RAFAELLA MARTINI NARRANDO.
Ficar aqui nessa casa é um risco para mim, vivendo embaixo do mesmo teto que a minha inimiga. O que eu fico me perguntando é o seguinte: Será que o meu pai, sabe dos planos de Celina? Até porque não entra na minha cabeça toda essa maldade que a Celina tem contra mim e o porque o meu pai nunca ficou do meu lado. Com lágrimas nos olhos, eu peguei uma bolsa ao lado do armário velho que tinha no quarto, coloquei as poucas roupas que eu tinha dentro da bolsa, peguei a última foto que eu consegui salvar da minha mãe e guardei junto com as roupas. Peguei uma caneta e um papel, eu iria deixar uma carta para a Ava e outra para o meu pai. Primeiro eu iria escrever para Ava, a pessoa que desde a mina infância me deu muito amor e carinho, que cuidou de mim quando estive doente, que muitas vezes entrou na frente da Celina quando ela queria me bater e apanhava por mim, as minhas lágrimas caiam desesperadamente, o meu coração estava quebrado por saber que talvez eu nunca mais iria ver a minha mãezinha de coração, encostei a caneta no papel e comecei: Ava, minha querida e doce mãezinha Ava... Só você sabe o quanto eu sofro desde a morte de minha mãe, quantas coisas eu passei na mão da bruxa, eu estou indo embora em busca da minha liberdade, em busca de viver uma vida em paz, eu quero ser feliz Ava, eu quero poder constituir uma família, quero me sentir viva. Aqui, presa dentro dessa casa, eu me sinto morta, desejo a minha morte todos os dias. Tudo aquilo que te contei hoje pela manhã, tudo o que aconteceu na noite passada, foi a mando da bruxa, ela encomendou a minha morte e por isso não posso permanecer aqui, não posso deixá-la vencer essa batalha. Hoje, quando você pediu para que eu colocasse os copos na mesa, pude ouvir uma conversa dela no celular, foi ela que pagou o segurança Ava. Não posso afirmar que o meu pai sabe disso, mas, em todos esses anos ele permitiu que ela fizesse tudo de ruim que pudesse contra mim. Nunca irei perdoar o que eles fizeram, isso deixou marcas na minha alma Ava. Hoje, estou partindo com o coração em farelos apenas por causa de você. Eu quero te agradecer por tudo o que fez por mim, por ter cuidado de feridas que não foi você que causou. Não sei se eu vou poder te ver algum dia, aliás, eu não sei o que será da minha vida a partir de agora. Não se preocupe comigo, não chore, afinal lá fora eu vou estar muito mais segura do que aqui dentro. Se cuide minha doce Ava, eu te amo, eu prometo que assim que eu estiver em segurança vou entrar em contato com você. Caso eu não consiga, nós nos encontramos na próxima vida. Com amor, Rafaella. Eu dobrei aquela carta, coloquei embaixo do travesseiro dela e me sentei para escrever a carta do meu pai, o meu desejo era que ele e Celina queimasse no inferno por tudo o que eles tinham feito comigo. Escrevi aquela carta com muita raiva, muita mesmo. Dobrei a carta, fui até o escritório dele e coloquei dentro da última gaveta. Voltei para o meu quarto, olhei a hora no rádio de Ava e então peguei a minha bolsa. Sim, eu iria atrás do Leonardo, ele é a única chance que eu tenho. Peguei o que sobrou do dinheiro que ele tinha me dado pela manhã, sai pelos fundos da casa e quando virei a esquina um táxi passou por mim. Eu estiquei o braço, o taxi parou e eu perguntei: — Eu preciso ir para o hotel Native, o senhor está livre? — Sim, pode entrar. Eu entrei, coloquei a minha bolsa no banco e respirei fundo. Olhei pelo vidro traseiro a rua da minha casa ficar cada vez mais distante, parte do meu coração estava aliviado e agora era saber se o Leonardo realmente estaria disposto a me ajudar. O taxi parou na frente do hotel, eu paguei e desci. Consigo me lembrar perfeitamente do andar e o número do quarto, Leonardo disse que iria embora as 15:00 e eu tinha apenas 45 minutos para encontrar com ele. Cheguei em frente ao quarto dele, bati na porta e ninguém atendeu. Eu bati na porta por muito tempo, talvez ele já tivesse ido embora. — A senhora perdeu o cartão do seu quarto? — Uma camareira perguntou. — Perdi, o meu marido saiu e eu fui comprar umas coisas, acabei perdendo o meu cartão. — Eu abro para a senhora. — Ela disse e colocou o cartão na porta. — Obrigado. Eu entrei dentro do quarto e as coisas dele ainda estava lá, então ele não tinha pego o avião ainda. Me sentei na poltrona do quarto, passei as mãos pelo rosto e respirei fundo, Leonardo precisava me ajudar. A porta do quarto abriu e ele entrou. Quando ele me viu, tirou a arma da cintura e apontou para mim. — Calma, eu posso explicar...LEONARDO RIZZI NARRANDO. Quando eu cheguei na reunião, quase todos os membros já estavam presentes. Eu procurei o meu lugar, me sentei e fiquei olhando os membros superiores do conselho geral conversarem. Era uma mesa enorme, tinha mais de 50 homens sentados e cerca de uns 100 homens em pé, aqui dentro ninguém podia entrar armado, o respeito tinha que ser máximo, independente do tipo de desavença. — Nos nossos registros, temos algumas famílias que ainda não colocaram os nomes dos herdeiros. Eles começaram a falar diversos nomes, mas, o que me chamou a atenção foi quando eles falaram o nome do desgraçado do Adam Martini. — Adam Martini, nós temos nos nossos registros o nome dos dois filhos mais novos, mas, se me recordo bem o senhor é viúvo e teve uma filha com a falecida Amélia, não é mesmo? — Sim senhor, a minha filha Rafaella. — Porque o nome dela não está aqui nos nossos registros? — Acho que ouve algum engano, vou concertar isso. — O mais rápido possível por favor.
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. — Me dê apenas um motivo para não te matar agora. A minha respiração ficou pesada, um medo começou a percorrer pelas minhas veias. — Vingança. — Eu disse com os olhos cheios de lágrimas. — Vingança? — Ele perguntou olhando dentro dos meus olhos e eu afirmei com a cabeça. — Vingança contra quem? — Adam e Celina Martini. — Você quer vingança contra o seu próprio pai? — Ele não é o meu pai, pai é quem ama, quem cuida, quem da carinho. — Eu disse e ele abaixou a arma. — Eu estou indo embora, você tem certeza que quer vingança ao meu lado? Você terá que ir embora da Inglaterra comigo. — O homem que me agarrou ontem na rua, aquele que você deu um tiro, a minha madrasta pagou ele para abusar de mim e depois me matar. — Quem faz isso com a própria família? — Eu não tenho família, desde a morte da minha mãe, eu estou sozinha no mundo Leonardo. — Tem certeza Rafaella? Depois que você entrar naquele avião não tem volta, não tem arrependimento, se você se ar
ADAM MARTINI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. 15 ANOS ATRÁS.. — Você só pode estar ficando louca Celina. — Louca é uma coisa que não sou, eu sei bem do que eu escutei Adam e você sabe que é verdade. — Eu quero se que foda a verdade, você não vai me chantagear dessa forma. — Tem certeza? Já pensou o que o Don irá fazer caso descubra a verdade? Você irá ser expulso da Máfia, irá perder o seu cargo de subchefe. — Você não seria capaz... — Você não tem noção do que eu sou capaz para fazer a minha vida dar certo. Celina era filha de uma das empregadas da casa do Don Victor, Celina cresceu ambiciosa e sabendo exatamente o que queria, mas, como ela não nasceu dentro da alta sociedade ela sabia que para chegar no topo teria que derrubar alguém e por ironia do maldito destino ela ouviu alguém falar que eu não filho do meu verdadeiro pai. Don Victor tinha acabado de assumir a máfia após a morte do seu pai e ele ainda estava agindo sobre influência do conselho, então quando
ADAM MARTINI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. — Onde ela está Ava? — Perguntei furioso para Ava. — Nã, nã, não sei.. — Ela gaguejou. Ava estava tremendo, os seus olhos e rosto estavam vermelhos e quando ela me viu, ficou ainda mais nervosa. — Me dê isso aqui. — Eu disse e peguei a folha de papel que estava em sua mão. Rafaella tinha ido embora, ela deixou uma carta para Ava. — O que está escrito aí? — Celina perguntou. — Ela foi embora. Ava, para onde ela foi? Você sabe tudo sobre a Rafaella, para onde ela foi Ava? — Eu gritei. — Eu não sei senhor Adam, eu acabei de pegar a carta e ler, eu não sei para onde Rafaella foi. — Ela está mentindo Adam, claro que ela sabe onde Rafaella está. — Celina disse. — Eu juro por tudo o que é mais sagrado senhor Adam, eu não sei, eu estou tão surpresa quanto o senhor.
LEONARDO RIZZI NARRANDO. Quando o carro parou em frente a minha casa, os olhos curiosos de Rafaella olhava cada centímetro da estrutura daquela casa. O meu segurança abriu a porta do carro, eu desci e em seguida Rafaella desceu também. — Bem-vindo de volta Senhor Leonardo. — O meu segurança disse. — Obrigado. Eu subi as escadarias, abri a enorme porta da sala e encontrei Rocco sentado no sofá da sala. — Oi. — Eu disse ao vê-lo. — Finalmente você voltou. — Sim, eu te falei que tudo iria dar certo. — Eu respondi e Rafaella passou pela porta. Rocco virou o pescoço para olhar para Rafaella, ele ergueu uma sobrancelha e negou com a cabeça. — E quem é essa? — Rocco perguntou. — Sou a Rafaella. — Ela respondeu. — Rafaella? — Rocco perguntou. — Sim, é Rafaella, ela ficará aqui em casa por alguns dias.
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. O quarto em que eu iria ficar era simplesmente enorme. Totalmente diferente do que eu estava acostumada. O padrinho do Leonardo, Rocco, não tinha gostado nada de mim. Mas, eu não vim aqui para agradar ninguém, eu tenho uma missão e eu só irei sair quando cumprir essa missão. O anoitecer chegou, o clima aqui era diferente, o cheiro dessa casa era diferente e por falar em casa, que lugar lindo. Alguém bateu na porta, eu caminhei até a mesma e abri. — Vamos descer? O contrato chegou. — Leonardo disse. — Vamos. Leonardo desceu e eu desci atrás dele. Entramos no escritório, ele fechou a porta e eu me sentei na cadeira. Ele colocou o contrato sobre a mesa na minha frente e depois se sentou na minha frente. O perfume desse homem era maravilhoso. — Como eu te disse, você não irá precisar cumprir nenhum papel de esposa, é apenas um casamento de fachada. — Essa parte e
ADAM MARTINI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. Os dias se passaram, nenhum sinal de vida da Rafaella e eu estava evitando que esse assunto chegasse aos ouvidos do nosso Don. Mesmo eu sabendo que o inevitável ia acontecer.~ início de ligação. ~— Carlos. — Eu atendi.— Rafaella realmente está com Leonardo Senhor Adam. — Carlos disse.— Você tem certeza do que está falando Carlos?— Sim, o meu informante da Sacra Italiana confirmou o casamento dos dois.— Filha da puta, desgraçada traidora. — Eu gritei e bati na mesa.— O que você quer fazer agora?— Rafaella agora é a minha maior inimiga, eu vou derrubá-la.— Então eu fico aguardando instruções.— Obrigado Carlos. — Eu respondi e desliguei.~ fim de ligação. ~O copo que estava na minha mão, eu joguei na parede. O ódio que eu estava sentindo dentro de mim era assustador, ouço a campainha de casa tocar e em seguida alguém b**e na porta do meu escritório.— Entra. — Eu disse e a porta abriu.— Chegou isso aqui pa
RAFAELA MARTINI NARRANDO. ITÁLIA. — E então o que a senhora acha? — A costureira perguntou ao ajeitar o saiote do meu vestido. — Eu achei muito exagerado e você o que achou? — Bom, levando em consideração que não será um casamento no jardim igual todos os outros da Sacra Italiana, eu diria que você está parecendo uma rainha de tão perfeita. — Como assim não será igual? — Perguntei. — Você não está se casando com qualquer pessoa, ele é o Don e a festa de casamento dele é esperada por todos da sacra. — É tipo um evento da realeza? — Exatamente isso, um evento de grande porte, você precisa estar linda, até porque será o centro das atenções. — Leonardo não tinha me falado nada disso, pensei que seria algo simples. — Será o casamento mais lindo da história da Sacra Italiana. Eu a esperei finalizar os ajustes do vest