RAFAELLA MARTINI NARRANDO.
LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. DIAS ATUAIS..Eu me lembro exatamente o dia em que a minha mãe morreu, eu tinha apenas 5 anos quando ela morreu.
Ela se foi muito rápido, os médicos não sabiam explicar o que ela tinha e eu lembro que esses meses no qual ela ficou doente, papai não se aproximava muito.
Aliás, ele nunca foi um homem amoroso
1 mês depois da morte da minha mãe, o meu pai, Adam Martini casou novamente.
Isso mesmo, só 1 mês!
Foi ai que o meu pai tinha sido enfeitiçado por Celina, ele fazia tudo o que ela queria.
E claro, o meu maior inferno começou.
Eu tive que me mudar para o quarto das empregadas no andar de baixo, os filhos de Celina eram os filhos oficiais do meu pai, eu fui esquecida.
Até hoje, com 20 anos continuo sendo a esquecida.
Mesmo assim, Celina ainda não parou, ,ela fez todo possível para garantir que eu fosse a pior das filhas.
Ela inventava diversas histórias para o meu pai, inclusive que me viu beijando o jardineiro da casa.
Eu nunca vou me esquecer o sorriso da Celina quando o meu pai me deu um tapa na cara, o rosto cheio de uma sensação de vitória.
Em todos esses anos presa dentro dessa casa, eu escutei muitas coisas, principalmente coisas relacionadas a Máfia e o quanto o meu pai era odiado pela Máfia Sacra Italiana.
O meu pai, Adam Martini matou o Dom da Máfia Italiana, a família Rizzi, há 8 anos atrás e desde então ele tem recebido diversas ameaças.
Mas, Deus não tinha sido totalmente ruim comigo, ele colocou no meu caminho a Ava, governanta da casa e desde os meus 7 anos fui criada por ela.
— Ava, Ava? Ava!!! cade você? - Minha irmã, a filha de Celina, Olívia gritou.
Ava respirou fundo, secou as mãos e respondeu:
— Estou aqui senhorita Olivia. — Avise ao motorista para preparar o carro, vou até o shopping escolher uma roupa, amanhã a noite terá um baile de mascara e eu preciso do vestido mais lindo possível. — Pode deixar comigo senhora. — Ava responde. Olivia me olhou dos pés a cabeça, negou com a cabeça e saiu da cozinha. — O tempo que ela perdeu gritando você, já tinha avisado o motorista. — Eu disse e Ava riu. — Melhor ficar calada antes que sobre para você. — Ava disse e saiu da cozinha.Que baile é esse?
Eu gostaria tanto de ver como são esses bailes, mas, nunca, nunca que Celina iria permitir que eu fosse vista ao lado deles.
Mas, se eu tiver oportunidade? Já estou 20 anos...
O meu pai entrou na cozinha e deu de cara comigo, quando eu estava pensando.
— Bom dia pai. — Eu disse. — Bem dia, onde está Ava? — Ele falou e procurou com os olhos. — Onde está Ava? — Ela foi dar o recado de Olivia para o motorista. — Peça para ela levar o meu café no escritório. — Claro, pai será que eu poderia pedir uma coisa para o senhor? — Eu perguntei com medo. — Sim? — Eu ouvi a Olivia dizer que amanhã terá um baile de mascaras, será que eu poderia ir também? — Resolva isso com Celina, você sabe que é ela que decide essas coisas. — Se eu pedir, com certeza ela não irá deixar, por isso pedi para o senhor, esquece é melhor deixar isso para lá. — Você que sabe. — Ele respondeu e o seu celular começou a tocar. O meu pai saiu da cozinha e logo em seguida Ava voltou. — Eu pedi para o meu pai me deixar ir ao tal baile. — E o que ele respondeu? — Para falar com a Celina. — Falar o que comigo? — Celina entrou na cozinha. — O meu pai pediu para que eu falasse com você, para que eu possa ir no baile de mascaras amanhã. — De jeito nenhum, ficou louca? — Eu já sabia da sua resposta, fica tranquila eu não irei. Ava, o meu pai pediu para que você levasse o café dele no escritório, com licença. — Eu respondi e me levantei da cadeira. — Bom, ainda bem que você sabe o seu lugar, Ava deixa que eu levo o café do Adam. — Celina disse. Eu virei as costas e fui para o meu quarto, sentei na cama e respirei fundo. Porque a minha vida tinha que ser tão complicada, peguei a única foto que me restou da minha mãe em baixo do meu travesseiro e passei o dedo sobre ela. — Quanta saudade eu sinto da senhora mamãe, tudo seria muito mais fácil se a senhora estivesse aqui. — Eu chorei e de repente alguém bateu na porta...LEONARDO RIZZI NARRANDO. Eu não gostei de comemorar o meu aniversário. Porque os meus pais serem assassinados no meu aniversário, foi exatamente no dia em que completei os meus 18 anos. Naquele dia, o meu pai Riccardo Rizzi estava muito feliz, pois o seu filho primogênito enfim teria chegado a idade para começar a administrar algumas coisas da Máfia. Mas tudo aconteceu no final do baile, o carro dos meus pais parou no farol e ali tiraram a vida dos dois. Em 8 anos, eu tive o apoio do meu padrinho, que me fez ser o homem que me tornei hoje. Rocco, meu padrinho foi o melhor amigo do meu pai, ele sofreu demais com a morte do meu pai. Mas, uma coisa que Rocco nunca apoiou foi a minha vingança contra a Máfia Inglesa, eu queria a cabeça de quem deu a ordem. Então, eu queria a cabeça do Don Liam e do seu sub chefe Adam. Por herança do meu pai Riccardo, eu me tornei o novo Don, o Don Leonardo Rizzi da Sacra Italiana. — Leonardo, você não vai. — Rocco gritou e bateu as mãos na mesa.
RAFAELLA MARTINIZI NARRANDO. Eu limpei as lágrimas rapidamente e disse: — Pode entrar. — Minha menina, porque está chorando? — Ava entrou e fechou a porta. — Eu vou morrer dentro dessa casa Ava, nunca vou me casar, nunca vou ter o direito de constituir a minha família porque a Celina nunca irá permitir. — Você quer muito ir a essa festa? — Quero, eu quero muito ir até essa festa Ava. Ava abriu a porta do guarda roupa, mexeu em algumas roupas e tirou um bolo de dinheiro e me entregou. — Para que esse dinheiro? — Vá até o shopping, compre o seu vestido e uma mascara. Você vai para esse baile, chega de sofrer minha menina. — Eu não posso aceitar esse dinheiro Ava, isso não é correto. — Você deve e vai aceitar, ande, vista uma roupa melhor e vá em um shopping afastado daqui, não podemos correr o risco de alguém te ver. — Muito obrigado Ava, eu não sei o que seria da minha vida sem você. — Eu disse e a abracei. Limpei novamente as minhas lágrimas, tro
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. Eu joguei as sacolas em baixo da minha cama e deitei na cama. Estou encantada com o que está acontecendo, escutei o barulho de um salto fino no chão de madeira, rapidamente me cobri e a porta abriu. — O que você tem? — Celina perguntou. — Acredito que comi algo que não me fez bem. — Você está grávida Rafaella? — O que? Está ficando louca? — Tenho certeza que está, você é um puta, vergonha da família. — Celina disse e bateu a porta. Celina tenta de todos os jeitos acabar comigo, é como se ela tivesse medo de mim, mais eu não sou nenhum tipo de risco, afinal olha para mim. Ava voltou para o quarto, ela estava pálida, trancou a porta e sentou na cama ao meu lado. — Esqueça essa festa hoje, não é seguro. — Ava disse em desespero. — Como assim? — Eu vi a Celina entregar um pacote de dinheiro para o segurança, ela pediu para que ele garantisse que o serviço fosse feito. — Mas, o que eu tenho a ver com isso? — Rafaella não seja tola,
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. — Porque você quer saber? — Eu questionei. — Uma moça bonita, sozinha, sem aliança, suponho que seja solteira. — Como sabe se eu sou bonita, estou de máscara. — Eu sei quando uma mulher é bonita. — Me diga você primeiro, como é o seu nome? Ele deu um gole em seu champanhe e respondeu: — Ricardo. — Prazer Ricardo, o meu nome é Amélia. — Lindo nome. — Obrigado. — E então, está sozinha? Vamos dançar? — Estou sozinha, porém agora eu não quero dançar, talvez mais tarde. — Eu disse e coloquei a taça sobre o balcão do bar. Eu virei as costas e deixei ele falando sozinho, comecei a caminhar pela festa e observar as pessoas. Quando eu não estava esperando, Olivia se aproximou de mim e passou a mão no meu vestido. — Que lindo esse vestido, eu estava atrás dele hoje cedo. — Ela disse e eu gelei. A minha sorte, é que no mesmo momento em que ela falou, Celina a chamou. A música parou de tocar, as luzes acenderam e o Don pegou o microfone para fa
LEONARDO RIZZI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. Desde o momento que coloquei os meus pés dentro do território do meu maior inimigo, os meus olhos foram naquela mulher. Ela estava sozinha, talvez tivesse o mesmo propósito que o meu, vingança. Confesso que foi muito difícil me controlar aqui dentro, porque a cada momento em que Adam cruzava com o meu caminho, eu sentia vontade de matá-lo, a minha vontade era de puxar a minha arma e dar um tiro no meio da testa dele, mas, fazer isso era como assinar o meu próprio atestado de óbito. Quando aquela mulher disse que me conhecia de algum lugar, rapidamente eu saí dali, não poderia correr o risco de alguém descobrir a verdade. Entrei dentro do carro e o meu motorista acelerou o carro, de longe eu pude ver a Amélia andando na rua com rapidez. — Segue aquela mulher. — Eu ordenei para o motorista. Quando nós nos aproximamos da Amélia, um homem estava segurando em seu braço e qu
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. E eu realmente estava muito ferrada quando chegasse em casa, Ava com certeza iria me matar. Assim que eu saí do hotel, eu peguei o primeiro taxi que vi na minha frente. — Moço, por favor, vá o mais rápido possível. — Eu disse entregando um papel com o endereço escrito e ele confirmou com a cabeça me olhando pelo retrovisor. O carro começou a andar, e quanto mais próximo a gente ficava da casa, mais nervosa eu ficava. O tempo estava fechado e tudo indicava que iria chover. — O senhor pode parar na parte de trás da casa por favor? — Pode deixar. Quando o carro parou, começou a garoar. — Quanto ficou? — 38 libras. — Ele respondeu. Eu contei o dinheiro, Leonardo me deu 200 libras, eu tirei 40 libras do dinheiro que ele deu, entreguei na mão do taxista e desci. Abri o portão bem devagar, eu não podia faz
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. Ficar aqui nessa casa é um risco para mim, vivendo embaixo do mesmo teto que a minha inimiga. O que eu fico me perguntando é o seguinte: Será que o meu pai, sabe dos planos de Celina? Até porque não entra na minha cabeça toda essa maldade que a Celina tem contra mim e o porque o meu pai nunca ficou do meu lado. Com lágrimas nos olhos, eu peguei uma bolsa ao lado do armário velho que tinha no quarto, coloquei as poucas roupas que eu tinha dentro da bolsa, peguei a última foto que eu consegui salvar da minha mãe e guardei junto com as roupas. Peguei uma caneta e um papel, eu iria deixar uma carta para a Ava e outra para o meu pai. Primeiro eu iria escrever para Ava, a pessoa que desde a mina infância me deu muito amor e carinho, que cuidou de mim quando estive doente, que muitas vezes entrou na frente da Celina quando ela queria me bater e apanhava por mim, as minhas lágrimas caiam desesperadamente, o meu coração estava quebrado por saber que talvez eu nu
LEONARDO RIZZI NARRANDO. Quando eu cheguei na reunião, quase todos os membros já estavam presentes. Eu procurei o meu lugar, me sentei e fiquei olhando os membros superiores do conselho geral conversarem. Era uma mesa enorme, tinha mais de 50 homens sentados e cerca de uns 100 homens em pé, aqui dentro ninguém podia entrar armado, o respeito tinha que ser máximo, independente do tipo de desavença. — Nos nossos registros, temos algumas famílias que ainda não colocaram os nomes dos herdeiros. Eles começaram a falar diversos nomes, mas, o que me chamou a atenção foi quando eles falaram o nome do desgraçado do Adam Martini. — Adam Martini, nós temos nos nossos registros o nome dos dois filhos mais novos, mas, se me recordo bem o senhor é viúvo e teve uma filha com a falecida Amélia, não é mesmo? — Sim senhor, a minha filha Rafaella. — Porque o nome dela não está aqui nos nossos registros? — Acho que ouve algum engano, vou concertar isso. — O mais rápido possível por favor.