RAFAELLA MARTINI NARRANDO.
E eu realmente estava muito ferrada quando chegasse em casa, Ava com certeza iria me matar. Assim que eu saí do hotel, eu peguei o primeiro taxi que vi na minha frente.
— Moço, por favor, vá o mais rápido possível. — Eu disse entregando um papel com o endereço escrito e ele confirmou com a cabeça me olhando pelo retrovisor.
O carro começou a andar, e quanto mais próximo a gente ficava da casa, mais nervosa eu ficava. O tempo estava fechado e tudo indicava que iria chover.
— O senhor pode parar na parte de trás da casa por favor?
— Pode deixar.
Quando o carro parou, começou a garoar.
— Quanto ficou?
— 38 libras. — Ele respondeu.
Eu contei o dinheiro, Leonardo me deu 200 libras, eu tirei 40 libras do dinheiro que ele deu, entreguei na mão do taxista e desci. Abri o portão bem devagar, eu não podia fazer nenhum tipo de barulho.
A casa ainda estava toda apagada, ninguém tinha acordado, entrei em casa com as sandálias na mão, abri a porta do quarto e a Ava estava sentada na cama.
— Meu Deus do céu, onde você estava Rafaella? Estou passando mal de tanta preocupação.
— Ava, a Celina quase me reconheceu, tive que sair da festa correndo e quando estava voltando para casa um segurança aqui da casa tentou.... — Eu disse e respirei fundo.
— Tentou o que Rafaella?
— Tentou abusar de mim.
— Misericórdia.
— Só que eu acho que ele morreu Ava, porque você não vai acreditar quem apareceu para me salvar.
— Quem?
— Leonardo Rizzi.
— Aquele Leonardo?
— Sim, aquele Leonardo, ele atirou no segurança e me levou para o hotel dele.
— Ele te reconheceu?
— Não Ava, ele não me reconheceu, porque se tivesse reconhecido eu tenho certeza de que ele teria se vingado do meu pai.
— Ava, meu Deus, olha o perigo que você correu, passei a madrugada inteira pedindo para Deus proteger você.
— Celina me procurou?
— Não, eles chegaram muito tarde, subiram direto para o quarto.
— Então eu vou tomar um banho bem rápido, você esconde essas coisas pra mim?
— Sim, deixe tudo aqui e vai lá.
Eu tirei o vestido, fiquei apenas de lingerie e fui para o banheiro. Apesar de perigosa, foi a noite mais insana de toda a minha vida, foi muita loucura misturada com emoção, com muito sacrifício eu consegui tirar aquele batom vermelho da minha boca. Me enrolei na toalha e fui para o quarto me trocar. Ava já não estava mais no quarto, com certeza ela foi preparar o café da manhã.
Coloquei a minha roupa, penteei os meus cabelos e sai do quarto.
— Precisa de ajuda? — Perguntei para a Ava.
— Não, fique longe da bruxa hoje, ela está de mal humor.
— Como sempre. — Respondi e nós duas rimos.
— Pegue esses copos e coloque na mesa por favor.
— Claro, deixa comigo. — Eu disse e peguei os copos.
Fui sentido a sala de jantar, devagar para os copos não caírem ou baterem um no outro. Mas, quando eu ouvi o sussurro da Celina, eu parei para ouvir.
— Onde você está seu desgraçado? Eu te dei uma única missão, era só abusar e matar aquela bastarda. — Celina estava sussurrando no celular.
— Me ligue assim que você receber esse recado, se você não fez nada essa noite que não tinha ninguém em casa, você perdeu a oportunidade e terá que devolver o meu dinheiro.
Eu não podia acreditar no que eu estava ouvindo, minhas mãos começaram a tremer e eu tive que manter a minha postura, não podia deixar a Celina descobrir que eu ouvi tudo o que ela falou. Eu engoli o choro, entrei na sala de jantar com os copos na mão e quando Celina me viu, fez cara de surpresa.
— Rafaella, como você está?
— Desde quando você quer saber se estou bem.
— Perguntar não ofende, mas, não adianta já que você nunca teve educação. — Ela disse com a cara fechada.
Eu coloquei os copos sobre a mesa, dei as costas para ela e fui direto para o meu quarto. Fechei a porta e comecei a chorar, como uma pessoa pode desejar o mal assim, eu nunca fiz nada para ela, muito pelo contrário, ela tirou as coisas de mim, ela me fez de vilã.
Dessa vez a Celina passou de todos os limites, esse teto não poderia pertencer a nós duas, mas, como eu sei que o meu pai nunca iria ficar contra o que ela fala, eu preciso sair. Não tenho para onde ir, não tenho dinheiro, não tenho ninguém.
Pensa Rafaella, pensa no que você pode fazer, ficar aqui correndo risco de vida não é uma opção. Sentei na cama, coloquei as mãos na cabeça e foi então que uma luz surgiu na minha mente.
— Já sei o que vou fazer....
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. Ficar aqui nessa casa é um risco para mim, vivendo embaixo do mesmo teto que a minha inimiga. O que eu fico me perguntando é o seguinte: Será que o meu pai, sabe dos planos de Celina? Até porque não entra na minha cabeça toda essa maldade que a Celina tem contra mim e o porque o meu pai nunca ficou do meu lado. Com lágrimas nos olhos, eu peguei uma bolsa ao lado do armário velho que tinha no quarto, coloquei as poucas roupas que eu tinha dentro da bolsa, peguei a última foto que eu consegui salvar da minha mãe e guardei junto com as roupas. Peguei uma caneta e um papel, eu iria deixar uma carta para a Ava e outra para o meu pai. Primeiro eu iria escrever para Ava, a pessoa que desde a mina infância me deu muito amor e carinho, que cuidou de mim quando estive doente, que muitas vezes entrou na frente da Celina quando ela queria me bater e apanhava por mim, as minhas lágrimas caiam desesperadamente, o meu coração estava quebrado por saber que talvez eu nu
LEONARDO RIZZI NARRANDO. Quando eu cheguei na reunião, quase todos os membros já estavam presentes. Eu procurei o meu lugar, me sentei e fiquei olhando os membros superiores do conselho geral conversarem. Era uma mesa enorme, tinha mais de 50 homens sentados e cerca de uns 100 homens em pé, aqui dentro ninguém podia entrar armado, o respeito tinha que ser máximo, independente do tipo de desavença. — Nos nossos registros, temos algumas famílias que ainda não colocaram os nomes dos herdeiros. Eles começaram a falar diversos nomes, mas, o que me chamou a atenção foi quando eles falaram o nome do desgraçado do Adam Martini. — Adam Martini, nós temos nos nossos registros o nome dos dois filhos mais novos, mas, se me recordo bem o senhor é viúvo e teve uma filha com a falecida Amélia, não é mesmo? — Sim senhor, a minha filha Rafaella. — Porque o nome dela não está aqui nos nossos registros? — Acho que ouve algum engano, vou concertar isso. — O mais rápido possível por favor.
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. — Me dê apenas um motivo para não te matar agora. A minha respiração ficou pesada, um medo começou a percorrer pelas minhas veias. — Vingança. — Eu disse com os olhos cheios de lágrimas. — Vingança? — Ele perguntou olhando dentro dos meus olhos e eu afirmei com a cabeça. — Vingança contra quem? — Adam e Celina Martini. — Você quer vingança contra o seu próprio pai? — Ele não é o meu pai, pai é quem ama, quem cuida, quem da carinho. — Eu disse e ele abaixou a arma. — Eu estou indo embora, você tem certeza que quer vingança ao meu lado? Você terá que ir embora da Inglaterra comigo. — O homem que me agarrou ontem na rua, aquele que você deu um tiro, a minha madrasta pagou ele para abusar de mim e depois me matar. — Quem faz isso com a própria família? — Eu não tenho família, desde a morte da minha mãe, eu estou sozinha no mundo Leonardo. — Tem certeza Rafaella? Depois que você entrar naquele avião não tem volta, não tem arrependimento, se você se ar
ADAM MARTINI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. 15 ANOS ATRÁS.. — Você só pode estar ficando louca Celina. — Louca é uma coisa que não sou, eu sei bem do que eu escutei Adam e você sabe que é verdade. — Eu quero se que foda a verdade, você não vai me chantagear dessa forma. — Tem certeza? Já pensou o que o Don irá fazer caso descubra a verdade? Você irá ser expulso da Máfia, irá perder o seu cargo de subchefe. — Você não seria capaz... — Você não tem noção do que eu sou capaz para fazer a minha vida dar certo. Celina era filha de uma das empregadas da casa do Don Victor, Celina cresceu ambiciosa e sabendo exatamente o que queria, mas, como ela não nasceu dentro da alta sociedade ela sabia que para chegar no topo teria que derrubar alguém e por ironia do maldito destino ela ouviu alguém falar que eu não filho do meu verdadeiro pai. Don Victor tinha acabado de assumir a máfia após a morte do seu pai e ele ainda estava agindo sobre influência do conselho, então quando
ADAM MARTINI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. — Onde ela está Ava? — Perguntei furioso para Ava. — Nã, nã, não sei.. — Ela gaguejou. Ava estava tremendo, os seus olhos e rosto estavam vermelhos e quando ela me viu, ficou ainda mais nervosa. — Me dê isso aqui. — Eu disse e peguei a folha de papel que estava em sua mão. Rafaella tinha ido embora, ela deixou uma carta para Ava. — O que está escrito aí? — Celina perguntou. — Ela foi embora. Ava, para onde ela foi? Você sabe tudo sobre a Rafaella, para onde ela foi Ava? — Eu gritei. — Eu não sei senhor Adam, eu acabei de pegar a carta e ler, eu não sei para onde Rafaella foi. — Ela está mentindo Adam, claro que ela sabe onde Rafaella está. — Celina disse. — Eu juro por tudo o que é mais sagrado senhor Adam, eu não sei, eu estou tão surpresa quanto o senhor.
LEONARDO RIZZI NARRANDO. Quando o carro parou em frente a minha casa, os olhos curiosos de Rafaella olhava cada centímetro da estrutura daquela casa. O meu segurança abriu a porta do carro, eu desci e em seguida Rafaella desceu também. — Bem-vindo de volta Senhor Leonardo. — O meu segurança disse. — Obrigado. Eu subi as escadarias, abri a enorme porta da sala e encontrei Rocco sentado no sofá da sala. — Oi. — Eu disse ao vê-lo. — Finalmente você voltou. — Sim, eu te falei que tudo iria dar certo. — Eu respondi e Rafaella passou pela porta. Rocco virou o pescoço para olhar para Rafaella, ele ergueu uma sobrancelha e negou com a cabeça. — E quem é essa? — Rocco perguntou. — Sou a Rafaella. — Ela respondeu. — Rafaella? — Rocco perguntou. — Sim, é Rafaella, ela ficará aqui em casa por alguns dias.
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. O quarto em que eu iria ficar era simplesmente enorme. Totalmente diferente do que eu estava acostumada. O padrinho do Leonardo, Rocco, não tinha gostado nada de mim. Mas, eu não vim aqui para agradar ninguém, eu tenho uma missão e eu só irei sair quando cumprir essa missão. O anoitecer chegou, o clima aqui era diferente, o cheiro dessa casa era diferente e por falar em casa, que lugar lindo. Alguém bateu na porta, eu caminhei até a mesma e abri. — Vamos descer? O contrato chegou. — Leonardo disse. — Vamos. Leonardo desceu e eu desci atrás dele. Entramos no escritório, ele fechou a porta e eu me sentei na cadeira. Ele colocou o contrato sobre a mesa na minha frente e depois se sentou na minha frente. O perfume desse homem era maravilhoso. — Como eu te disse, você não irá precisar cumprir nenhum papel de esposa, é apenas um casamento de fachada. — Essa parte e
ADAM MARTINI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. Os dias se passaram, nenhum sinal de vida da Rafaella e eu estava evitando que esse assunto chegasse aos ouvidos do nosso Don. Mesmo eu sabendo que o inevitável ia acontecer.~ início de ligação. ~— Carlos. — Eu atendi.— Rafaella realmente está com Leonardo Senhor Adam. — Carlos disse.— Você tem certeza do que está falando Carlos?— Sim, o meu informante da Sacra Italiana confirmou o casamento dos dois.— Filha da puta, desgraçada traidora. — Eu gritei e bati na mesa.— O que você quer fazer agora?— Rafaella agora é a minha maior inimiga, eu vou derrubá-la.— Então eu fico aguardando instruções.— Obrigado Carlos. — Eu respondi e desliguei.~ fim de ligação. ~O copo que estava na minha mão, eu joguei na parede. O ódio que eu estava sentindo dentro de mim era assustador, ouço a campainha de casa tocar e em seguida alguém b**e na porta do meu escritório.— Entra. — Eu disse e a porta abriu.— Chegou isso aqui pa