Capítulo 07

                  RAFAELLA MARTINI NARRANDO.

                E eu realmente estava muito ferrada quando chegasse em casa, Ava com certeza iria me matar. Assim que eu saí do hotel, eu peguei o primeiro taxi que vi na minha frente.

                — Moço, por favor, vá o mais rápido possível. — Eu disse entregando um papel com o endereço escrito e ele confirmou com a cabeça me olhando pelo retrovisor.

                O carro começou a andar, e quanto mais próximo a gente ficava da casa, mais nervosa eu ficava. O tempo estava fechado e tudo indicava que iria chover.

                — O senhor pode parar na parte de trás da casa por favor?

                — Pode deixar.

                Quando o carro parou, começou a garoar.

                — Quanto ficou?

                — 38 libras. — Ele respondeu.

                Eu contei o dinheiro, Leonardo me deu 200 libras, eu tirei 40 libras do dinheiro que ele deu, entreguei na mão do taxista e desci. Abri o portão bem devagar, eu não podia fazer nenhum tipo de barulho.

                A casa ainda estava toda apagada, ninguém tinha acordado, entrei em casa com as sandálias na mão, abri a porta do quarto e a Ava estava sentada na cama.

                — Meu Deus do céu, onde você estava Rafaella? Estou passando mal de tanta preocupação.

                — Ava, a Celina quase me reconheceu, tive que sair da festa correndo e quando estava voltando para casa um segurança aqui da casa tentou.... — Eu disse e respirei fundo.

                — Tentou o que Rafaella?

                — Tentou abusar de mim.

                — Misericórdia.

                —  Só que eu acho que ele morreu Ava, porque você não vai acreditar quem apareceu para me salvar.

                —  Quem?

                —  Leonardo Rizzi.

                —  Aquele Leonardo?

                —  Sim, aquele Leonardo, ele atirou no segurança e me levou para o hotel dele.

                —  Ele te reconheceu?

                —  Não Ava, ele não me reconheceu, porque se tivesse reconhecido eu tenho certeza de que ele teria se vingado do meu pai.

                —  Ava, meu Deus, olha o perigo que você correu, passei a madrugada inteira pedindo para Deus proteger você.

                — Celina me procurou?

                — Não, eles chegaram muito tarde, subiram direto para o quarto.

                — Então eu vou tomar um banho bem rápido, você esconde essas coisas pra mim?

                — Sim, deixe tudo aqui e vai lá.

                Eu tirei o vestido, fiquei apenas de lingerie e fui para o banheiro. Apesar de perigosa, foi a noite mais insana de toda a minha vida, foi muita loucura misturada com emoção, com muito sacrifício eu consegui tirar aquele batom vermelho da minha boca. Me enrolei na toalha e fui para o quarto me trocar. Ava já não estava mais no quarto, com certeza ela foi preparar o café da manhã.

                Coloquei a minha roupa, penteei os meus cabelos e sai do quarto.

                — Precisa de ajuda? — Perguntei para a Ava.

                — Não, fique longe da bruxa hoje, ela está de mal humor.

                — Como sempre. — Respondi e nós duas rimos.

                — Pegue esses copos e coloque na mesa por favor.

                — Claro, deixa comigo. — Eu disse e peguei os copos.

                Fui sentido a sala de jantar, devagar para os copos não caírem ou baterem um no outro. Mas, quando eu ouvi o sussurro da Celina, eu parei para ouvir.

                — Onde você está seu desgraçado? Eu te dei uma única missão, era só abusar e matar aquela bastarda. — Celina estava sussurrando no celular.

                — Me ligue assim que você receber esse recado, se você não fez nada essa noite que não tinha ninguém em casa, você perdeu a oportunidade e terá que devolver o meu dinheiro.

                Eu não podia acreditar no que eu estava ouvindo, minhas mãos começaram a tremer e eu tive que manter a minha postura, não podia deixar a Celina descobrir que eu ouvi tudo o que ela falou. Eu engoli o choro, entrei na sala de jantar com os copos na mão e quando Celina me viu, fez cara de surpresa.

                — Rafaella, como você está?

                — Desde quando você quer saber se estou bem.

                — Perguntar não ofende, mas, não adianta já que você nunca teve educação. — Ela disse com a cara fechada. 

Eu coloquei os copos sobre a mesa, dei as costas para ela e fui direto para o meu quarto. Fechei a porta e comecei a chorar, como uma pessoa pode desejar o mal assim, eu nunca fiz nada para ela, muito pelo contrário, ela tirou as coisas de mim, ela me fez de vilã.

Dessa vez a Celina passou de todos os limites, esse teto não poderia pertencer a nós duas, mas, como eu sei que o meu pai nunca iria ficar contra o que ela fala, eu preciso sair. Não tenho para onde ir, não tenho dinheiro, não tenho ninguém.

Pensa Rafaella, pensa no que você pode fazer, ficar aqui correndo risco de vida não é uma opção. Sentei na cama, coloquei as mãos na cabeça e foi então que uma luz surgiu na minha mente.

                — Já sei o que vou fazer....

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