar com o senhor Jorge Mascarenhas.— Quem é a uma hora dessas?— Diga a ele que aqui é Arnold Capacho, por favor.— Só um momento.Bia se vira e avisa
Fortaleza é aquele tipo de cidade em que o sol não pede licença para entrar. A capital está sempre ardente. Suas praias enfeitam o cotidiano dos moradores e a sombra das palmeiras abriga vendedores de quitutes e outras delícias. O mar, sempre acolhedor, refresca os banhistas e recebe as barcas dos pescadores, que vem e vão em busca do alimento. Mas a capital formosa não ferve somente na orla das praias, com os pescadores e banhistas. Ela também pulsa vibrante no meio dos papéis e computadores do centro financeiro e empresarial. As avenidas modernas, ladeadas de prédios vultuosos e pessoas bem vestidas fazem esquecer que, há alguns quarteirões dali, a vida traja calção de banho e passa o dia inteiro a vadiar. Os empreendimentos e os impérios tem pressa e fome de poder. As finanças são sua chave e os clãs das famílias rivais, que se estabeleceram ali dur
O elevador da presidência se abre. Senhor Souza caminha rodeado de assessores rumo à sala de reuniões. O diálogo com Jorge começa:— Onde está Suellen? Quero que ela seja mais participativa nestas reuniões.Jorge Mascarenhas tranquiliza senhor Souza, enquanto observa alguns relatórios:— Suellen tinha compromissos inadiáveis, mas estou ciente de qualquer informação que for necessária. Nós vibramos com muita sinergia.Senhor Souza retruca:— Nossa sinergia precisa vibrar é com os russos. Os cossacos estão irredutíveis. As coisas estão ficando confusas em Angola.Naquela manhã no Centro Empresarial o destino dos projetos da sucursal do grupo Souza em Angola serão definidos. O satélite AngolaSat1 feito
Suelen Souza está surtada. No Pub de Elite, ela desabafa com Edilene Fortuna.— Amiga, você não pode acreditar no que estou passando.— Eu imagino. África? Valha-me Deus.— Meu pai que mande o Jorge naquele fim de mundo. Sou muito nova para ser engolida por um tigre.— Minha nossa Suellen, o que vai ser dessa cidade com você do outro lado do oceano? Eu não tenho medo do seu pai. Vou subir a #ficaSuellen agora, no Instagram.— Obrigada, amiga, você me apoia sempre que preciso.Rose vê Suellen no bar, sai da pista de dança e chega assustada.— Amiga, que babado é esse que você vai embora prá África? Nossa, você terá que levar um contâiner de creme rinse, porque aquele semi-árido vai jud
Suellen prepara as malas. Está triste por ter que deixar a cidade. Ela olha pela janela do quarto de sua cobertura e admira as luzes da cidade de Fortaleza. Uma melancolia profunda lhe traz recordações e uma angústia doída aperta seu peito. Ela sabe que não pode permitir que sua vida social comprometa os interesses da empresa. Mas também sabe que será difícil suportar a ausência de suas amigas e da badalação. Suellen liga o Tablet e a imagem de Edilene aparece:— Olá amigas lindas e maravilhosas. Eu sou Edilene Fortuna e se você está assistindo esta live é porque faz parte do Canal “VIP Lindas e Maravilhosas”. Aquelas que tudo podem no canal mais quente de Fortaleza.Suellen suspira e solta um sorriso triste, por não estar na balada. Mesmo não tendo partido, se sente consumida pela saudade. Com um olhar de desânimo el
A limusine preta da presidência do Grupo Souza entra pelo estacionamento VIP da ala internacional do aeroporto de Fortaleza. O motorista circula o veículo e abre a porta traseira. Suellen Souza desce imponente, remexe os cabelos, se alinha no modelito Jean Verseni, e segue rumo ao saguão do aeroporto. Logo atrás o carregador se esforça para conduzir as malas empilhadas no carrinho de carga. Ao celular ela conversa com Rose:S: Sim amiga, sentirei muitas saudades. Não me espere para o Natal nem o revellion. Acredito que ficarei até depois do final do ano naquele lugar, sem conseguir retornar.R: Querida, torço por você e aguardamos ansiosas sua volta. Mande sempre notícias. Não esqueça as recomendações que lhe dei. O semi-árido resseca demais o cabelo.S: Tudo bem amiga, obrigado pelas dicas que você me deu. Preciso desligar, vou enco
Suellen está incomodada durante o voo. O garoto sentado ao seu lado fica insistentemente cutucando seu braço. Irritada, ela olha para a mãe do menino, fazendo uma expressão de que aquilo está incomodando. A senhora com vestes muçulmanas olha para a criança e sorri para Suellen, fazendo uma expressão de admiração. Suellen responde com um sorriso ameno e pensa consigo, ironicamente: “As crianças são lindas”. Suellen tenta olhar com paciência para o garoto, mas ela sabe que seu forte não é a simpatia por crianças. É filha única. Nunca teve primos ou sobrinhos, e não planeja ter filhos tão cedo.O celular de Suellen vibra. Ela recebe uma mensagem de Morrison.M: Bom dia, Senhora Suellen Souza. Aqui é o Morrison. Eu terei a honra em buscá-la no Aeroporto de M’banza Kongo. Já está tudo em orde