RAFAELLA MARTINI NARRANDO.
— Porque você quer saber? — Eu questionei. — Uma moça bonita, sozinha, sem aliança, suponho que seja solteira. — Como sabe se eu sou bonita, estou de máscara. — Eu sei quando uma mulher é bonita. — Me diga você primeiro, como é o seu nome? Ele deu um gole em seu champanhe e respondeu: — Ricardo. — Prazer Ricardo, o meu nome é Amélia. — Lindo nome. — Obrigado. — E então, está sozinha? Vamos dançar? — Estou sozinha, porém agora eu não quero dançar, talvez mais tarde. — Eu disse e coloquei a taça sobre o balcão do bar. Eu virei as costas e deixei ele falando sozinho, comecei a caminhar pela festa e observar as pessoas. Quando eu não estava esperando, Olivia se aproximou de mim e passou a mão no meu vestido. — Que lindo esse vestido, eu estava atrás dele hoje cedo. — Ela disse e eu gelei. A minha sorte, é que no mesmo momento em que ela falou, Celina a chamou. A música parou de tocar, as luzes acenderam e o Don pegou o microfone para falar. — Boa noite a todos, é um prazer recebê-los aqui, hoje é um dia muito importante para nós, hoje é o dia em que oficialmente o meu filho Isaac irá entrar para a nossa organização. — Ele disse e todos começaram a bater palmas. Então esse era o motivo do tal baile, Isaac iria entrar para esse mundo. Eu me lembro de Isaac, nós temos a mesma idade e antes mesmo da minha mãe morrer, ele ia em nossa casa. O Don continuou falando, percebi uma pessoa se aproximando de mim, olhei para o lado e era ela a Celina. Um mal-estar tomou conta de mim, eu me virei e ela olhou dentro dos meus olhos, eu tentei disfarçar e sair dali. Fui para o lado de fora do baile, onde tinha um jardim com pouca iluminação, o meu coração estava acelerado, comecei a sentir uma falta de ar sem tamanho. Eu me escondi atrás de arbusto e tirei aquela máscara. Eu precisava respirar. — Eu disse que você era muito bonita. — A voz do Ricardo soou. — O que você faz aqui? — Percebi que você saiu correndo, achei que estivesse passando mal. Ele se aproximou de mim, como se estivesse encantado comigo. Eu passei a mão pela máscara dele, ele olhou para os lados desconfiados e levantou um pouco de sua máscara. Mas, aquele rosto, aquele rosto não era estranho. — Eu conheço você. — Eu quebrei o silêncio. — Como? — O seu nome não é Ricardo. Ele abaixou a máscara rapidamente e virou as costas para mim. Aquele homem tinha visto o meu rosto, então aqui nesse baile não era mais seguro para mim, então eu coloquei a minha máscara e sai daquele lugar o mais rápido possível. Não tinha passado nem uma hora que estava ali, eu não podia ficar esperando pelo Jorge na esquina, então eu sai dali e comecei a andar pelas ruas de Londres. Quando passei por uma rua cheia de árvores, senti uma mão puxar o meu braço e quando me virei me deparei com o segurança da minha casa. — O que? Como você sabe que sou eu? — Estou seguindo você, pensou que eu não iria descobrir que você saiu de casa. — O que você quer comigo? Me solta, está me machucando. — Vou fazer o que tenho que fazer. Ele passou as mãos pela minha perna e soltou o cinto de sua calça. Eu sabia o que ele queria. — Me solta, você está ficando louco de tocar na filha mais velha de seu chefe. — Nós sabemos que você não vale nada para o Senhor Adam. Isso era verdade, eu não tinha valor para o meu pai, se isso acontecesse seria um motivo para Celina me colocar para fora. — Me solta. — Eu tentei lutar contra ele. Mas, ele era muito mais pesado do que eu. Então em uma fração de segundos, um carro freou e um homem desceu do carro. A rua estava escura e eu não conseguia enxergar direito. O tal homem puxou uma arma e atirou no segurança. Eu levantei do chão, tentei correr e o homem me segurou pelo braço, ele abriu a porta do carro me jogou dentro e em seguida entrou também. Dentro do carro, ele tirou a máscara e me olhou. — Não precisa se desesperar, você está segura agora. — É você, eu sabia que era você, Leonardo Rizzi. — Para o meu hotel por favor. — Ele ordenou para o motorista e o carro seguiu. As portas do carro foram trancadas, eu tentei abrir a porta mais foi em vão. — Fica calma Amélia, não irei fazer nada com você. — Leonardo disse. Então ele não tinha me reconhecido, ele não sabia que eu era a filha mais velha do sub chefe da Máfia Inglesa. E como eu também não sou nada boba, fiquei calada para não correr nenhum tipo de risco. — O que você quer comigo? — Eu perguntei.LEONARDO RIZZI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. Desde o momento que coloquei os meus pés dentro do território do meu maior inimigo, os meus olhos foram naquela mulher. Ela estava sozinha, talvez tivesse o mesmo propósito que o meu, vingança. Confesso que foi muito difícil me controlar aqui dentro, porque a cada momento em que Adam cruzava com o meu caminho, eu sentia vontade de matá-lo, a minha vontade era de puxar a minha arma e dar um tiro no meio da testa dele, mas, fazer isso era como assinar o meu próprio atestado de óbito. Quando aquela mulher disse que me conhecia de algum lugar, rapidamente eu saí dali, não poderia correr o risco de alguém descobrir a verdade. Entrei dentro do carro e o meu motorista acelerou o carro, de longe eu pude ver a Amélia andando na rua com rapidez. — Segue aquela mulher. — Eu ordenei para o motorista. Quando nós nos aproximamos da Amélia, um homem estava segurando em seu braço e qu
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. E eu realmente estava muito ferrada quando chegasse em casa, Ava com certeza iria me matar. Assim que eu saí do hotel, eu peguei o primeiro taxi que vi na minha frente. — Moço, por favor, vá o mais rápido possível. — Eu disse entregando um papel com o endereço escrito e ele confirmou com a cabeça me olhando pelo retrovisor. O carro começou a andar, e quanto mais próximo a gente ficava da casa, mais nervosa eu ficava. O tempo estava fechado e tudo indicava que iria chover. — O senhor pode parar na parte de trás da casa por favor? — Pode deixar. Quando o carro parou, começou a garoar. — Quanto ficou? — 38 libras. — Ele respondeu. Eu contei o dinheiro, Leonardo me deu 200 libras, eu tirei 40 libras do dinheiro que ele deu, entreguei na mão do taxista e desci. Abri o portão bem devagar, eu não podia faz
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. Ficar aqui nessa casa é um risco para mim, vivendo embaixo do mesmo teto que a minha inimiga. O que eu fico me perguntando é o seguinte: Será que o meu pai, sabe dos planos de Celina? Até porque não entra na minha cabeça toda essa maldade que a Celina tem contra mim e o porque o meu pai nunca ficou do meu lado. Com lágrimas nos olhos, eu peguei uma bolsa ao lado do armário velho que tinha no quarto, coloquei as poucas roupas que eu tinha dentro da bolsa, peguei a última foto que eu consegui salvar da minha mãe e guardei junto com as roupas. Peguei uma caneta e um papel, eu iria deixar uma carta para a Ava e outra para o meu pai. Primeiro eu iria escrever para Ava, a pessoa que desde a mina infância me deu muito amor e carinho, que cuidou de mim quando estive doente, que muitas vezes entrou na frente da Celina quando ela queria me bater e apanhava por mim, as minhas lágrimas caiam desesperadamente, o meu coração estava quebrado por saber que talvez eu nu
LEONARDO RIZZI NARRANDO. Quando eu cheguei na reunião, quase todos os membros já estavam presentes. Eu procurei o meu lugar, me sentei e fiquei olhando os membros superiores do conselho geral conversarem. Era uma mesa enorme, tinha mais de 50 homens sentados e cerca de uns 100 homens em pé, aqui dentro ninguém podia entrar armado, o respeito tinha que ser máximo, independente do tipo de desavença. — Nos nossos registros, temos algumas famílias que ainda não colocaram os nomes dos herdeiros. Eles começaram a falar diversos nomes, mas, o que me chamou a atenção foi quando eles falaram o nome do desgraçado do Adam Martini. — Adam Martini, nós temos nos nossos registros o nome dos dois filhos mais novos, mas, se me recordo bem o senhor é viúvo e teve uma filha com a falecida Amélia, não é mesmo? — Sim senhor, a minha filha Rafaella. — Porque o nome dela não está aqui nos nossos registros? — Acho que ouve algum engano, vou concertar isso. — O mais rápido possível por favor.
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. — Me dê apenas um motivo para não te matar agora. A minha respiração ficou pesada, um medo começou a percorrer pelas minhas veias. — Vingança. — Eu disse com os olhos cheios de lágrimas. — Vingança? — Ele perguntou olhando dentro dos meus olhos e eu afirmei com a cabeça. — Vingança contra quem? — Adam e Celina Martini. — Você quer vingança contra o seu próprio pai? — Ele não é o meu pai, pai é quem ama, quem cuida, quem da carinho. — Eu disse e ele abaixou a arma. — Eu estou indo embora, você tem certeza que quer vingança ao meu lado? Você terá que ir embora da Inglaterra comigo. — O homem que me agarrou ontem na rua, aquele que você deu um tiro, a minha madrasta pagou ele para abusar de mim e depois me matar. — Quem faz isso com a própria família? — Eu não tenho família, desde a morte da minha mãe, eu estou sozinha no mundo Leonardo. — Tem certeza Rafaella? Depois que você entrar naquele avião não tem volta, não tem arrependimento, se você se ar
ADAM MARTINI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. 15 ANOS ATRÁS.. — Você só pode estar ficando louca Celina. — Louca é uma coisa que não sou, eu sei bem do que eu escutei Adam e você sabe que é verdade. — Eu quero se que foda a verdade, você não vai me chantagear dessa forma. — Tem certeza? Já pensou o que o Don irá fazer caso descubra a verdade? Você irá ser expulso da Máfia, irá perder o seu cargo de subchefe. — Você não seria capaz... — Você não tem noção do que eu sou capaz para fazer a minha vida dar certo. Celina era filha de uma das empregadas da casa do Don Victor, Celina cresceu ambiciosa e sabendo exatamente o que queria, mas, como ela não nasceu dentro da alta sociedade ela sabia que para chegar no topo teria que derrubar alguém e por ironia do maldito destino ela ouviu alguém falar que eu não filho do meu verdadeiro pai. Don Victor tinha acabado de assumir a máfia após a morte do seu pai e ele ainda estava agindo sobre influência do conselho, então quando
ADAM MARTINI NARRANDO. LONDRES, CAPITAL DA INGLATERRA. — Onde ela está Ava? — Perguntei furioso para Ava. — Nã, nã, não sei.. — Ela gaguejou. Ava estava tremendo, os seus olhos e rosto estavam vermelhos e quando ela me viu, ficou ainda mais nervosa. — Me dê isso aqui. — Eu disse e peguei a folha de papel que estava em sua mão. Rafaella tinha ido embora, ela deixou uma carta para Ava. — O que está escrito aí? — Celina perguntou. — Ela foi embora. Ava, para onde ela foi? Você sabe tudo sobre a Rafaella, para onde ela foi Ava? — Eu gritei. — Eu não sei senhor Adam, eu acabei de pegar a carta e ler, eu não sei para onde Rafaella foi. — Ela está mentindo Adam, claro que ela sabe onde Rafaella está. — Celina disse. — Eu juro por tudo o que é mais sagrado senhor Adam, eu não sei, eu estou tão surpresa quanto o senhor.
LEONARDO RIZZI NARRANDO. Quando o carro parou em frente a minha casa, os olhos curiosos de Rafaella olhava cada centímetro da estrutura daquela casa. O meu segurança abriu a porta do carro, eu desci e em seguida Rafaella desceu também. — Bem-vindo de volta Senhor Leonardo. — O meu segurança disse. — Obrigado. Eu subi as escadarias, abri a enorme porta da sala e encontrei Rocco sentado no sofá da sala. — Oi. — Eu disse ao vê-lo. — Finalmente você voltou. — Sim, eu te falei que tudo iria dar certo. — Eu respondi e Rafaella passou pela porta. Rocco virou o pescoço para olhar para Rafaella, ele ergueu uma sobrancelha e negou com a cabeça. — E quem é essa? — Rocco perguntou. — Sou a Rafaella. — Ela respondeu. — Rafaella? — Rocco perguntou. — Sim, é Rafaella, ela ficará aqui em casa por alguns dias.