Capítulo 08

RAFAELLA MARTINI NARRANDO.

Ficar aqui nessa casa é um risco para mim, vivendo embaixo do mesmo teto que a minha inimiga. O que eu fico me perguntando é o seguinte: Será que o meu pai, sabe dos planos de Celina?

Até porque não entra na minha cabeça toda essa maldade que a Celina tem contra mim e o porque o meu pai nunca ficou do meu lado. Com lágrimas nos olhos, eu peguei uma bolsa ao lado do armário velho que tinha no quarto, coloquei as poucas roupas que eu tinha dentro da bolsa, peguei a última foto que eu consegui salvar da minha mãe e guardei junto com as roupas. Peguei uma caneta e um papel, eu iria deixar uma carta para a Ava e outra para o meu pai.

Primeiro eu iria escrever para Ava, a pessoa que desde a mina infância me deu muito amor e carinho, que cuidou de mim quando estive doente, que muitas vezes entrou na frente da Celina quando ela queria me bater e apanhava por mim, as minhas lágrimas caiam desesperadamente, o meu coração estava quebrado por saber que talvez eu nunca mais iria ver a minha mãezinha de coração, encostei a caneta no papel e comecei:

Ava, minha querida e doce mãezinha Ava...

Só você sabe o quanto eu sofro desde a morte de minha mãe, quantas coisas eu passei na mão da bruxa, eu estou indo embora em busca da minha liberdade, em busca de viver uma vida em paz, eu quero ser feliz Ava, eu quero poder constituir uma família, quero me sentir viva. Aqui, presa dentro dessa casa, eu me sinto morta, desejo a minha morte todos os dias. Tudo aquilo que te contei hoje pela manhã, tudo o que aconteceu na noite passada, foi a mando da bruxa, ela encomendou a minha morte e por isso não posso permanecer aqui, não posso deixá-la vencer essa batalha. Hoje, quando você pediu para que eu colocasse os copos na mesa, pude ouvir uma conversa dela no celular, foi ela que pagou o segurança Ava.

Não posso afirmar que o meu pai sabe disso, mas, em todos esses anos ele permitiu que ela fizesse tudo de ruim que pudesse contra mim. Nunca irei perdoar o que eles fizeram, isso deixou marcas na minha alma Ava. Hoje, estou partindo com o coração em farelos apenas por causa de você.

Eu quero te agradecer por tudo o que fez por mim, por ter cuidado de feridas que não foi você que causou. Não sei se eu vou poder te ver algum dia, aliás, eu não sei o que será da minha vida a partir de agora. Não se preocupe comigo, não chore, afinal lá fora eu vou estar muito mais segura do que aqui dentro. Se cuide minha doce Ava, eu te amo, eu prometo que assim que eu estiver em segurança vou entrar em contato com você. Caso eu não consiga, nós nos encontramos na próxima vida.

Com amor, Rafaella.

Eu dobrei aquela carta, coloquei embaixo do travesseiro dela e me sentei para escrever a carta do meu pai, o meu desejo era que ele e Celina queimasse no inferno por tudo o que eles tinham feito comigo. Escrevi aquela carta com muita raiva, muita mesmo. Dobrei a carta, fui até o escritório dele e coloquei dentro da última gaveta. Voltei para o meu quarto, olhei a hora no rádio de Ava e então peguei a minha bolsa. Sim, eu iria atrás do Leonardo, ele é a única chance que eu tenho. Peguei o que sobrou do dinheiro que ele tinha me dado pela manhã, sai pelos fundos da casa e quando virei a esquina um táxi passou por mim. Eu estiquei o braço, o taxi parou e eu perguntei:

— Eu preciso ir para o hotel Native, o senhor está livre?

— Sim, pode entrar.

Eu entrei, coloquei a minha bolsa no banco e respirei fundo. Olhei pelo vidro traseiro a rua da minha casa ficar cada vez mais distante, parte do meu coração estava aliviado e agora era saber se o Leonardo realmente estaria disposto a me ajudar.

O taxi parou na frente do hotel, eu paguei e desci. Consigo me lembrar perfeitamente do andar e o número do quarto, Leonardo disse que iria embora as 15:00 e eu tinha apenas 45 minutos para encontrar com ele. Cheguei em frente ao quarto dele, bati na porta e ninguém atendeu. Eu bati na porta por muito tempo, talvez ele já tivesse ido embora.

— A senhora perdeu o cartão do seu quarto? — Uma camareira perguntou.

— Perdi, o meu marido saiu e eu fui comprar umas coisas, acabei perdendo o meu cartão.

— Eu abro para a senhora. — Ela disse e colocou o cartão na porta.

— Obrigado.

Eu entrei dentro do quarto e as coisas dele ainda estava lá, então ele não tinha pego o avião ainda. Me sentei na poltrona do quarto, passei as mãos pelo rosto e respirei fundo, Leonardo precisava me ajudar.

A porta do quarto abriu e ele entrou. Quando ele me viu, tirou a arma da cintura e apontou para mim.

— Calma, eu posso explicar...

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